Reinstituir o instituto e o seminário

Élder Jeffrey R. Holland
do Quórum dos Doze Apóstolos


A pandemia tem alarmado todas as pessoas no mundo inteiro, e os membros da Igreja têm sido igualmente afetados. Algumas pessoas me perguntaram: “Quando teremos o seminário novamente?” e “Quando a Igreja retomará as aulas do instituto?” Não há uma resposta perfeita, uma vez que depende muito das circunstâncias locais e das restrições para as escolas locais.

Sabemos que há alunos do seminário e do instituto que estão decepcionados, mas ansiosos para se reunirem. Estamos ansiosos para que eles voltem a se reunir, mas nenhum de nós quer fazer isso com pressa ou colocar alguém em risco.

Os jovens e os jovens adultos têm sido muito resilientes. Sinto orgulho deles. Eles entendem a situação e estão fazendo o melhor que podem. Sabemos que não é a mesma coisa do que ter um professor em uma sala de aula e poder interagir com os colegas de classe, mas os jovens são criativos em seu estudo. Eles estão estudando arduamente, fazendo coisas online e, onde permitido, algumas coisas juntos em grupos ou com vizinhos.

Continuar a participar do seminário e do instituto

Ainda há a necessidade de participação contínua no seminário e no instituto. Não é coincidência que os jovens da Igreja começam o seminário aos 14 anos de idade — a mesma idade que Joseph Smith tinha quando teve a Primeira Visão e iniciou seu estudo e sua preparação para seu papel profético.

Quando os jovens começam o Ensino Fundamental, vão para o Ensino Médio e depois para a faculdade, precisam de mais fortalecimento e reforço do que uma experiência dominical semanal pode oferecer. É por esse motivo que surge a ideia de uma experiência diária com as escrituras e da interação com um professor e outros alunos para fortalecer a fé.

Desde a primeira classe do seminário e durante a faculdade, o ideal é que os jovens tenham experiências com as escrituras e um aprendizado espiritual todos os dias da semana. Considerando o mundo em que vivemos, eles precisam disso.

O Senhor está interessado em homens e mulheres que são completos. Ele deseja que a alma seja recompensada e edificada por completo. O propósito e a revelação, o físico e o espiritual, o temporal e o eterno — todos esses elementos sempre se encaixam. O Senhor pretendia que fosse assim. Algo estará faltando se negligenciarmos o aspecto espiritual ou intelectual do aprendizado. No evangelho, isso não deve acontecer. Sou grato pelo Sistema Educacional da Igreja ter sido elaborado em torno do conceito de homens e mulheres que estão integrados na obra e o fazem com toda sua alma.

Ter esperança em relação ao futuro

Fico muito preocupado ao pensar que alguém pode ficar tão desanimado a ponto de querer desistir ou abandonar tudo. Fico especialmente preocupado com os jovens que se sentem excessivamente temerosos ou que têm certeza de que não há futuro e nenhum motivo para continuar seus estudos, casar-se ou seguir uma profissão porque, de alguma forma, tudo vai acabar sendo uma confusão.

A vida sempre foi um pouco confusa, mas sempre há uma saída. Coisas maravilhosas ainda estão por vir para cada um de nós individualmente e para todos nós coletivamente. Receberemos bênçãos maravilhosas no futuro, maiores do que vimos no passado.

Nós — individualmente e como Igreja — temos muito trabalho a fazer e muitas oportunidades de fazê-lo. Por esse motivo, eu digo: Vamos em frente. Precisamos seguir em frente em “tão grande causa”, como disse o profeta Joseph Smith (Doutrina e Convênios 128:22). E essa grande causa não é apenas o evangelho. É o sustento da vida e toda a abrangência de nossa experiência. Ninguém deveria ficar desanimado demais. De vez em quando, uma pandemia ocorrerá. Com a ajuda de Deus, vamos lidar com ela, estaremos mais preparados para enfrentá-la e seremos eternamente abençoados pelas lições que aprendemos com ela.