Uma Autoridade Geral Fala a Nós: Destaques
Uma Autoridade Geral Fala a Nós
Sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020
O élder Bednar nos lembra que ensinar não é contar algo; mas inclui ouvir, observar e discernir. Também inclui certamente o convite para que o Espírito Santo nos ensine.
Pergunta
Recentemente o presidente Nelson nos ensinou sobre a importância da revelação pessoal. O que você pode nos ensinar sobre receber revelação pessoal?
Élder David A. Bednar
Ao honrarmos nossos convênios, podemos ter o Espírito Santo como nosso companheiro constante. Frequentemente falamos como se ouvir a voz do Senhor por intermédio de Seu Espírito fosse um acontecimento raro. Devemos nos concentrar mais em reconhecer o que faz com que o Espírito Se afaste de nós. Se cada um de nós estiver fazendo o melhor possível, e não estivermos cometendo transgressões graves, então podemos contar com a orientação do Espírito.
Muitas pessoas acreditam que a inspiração do Espírito Santo é algo dramático, grandioso e repentino. A verdade é que o Espírito Santo nos orienta de maneira mansa, delicada e gradual ao longo do tempo. Geralmente não reconhecemos que estamos recebendo revelação no momento em que a recebemos.
Néfi é o exemplo perfeito desse modelo. Ele seguiu em frente não sabendo de antemão o que deveria fazer.1 Então ele seguiu em frente, mas não sabia que estava sendo guiado a cada momento. Devemos observar que o que aconteceu com Néfi é provavelmente o modo como a revelação ocorre conosco em muitas ocasiões.
Algumas vezes os membros da Igreja ficam apavorados de que possam cometer um erro, então não seguem em frente. Néfi e seus irmãos lançaram sortes. Isso não funcionou muito bem. A experiência para Néfi foi um erro? Não. Ele aprendeu uma grande lição. Quando eles tentaram obter de Labão as placas de latão, usando seu ouro e todas suas riquezas, Néfi aprendeu outra lição que o prepararia para o que estava por vir.
Há princípios relacionados ao recebimento de revelação. Por exemplo, o presidente Packer disse: “Certa vez o presidente Harold B. Lee me disse que a inspiração vem facilmente quando você está no local relacionado à necessidade de recebê-la (…) O presidente Lee tinha razão!”2 Há uma grande importância de estar no local, ponderando, orando e buscando ajuda.
Esse princípio tem grandes implicações em termos de ministração. Muitos que possuem designações de ministração pensam que enviar uma mensagem de texto é o suficiente. Há ocasiões em que o que você precisa fazer é estar na casa da pessoa e olhá-la em seus olhos. Você receberá impressões e inspiração que jamais receberia de outra maneira.
Pergunta
Você acrescentaria algo ao nosso entendimento sobre a revelação que o presidente Nelson e outros líderes da Igreja recebem?
Élder David A. Bednar
Muitos membros da Igreja estão falando sobre o grande número de revelações que chegaram desde que o presidente Nelson se tornou presidente da Igreja. Os ajustes que estão ocorrendo agora têm sido colocados sob debate e oração em conselho por anos e até mesmo décadas. Em muitos casos, a revelação não é o que devemos fazer, mas, sim, quando fazer.
Pergunta
Além de receber revelação sobre quando fazer, de vez em quando receberemos revelação sobre o que fazer também, certo?
Élder David A. Bednar
Não são coisas mutuamente exclusivas, não é uma ou outra. Muitas vezes a revelação sobre o que fazer é muito clara. Mas muitas pessoas têm dificuldade de saber o momento certo de agir. Então, conforme a necessidade, podemos receber revelação tanto sobre o que quanto quando fazer algo — e não simplesmente um ou outro.
Pergunta
Como professores, preparamos nossas aulas e oramos pelos alunos. Como reconhecemos a revelação recebida em favor daqueles a quem ensinamos e ministramos?
Élder David A. Bednar
Durante sua preparação e oração, geralmente há um pensamento repentino, um influxo de inspiração e um nome ou rosto familiar pode vir à sua mente. O profeta Joseph Smith o disse que “de repente podem vir ideias a nossa mente”3 Quando surgem de repente, você pode reconhecer que recebeu exatamente o que precisava e esses casos são notáveis!
Uma das maiores fontes de inspiração são as perguntas que seus alunos fazem. Após vários anos, pude responder perguntas de milhares de jovens e jovens adultos. Por causa do grande número de participantes nas reuniões, geralmente permito que me façam perguntas de maneira controlada. (Não estou sugerindo que vocês façam o mesmo.) Ler as perguntas anônimas é uma das maiores experiências de aprendizado que alguém pode ter ao trabalhar com jovens. Eles realmente perguntam sobre aquilo com que têm dificuldades e com o que precisam de ajuda. Como sabemos o que dizer ou ensinar até que saibamos em que ponto estão?
Pergunta
Ao buscar revelação, não devemos ter uma lista prescrita — uma lista do que e quando fazer. Deve ter sua base em princípios, certo? No entanto, temos exemplos de Néfi, Joseph Smith e Joseph F. Smith lendo as escrituras, ouvindo o profeta e depois recebendo revelação. Esses são princípios, ou isso é um padrão?
Élder David A. Bednar
Nós nos banqueteamos com a palavra de Deus para que sejamos capazes de reconhecer a voz do Senhor. Quando tentamos receber revelação seguindo uma lista — faça isso e aquilo acontecerá — entramos em território perigoso. Devemos esperar no Senhor, estar cientes e reagir em Seu tempo — não exigimos revelação com base em nosso tempo.
Pergunta
Como podemos viver nossa vida de maneira que sempre estejamos prontos para receber revelação quando quer que o Senhor esteja pronto para derramá-la sobre nós?
Élder David A. Bednar
A palavra pronto é significativa. Devemos sempre viver prontos para receber revelação — para que “[possamos] ter sempre [conosco] o seu Espírito”.4
Algumas pessoas podem levar isso ao extremo; por favo tenham bom senso.
Pensem em como Oliver Cowdery se tornou escrevente de Joseph Smith. Ele ouviu a respeito das placas de ouro, sobre Joseph Smith e tinha o desejo de conhecer Joseph. Ele agiu sobre esse desejo.
O Senhor declarou a Oliver:
“Bem aventurado és pelo que fizeste; porque me procuraste e eis que, tantas vezes quantas inquiriste, recebeste instruções de meu Espírito. Se assim não fora, não terias chegado ao lugar onde agora estás.
Eis que tu sabes que me inquiriste e que te iluminei a mente”.5
A próxima frase deste versículo é a mais convincente para mim. Oliver estava sendo inspirado, mas não tinha ideia de que isso estava acontecendo. Estava recebendo revelação, mas não tinha ideia de que estava recebendo revelação. A revelação veio por intermédio de Joseph para Oliver, dizendo que ele tinha sido inspirado e que estava recebendo revelação.
“E agora te digo estas coisas para que saibas que foste iluminado pelo Espírito da verdade.”6
É isto que quero dizer sobre ter sempre conosco Seu Espírito.
Pergunta
Você mencionou que Néfi e seus irmãos lançaram sortes para determinar quem iria e pediria as placas de latão e então tentaram comprá-las com ouro e prata. Quando precisamos fazer algo, como podemos ter certeza de agir no tempo certo? Como saber que estamos fazendo o certo?
Élder David A. Bednar
Néfi não cometeu um erro ou se equivocou quanto ao tempo. Foi uma experiência de aprendizado, linha sobre linha, preceito sobre preceito. Ele estava sendo preparado a cada tentativa — “não sabendo de antemão o que deveria fazer”.7
Se estivermos fazendo nosso melhor e nos esforçando para sermos consagrados e devotados, não influenciaremos outras pessoas inapropriadamente. O céu está no comando desta obra; não é você, nem eu. Como membro do Quórum dos Doze Apóstolos, tenho designações o tempo todo, as quais sei que não posso cumprir sozinho. E ao fazermos o melhor, somos engrandecidos, nosso trabalho é magnificado. Nem sempre saberemos conscientemente qual é o momento certo. Simplesmente fazemos o melhor que podemos.
O presidente Hinckley sempre ensinava: “Tudo vai dar certo”. E eu acreditava nisso, mas pensava: “Como assim? Tem que haver mais do que isso”. Quanto mais velho vou ficando, mais entendo que essa é a única resposta que existe. Deus não vai nos deixar sozinhos enquanto tentamos socorrer, nutrir e ministrar a Seus filhos. Se fizermos nosso melhor, agindo em retidão, tudo dará certo. E vamos aprender lições pelo caminho.
Pergunta
Como ensinamos a alunos que sentem-se inadequados, de que eles podem estar prontos para receber revelação o tempo todo? Isso pode parecer uma tarefa assustadora para eles.
Élder David A. Bednar
Em vez de pensar “O que vou dizer a eles?”, o enfoque deveria ser “O que eu pediria a eles?” E não apenas “O que eu pediria a eles”, mas também “O que eu os convidaria a fazer?”
O próprio fato de fazer perguntas é um convite para que eles ajam. Se esse aluno responder, esta é uma expressão de fé em Cristo. A fé é um princípio de ação e de poder. À medida que agimos de acordo com os ensinamentos de Cristo, somos abençoados com o Seu poder. O que todos nós queremos é o poder para que possamos agir. Isso não funciona.
Nossa intenção não deve ser “O que vou dizer a eles?” Em vez disso, as perguntas que fazemos a nós mesmos são “O que posso convidá-los a fazer? Que perguntas inspiradas posso fazer, as quais, se eles estiverem dispostos a responder, começarão a convidar o Espírito Santo para a vida deles?” Essas perguntas são realmente muito simples, tais como “O que você está aprendendo?” Ao responder a essas perguntas, a pessoa convidará o Espírito Santo a guiar suas respostas. Nosso papel é tornar segura uma conversa sobre essas coisas e convidar os alunos a agir de modo que o Espírito Santo possa ensiná-los.
Se vocês os amarem, e se realmente tentarem fazer tudo o que o céu deseja que façamos, vocês serão guiados das maneiras mais simples. As perguntas não precisam ser complicadas. Vocês tentarão descobrir em que ponto está o entendimento deles porque realmente se importam com eles.
Sempre há uma preocupação justificada sobre os jovens que se afastam. Há muitos que não foram convidados a saber por si mesmos; eles simplesmente confiam no que outras pessoas disseram a eles. “Se tudo o que vocês e eu sabemos sobre Jesus Cristo e Seu evangelho restaurado é o que outras pessoas nos ensinam ou dizem, o fundamento de nosso testemunho sobre Ele e Seu glorioso trabalho dos últimos dias está edificado sobre a areia.”8 É por isso que ao convidá-los a agir e aprender por si mesmos os edifica sobre um alicerce mais forte.
Pergunta
Um rapaz leu o Livro de Mórmon pela primeira vez e concluiu que não tinha sentido o Espírito. Talvez ele tenha esperado por anjos dos céus que declarassem que ele era verdadeiro. Como podemos ajudar neste tipo de situação?
Élder David A. Bednar
Existem muitos membros incrivelmente fiéis da Igreja que pensam que não estão à altura dos demais porque não tiveram experiências dramáticas como as que às vezes são descritas em reuniões de jejum e testemunho. Experiências dramáticas não são a regra. Se honrarmos nossos convênios e seguirmos em frente, estamos indo bem e somos normais. Saulo não foi convertido pela luz. Alma, o filho, não foi convertido pelo anjo.
“Que a virtude adorne teus pensamentos incessantemente; então tua confiança se fortalecerá na presença de Deus.”9 Não confiança em você mesmo — mas confiança Neles, para realizar o que nenhum de nós consegue fazer.
Irmão Chad Webb
Tudo o que nos persuade a fazer o bem e a acreditar em Cristo é de Deus.10 Podemos ficar surpresos ao descobrir um dia que os pensamentos que pensávamos serem nossos eram realmente do Espírito Santo. Ao tentarmos fazer o bem, nossos pensamentos e desejos serão guiados pelo Espírito Santo.
No discurso do presidente Nelson sobre revelação, ele nos convidou a derramar nosso coração ao Pai Celestial, falar com Ele, ser honesto com Ele e depois ouvir. Ele nos pediu que anotássemos as impressões que tivemos e as colocássemos em prática. Então ele disse: “Ao repetirem esse processo dia após dia, mês após mês, ano após ano, ‘crescerá ‘em [vocês] um princípio de revelação’”.11
A maioria das inspirações que tive na vida não veio enquanto eu estava orando. Eu oro, pondero, tento escrever os sentimentos e pensamentos que tenho. Mas quando ajo, então a inspiração vem. Durante uma aula, quando estamos cantando um hino ou conversando com alguém ou em outra situação, as respostas para as orações começam a chegar.
Élder David A. Bednar
Um cuidado: os meios e maneiras da revelação podem variar para as pessoas de todo o mundo. Por exemplo, na África, as pessoas geralmente têm sonhos marcantes. Não é incomum que os missionários encontrem alguém na rua que diz: “Vi vocês num sonho, e vocês têm uma mensagem de Deus. Quero ouvir o que vocês têm para me dizer”. Não tenho sonhos como alguns dos santos fiéis da África.
Como ensinamos amplamente a partir de nossa própria experiência, precisamos ter cuidado para não impor nosso padrão de experiência às outras pessoas. Isso não significa que o padrão delas seja menos válido ou útil. Lembre-se de que há uma variedade de maneiras pelas quais o Espírito do Senhor pode conectar-se com a mente e com o coração de alguém.
Estejamos receptivos a uma grande variedade de coisas que podemos convidar e incentivar as pessoas a fazer para que possam agir e aprender por elas mesmas.
Pergunta
Como aumentamos a confiança em nossa capacidade de receber revelação pessoal e não confiamos em um processo que já ouvimos ou lemos de outra pessoa?
Élder David A. Bednar
Uma citação do presidente Joseph F. Smith é um recurso incrível para alguém que está começando a obter confiança em receber revelação:
“Mostrem-me santos dos últimos dias que precisam nutrir-se de milagres, sinais e visões para manterem-se firmes na Igreja, e eu lhes mostrarei membros que não estão em boa situação diante de Deus e que andam por caminhos escorregadios. Não é por meio de manifestações maravilhosas que seremos estabelecidos na verdade, mas, sim, pela humildade e pela fiel obediência aos mandamentos e às leis de Deus.
Quando garoto (…), eu, com frequência, (…) pedia ao Senhor que me mostrasse maravilhas, para que eu pudesse receber um testemunho. Mas o Senhor reteve as maravilhas e mostrou-me a verdade linha sobre linha, (…) até me fazer saber a verdade, do alto da minha cabeça até a sola dos meus pés, e até que a dúvida e o medo fossem completamente purgados de mim. Ele não teve de mandar um anjo dos céus para fazer isso, nem teve de falar com a trombeta de um arcanjo. Com os sussurros daquela voz mansa do Espírito do Deus vivo, deu-me o testemunho que possuo.
E por esse princípio de poder, Ele dará aos filhos dos homens um conhecimento da verdade que ficará com eles, e os fará conhecer a verdade como Deus a conhece, e a fazer a vontade do Pai, como Cristo faz. E nenhuma profusão de manifestações maravilhosas poderia realizar isso”.12
Qualquer pessoa que enfrenta dificuldades pode dar os primeiros passos que Joseph F. Smith deu.
Alguns membros da Igreja querem ver uma luz na estrada para Damasco antes de acreditar. Sério? Será que Saulo tinha quaisquer condições de reconhecer a voz mansa e delicada? Ele precisou de uma chamada espiritual para despertar. Muitas esperam ver um anjo como Alma, o filho, viu. Sério? Alma não tinha quaisquer condições de reconhecer a voz mansa e delicada. Ele precisou de uma chamada espiritual para despertar. E o presidente Joseph F. Smith testificou que não é a luz nem o anjo. O que traz confiança é reconhecer a voz mansa e delicada. Simplesmente siga em frente e faça.
Se não estivermos guardando os mandamentos, não podemos ter confiança e não teremos a companhia do Espírito. Há jovens que precisam ser arrepender, e há jovens que são demasiadamente rigorosos com eles mesmos e que nunca acham que são bons o suficiente. Não temos que ser perfeitos, simplesmente temos que nos arrepender com sinceridade, fazendo o melhor possível e prosseguindo com firmeza.
Pergunta
Você falou e escreveu muito sobre concentrar-nos nos alunos e no progresso deles. Há algo mais que gostaria de nos ensinar sobre convidar o Espírito Santo nesse processo?
Élder David A. Bednar
“Dentre vós designai um professor e não falem todos ao mesmo tempo; mas cada um fale a seu tempo e todos ouçam suas palavras, para que quando todos houverem falado, todos sejam edificados por todos, para que todos tenham privilégios iguais.”13 Não somos nós os professores, mas sim o Espírito Santo. Esse versículo é uma admoestação de que designemos o Espírito Santo como o professor. E “um padrão” — que não é o único — é deixarmos cada um falar a seu tempo e que todos ouçam suas palavras. Isso soa simples demais e pode até parecer fácil.
Se as pessoas sentirem-se seguras, podem expressar algumas das perguntas delas e assuntos sobre os quais não têm certeza. Elas não aprendem especificamente por outras pessoas na sala, mas o que algumas pessoas dizem pode permitir que o Espírito Santo as ensine individualmente. Elas participam de uma expressão coletiva de fé no Senhor Jesus Cristo como todos neste ambiente estão pedindo, buscando e batendo. E nesse exercício individual e coletivo de fé, nós fazemos convites. A palavra designar nesse contexto não significa uma ordem. Não podemos mandar que o Espírito Santo seja o professor, mas podemos convidar e propiciar a presença do Espírito Santo para que Ele seja o professor.
Em uma reunião com os missionários estávamos abordando vários assuntos, e eu perguntei a eles: “O que vocês estão ouvindo que não está sendo dito?” Um missionário de 18 anos de idade, que estava no campo havia quatro semanas respondeu: “Élder Bednar, se eu ouço uma resposta em sua voz ou pela voz de um missionário, esta é a mensagem para todos. Se eu sentir em meu coração ou tiver um pensamento na mente, então é de Deus, e somente para mim”. Não ficaram admirados com essa resposta? Quanto tempo levaria para ensinar a alguém por meio de palestras ou criar algum tipo de dramatização ou outra experiência didática em que um rapaz de 18 anos tivesse esse tipo de entendimento espiritual?
Ao convidá-los a agir — a exercer sua fé — isso ajuda a propiciar a presença do Espírito Santo para ensinar a cada um deles, individualmente, e a todos, coletivamente.
É muito importante estar concentrado no aluno e convidar o Espírito Santo para ser o professor. Temos um papel a desempenhar. Nós convidamos, facilitamos e orientamos, mas então é o Espírito Santo quem orienta tudo de uma maneira notável.
Pergunta
Uma jovem senhora me perguntou se eu me lembrava de ter ensinado certo princípio a ela. Ela disse que aquilo havia mudado sua vida para sempre. Eu me lembro da situação, e não ensinei aquilo a ela; ela realmente não captou o ponto que eu tentava ensinar. Ela foi ensinada pelo Espírito. Como ajudar os alunos a reconhecerem que estão recebendo revelação para que possam ter a confiança de buscar mais por si mesmos?
Élder David A. Bednar
O que você poderia fazer para convidá-la a fazer, de modo que ela tenha olhos para ver o que não tinha visto antes?
O Espírito Santo nos fará lembrar de todas as coisas.14 Ela teve uma experiência extraordinária em que ouviu claramente algo que não tinha sido dito. Ajude-a para que identifique isso. Peça-lhe que pense sobre sua experiência e descubra mais um ou dois episódios semelhantes a esse. Ajude-a para que veja um padrão nessas duas ou três coisas que aconteceram, e descobrir o que trouxe essa inspiração espiritual.
Há uma diversidade entre os jovens e eles têm todo tipo de desafios e dificuldades. Mas devemos esperar que sejam o que dizemos que eles são. E devemos convidá-los a agir. E vocês ficarão maravilhados com o que eles vão dizer e fazer. Pense primeiro no que convidá-los a fazer para que eles possam aprender o que precisam aprender.
Pergunta
Você pode nos ajudar a entender, ou talvez aprender, como ouvir e observar melhor?
Élder David A. Bednar
Eu recomendaria que você obtivesse uma cópia barata do Livro de Mórmon e a lesse do começo ao fim, procurando todos os exemplos de “olhos para ver e ouvidos para ouvir” ou palavras semelhantes. Procure também em Doutrina e Convênios e no Novo Testamento. Ao pegar as escrituras, como agente — perguntando, buscando e procurando saber— se a sua pergunta for: “Como ver o que geralmente não vejo? Como ouvir o que geralmente não ouço?” E se lermos as escrituras com essas perguntas em mente, o Espírito Santo vai nos orientar individualmente e dar respostas para essas perguntas. Não posso dar-lhes isso; mas, o Espírito Santo vai lhes ensinar individualmente, em particular e pessoalmente, dizendo qual é a resposta para vocês.
Gostaria de dar um exemplo. Minha esposa, Susan, sempre foi uma professora visitante incrivelmente fiel. Quando foi feito o ajuste para ministrar como o Salvador e o presidente Nelson pediu por uma maneira de ministrar “mais elevada e mais sagrada”15, Susan ouviu e quis descobrir o que isso significava. Ao ponderar e orar, ela chegou a uma impressionante conclusão — perguntar às irmãs a quem ela ministrava “o que ministrar de maneira mais elevada e sagrada significa para você?”
Essa é a pergunta mais simples e óbvia que você poderia fazer, mas as respostas de suas irmãs foram surpreendentes. Uma irmã pediu para irem ao templo juntas. Outra irmã pediu-lhe que lesse um discurso da conferência geral e saíssem para almoçar a fim de debaterem o que aprenderam. Susan ficou pensando se havia feito algo errado anteriormente. Ela não havia feito nada de errado. Maneira mais elevada e sagrada — os olhos foram abertos em maneiras que elas não haviam visto antes.
Pergunta
Nos minutos que restam, gostaria de compartilhar seus sentimentos e prestar seu testemunho?
Élder David A. Bednar
Eu amo vocês. Amo quem são e o que estão se esforçando por se tornar. Eu amo o que fazem. Todos podemos melhorar, mas digo: “Obrigado”. Digo-lhes obrigado em nome da Primeira Presidência, do Quórum dos Doze e da Junta Educacional da Igreja.
Viver na Terra nesta época da dispensação da plenitude dos tempos é a bênção de toda uma vida. Há alguns anos, o presidente Gordon B. Hinckley me disse inúmeras vezes: “David, esta é a época mais grandiosa da história da Igreja restaurada”. E ele estava completamente certo.
Penso nas coisas que temos a bênção de ver. Lembrem que neste ano comemoramos o aniversário de 200 anos da Primeira Visão. Templos foram anunciados em Papua-Nova Guiné e em Phnom Penh, Camboja. Temos missionários na União Soviética e países anteriormente comunistas e um templo na Ucrânia. Esta é a época mais grandiosa da história da Igreja restaurada.
Temos uma responsabilidade pessoal nestes dias. Se fomos poupados para estes dias, é porque temos muito a fazer e temos um papel importante para preparar a nova geração. Esta é a mais grandiosa da história da Igreja restaurada — a maior oposição e as maiores oportunidades. Juntos, nestes dias, temos a oportunidade de servir, de prestar testemunho, de ministrar e de socorrer.
Oro para que o Espírito Santo preencha a lacuna entre as palavras que expresso e o que desejo transmitir. Testifico que o Pai e o Filho realmente apareceram a Joseph Smith, há 200 anos. Testifico que o Pai é nosso Pai, e que Ele é o autor do plano de felicidade. Se, testifico e presto meu testemunho de que Jesus Cristo é o Filho Unigênito do Pai Eterno. Testifico que Ele vive. Ele ressuscitou. O sepulcro está vazio. “Não está aqui, mas ressuscitou.”16
Testifico que, por intermédio do profeta Joseph Smith, a autoridade do sacerdócio, as chaves do sacerdócio foram restauradas na Terra, e que o aparecimento do Pai e do Filho deram início à Restauração do evangelho. Testifico que essa Restauração está em andamento.
Presto esse testemunho e expresso meu amor para vocês, no sagrado nome do Senhor Jesus Cristo. Amém.