1990–1999
Enfrentar com Firmeza as Artimanhas do Mundo

Outubro 1995


Enfrentar com Firmeza as Artimanhas do Mundo


Que vocês sejam fortalecidas para enfrentar os desafios diários. Que tenham sabedoria além da própria para lidar com os problemas que constantemen nte enfrentam.

Minhas que­ri­das irmãs, sinto-me gran­de­men­te hon­ra­do pelo con­vi­te de par­ti­ci­par desta reu­nião com vocês. Minha que­ri­da com­pa­nhei­ra, Marjorie, teria melho­res con­di­ções de pro­fe­rir um dis­cur­so para a Sociedade de Socorro. Respeito-a como repre­sen­tan­te da Sociedade de Socorro na famí­lia e, gra­ças ao que ela é e ao que faz, minha gra­ti­dão por esta gran­de orga­ni­za­ção aumen­tou gran­de­men­te. Tivemos hoje uma reu­nião mara­vi­lho­sa. Confirmo tudo o que ouvi­ram de suas líde­res, em quem depo­si­to total con­fian­ça.


Que vigo­ro­sa con­gre­ga­ção vocês for­mam! Três milhões e meio de mulhe­res espa­lha­das por mui­tas ter­ras e falan­do diver­sas lín­guas, mas que com­preen­dem com um só cora­ção. Cada uma de vocês é uma filha de Deus. Pensem no sig­ni­fi­ca­do assom­bro­so desse fato tão impor­tan­te.


O Pai Eterno aben­çoou-as com corpo e mente dota­dos de pode­res mila­gro­sos. Seu inten­to era fazer de vocês a gló­ria supre­ma de Sua cria­ção.


Recordo-lhes as pala­vras que o Profeta Joseph Smith diri­giu às mulhe­res da Sociedade de Socorro em abril de 1842. Ele disse: “Se viver­des à altu­ra de vos­sos pri­vi­lé­gios, não se pode­rá impe­dir que os anjos vos acom­pa­nhem” [Nauvoo Minutes (Atas de Nauvoo), 28 de abril de 1842.] Que poten­cial mara­vi­lho­so exis­te em vocês!


Vejo, hoje, os olhos de lin­das jovens que sonham com uma vida plena de rea­li­za­ções e feli­ci­da­de. Vejo os olhos de mães que tra­zem no cora­ção a preo­cu­pa­ção com o lar e com os filhos. Vejo os olhos de mães divor­cia­das ou viú­vas, cujo sofri­men­to é tão inten­so que, em sua soli­dão, implo­ram e oram por alen­to e com­pa­nhia. Vejo os olhos de avós e bisa­vós de idade avan­ça­da, que sobre­vi­ve­ram às tem­pes­ta­des da exis­tên­cia e bebe­ram da água da fonte da vida, que lhes foi ora amar­ga, ora doce. Sou grato pela pre­sen­ça de cada uma de vocês. Sou grato por sua força, leal­da­de, fé e amor. Sou grato pela reso­lu­ção que tra­zem na alma de andar pela fé, guar­dar os man­da­men­tos e fazer o que é certo em todos os momen­tos e em todas as situa­ções. 


Creio ser esta a melhor época que as mulhe­res já vive­ram, em toda a his­tó­ria do mundo. Em ter­mos de opor­tu­ni­da­des de estu­dos e de trei­na­men­to físi­co e men­tal, nunca houve um perío­do em que as por­tas esti­ves­sem tão ple­na­men­te aber­tas para vocês como hoje.


No entan­to, nunca houve época, ao menos na his­tó­ria con­tem­po­râ­nea, em que tive­ram de enfren­tar pro­ble­mas mais desa­fia­do­res. Não é pre­ci­so que eu lhes lem­bre o tumul­to em que se encon­tra o mundo, com os valo­res em cons­tan­te mudan­ça. Vozes estri­den­tes pro­cla­mam diver­sas con­du­tas con­trá­rias aos padrões de com­por­ta­men­to cuja vali­da­de foi com­pro­va­da pelo tempo. Os esteios morais de nossa socie­da­de foram seve­ra­men­te aba­la­dos. Muitos jovens do mundo, assim como mui­tos adul­tos, estão dando ouvi­dos uni­ca­men­te à sedu­to­ra voz da auto­con­des­cen­dên­cia. Vocês, jovens, enfren­tam desa­fios imen­sos, que sabe­mos serem difí­ceis de supe­rar. Não posso expres­sar o quan­to sou grato por sua firme deter­mi­na­ção de viver os padrões da Igreja, de pros­se­guir no vigor da vir­tu­de e de man­ter a mente acima da imun­dí­cie que pare­ce enco­brir o mundo. Obrigado por sabe­rem que exis­te um cami­nho melhor. Obrigado pela deci­são de dize­rem “não”. Obrigado pela força que demons­tram ao resis­ti­rem às ten­ta­ções e por olha­rem para fren­te e para o alto, con­tem­plan­do a bri­lhan­te luz de seu poten­cial eter­no.


Quão amar­gas são as con­se­qüên­cias de se aban­do­nar os padrões da vir­tu­de. As esta­tís­ti­cas são assus­ta­do­ras. Mais de um quar­to de todas as crian­ças nas­ci­das nos Estados Unidos foram gera­das fora dos laços do matri­mô­nio, e a situa­ção tende a pio­rar. No perío­do de qua­tro anos após darem à luz, 46 por cento das mães ado­les­cen­tes pro­cu­ram o auxí­lio dos ser­vi­ços de bem-estar. Se forem con­si­de­ra­das ape­nas as sol­tei­ras desse grupo, 76 por cento delas neces­si­tam de auxí­lio dos ser­vi­ços de bem-estar nesse mesmo perío­do. [Ver Starting Points—Meeting the Needs of Our Youngest Children (Pontos de Partida: Atender às Necessidades de Nossas Crianças Menores), publi­ca­do pela Carnegie Corporation de Nova York, 1994, pp. 4, 21.] Creio que cada crian­ça deve­ria ter o direi­to à bên­ção de nas­cer em um lar no qual seja bem rece­bi­da e ali­men­ta­da, amada e aben­çoa­da com pais que sejam fiéis um ao outro e aos filhos. Estou certo de que nenhu­ma de nos­sas jovens dese­ja menos do que isso. Enfrentem com fir­me­za as arti­ma­nhas do mundo. Os cria­do­res de nos­sos entre­te­ni­men­tos, que publi­cam a maior parte do que lemos hoje, que­rem fazer com que acre­di­te­mos no con­trá­rio. A sabe­do­ria acu­mu­la­da por sécu­los decla­ra com cla­re­za e cer­te­za que a maior feli­ci­da­de, a maior segu­ran­ça, a maior paz de cons­ciên­cia e o mais pro­fun­do amor só são viven­cia­dos por aque­les que seguem os padrões com­pro­va­da­men­te tes­ta­dos da vir­tu­de antes do casa­men­to e da fide­li­da­de total após o mesmo. Oramos para que vocês sigam pela vida por cami­nhos retos, tendo a força de per­se­ve­rar mesmo se esses cami­nhos forem aper­ta­dos. 


Há pes­soas que dese­jam que acre­di­te­mos na vali­da­de do que cha­mam de casa­men­tos homos­se­xuais. Queremos expres­sar nossa preo­cu­pa­ção por aque­les que enfren­tam sen­ti­men­tos de afi­ni­da­de por pes­soas do mesmo sexo. Oramos por vocês e esten­de­mos-lhes nossa soli­da­rie­da­de, como nos­sos irmãos e irmãs que são. No entan­to, não pode­mos con­cor­dar com prá­ti­cas imo­rais de sua parte, como não con­cor­da­mos com prá­ti­cas imo­rais por parte de qual­quer outra pes­soa.


Para as espo­sas e mães que pro­cu­ram man­ter um lar está­vel, num ambien­te de amor e res­pei­to, eu digo: Que o Senhor as aben­çoe. Sejam quais forem as cir­cuns­tân­cias, pros­si­gam com fé. Criem seus filhos em luz e ver­da­de. Ensinem seus filhos a orar enquan­to são peque­nos. Leiam as escri­tu­ras para eles, fazen­do disso um hábi­to, mesmo que eles não com­preen­dam tudo o que vocês lerem. Ensinem seus filhos a res­pei­tar as mulhe­res. Ensinem suas filhas a man­ter a vir­tu­de. Aceitem res­pon­sa­bi­li­da­des na Igreja e con­fiem no Senhor, para esta­rem à altu­ra de qual­quer cha­ma­do que rece­be­rem. O exem­plo que derem será um padrão para seus filhos. Ajudem com amor as pes­soas que enfren­tam difi­cul­da­des ou pas­sam neces­si­da­des.


Incentivem seus filhos a lerem mais e assis­ti­rem menos à tele­vi­são. “Um estu­do feito pela American Psychological Association (Associação Americana de Psicologia) esti­ma que uma crian­ça comum, que assis­te a 27 horas de tele­vi­são por sema­na, vê 8.000 assas­si­na­tos e 100.000 atos de vio­lên­cia, dos três aos doze anos de idade” (U.S. News & World Report, 11 de setem­bro de 1995, p. 66.)


Procurem man­ter um ambien­te favo­rá­vel ao estu­do no lar. Um edi­to­rial do Wall Street Journal rela­tou a supe­rio­ri­da­de, nos estu­dos, das pes­soas de ascen­dên­cia asiá­ti­ca que ⌦fre­qüen­tam a Universidade da Califórnia, em Berkeley. Referindo-se aos extraor­di­ná­rios dotes des­ses alu­nos, o arti­go decla­ra: “O fator mais impor­tan­te no sur­gi­men­to dessa nova elite ame­ri­ca­na é o inten­so e dedi­ca­do rela­cio­na­men­to fami­liar, que é típi­co dos lares asiá­ti­cos. (⌘.⌘.⌘. ) Esse rela­cio­na­men­to inclui res­pei­to pelos mais velhos, altos padrões de con­du­ta para as crian­ças, esfor­ço dili­gen­te na esco­la e res­pon­sa­bi­li­da­des nos horá­rios livres, que mui­tas vezes ainda incluem tra­ba­lho na loja de um paren­te” (Wall Street Journal, 30 de maio de 1995, p. A14.)


É no lar que se criam as bases das novas gera­ções. Esperamos que vocês, mães, com­preen­dam que, no fim de tudo, sua maior e mais pre­men­te res­pon­sa­bi­li­da­de, a que lhes trará maio­res recom­pen­sas, é a de criar os filhos num ambien­te de segu­ran­ça, paz, com­pa­nhei­ris­mo, amor e moti­va­ção, para que cres­çam e dêem o melhor de si.


Para vocês, mães que criam os fi­lhos sozi­nhas, seja qual for o moti­vo de sua situa­ção atual, ofe­re­ce­mos nossa soli­da­rie­da­de. Sabemos que mui­tas de vocês pade­cem de soli­dão, inse­gu­ran­ça, preo­cu­pa­ção e medo. A maio­ria de vocês está em difi­cul­da­des finan­cei­ras. Seu cons­tan­te e maior cui­da­do é o bem-estar e o futu­ro de seus filhos. Muitas pre­ci­sam tra­ba­lhar e dei­xam os filhos sozi­nhos em casa. No entan­to, se hou­ver muito afeto, muito amor, e se vocês ora­rem jun­tos, será mais pro­vá­vel haver paz no cora­ção e força no cará­ter de seus filhos. Ensinem as crian­ças a anda­rem nos cami­nhos do Senhor. Isaías decla­rou: “E todos os teus filhos serão ensi­na­dos do Senhor; e a paz de teus filhos será abun­dan­te.” (Isaías 54:13)


Quanto mais se esfor­ça­rem para criar os filhos segun­do o evan­ge­lho de Jesus Cristo, com amor e gran­des espe­ran­ças, mais pro­vá­vel será que eles tenham paz na vida.


Dêem exem­plo a seus filhos. Isso será mais impor­tan­te do que qual­quer ensi­na­men­to que lhes pos­sam trans­mi­tir. Não os cubram de mimos. Deixem que cres­çam res­pei­tan­do e com­preen­den­do o sig­ni­fi­ca­do do tra­ba­lho, da ajuda em casa, pro­cu­ran­do obter parte de seu pró­prio sus­ten­to. Façam com que seus filhos eco­no­mi­zem para a mis­são e incen­ti­vem-nos a pre­pa­ra­rem-se, não ape­nas do ponto de vista finan­cei­ro, mas em espí­ri­to e ati­tu­de, a fim de ser­vi­rem ao Senhor sem qual­quer egoís­mo. Não hesi­to em pro­me­ter-lhes que, se assim fize­rem, terão mui­tas razões para con­tar suas bên­çãos.


Recebi uma carta, na últi­ma segun­da-feira, da qual lerei um ⌦tre­cho:


“Vinte anos atrás eu espe­ra­va um bebê, tendo já outros cinco filhos, todos com menos de nove anos de idade. Meu mari­do deci­diu aban­do­nar a famí­lia e seguir outro cami­nho. Gostaria de poder dizer que eu era uma nobre pio­nei­ra mas, na ver­da­de, não pas­sa­va de uma jovem mãe ingê­nua, assus­ta­da e inse­gu­ra, que não sabia o que fazer e come­tia mui­tos erros todos os dias. Apesar disso, pro­cu­rei acon­se­lhar-me com meus líde­res e segui seus con­se­lhos, mesmo saben­do que tor­na­riam minha vida ainda mais com­pli­ca­da. Decidi que não deve­ria ques­tio­ná-los e, caso um con­se­lho me cau­sas­se sofri­men­to tem­po­rá­rio, era algo que eu pre­ci­sa­va expe­ri­men­tar.


Lembro-me de ter lido a men­sa­gem men­sal do Presidente Kimball em A Liahona, na qual ele pro­me­tia que, se lês­se­mos as escri­tu­ras dia­ria­men­te, encon­tra­ría­mos naque­las san­tas pági­nas a res­pos­ta para todos os pro­ble­mas que enfren­tás­se­mos duran­te o dia. Pensei: ‘Está bem, Presidente Kimball, vou seguir seu con­se­lho. Tenho mui­tos pro­ble­mas que cer­ta­men­te pre­ci­sam de res­pos­ta.’ Reuni meus filhos e estu­da­mos as escri­tu­ras dia­ria­men­te, ora­mos e jejua­mos pelo pai deles e por nós mes­mos, rea­li­za­mos reu­niões fami­lia­res e fre­qüen­ta­mos as reu­niões da Igreja. Perdoamos meu mari­do, e eu lite­ral­men­te entre­guei meu livre-arbí­trio nas mãos do Pai Celestial. Disse-Lhe que, uma vez que não teria meu mari­do por toda a eter­ni­da­de, como havia pen­sa­do, fica­ria feliz se Ele trans­for­mas­se o amor de espo­sa que eu sen­tia por ele em amor cris­tão, pois pre­fe­ria mor­rer a ter de pas­sar mais um único minu­to sen­tin­do ódio ou ran­cor pelo pai de meus filhos. Não que­ria ensi­ná-los a ter raiva, ódio ou res­sen­ti­men­to. Sabia que meu mari­do era um homem bom, cheio de poten­cial e talen­tos. Ele come­te­ra um erro ter­rí­vel, e eu sabia que teria sua por­ção de sofri­men­to por isso, como real­men­te acon­te­ceu. Mas minha tare­fa pes­soal era cui­dar de seis filhos e ensi­nar-lhes de modo claro o evan­ge­lho de Jesus Cristo. Senti que podia supe­rar a dor de per­der meu mari­do, mas jamais supor­ta­ria per­der um dos pre­cio­sos filhos de Deus que me foram con­fia­dos.


Sinto-me humil­de­men­te emo­cio­na­da ao rela­tar que o Senhor ⌦me ouviu e res­pon­deu a minhas ⌦ora­ções. O mais novo de meus qua­tro filhos está atual­men­te ser­vin­do mis­são. (⌘.⌘.⌘. ) Juntou-se ao grupo for­ma­do por seus três irmãos e uma irmã, que deci­di­ram com­par­ti­lhar seu tes­te­mu­nho lite­ral­men­te por todo o mundo. (⌘.⌘.⌘. ) Minha filha mais velha casou-se no tem­plo com um ex-mis­sio­ná­rio. (⌘.⌘.⌘. ) Meus três filhos mais velhos já foram pre­si­den­tes do quó­rum de élde­res e líde­res da obra mis­sio­ná­rio de suas alas, e minhas duas filhas ser­vi­ram na pre­si­dên­cia da Primária e da Sociedade de Socorro. Quatro de meus lin­dos filhos encon­tra­ram pes­soas mara­vi­lho­sas com as quais se casa­ram no tem­plo. Estão no cami­nho certo e sen­ti­ram um pouco da ale­gria de ser­vir ao pró­xi­mo.


Presidente Hinckley, isso é um mila­gre. O Senhor pro­te­geu esses Seus filhos e cui­dou deles. Atendeu a suas ora­ções. (⌘.⌘.⌘. )


O Senhor deci­diu dar-me um segun­do mari­do, e fomos sela­dos no tem­plo. Temos sido uma famí­lia. O cami­nho foi fácil? Não. Houve mi­lhões de pro­ble­mas para serem resol­vi­dos. Mas usan­do as escri­tu­ras como nossa barra de ferro, a ora­ção como nosso ali­cer­ce e a obe­diên­cia como a tri­lha a seguir, meus filhos estão apren­den­do a ‘[con­fiar] no Senhor de todo o [⌘.⌘.⌘. ] cora­ção e não [se estri­ba­rem no] pró­prio conhe­ci­men­to.’


Não conto essa his­tó­ria para (.⌘.⌘. ) me gabar, mas cer­ta­men­te posso van­glo­riar-me no Senhor. A Expiação tor­nou-se muito real para nós. Corações par­ti­dos foram cura­dos, a con­fian­ça foi res­tau­ra­da, a paz foi sen­ti­da do modo mais pra­zen­tei­ro. É real­men­te ver­da­de que ‘Todo prin­cí­pio que Deus reve­lou traz em si mesmo a pró­pria con­vic­ção de sua vera­ci­da­de. (⌘.⌘.⌘. )’ Penso em meu pri­mei­ro mari­do. Se ao menos ele pudes­se com­preen­der que já pagou pelo seu erro. (⌘.⌘.⌘. ) Ele dei­xou de sen­tir a ale­gria de ver os filhos talen­to­sos cres­ce­rem no cami­nho do Senhor. Deixou de ver suas rea­li­za­ções na esco­la e na Igreja, sua des­pe­di­da para a mis­são e seu regres­so—tudo o que torna a vida feliz. Quão grata sou pelo pri­vi­lé­gio de ter esta­do ao lado deles.


Sei que hoje exis­tem mui­tas pes­soas que estão crian­do sozi­nhas seus filhos. Como gos­ta­ria de poder ajudá-las a ver que nunca deve­mos des­per­di­çar nosso tempo revi­ven­do as pró­prias mágoas! Descobri que quan­do depo­si­ta­mos nosso fardo aos pés do Salvador, Ele o car­re­ga para nós e subs­ti­tui a angús­tia pelo amor. (⌘.⌘.⌘. ) Que o Senhor o aben­çoe e aben­çoe sua famí­lia. Com o mais pro­fun­do amor e gra­ti­dão,” ela assi­na a carta.


Gostaria de diri­gir algu­mas pala­vras a vocês, avós e bisa­vós. Vocês têm muita expe­riên­cia e enor­me com­preen­são. Podem ser uma ânco­ra neste mundo cujos valo­res estão em cons­tan­te mudan­ça. Vocês vive­ram bas­tan­te, tendo sido lapi­da­das e poli­das pelas adver­si­da­des por que pas­sa­ram. Seus modos são tran­qüi­los, seus con­se­lhos, pon­de­ra­dos. Vocês, que­ri­das mulhe­res, são tesou­ros neste mundo con­tur­ba­do. Deus as aben­çoe. Que os anos que lhes res­tam sejam cheios de sol, do amor daque­les que vocês amam e de amor pelo Senhor.


Mencionei alguns dos pro­ble­mas sérios que mui­tas de vocês estão enfren­tan­do.


Havendo tan­tas fal­si­da­des ensi­na­das como ver­da­des, tan­tos enga­nos quan­to aos padrões e valo­res, tanto incen­ti­vo e sedu­ção para que len­ta­men­te acei­te­mos a cor­rup­ção do mundo, sen­ti­mos a neces­si­dde de adver­ti-las e admoes­tá-las. Com esse intui­to nós, da Primeira Presidência e do Conselho dos Doze Apóstolos, fare­mos agora uma pro­cla­ma­ção a toda a Igreja e ao mundo, como decla­ra­ção e rea­fir­ma­ção dos padrões, dou­tri­nas e prá­ti­cas refe­ren­tes à famí­lia, que os pro­fe­tas, viden­tes e reve­la­do­res desta Igreja repe­ti­da­men­te decla­ra­ram ao longo de sua his­tó­ria. Aproveito a opor­tu­ni­da­de para ler a pro­cla­ma­ção para vocês:


“Nós, a Primeira Presidência e o Conselho dos Doze Apóstolos de A Igrejas de Jesus Cristo dos Santos dos Últi­mos Dias, sole­men­te pro­cla­ma­mos que o casa­men­to entre homem e mulher foi orde­na­do por Deus e que a famí­lia é essen­cial ao plano do Criador para o des­ti­no eter­no de Seus filhos. 


Todos os seres huma­nos—homem e mulher—foram cria­dos à ima­gem de Deus. Cada indi­ví­duo é um filho (ou filha) gera­do em espí­ri­to por pais celes­tiais que o amam e, como tal, pos­sui natu­re­za e des­ti­no divi­nos. O sexo (mas­cu­li­no ou femi­ni­no) é uma carac­te­rís­ti­ca essen­cial da iden­ti­da­de e do pro­pó­si­to pré-mor­tal, mor­tal e eter­no de cada um. 


Na esfe­ra pré-mor­tal, os filhos e filhas que foram gera­dos em espí­ri­to conhe­ciam e ado­ra­vam a Deus como seu Pai Eterno e acei­ta­ram Seu plano, segun­do o qual Seus fi­lhos pode­riam obter um corpo físi­co e adqui­rir expe­riên­cia ter­re­na a fim de pro­gre­di­rem rumo à per­fei­ção, ter­mi­nan­do por alcan­çar seu des­ti­no divi­no como her­dei­ros da vida eter­na. O plano divi­no de feli­ci­da­de per­mi­te que os rela­cio­na­men­tos fami­lia­res sejam per­pe­tua­dos além da morte. As orde­nan­ças e os con­vê­nios sagra­dos dos tem­plos san­tos per­mi­tem que as pes­soas retor­nem à pre­sen­ça de Deus e que as famí­lias sejam uni­das para sem­pre. 


O pri­mei­ro man­da­men­to dado a Adão e Eva por Deus refe­ria-se ao poten­cial de tor­na­rem-se pais, na con­di­ção de mari­do e mulher. Declaramos que o man­da­men­to dado por Deus a Seus filhos, de mul­ti­pli­ca­rem-se e enche­rem a Terra, con­ti­nua em vigor. Declaramos tam­bém que Deus orde­nou que os pode­res sagra­dos de pro­cria­ção sejam empre­ga­dos somen­te entre homem e mulher, legal­men­te casa­dos.


Declaramos que o meio pelo qual a vida mor­tal é cria­da foi esta­be­le­ci­do por Deus. Afirmamos a san­ti­da­de da vida e sua impor­tân­cia no plano eter­no de Deus.


O mari­do e a mulher têm a sole­ne res­pon­sa­bi­li­da­de de amar-se mutua­men­te e amar os filhos, e de cui­dar um do outro e dos filhos. “Os filhos são heran­ça do Senhor.” (Salmos 127:3) Os pais têm o sagra­do dever de criar os filhos com amor e reti­dão, aten­der a suas neces­si­da­des físi­cas e espi­ri­tuais, ensi­ná-los a amar e ser­vir uns aos outros, guar­dar os man­da­men­tos de Deus e ser cida­dãos cum­pri­do­res da lei, onde quer que morem. O mari­do e a mulher—o pai e a mãe—serão con­si­de­ra­dos res­pon­sá­veis peran­te Deus pelo cum­pri­men­to des­sas obri­ga­ções.


A famí­lia foi orde­na­da por Deus. O casa­men­to entre o homem e a mulher é essen­cial para Seu plano eter­no. Os filhos têm o direi­to de nas­cer den­tro dos laços do matri­mô­nio e de ser cria­dos por pai e mãe que hon­rem os votos matri­mo­niais com total fide­li­da­de. A feli­ci­da­de na vida fami­liar é mais pro­vá­vel de ser alcan­ça­da quan­do fun­da­men­ta­da nos ensi­na­men­tos do Senhor Jesus Cristo. O casa­men­to e a famí­lia bem suce­di­dos são esta­be­le­ci­dos e man­ti­dos sob os prin­cí­pios da fé, da ora­ção, do arre­pen­di­men­to, do res­pei­to, do amor, da com­pai­xão, do tra­ba­lho e de ati­vi­da­des recrea­ti­vas salu­ta­res. Segundo o mode­lo divi­no, o pai deve pre­si­dir a famí­lia com amor e reti­dão, tendo a res­pon­sa­bi­li­da­de de aten­der às neces­si­da­des de seus fami­lia­res e de pro­te­gê-los. A res­pon­sa­bi­li­da­de pri­mor­dial da mãe é cui­dar dos filhos. Nessas atri­bui­ções sagra­das, o pai e a mãe têm a obri­ga­ção de aju­dar-se mutua­men­te, como par­cei­ros iguais. Enfermidades, fale­ci­men­tos ou ou­tras cir­cuns­tân­cias podem exi­gir adap­ta­ções espe­cí­fi­cas. Outros paren­tes devem ofe­re­cer ajuda quan­do neces­sá­rio.


Advertimos que as pes­soas que vio­lam os con­vê­nios de cas­ti­da­de, que mal­tra­tam o côn­ju­ge ou os fi­lhos, ou que dei­xam de cum­prir suas res­pon­sa­bi­li­da­des fami­lia­res, deve­rão um dia res­pon­der peran­te Deus pelo cum­pri­men­to des­sas obri­ga­ções. Advertimos tam­bém que a desin­te­gra­ção da famí­lia fará recair sobre pes­soas, comu­ni­da­des e nações as cala­mi­da­des pre­di­tas pelos pro­fe­tas anti­gos e moder­nos.


Conclamamos os cida­dãos e gover­nan­tes res­pon­sá­veis de todo o mundo a pro­mo­ve­rem as medi­das desig­na­das para man­ter e for­ta­le­cer a famí­lia como a uni­da­de fun­da­men­tal da socie­da­de.” (Fim da Proclamação.)


Recomendamos a todos uma lei­tu­ra cui­da­do­sa, pon­de­ra­da e fer­vo­ro­sa dessa pro­cla­ma­ção. A força de qual­quer nação baseia-se no que acon­te­ce den­tro das pare­des do lar. Instamos nosso povo em todo o mundo a for­ta­le­cer a famí­lia, segun­do esses valo­res que o tempo con­sa­grou.


Que o Senhor as aben­çoe, mi­nhas que­ri­das irmãs. Vocês são as guar­diãs do lar. São aque­las que criam os filhos, for­man­do neles os hábi­tos com que con­du­zi­rão sua vida. Nada nos apro­xi­ma tanto da divin­da­de quan­to o tra­ba­lho de criar os filhos e as filhas de Deus. Que vocês sejam for­ta­le­ci­das para enfren­tar os desa­fios diá­rios. Que tenham sabe­do­ria além da pró­pria para lidar com os pro­ble­mas que cons­tan­te­men­te enfren­tam. Que suas ora­ções e súpli­cas sejam res­pon­di­das com bên­çãos sobre vocês e sobre seus entes que­ri­dos. Oferecemos-lhes nosso amor e nossa bên­ção, para que sua vida seja plena de paz e feli­ci­da­de. Isto é pos­sí­vel. Muitos podem tes­ti­fi­car isso. Que o Senhor as aben­çoe hoje e nos anos vin­dou­ros é minha humil­de ora­ção em nome de nosso Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Amém. 9