2010–2019
Invocando o Poder de Jesus Cristo em Nossa Vida
Abril de 2017


14:50

Invocando o Poder de Jesus Cristo em Nossa Vida

O evangelho de Jesus Cristo está repleto de Seu poder, que está disponível a cada filho ou filha de Deus que o busca sinceramente.

Queridos irmãos e irmãs, vivemos em uma dispensação muito difícil. Desafios, controvérsias e complexidades convulsionam-se a nosso redor. Esses tempos turbulentos foram previstos pelo Salvador. Ele nos advertiu que, em nossos dias, o adversário incitaria a ira no coração dos homens e os desviaria. Contudo, jamais foi intenção de nosso Pai Celestial que lidássemos com o emaranhado de problemas pessoais e questões sociais sozinhos.

Deus amou o mundo de tal maneira que enviou Seu Filho Unigênito para nos ajudar. E Seu Filho, Jesus Cristo, deu Sua vida por nós. E o fez para que tivéssemos acesso ao poder divino, poder suficiente para lidarmos com os fardos, os obstáculos e as tentações de nossos dias. Hoje gostaria de falar sobre como podemos invocar em nossa vida o poder de nosso Senhor e Mestre, Jesus Cristo.

Ao aprendermos sobre Ele, começamos a invocar esse poder. “É impossível [a nós sermos salvos] em ignorância.” Quanto mais sabemos sobre o ministério e a missão do Salvador, quanto mais compreendemos Sua doutrina e o que Ele fez por nós, mais entendemos que Ele pode nos dar o poder de que necessitamos em nossa vida.

No início deste ano, convidei os jovens adultos da Igreja a consagrar uma porção de seu tempo toda semana para estudar tudo o que Jesus disse e fez conforme registrado nas escrituras-padrão. Convidei-os a permitir que as citações das escrituras sobre Jesus Cristo, que se encontram no Guia para Estudo das Escrituras, se tornassem seu currículo principal.

Fiz esse desafio porque eu mesmo já o havia aceitado. Li e sublinhei cada versículo citado sobre Jesus Cristo, conforme alistados sob o título principal e os 52 subtítulos que se encontram no Guia para Estudo das Escrituras. Quando concluí esse exercício empolgante, minha esposa me perguntou que impacto isso tivera em mim. Eu disse: “Sou outro homem agora!”

Senti uma renovada devoção a Ele ao ler novamente, no Livro de Mórmon, a declaração do próprio Salvador sobre Sua missão na mortalidade. Ele declarou:

“Eis que vos dei o meu evangelho e este é o evangelho que vos dei — que vim ao mundo para fazer a vontade de meu Pai, porque meu Pai me enviou.

E meu Pai enviou-me para que eu fosse levantado na cruz”.

Nós, santos dos últimos dias, nos referimos à missão Dele como a Expiação de Jesus Cristo, a qual tornou a ressurreição uma realidade para todos e permitiu que a vida eterna seja possível àqueles que se arrependem de seus pecados, recebem ordenanças e convênios essenciais e são fiéis a eles.

É doutrinariamente incompleto referir-se ao sacrifício expiatório do Senhor usando atalhos como “a Expiação”, “o poder capacitador da Expiação”, “aplicar a Expiação” ou “ser fortalecido pela Expiação”. Essas expressões apresentam o risco real de desviar a fé tratando o evento como se ele existisse por si mesmo e tivesse capacidades que não dependessem de nosso Pai Celestial e de Seu Filho, Jesus Cristo.

Dentro do grandioso plano do Pai está o Salvador com Seu sofrimento. Foi o Salvador quem rompeu os laços da morte. Foi o Salvador quem pagou o preço de nossos pecados e de nossas transgressões, e Ele apaga esses pecados se nos arrependermos. É o Salvador quem nos livra da morte física e espiritual.

Não existe um ser sem forma chamado “a Expiação” ao qual imploramos socorro, cura, perdão ou poder. Jesus Cristo é a fonte. Termos sagrados tais como Expiação e Ressurreição descrevem o que o Salvador fez, de acordo com o plano do Pai, para que vivamos com esperança nesta vida e ganhemos a vida eterna no mundo vindouro. O sacrifício expiatório do Salvador — o ato central de toda a história humana — é mais bem compreendido e apreciado quando nos ligamos a Ele de modo expresso e claro.

A importância da missão do Salvador foi ressaltada pelo Profeta Joseph Smith, que disse enfaticamente: “Os princípios fundamentais de nossa religião são o testemunho dos Apóstolos e Profetas a respeito de Jesus Cristo, que Ele morreu, foi sepultado, ressuscitou no terceiro dia e ascendeu ao céu; todas as outras coisas de nossa religião são meros apêndices disso”.

Foi essa declaração do Profeta que incentivou 15 profetas, videntes e reveladores a emitir e assinar um documento com seu testemunho para comemorar o aniversário de 2 mil anos do nascimento do Senhor. Esse testemunho histórico chama-se “O Cristo Vivo”. Muitos membros memorizaram as verdades contidas nesse documento. Outros mal sabem de sua existência. Ao procurarem aprender mais sobre Jesus Cristo, eu os exorto a estudar “O Cristo Vivo”.

Quando investimos tempo em aprender sobre o Salvador e Seu sacrifício expiatório, somos levados a participar de outro elemento fundamental para acessar Seu poder: escolhemos ter fé em Jesus Cristo e segui-Lo.

Os verdadeiros discípulos de Jesus Cristo estão dispostos a se destacar, a defender o evangelho e a ser diferentes das pessoas do mundo. Eles são destemidos, devotados e corajosos. Aprendi sobre esse tipo de discipulado durante uma visita recente ao México, onde me reuni com líderes governamentais e líderes de outras denominações religiosas. Cada um deles me agradeceu pelos esforços heroicos e bem-sucedidos demonstrados por membros a fim de proteger e preservar casamentos e famílias fortes em seu país.

Não há nada de fácil ou automático no que diz respeito a se tornar um discípulo poderoso. Nosso foco deve estar firmemente voltado para o Salvador e Seu evangelho. É necessário muito esforço mental para buscar o Salvador em cada pensamento. Mas, quando nos esforçamos, nossas dúvidas e nossos temores se vão.

Recentemente, soube de uma jovem e destemida Laurel. Ela foi convidada para participar de uma competição estadual de sua escola do Ensino Médio na mesma noite em que havia se comprometido a participar de uma reunião da Sociedade de Socorro na estaca. Quando percebeu o conflito e explicou aos responsáveis pela competição que ela precisaria sair mais cedo para participar de uma reunião importante, disseram-lhe que ela seria desqualificada se o fizesse.

O que essa jovem membro da Igreja fez? Ela manteve o compromisso de participar da reunião da Sociedade de Socorro. Como lhe fora dito, ela foi desqualificada da competição estadual. Quando lhe perguntaram a respeito de sua decisão, ela simplesmente respondeu: “A Igreja é mais importante, não é?”

A fé em Jesus Cristo nos impele a fazer coisas que sem essa fé não faríamos. A fé que nos motiva a agir permite que tenhamos mais acesso a Seu poder.

Também aumentamos o poder do Salvador em nossa vida quando fazemos convênios sagrados e os cumprimos com exatidão. Nossos convênios nos ligam a Ele e nos dão poder divino. Como discípulos fiéis, arrependemo-nos e O seguimos, entrando nas águas do batismo. Seguimos o caminho dos convênios e recebemos outras ordenanças essenciais. Somos gratos por saber que o plano de Deus permite que essas bênçãos sejam estendidas a antepassados que morreram sem a oportunidade de recebê-las durante sua vida mortal.

Homens e mulheres fiéis aos convênios buscam meios de se manterem distantes do mundo para que nada impeça seu acesso ao poder do Salvador. Certa esposa e mãe fiel escreveu recentemente: “Vivemos em tempos turbulentos e perigosos. Somos muito abençoados por termos um maior conhecimento do Plano de Salvação e a orientação inspirada de profetas, apóstolos e líderes amorosos que nos ajudam a navegar com segurança por esses mares tempestuosos. Deixamos de lado o hábito de ligar o rádio pela manhã. Em vez disso, ouvimos um discurso da conferência geral no telefone celular todas as manhãs ao nos prepararmos para mais um dia”.

Outro elemento que invoca o poder do Salvador em nossa vida é buscá-Lo com fé, o que requer esforço diligente e concentrado.

Mulher tocando a orla da roupa do Salvador

Lembram-se da história bíblica da mulher que sofreu por 12 anos com uma doença debilitante? Ela exerceu grande fé no Salvador ao exclamar: “Se tão somente tocar as suas vestes, sararei”.

Essa mulher fiel e centrada precisou se esforçar ao máximo para ser capaz de acessar Seu poder. Seu esforço físico foi um símbolo do seu esforço espiritual.

Muitos de nós clamamos do fundo do coração algo semelhante às palavras dessa mulher: “Se eu pudesse me esforçar espiritualmente o suficiente para invocar o poder do Salvador em minha vida, eu saberia como lidar com esta situação agonizante. Eu saberia o que fazer. E teria o poder para fazê-lo”.

Ao buscarmos o poder do Senhor para nossa vida com a mesma intensidade de alguém que luta para conseguir respirar quando está se afogando, teremos o poder de Jesus Cristo. Quando o Salvador perceber que verdadeiramente desejamos nos achegar a Ele — quando Ele sentir que o maior desejo de nosso coração é invocar Seu poder em nossa vida —, seremos guiados pelo Espírito Santo para saber exatamente o que devemos fazer.

Ao nos esforçarmos espiritualmente além de qualquer coisa que tenhamos feito anteriormente, Seu poder fluirá sobre nós. E então compreenderemos o significado profundo das palavras do hino “Tal Como um Facho”:

Estende, ó Pai, sobre nós tua bênção,

Tal qual no princípio restaura o poder; (…)

E o véu da descrença [começa a] romper!

O evangelho de Jesus Cristo está repleto de Seu poder, que está disponível a cada filho ou filha de Deus que O busca sinceramente. É meu testemunho que, quando invocarmos Seu poder em nossa vida, tanto Ele quanto nós nos regozijaremos.

Como uma de Suas testemunhas nestes últimos dias, declaro que Deus vive! Jesus é o Cristo! Sua Igreja foi restaurada na Terra! O profeta de Deus sobre a Terra em nossos dias é o Presidente Thomas S. Monson, a quem apoio de todo o meu coração. E disso presto testemunho, expressando meu amor a cada um de vocês, no sagrado nome de Jesus Cristo. Amém.