“Eu vi a verdade”
Em 1989, Ricardo “Policarpo” Maria Andrade Gomes e sua esposa, Ofelia, moravam há pouco tempo em sua nova casa em Praia, Cabo Verde, quando dois missionários de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias apareceram em sua porta e perguntaram se eles poderiam se tornar seus inquilinos. Como havia conseguido um bom negócio com os pisos, Policarpo fez a casa com uma grande sala de estar, maior do que havia planejado originalmente. Ele disse aos missionários que eles poderiam ficar e “aproveitar a sala de estar para fazer as reuniões”.
António “Dida” Vaz dos Santos recebeu um exemplar do Livro de Mórmon emprestado por um amigo que também o convidou para assistir às reuniões semanais. Quando Dida leu sobre a visita do anjo Morôni a Joseph Smith, “seus braços ficaram arrepiados e ele sentiu a certeza de que esse livro havia sido realmente entregue ao homem pelos céus e que ele deveria segui-lo”. Depois de devolver o livro ao amigo, Dida colocou uma imagem de Cristo na cruz na porta de sua casa, na qual escreveu “Mórmon” para não esquecer o livro. Ele foi batizado em março de 1989.
No final de 1989, os membros locais mantiveram o ramo em funcionamento depois que os missionários deixaram o país por causa de vistos vencidos. O primeiro converso, Silvestre “Silva” de Pina Rosa, disse que “1990 foi um ano de mudanças em Cabo Verde”. O país passou a ter um governo democrático. Na mesma época, os missionários retornaram. Silva foi chamado para servir como missionário de tempo integral em Portugal em outubro de 1991.
Beatriz Marcelina Lopes Lima conheceu os missionários em 1990, quando eles pararam em sua porta para brincar com seu macaquinho de estimação. Nas primeiras vezes em que os missionários foram a sua casa, Beatriz fingiu que não estava lá. “Isso que estou fazendo não é certo”, pensou ela depois. “Vou deixar aqueles jovens entrarem.” Ouvir a história de Joseph Smith pela primeira vez comoveu Beatriz. “Eu chorei”, disse ela. “Não sei se foi de alegria ou de tristeza, porque ele sofreu muito, algo semelhante ao que Jesus sofreu em sua vida na Terra.”
Beatriz e seu marido, Jorge, foram batizados em 1990, e ela começou a frequentar o ramo na casa de Policarpo e Ofelia. Beatriz foi chamada primeiro como presidente da Sociedade de Socorro do ramo e depois como presidente da Sociedade de Socorro do distrito. Há muito tempo ela serve às mulheres da Igreja em Cabo Verde, ajudando as mais necessitadas e ensinando às moças importantes habilidades para sua vida. “Estamos aqui para ajudar uns aos outros”, disse ela.
Policarpo e Ofelia se filiaram à Igreja em 1990, pouco tempo depois de se oferecerem para sediar as reuniões do ramo. “Gostei tanto da maneira como eles faziam as coisas que comecei a me comprometer com a Igreja”, disse Policarpo. Ele chegou a servir como presidente do ramo de Praia. Depois de conhecer a Igreja, Policarpo se sentiu mais próximo de sua família. “Só conheci o amor depois de conhecer a Igreja”, disse ele. “Eu vi a verdade.”