De Navio, Carrinho de Mão ou Tênis
Jovens inspirados em Portugal estão traçando uma rota para Cristo e também dando um bom exemplo.
Leandro Pedro, de 16 anos, já ouviu muitas histórias na Escola Dominical sobre a fé dos pioneiros que atravessaram as planícies. Ele sempre admirou a coragem que tiveram para caminhar rumo ao desconhecido. Isso o faz lembrar-se de alguns homens que desempenharam um papel-chave na história de seu próprio país, Portugal.
Antes de os pioneiros poderem atravessar as vastas e desabitadas planícies da América do Norte, rotas para o Novo Mundo tiveram de ser descobertas por exploradores corajosos como Cristóvão Colombo, Américo Vespúcio e Fernão de Magalhães durante a Era dos Descobrimentos, no fim do século XV e início do século XVI. Muitos desses exploradores receberam treinamento de navegação em Portugal ou foram patrocinados pelo governo português.
Leandro e seus amigos da Estaca Lisboa Portugal contemplam, no estuário do rio Tejo, o Oceano Atlântico. Foi perto desse ponto, no Monumento aos Descobrimentos, que muitos desses grandes exploradores navegaram rumo a águas desconhecidas que, segundo as crenças de muitos da época, acabavam por levar o homem à beira da Terra ou esquentavam cada vez mais, até fazer o mar ferver.
Contudo, assim como os pioneiros, esses exploradores eram destemidos.
“Havia perigos”, diz Guilherme Abreu, de 13 anos. “Eles precisavam de muita coragem.”
“Nem todos acreditavam que eles teriam sucesso”, concorda Catiana Silva, de 14 anos.
“Os exploradores foram à frente e os outros os seguiram”, prossegue Leandro. “Eles tinham um propósito e os demais os acompanharam em seus sonhos.”
O mesmo se deu com os pioneiros de 1847. O mesmo se repete com os jovens da Igreja hoje.
Exploradores Modernos
Num mundo cheio de riscos, onde tantos navegam às cegas pelos mares da vida sem bússola nem mapa, quem mostrará o caminho? Quem serão os bravos exploradores com visão?
“Seremos nós”, responde Guilherme, referindo-se aos jovens da Igreja. “Temos a fé dos exploradores. Procuramos. Exploramos. Encontramos a palavra do Senhor.”
Esses jovens portugueses compreendem que a coragem e fé que possuem inspirarão outras pessoas a segui-los.
“Nossa família nos seguirá por meio de nosso exemplo”, crê Teresa Silva, de 15 anos.
“Nossos amigos nos seguirão”, diz Guilherme.
E dentro de poucos anos, os jovens de hoje serão os líderes da Igreja de amanhã.
“Precisamos preparar-nos para ser o futuro”, afirma Catiana.
Mares Perigosos
A atividade de um explorador no século XV não era a mais segura do mundo – tanto no Velho quanto no Novo. Era preciso coragem. Muitos sofriam com as más condições de nutrição, deparavam-se com motins na tripulação, sobreviviam a naufrágios ou eram mortos em terras desconhecidas.
O mundo de hoje também apresenta perigos. A influência de Satanás costuma intensificar as tempestades da vida.
“Por onde quer que passemos, sempre há algum perigo à nossa espreita”, diz Catiana.
Ela e seus amigos sugeriram vários instrumentos importantes nos quais todos os exploradores jovens devem basear-se para navegar em meio às tempestades da vida. A oração e o estudo das escrituras estão no topo da lista.
“Devemos seguir o profeta”, acrescenta Leandro.
“Também precisamos ser corajosos”, afirma Francisco Silva, de 14 anos, ao olhar os muitos exploradores representados no Monumento aos Descobrimentos. “Nem sempre é fácil permanecermos fiéis a nossas crenças quando os amigos zombam de nós.”
Mas o que teria acontecido se Colombo houvesse se preocupado mais em ser aceito do que em agir segundo suas convicções?
A Terra Prometida
O profeta Néfi, do Livro de Mórmon, anteviu a Era dos Descobrimentos, que foi inspirada por Deus:
“E olhei e vi entre os gentios um homem que estava separado da semente de meus irmãos pelas muitas águas; e vi que o Espírito de Deus desceu e inspirou o homem; e indo esse homem pelas muitas águas, chegou até a semente de meus irmãos que estava na terra da promissão.
E aconteceu que vi o Espírito de Deus inspirar outros gentios; e eles saíram do cativeiro, atravessando as muitas águas” (1 Néfi 13:12–13).
Esses exploradores ajudaram a preparar o caminho da Restauração do evangelho. Faziam parte do plano de Deus para pôr o rapaz de 14 anos certo no lugar certo no momento certo. As conseqüências são as bênçãos e promessas desfrutadas pelos membros da Igreja de todo o mundo por causa da Restauração do evangelho por intermédio do Profeta Joseph Smith.
Leandro e seus amigos sentem também que foram inspirados pelo Espírito, que os impele a traçar uma rota segura, tendo fé em Cristo, rumo a outra terra prometida — uma terra cheia “do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar” (Isaías 11:9) e que, além disso, lhes permitirá voltar a viver com Deus.
“Se formos fiéis, haverá mais pessoas humildes e justas”, diz Leandro.
“Se formos fiéis”, conclui Guilherme, “alcançaremos a vida eterna.”
É uma rota que o Salvador ajudará qualquer pessoa a seguir, seja a bordo de um navio, puxando um carrinho de mão ou usando tênis.
Exploradores Portugueses
Vários exploradores famosos tinham laços com Portugal durante o período a que os historiadores chamam de Era dos Descobrimentos. Alguns eram portugueses, outros estudaram navegação em Portugal ou navegaram sob a bandeira portuguesa. Entre eles, podemos citar:
Cristóvão Colombo — A famosa viagem desse célebre explorador italiano que ligou os hemisférios oriental e ocidental nos tempos modernos teve como base o aprendizado adquirido ao viver em Portugal.
Américo Vespúcio — Ao navegar sob bandeira portuguesa, esse cartógrafo italiano mostrou que as Américas (denominação baseada em seu próprio nome) eram continentes e não ilhas.
Fernão de Magalhães — Esse explorador português esteve à frente da primeira circunavegação do globo terrestre, passando pelo estreito de Magalhães, na extremidade meridional da América do Sul.
Bartolomeu Dias — Esse explorador português foi o primeiro europeu a dobrar o Cabo da Boa Esperança na extremidade sul da África em busca de uma rota marítima para o Extremo Oriente.
Vasco da Gama — Também português, apoiou-se no sucesso de Bartolomeu Dias e foi o primeiro europeu a chegar ao Extremo Oriente por via marítima.
Pedro Álvares Cabral — Esse explorador português estabeleceu o processo de colonização portuguesa no que viria a tornar-se o Brasil.
Hoje, uma nova geração de exploradores está crescendo entre os mais de 37.000 membros da Igreja que vivem em Portugal. A Missão Portugal Lisboa foi criada em 1974 com quatro missionários transferidos do Brasil. A Missão Portugal Porto foi criada em 1987 e a Missão Cabo Verde Praia foi formada em 2002, cobrindo os Açores e a Ilha da Madeira, territórios portugueses. A Estaca Lisboa Portugal, a primeira das seis estacas do país, foi criada em junho de 1981.
Coragem para liderar
“Deus os abençoe, meus queridos jovens amigos. Vocês são a melhor geração que já tivemos. Vocês conhecem melhor o evangelho. São mais fiéis em seus deveres. São mais fortes para enfrentar as tentações que virão. Vivam de acordo com seus padrões. Oro para que tenham a orientação e proteção do Senhor. Ele nunca os deixará sozinhos. Ele irá consolá-los. Ele irá sustê-los. Ele irá abençoá-los, magnificá-los e tornar sua recompensa agradável e bela. E vocês verão que seu exemplo atrairá outros que serão encorajados por sua força.”
Presidente Gordon B. Hinckley, “Um Estandarte para as Nações, uma Luz para o Mundo”, A Liahona, novembro de 2003, p. 84.