2014
Ele Me Vê?
Janeiro de 2014


Até Voltarmos a Nos Encontrar

Ele Me Vê?

A autora mora em Utah, EUA.

Daniel correu para o quintal e me perguntou: “Se eu olhar para o céu e sorrir, Deus vai sorrir de volta para mim?”

Era manhã, antes de meu filho Daniel ir pela primeira vez ao jardim de infância, e ele tinha algumas preocupações sobre sair de casa para ir à escola. Eu quis me certificar de que ele se sentisse preparado para enfrentar os desafios do “mundo real”. Eu disse a Daniel que sentiria muita saudade dele enquanto ele estivesse fora. Assegurei-o de que, mesmo que não pudesse estar com ele na escola, ele jamais devia sentir-se temeroso ou solitário, porque o Pai Celestial cuidaria dele. Lembrei-o de que ele podia orar a qualquer momento, em qualquer lugar, e que Deus sempre o ouviria.

Enquanto eu falava, Daniel, que mal completara cinco anos, ouvia com muita atenção. Depois de pensar um pouco, perguntou: “Ele me vê quando estou em casa?”

“Sim”, assegurei a ele.

“Ele me vê quando estou fora?” perguntou ele.

“Sim, Ele sempre pode ver você”, respondi.

Com entusiasmo no olhar, Daniel correu imediatamente para o quintal. Segui logo atrás. Daniel estava olhando para cima, para o céu azul sem nuvens, e perguntou: “Se eu olhar para o céu e sorrir, Ele vai me ver e sorrir de volta?”

Sem conseguir falar por causa do nó na garganta e da pontada no coração, acenei com a cabeça: “Sim!”

Ainda olhando para o céu, dessa vez apertando os olhos para enxergar, com a perfeita fé que tem uma criança, Daniel perguntou pensativo: “Será que consigo vê-Lo?”

“Pode ser que você não consiga vê-Lo”, respondi, “mas saberá que Ele está lá porque sentirá o sorriso Dele em seu coração”.

Daniel ficou ali sorrindo enquanto fitava o céu. Pelo semblante sereno em seu rosto angelical, soube que ele estava sentindo aquele sorriso divino no fundo de sua alma.

Da boca das crianças aprendemos muito sobre a fé pura: a fé à qual esperamos que eles se apeguem para sempre. Inevitavelmente descobrirão que, embora a vida seja boa, às vezes é difícil. Oramos para que sua fé os sustenha.

Quando as coisas ficam difíceis em minha própria vida, lembro-me do exemplo de Daniel, e com toda a fé semelhante à de uma criança que um adulto consegue evocar, eu também olho para o céu e pergunto: “Ele me vê?” Depois, tal como Daniel, pondero silenciosamente: “Será que eu consigo vê-Lo?” Ao refletir sobre Suas muitas ternas misericórdias em minha vida, o Espírito Santo confirma que senti verdadeiramente o amor do Pai Celestial. Renovada em minha fé e inspirada pela esperança, o Espírito me assegura de que sempre consigo.

Ilustração fotográfica: Welden C. Andersen; fundo: Craig Dimond