Defender a verdade
Devocional Mundial para Jovens Adultos
21 de maio de 2023
Presidente Dallin H. Oaks: Obrigado pela linda música. E obrigado, comissário Gilbert, por essa bela introdução.
Queridos jovens adultos, incluindo os jovens que vão se formar em breve no Ensino Médio, a irmã Oaks e eu estamos muito felizes em expressar nosso amor e nos dirigir a vocês neste importante devocional. Estes momentos são estressante para todos nós, mas o evangelho de Jesus Cristo nos dá muitos motivos para ter bom ânimo. Por meio de Seu profeta, Deus nos deu o desafio de persistir durante a adversidade, e os ensinamentos de Jesus Cristo descrevem o caminho para prevalecer em direção ao nosso destino divino de vida eterna.
I.
Falando para um grupo como o de vocês, o presidente Russell M. Nelson deu esta importante instrução: “À medida que o mundo se torna cada vez mais secular e menos espiritual, seu crescimento deve ser cada vez mais espiritual e menos secular. Esforcem-se para defender princípios em vez de ser popular”.
Em seguida, ele lançou este desafio, que adotamos como título de nosso devocional: “Conheça a verdade e a defenda, mesmo que ela não seja politicamente popular”.1
A meta para nossa vida mortal e o caminho que devemos seguir para prevalecer são dados no plano de salvação e, mais recentemente, em “A Família: Proclamação ao Mundo”. Observem a perspectiva neste valioso resumo do presidente Nelson:
“A vida não é como uma peça de um só ato. Realmente existe um período pré-mortal. E realmente existe vida após a morte. As porções pré-mortal e mortal são apenas prelúdios para nossa vida pós-mortal. O conhecimento dos três graus de glória, conforme revelado aos profetas, nos dá um vislumbre de nosso potencial pós-mortal. A vida eterna é gloriosa e vale a pena buscá-la.”2
Como santos dos últimos dias, somos abençoados com revelações modernas que nos dão uma compreensão maior do propósito desta vida mortal. Como o presidente Nelson disse, não vemos a vida mortal como uma peça de um só ato. Para nós, existem pelo menos três atos em nossa jornada eterna. O primeiro ato é nossa existência pré-mortal. Nossa atual existência mortal vem a seguir, que seria o segundo ato. Nossa vida após a morte é o terceiro ato. Este último ato inclui uma Ressurreição literal de todos os que já viveram e um Julgamento Final onde seremos designados a um reino de glória de acordo com nossas ações, decisões e nossos desejos.
O evangelho restaurado de Jesus Cristo tem acesso singular à verdade sobre o plano de salvação de nosso amoroso Pai Celestial para Seus filhos.
O propósito de nossa vida na terra, no segundo ato, é crescer em direção ao nosso destino de vida eterna. Fazemos isso ao superar o que o Livro de Mórmon descreve como oposição em todas as coisas, inclusive muitas tentações de violar os mandamentos de Deus. Enfrentar e vencer a tentação, e se aproximar de Deus por meio das escolhas certas e do arrependimento das escolhas erradas, nos ajuda a alcançar o crescimento eterno que é o propósito da vida mortal dos filhos de Deus.
Nós, que temos o dom do Espírito Santo e a luz da revelação moderna, somos abençoados com muitas percepções. Por exemplo, o Livro de Mórmon promete que aquele que procura diligentemente “achará; e os mistérios de Deus ser-lhe-ão desvendados pelo poder do Espírito Santo”.3 Oro para que todos os que amo — e isso inclui todos os filhos de Deus que estão me ouvindo — aceitem esse convite para encontrar e conhecer a verdade.
II.
A primeira verdade diz respeito ao casamento. O casamento é fundamental para o propósito da vida mortal e o que se segue. Somos filhos de um amoroso Pai Celestial que nos criou com a capacidade de seguir Seu mandamento de multiplicar e encher a Terra. Esse poder de criação é um dos dons mais preciosos que temos na vida mortal. Mas o ponto central desse dom é a lei da castidade, o mandamento de que nossos poderes de procriação sejam expressos apenas no casamento entre um homem e uma mulher. Esse mandamento é o ponto central do evangelho de Jesus Cristo. Essa realidade explica por que temos valores diferentes e nos abstemos de certos comportamentos que parecem comuns entre muitos ao nosso redor.
Nossa atitude em relação à definição de casamento e ao próprio casamento são exemplos disso. Os líderes da Igreja de Jesus Cristo estão particularmente preocupados com as recentes mudanças na natureza e extensão do casamento nos Estados Unidos. Isso inclui a crescente tendência dos cidadãos americanos, incluindo alguns jovens dignos membros da Igreja de adiar o casamento. Para demonstrar essa tendência, vejamos dois gráficos sobre o casamento. Embora esses números sejam para os Estados Unidos, eles representam um problema mundial.
Este primeiro gráfico mostra a redução significativa na porcentagem de cidadãos nos Estados Unidos que já foram casados. Nos últimos 30 anos, esse percentual cai de oito a nove por cento tanto para homens quanto para mulheres. O casamento está claramente em declínio nos Estados Unidos.
Este segundo gráfico mostra um aumento na idade de casamento de jovens membros da Igreja. Isso retrata a idade média dos homens e mulheres membros da Igreja na época de seu primeiro casamento. Ele mostra um aumento de cerca de cinco anos para homens e mulheres.4
Pensem no que os jovens adultos membros da Igreja perdem quando seus casamentos são intencionalmente adiados por um período significativo: oportunidades perdidas e bênçãos adiadas. Isso significa atrasos no importante crescimento pessoal que ocorre no relacionamento entre marido e mulher, crescimento em qualidades como sacrifício e humildade. Significa menos oportunidades de trabalhar juntos para edificar o reino de Deus. E, o mais importante, significa menos filhos nascidos para crescer com as bênçãos do evangelho. Vocês sabem de tudo isso e precisam entender que seus líderes compreendem que muitos de nossos solteiros não estão se casando mais cedo por motivos que estão além de seu controle. Falarei mais sobre isso mais tarde.
Kristen, quais são seus sentimentos sobre isso?
Irmã Kristen M. Oaks: Muito bem. Na verdade, o casamento é um dom. O casamento não apenas nos dá a oportunidade de ter mais filhos, mas também nos incentiva a começar uma jornada de crescimento um com o outro. Aprendemos a sacrificar e servir de outras maneiras.
Quando eu era solteira, sempre buscava oportunidades de servir. Agora, todas as noites, no jantar, meu projeto de serviço está bem na minha frente. Aprendo como amar mais e ajudar meu marido; tenho um amigo para rir e chorar. Tenho um advogado, um professor e um líder de torcida que, por sua vez, me ajuda. O casamento é uma oportunidade intrínseca de aprender comunicação e perspectiva. Quero que vocês saibam que a vida se torna melhor quando nosso casamento se conecta a algo maior do que nós mesmos e quando estamos mais próximos de nosso Salvador. E desejo verdadeiramente essa bênção para todos vocês.
Na peça Os Miseráveis, há uma fala que diz: “Amar outra pessoa é ver a face de Deus”.5 Em nenhum lugar isso acontece melhor do que no casamento.
Presidente Oaks: Em termos seculares, adiar os filhos — mesmo sua desvalorização significativa — é evidente na tendência que acabamos de relatar em uma respeitada pesquisa nacional na qual mostra que a importância de ter filhos para os adultos caiu nos últimos 25 anos de 66 por cento para 33 por cento.6
Kristen e eu pensamos no significado dessa desvalorização nacional da importância das crianças para a Igreja quando a irmã de Kristen relatou um comentário de seu neto. Enquanto liam Meu Amigo juntos e olhavam para uma gravura de Jesus, ela ficou intrigada com o Salvador convidando as crianças a virem a Ele. Anders, de quatro anos, respondeu com esta explicação inspirada: “Você não entendeu? Jesus ama crianças”.
Apenas lembrem-se de que um Pai Celestial amoroso tem um plano para Seus jovens adultos, e parte desse plano é o casamento e os filhos.
Agora, só por diversão, queremos compartilhar o que certa vez ensinamos sobre namorar e sair juntos. Aqui está um vídeo sobre o que eu disse em 2005, quando os jovens adultos mais velhos que estão aqui hoje tinham apenas 12 anos de idade, e o resto de vocês eram apenas crianças ou nem sequer tinham nascido.
Por muitos anos, a Igreja aconselhou nossos jovens a não namorarem antes dos 16 anos. Talvez alguns jovens adultos, especialmente homens, tenham levado esse sábio conselho ao extremo e determinado a não namorar antes dos 26 ou talvez até dos 36. Agora convido vocês a voltarem comigo e verem este vídeo de 2005.
Presidente Oaks [vídeo]: “Homens, se vocês voltaram de sua missão e ainda seguem os padrões de menino e menina que foram aconselhados a seguir quando tinham 15 anos, é hora de crescerem. Reúna sua coragem e procure alguém para ser seu par. Comece com uma variedade de encontros com várias moças diferentes e, quando essa fase gerar uma boa perspectiva, prossiga para o namoro. É hora de casar. É isso que o Senhor deseja para Seus filhos e filhas que são jovens adultos. Os homens têm a iniciativa, e vocês devem continuar progredir. Se você não sabe o que é um encontro, talvez esta definição o ajude. Eu ouvi isso de minha neta de 18 anos. Um encontro deve passar o teste dos três: (1) planejar com antecedência, (2) pagar e (3) ir em pares.
Meus jovens amigos solteiros, nós os aconselhamos a canalizar suas associações com o sexo oposto em padrões de namoro que tenham o potencial de amadurecer para o casamento, não em padrões de encontros que só têm a perspectiva de amadurecer para esportes coletivos como o futebol americano. O casamento não é uma atividade em grupo — pelo menos não até que os filhos apareçam em grande número”.7
[Fim do vídeo]
Irmãs, vocês parecem ter gostado dessas instruções para os rapazes solteiros. Agora Kristen tem algumas palavras para as mulheres solteiras.
Irmã Oaks: Presidente Oaks, aquele vídeo sobre namoro é realmente antigo, mas o princípio permanece o mesmo — o namoro ainda precede o casamento.
Por ter me casado aos 53 anos, sei como é esperar por um companheiro digno, o anseio, a tristeza e as lágrimas no travesseiro que muitas vezes a acompanham. Posso testificar do amor do Senhor pelas corajosas irmãs que estão esperando, porque eu senti isso. Meu coração também está com os irmãos fiéis que desejam isso também. A luta é real. Namorar e não namorar pode ser estressante.
Quando minha fé e meu futuro pareciam desafiadores — quando me perguntava por que a vida parecia tão difícil quando eu estava fazendo o melhor possível para viver o evangelho — às vezes sentia que devia estar fazendo algo errado. Eu não estava fazendo nada de errado.
Como a irmã Michelle D. Craig disse: “As provações não significam que o plano está falhando”. O plano inclui o crescimento e tem como objetivo nos ajudar a buscar a Deus. A irmã Craig acrescentou: “O Pai Celestial está mais interessado em [seu] desenvolvimento como discípula de Jesus Cristo do que em [seu] conforto.”8
Se vocês estão perdendo tempo esperando por uma perspectiva de casamento, parem de esperar e comecem a se preparar. Preparem-se para a vida — por meio da educação, experiência e do planejamento. Não esperem que a felicidade seja imposta a vocês. Procurem oportunidades de serviço e aprendizado. Mais importante ainda, confiem no Senhor, “invocando diariamente o nome do Senhor e permanecendo firmes na fé naquilo que está para vir”.9 Prometo que, ao fazerem isso, a felicidade virá para vocês.
Presidente Oaks: Kristen deu a vocês, irmãs, alguns conselhos valiosos. Seu conselho não é antiquado. Na verdade, meu conselho para homens solteiros também não é antiquado. Os líderes da Igreja de Jesus Cristo estão tão preocupados com o casamento quanto estávamos há 20 anos. Nossa preocupação inclui as causas, como a escassez de casas que os jovens casadosconseguem comprar e as crescentes dívidas estudantis.
Como vocês, jovens adultos, sabem muito bem, vocês não são a causa dessas circunstâncias, mas suas vítimas. O que fazer? Sigam adiante com fé e façam o melhor que puder nas circunstâncias do mercado imobiliário menos favoráveis do que eu e seus avós encontramos em nossos primeiros anos. E, principalmente, trabalhem para minimizar o endividamento estudantil.
No plano de Deus podemos ter tudo, mas não na sequência que o mundo parece ditar. Queremos ajudar lembrando vocês do plano de Deus e dos exemplos dignos de nossos predecessores. Nossos pioneiros deixaram suas casas e pertences para trazer suas famílias para a segurança espiritual nas montanhas do Oeste. Hoje, exortamos vocês a não deixarem a segurança espiritual e familiar para obterem bens materiais.
III.
Agora, a respeito de algumas questões que também preocupam nossos queridos alunos do Ensino Médio aqui hoje.
Em todo o país, seus colegas sofrem de ansiedade, estão vulneráveisàs drogas, viciados nas redes sociais e procuram aconselhamento em números recordes. Vocês são afetados por essas influências, mas para vocês as boas notícias superam tudo isso.
Vocês sabem que são filhos de Deus, uma herança exclusivamente divina. Deus os ama. Ele é um mentor poderoso e prometeu ajudá-los se O buscarem da maneira que Ele ensinou. Estabeleçam em sua mente e em suas prioridades pessoais a poderosa verdade de que vocês são filhos amados de Deus. Seu amor dá a vocês o auto-respeito, a força e motivação para enfrentar quaisquer problemas que surgirem em sua vida. E nunca se esqueçam de que Seus servos os amam. Nós os amamos.
Acabei de receber uma carta valiosa de uma jovem de 16 anos que mora em um estado onde temos poucos membros. Vou chamá-la de Amy. Sua carta é importante porque ela expressa sentimentos que são comuns aos jovens de toda a Igreja. A longa carta de Amy inclui essas partes. Pedi a um de seus colegas que lesse suas palavras.
Amy: “Sinto que às vezes recebo mensagens inconsistentes e confusas da Igreja. No meu dia a dia, vejo membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias nas redes sociais agirem como se não fizessem parte deste evangelho. (…) Sinto que sou a única jovem de minha ala que vê as coisas que estão erradas no mundo. (…) Eu realmente não entendo por que tantos jovens em nossa igreja não veem nenhum problema em pessoas mudando de gênero dia sim, dia não, namorando pessoas que são do mesmo sexo ou se identificam como sem gênero. (…)
Nas atividades dos jovens da ala ou estaca, os membros fazem perguntas sobre os pronomes que eu uso, ou na escola pedem para eu dançar com uma menina que pensa ser um menino. Sei que devemos amar a todos e demonstrar respeito, e sempre faço isso. Eu sinto que estamos cruzando uma linha. (…) Gostaria que os líderes da Igreja falassem mais sobre esse problema”.10
Presidente Oaks: Esta é uma carta de uma jovem aflita que tem mais ou menos a idade dos jovens do Ensino Médio que estão aqui. Por que a carta dela meafetou tanto? Ela quer fazer o que é certo, mas se sente cercada por valores e comportamentos que considera errados e não sabe o que fazer a respeito. Ela quer defender a verdade, mas não sabe como fazê-la com amor. Em um devocional para jovens adultos no Ensign College, o élder Clark G. Gilbert e eu descrevemos esse desafio de permanecermos firmes com amor enquanto proclamamos a verdade. Ainda podemos amar os outros e encontrar um denominador comum sem comprometer as verdades que conhecemos.11
Na carta de Amy, ela escreve sobre amigos da Igreja que estão confusos sobre seu gênero, uma condição chamada disforia de gênero. Essa confusão pode assumir diferentes formas em diferentes momentos na vida de uma pessoa. As pessoas afetadas e os membros da família devem, portanto, ter uma visão de longo prazo e procurar confiar e agir de acordo com os princípios eternos. Tenho ponderado sobre esse assunto por algum tempo. Por causa do amor que sinto por aqueles que se preocupam com esse assunto, senti-me inspirado pelo Espírito a usar esta oportunidade para enfatizar algumas das preciosas verdades que o evangelho de Jesus Cristo revela para nos ajudar com tais confusões.
Rapazes e moças, os líderes e professores da Igreja e do seminário e instituto e seus pais têm a responsabilidade e a inspiração de ensinar a vocês as verdades do evangelho restaurado de Jesus Cristo. Vocês têm o valioso livreto Força dos Jovens, que se baseia nos princípios do plano de salvação de nosso Pai Celestial, na Expiação de Jesus Cristo e nos convênios que fizemos quando somos batizados e que renovamos a cada domingo ao tomarmos o sacramento. Suas páginas iniciais contêm esta promessa: “Com essas verdades como seu guia, você pode fazer escolhas inspiradas que vão abençoá-lo agora e por toda a eternidade”.12
Quando perguntaram a Jesus qual era o grande mandamento, Ele deu dois. O primeiro era amar a Deus, pelo qual demonstramos ao guardar Seus mandamentos. O segundo era amar o próximo.13 Devemos fazer as duas coisas, e isso não é fácil. Muitos de nós têm a tendência de dar menos atenção para o mandamento de amar ao próximo e supervalorizar o de guardar a lei (mandamentos). Essa é certamente a minha tendência por causa da minha formação jurídica. Afinal, amar a Deus e mostrar nosso amor por Ele ao guardar Seus mandamentos é o primeiro grande mandamento. E, claro, é mais fácil para nós julgarmos a nós mesmos e aos outros se estamos obedecendo à lei. Mas também é vital que cada um de nós guarde o segundo mandamento, que é “semelhante a este”,14 para amar nosso próximo da maneira que Jesus nos amou.15
Meu exemplo divino favorito de unir e guardar esses dois grandes mandamentos é o que o Salvador fez quando se deparou com essa questão. O capítulo oito do livro de João relata como um grupo de escribas e fariseus trouxe uma mulher para ser julgada por Jesus. O motivo deles era fazer o Salvador escolher contradizer a lei de Moisés ou a lei de Roma, que não permitia a pena capital imposta pela lei de Moisés em tal circunstância. Mas o valor do exemplo para nós hoje é como Jesus evitou a armadilha e ensinou uma lição poderosa de como aplicar os dois grandes mandamentos.
Primeiro, o Salvador enfraqueceu de modo eficaz aqueles que buscavam a aplicação imediata da lei. Ele fez isso obrigando-os a fazer uma autoavaliação. “Aquele que dentre vós está sem pecado”, disse Ele, “seja o primeiro que atire pedra contra ela”.16 Quando a multidão envergonhada partiu, o Salvador aplicou o poder do amor. Ele misericordiosamente se recusou a condenar a mulher, e esse ato amoroso a elevou para uma nova vida. A aplicação da lei viria depois, quando ela seria julgada por toda a sua vida, incluindo o arrependimento. Mas, naquela ocasião anterior, o Salvador estendeu o amor e a misericórdia ao abster-Se de condenar e depois confirmou a lei dizendo: “Vai-te, e não peques mais”.17
A necessidade de unir e aplicar a lei e o amor, com equilíbrio e tempo inspirados, está sempre presente. O élder Christofferson nos lembrou que “colocar o primeiro mandamento em primeiro lugar não diminui nem limita nossa capacidade de guardar o segundo mandamento. Pelo contrário, ele o amplia e fortalece. (…) O amor a Deus eleva nossa capacidade de amar os outros porque, em essência, trabalhamos em parceria com Deus para cuidarmos de Seus filhos”.18
Considerem essas duas expressões, uma de um orador recente na BYU e a outra em um discurso de uma autoridade geral.
“Toda a obra do plano de salvação, culminando no grande sacrifício expiatório do Senhor Jesus Cristo, permite que nos tornemos seres de amor na forma mais profunda de conexão com os outros. (…)
Isso nos ensina que os mandamentos e toda a orientação profética — inclusive as preciosas verdades da proclamação sobre a família — devem nos guiar nos caminhos de Deus para que possamos nos tornar seres de amor.”19
Agora, o outro discurso:
“Tentar agradar aos outros antes de agradar a Deus é inverter os dois primeiros grandes mandamentos. É esquecer-se de que lado está. Mas, ainda assim, todos já cometemos esse erro por temor aos homens. (…)
O Salvador, nosso grande exemplo, sempre esteve do lado de Seu Pai. Ele amou e serviu ao próximo, mas disse: ‘Eu não recebo glória dos homens’ (João 5:41). Ele queria que aqueles a quem ensinava O seguissem, mas não os lisonjeava para conquistá-los.”20
Essas descrições do amor e da lei são ambos guias verdadeiros do que Deus nos ordenou fazer. Já me referi anteriormente ao fato de estarmos “continuamente [tentando] equilibrar os dois mandamentos do amor e da lei”,21 mas agora acredito que podemos esclarecer melhor essa meta como a tentativa de viver esses dois mandamentos de forma mais completa. “Qualquer um que não trata as pessoas que enfrentam desafios de identidade de gênero com amor e dignidade não está alinhado com os ensinamentos do primeiro e do segundo mandamentos. Assim, no que diz respeito à lei de Deus, precisamos lembrar que Deus revelou repetidas vezes que criou macho e fêmea.22 E quanto ao nosso dever de amar o próximo, precisamos lembrar que Deus nos ordenou amar até mesmo aqueles que não guardam os mandamentos.
Se você, um membro de sua família, ou um amigo está lutando com essas questões de confusão de identidade, exorto-o a aplicar tanto a lei do evangelho quanto o amor e a misericórdia de nosso Salvador e Redentor, que o ajudará e o guiará se você andar pacientemente em Seus caminhos. Jesus Cristo, que disse ser a “luz do mundo”,23 nos ensina o caminho que precisamos seguir para receber as bênçãos mais especiais de nosso Pai Celestial. Ele nos ensina por meio das escrituras, de Seus profetas e por meio de revelação pessoal. Ele nos ama e nos guiará ao procuramos segui-Lo.
IV.
Uma questão que está relacionada e que é mais familiar é o sentimento de atração romântica por pessoas do mesmo sexo. É claro que, se não receberem a ação, essas atrações não são pecados. Mas como lidamos com esses sentimentos, em nós ou em outras pessoas?
Meu primeiro conselho é lembrar que quaisquer que sejam nossas próprias variações na diversidade das criações de nosso Pai Celestial, Ele ama a todos nós e tem lugar para todos em Seu plano perfeito de felicidade. Demonstramos nosso amor por Ele ao guardar Seus mandamentos, inclusive o amor por Seus filhos.
Ao lidar com esses sentimentos, as pessoas e os familiares devem ter cuidado com os rótulos. O presidente Russell M. Nelson falou sobre isso no devocional mundial do ano passado. Ele ensinou que rotular é universalmente limitante porque divide e restringe a maneira como as pessoas pensam sobre si mesmas e sobre os outros. Consequentemente, ele ensinou: “Nenhum identificador deve remover, substituir ou ter prioridade sobre essas três atribuições duradouras: ‘filho de Deus’, ‘filho do convênio’ e ‘discípulo de Jesus Cristo’”. Então, ele advertiu:
“Qualquer identificador que não seja compatível com essas três atribuições básicas acabará por decepcioná-los. Outros rótulos vão desapontá-los com o tempo porque não têm o poder de conduzi-los à vida eterna no reino celestial de Deus”.24
Os convênios que fazemos têm o poder de conduzir-nos à vida eterna e ao reino celestial. Mais uma vez, o presidente Nelson nos ensinou no ano passado:
“Uma vez que tivermos feito um convênio com Deus, nosso relacionamento com Ele se torna muito mais próximo do que antes do convênio. Agora estamos unidos. Por causa de nosso convênio com Deus, Ele nunca Se cansará de procurar nos ajudar, e nunca esgotaremos Sua paciência misericordiosa para conosco. Cada um de nós tem um lugar especial no coração de Deus”.25
Então, apenas alguns meses atrás, o presidente Nelson novamente nos lembrou que “fazer e guardar convênios, na verdade, torna a vida mais fácil! Cada pessoa que faz convênios (…) recebe acesso ampliado ao poder de Jesus Cristo”.26
Acrescentando ao poder pessoal que advém do cumprimento dos convênios está o maravilhoso ensinamento de nosso Salvador de que, em meio aos desafios da vida mortal, devemos “[ter] bom ânimo”.27
Em um discurso há alguns meses, o élder Jeffrey R. Holland nos lembrou que Jesus deu esse ensinamento na véspera de Sua crucificação. Como Ele poderia falar de alegria em meio a angústia que enfrentou? O élder Holland explicou:
“Mesmo na fatídica atmosfera que deve ter prevalecido na última ceia, Cristo ainda lembrou a Seus discípulos a razão e o seu dever de ‘[ter] bom ânimo’ [João 16:33]. (…)
Certamente, essa manifestação de Sua fé, de Sua esperança e caridade veio porque Ele conhece o fim da história. Ele sabe que a justiça prevalece no final das contas. Ele sabe que a luz sempre vence as trevas para sempre e sempre e sempre”.28
Kristen, você gostaria de dizer algumas palavras finais para este amado grupo?
Irmã Oaks: Tudo o que dissemos aqui pode trazer bênçãos para nossas vidas. Todos nós conhecemos a história dos filhos de Israel quando eles foram atacados por serpentes venenosas no deserto. Mas esta noite é sua história também. Moisés obedeceu as ordens de Deus e construiu um cajado que simbolizava nosso Salvador, Jesus Cristo. Então, Moisés chamou todos para olhar para cima e eles seriam curados de suas feridas.
Esta noite, assim como os israelitas, estamos sendo atacados por várias crenças que consideramos sagradas. Peço a vocês também que olhem para Deus e vivam. Observem as palavras proferidas esta noite, as palavras de nosso profeta, as escrituras, o plano de salvação e sua bênção patriarcal. Orem e o Senhor estará com vocês. Isso não significa que nenhum de nós sairá ileso, mas significa que não estaremos sozinhos e seguiremos adiante guiados e protegidos do mal ao nosso redor. Significa que conheceremos a verdade e desfrutaremos no Espírito. Convido vocês a olhar para Deus e viver.
V.
Presidente Oaks: Falamos sobre o plano de salvação — todos os três atos que foram revelados, especialmente o propósito desta vida mortal.
Falamos sobre o papel e o momento certo do casamento e de ter filhos.
Ensinamos que devemos buscar diligentemente conhecer Jesus Cristo, sentir Seu amor, ter fé Nele e em Sua orientação amorosa ao longo do caminho do convênio para nosso destino eterno.
Falamos dos dois grandes mandamentos — amar a Deus e amar nosso próximo — e ensinamos que ambos devem ser observados.
Em todas as nossas preocupações, ao enfrentarmos todos os nossos desafios, nós os exortamos a terem bom ânimo, porque Ele venceu o mundo. Também podemos fazer isso. Lembrem-se, o plano de nosso Pai Celestial é um plano de felicidade.
Testifico de nosso Salvador Jesus Cristo, que é o caminho, a verdade e a vida. No sagrado nome de Jesus Cristo, amém.