Ele me fez pescador de homens

Jessica Brousseau

Revistas da Igreja

Colby Merryman, de Topsham, Maine, EUA, é pescador de lagostas e de homens.

Desde o início da adolescência, o despertador de Colby tocava todas as manhãs às 4:00 a.m., dizendo a ele que se levantasse para que pudesse estar no barco às 5:00. Colby pertence à terceira geração de pescadores de lagostas do Maine, EUA. Ele precisava estar nas águas com o pai às 5:00 a.m., para que pudessem ter um dia de pesca bem-sucedido.

Os pescadores de lagostas

Colby teve que trabalhar muito e arduamente para conseguir sua própria licença para pesca de lagosta. Ele passou 200 dias e 1.000 horas de treinamento sobre a água ao longo de alguns anos. Ele teve que aprender como lidar com barcos de pesca e navegação, e também estudou os regulamentos e as regras de segurança da indústria.

Ele diz: “Eu tinha seis anos quando meu pai me levou para pescar pela primeira vez. Mesmo naquela idade, foi-me dado o trabalho de ‘atar’ as lagostas, ou colocar elásticos pesados nas garras delas.”

Quando Colby fez 14 anos, seu pai o contratou como auxiliar e, aos 15 anos, Colby comprou seu próprio barco de pesca. Ele também estudou sobre mecânica de pequenos motores e carpintaria para prepará-lo para fazer parte da pesca de lagosta.

Ser um pescador de lagostas tem sido uma parte divertida e educacional da vida de Colby. Isso o ensinou a administrar seu próprio barco e a ser responsável pelas decisões que toma dentro e fora da água. “Pescar lagosta é um trabalho físico árduo e pode ser perigoso”, diz ele.

As regras de segurança que seu pai lhe ensinou o protegem fisicamente, assim como os mandamentos do Senhor o protegem espiritualmente. Se trabalharem arduamente e se manterem seguros durante toda a época de lagostas, sua família se reúne para uma “grande refeição de lagostas” a cada verão para comemorar o legado de lagostas da família.

O pescador geralmente nomeia seus barcos com o nome de uma mulher importante em sua vida. Colby chamou seu barco de “Angelica Jewel”, em homenagem a suas duas irmãs. Mais tarde, vendeu o barco, o caminhão e o equipamento para ajudar a pagar sua missão.

Seminário na água

Quando Colby tinha idade suficiente para começar o seminário, teve de lidar com um conflito de horários. A pesca começava às 5:00 a.m. e durava muitas horas. O seminário era às 6:00 a.m. Ele não poderia estar em dois lugares ao mesmo tempo… ou poderia?

Colby começou a frequentar o seminário por videoconferência todas as manhãs às 6:00 para que pudesse cumprir tanto seus deveres de pesca quanto sua educação espiritual. “Sempre senti que estava começando o dia com um grande estímulo espiritual”, diz ele. Eu adorava estar na água para o seminário. Era calmo e tranquilo, e eu sentia o Espírito do Senhor lá fora.”

Ele ouvia e ponderava, lia as escrituras e participava do debate com os professores e colegas de classe. Depois, às 6:45 a.m., ele voltava a pescar.

Sem dúvida, o seminário em um barco de pesca nem sempre era o ideal. O barulho do motor era alto e o distraía. Muitas vezes, a água estava agitada, e o barco ficava movimentado com o trabalho matutino. Às vezes, o clima tempestuoso impedia Colby de ter uma boa conexão para participar da chamada de vídeo. “Era difícil frequentar o seminário no barco de pesca”, diz ele. “Teria sido mais fácil não fazê-lo. Mas estou muito feliz por ter reservado tempo todos os dias para participar do seminário.”

Lições de pesca espiritual

Nem todas as lições de Colby no barco eram sobre pescar. “Aprendemos muito sobre o evangelho trabalhando no oceano em um barco”, diz ele. “Há tantas semelhanças. Uma das coisas que meu pai me ensinou foi confiar na água e no clima, e confiar em seu equipamento de navegação.”

Ele comparou isso a seguir o Espírito Santo durante as tempestades da vida, dizendo que o Espírito Santo funciona como nosso equipamento de navegação. “Agora entendo por que é tão importante aprender a ouvir e seguir os sussurros do Espírito Santo e a voz do Senhor.”

“Não acho que sempre será fácil ser um discípulo de Jesus Cristo”, diz ele, “mas acho que vale a pena”.

Pescadores de homens

Agora Colby serve como missionário de tempo integral na Missão Utah Provo. Ele está realmente vivenciando o que significa ser um “pescador de homens”. Cristo chamou pescadores comuns para serem Seus apóstolos e ajudar a pregar Seu evangelho. Colby, agora élder Merryman, diz: “Isso me ajuda a saber que uma pessoa comum como eu pode seguir o Salvador quando Ele chama. Sinto uma conexão com o Salvador. Sinto que Ele me chamou para ser pescador de homens, para lançar uma rede de luz do evangelho e chamar a atenção daqueles que estão prontos para segui-Lo.”

Quando o élder Merryman reflete sobre sua experiência no seminário no barco de pesca, ele diz que isso “fez diferença em minha missão”. Sua classe do seminário lhe ensinou “muitas histórias valiosas das escrituras”. Essas histórias e lições, por sua vez, o prepararam para ensinar o evangelho pelo Espírito. “Todos os dias uso as lições que aprendi no seminário.”

O élder Merryman também reconhece a influência espiritual de sua mãe ao levar sua própria família para o evangelho. Ele diz: “Foi minha mãe que primeiro foi pescadora de homens. Ela compartilhou a luz do evangelho com meu pai. Graças a ela, nossa família tem desfrutado as bênçãos do templo e do evangelho de Jesus Cristo em nosso lar.”

“Sei que o evangelho restaurado de Jesus Cristo é verdadeiro”, diz o élder Merryman. “Isso muda vidas para o bem. Vi isso acontecer com pessoas que ensinei enquanto estava na missão. Seguir o evangelho me ajudou a me arrepender e a me aproximar de Jesus Cristo.”