A Felicidade Começa no Lar
No mês passado aconteceu algo importante em nossa vida. Nossa neta mais velha casou-se para o tempo e a eternidade no Templo de Lago Salgado. Quando aquela linda jovem se ajoelhou com um excelente rapaz, muitas esperanças e bênçãos se concretizaram — para o jovem casal — a realização das extraordinárias bênçãos das ordenanças do templo; e, para os pais, a consolidação de anos de ensinamentos e amor. Minha esposa, Patrícia, e eu, nos sentimos grandemente abençoados ao ver aquele grupo de familiares reunidos, que incluia oito filhos e seus cônjuges.
Desde aquele dia, temos recordado e refletido sobre muitos ensinamentos acerca do que consideramos uma família ideal. Embora haja diferença entre as famílias, em relação ao local onde residem, ao número de filhos e às suas experiências, esses fatores não diminuem o desejo que todos temos de alcançar o ideal. O Presidente David O. McKay declarou: “Podemos fazer do lar um pedacinho do céu; na verdade, considero o céu a continuação de um lar ideal.” (Improvement Era, outubro de 1948, p. 618.) Esperamos que nossos filhos vivam no lar as coisas de que falarei a seguir.
Provavelmente, a melhor dádiva que os pais podem conceder aos filhos é amar ao outro, ser companheiros, até mesmo ficar de mãos dadas e demonstrar seu amor pela maneira como se tratam.
O lar deve ser um lugar feliz, pelo esforço de cada um em mantê-lo assim. Dizem que a felicidade começa em casa, e devemos esforçar-nos por fazer do lar um lugar feliz e agradável para nossos filhos. Um lar feliz é centralizado nos ensinamentos do evangelho. Isso requer esforço e dedicação constante de todos os que dele fazem parte.
No lar ideal cada filho deve ter a oportunidade de desenvolver sua personalidade, sem sofrer excessiva coação. A disciplina é o amor organizado, e os filhos se desenvolvem melhor numa atmosfera de amor, com diretrizes adequadas para edificarem a vida e os costumes. A maioria das vezes os filhos são punidos mais por imitarem os pais que por desobedecer-lhes. Devemos ser o que queremos ver.
Em Doutrina e Convênios 88:119 é descrita a espécie de lar que devemos procurar desenvolver: “Organizai-vos; preparai todas as coisas necessárias; e estabelecei uma casa, mesmo uma casa de oração, uma casa de jejum, uma casa de fé, uma casa de ensino, uma casa de glória, uma casa de ordem, uma casa de Deus.”
Sabemos que no mundo existe uma maré de livros e revistas de valores negativos para nós e nossos filhos. Os livros que existem em nossa casa são para ser lidos e nela não deve haver estantes com fechaduras e chaves, para guardarem livros de conteúdo questionável.
Em nosso lar deve reinar a verdade absoluta, e devemos procurar responder a qualquer pergunta com a maior honestidade. A honestidade é a companheira da verdade, e a desonestidade o é da falsidade. Devemos esperar que nossos filhos sejam inteiramente honestos, assim como nós, os pais, o somos.
Em nossa casa deve haver hospitalidade, e deve ser um lugar onde os amigos se sintam bem. Em nosso lar preferimos que os filhos invadam a geladeira e usem a cozinha, em vez de andarem pelos lugares escuros do mundo. E melhor comprar um sorvete, que desejá-lo depois.
No lar ideal, o domingo deve ser o dia mais feliz da semana. Devemos aguardar com alegria a sua chegada, porque é o dia em que vamos juntos à igreja, depois voltamos para casa e conversamos sobre o que aprendemos nas reuniões. A hora da refeição é uma excelente oportunidade para conversar com os filhos a respeito do que aprenderam na Escola Dominical e em outras reuniões. A maneira de guardarmos o dia do Senhor indica o que sentimos pelo Pai Celestial.
Embora os pais vivam atarefados, devem encontrar tempo para se manterem informados sobre os acontecimentos atuais, lerem bons livros, conversarem sobre os artigos das revistas da Igreja um com o outro e com os filhos. As revistas podem dar uma bela dimensão à nossa vida, se as tornarmos parte de nosso lar e as comentarmos com a família. Esse é um desafio constante, mas vale a pena enfrentá-lo.
A família deve ajoelhar-se diariamente em oração familiar. Alma 58:10 nos ensina que: “Portanto, elevamos nossas almas a Deus em oração, suplicando que nos livrasse das mãos de nossos inimigos, dando-nos forças, sim, e também nos concedendo meios de manter nossas cidades, terras e possessões para o sustento de nosso povo.” Nossa família sempre precisou ser fortalecida — e ainda precisa — e a oração diária, de joelhos, certamente contribui para isso. Os filhos precisam ser constantemente ensinados a como agir quando crescerem e tiverem suas próprias famílias.
As mães e filhas devem agir com dignidade e ser recatadas em todos os sentidos. Devem ser ativas na Sociedade de Socorro, na Organização das Moças ou Primária. A irmã Curtis e eu sempre nos lembramos das vezes em que assistimos às reuniões da Sociedade de Socorro junto com nossas mães, quando éramos crianças.
Os pais e filhos devem ser educados e gentis. Devem honrar o sacerdócio, cumprir missão e servir ao Senhor.
As famílias precisam observar inteiramente a Palavra de Sabedoria, sem questionar qualquer aspecto deste mandamento.
Mães, pais e filhos precisam da experiência de prestar testemunho e manifestar seu amor ao Pai Celestial e a Jesus Cristo. Prestar testemunho não se limita à capela. Qualquer recinto familiar pode ser um local ideal de se partilhar experiências profundamente espirituais. As recordações felizes são criadas conscientemente, e os pais precisam preparar eventos espirituais especiais, para criarem lembranças espirituais no lar.
Os pais devem importar-se o suficiente para aguardar a volta dos filhos, quando saem ou para procurá-los, caso demorem a chegar. Lembro-me de ter lido muitas páginas de escrituras, sentado à mesa da cozinha, esperando a volta de meus filhos adolescentes.
A mesa da cozinha pode ser um bom lugar para lições valiosas e conversa franca. Não devemos usá-la apenas para participar de uma boa refeição, mas também para um intercâmbio de amor e amizade. As escrituras podem ser lidas na mesa da cozinha, e as mães e os pais podem explicar os ensinamentos dos profetas. Néfi afirmou: “Por que minha alma se deleita nas escrituras, e meu coração medita sobre elas, e as escreve para instrução e proveito de meus fihos.” (2 Néfi 4:15.) Ao refletir sobre os anos em que criávamos nossos filhos, podemos ver como nós e nossos entes queridos sempre precisamos das escrituras. Sobre que melhor assunto poderíamos conversar com nossos filhos, que as escrituras e nosso amor a eles?
Os filhos devem saber que os pais os amam o suficiente para ensinar-lhes o evangelho. As noites de segunda-feira podem tornar-se especiais pela noite familiar — pela presença do amor, dos hinos, das brincadeiras e de valiosos momentos de aprendizado. Descobrimos que o filho que brinca e rola no assoalho, durante a noite familiar, ouve e aprende mais do que imaginamos.
Como pais, a irmã Curtis e eu agora ficamos observando nossos filhos, que constituíram seu próprio lar. Refletimos profundamente ao vê-los ensinarem a seus filhos, nossos netos, os princípios do evangelho. Reconhecemos que não é fácil, mas também sabemos que todos precisamos tentar.
As coisas de que falei hoje são alguns dos ideais que todos devemos buscar. Poucos de nós já alcançamos este ponto, mas o Presidente McKay disse que é possível, e, portanto, vale a pena tentar.
Testifico que sei que o evangelho e tudo o que ele nos proporciona se destina a trazer-nos felicidade, assim como àqueles que amamos. Jesus Cristo é o centro de nossa vida. Sei que ele está perto de seus servos aqui na terra, hoje. Ele nos ama e podemos sincera e honestamente cantar e proclamar, “Sou um filho de Deus”, sabendo que isso é verdade, (Hinos, 1985, n. 301).
Testifico que Jesus é o Cristo. Eu o amo; minha esposa o ama, e temos o profundo desejo de que nossos filhos e netos amem e obedeçam a nosso Senhor e Salvador. Em nome de Jesus Cristo. Amém.