Permita que Cristo seja o autor de sua história
Permitam que sua narrativa seja uma narrativa de fé ao seguirem seu Exemplo, o Salvador Jesus Cristo.
Inicio meu discurso fazendo várias perguntas com o propósito de promover a autorreflexão:
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Que tipo de narrativa pessoal vocês estão escrevendo para sua vida?
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O caminho descrito em sua história é estreito?
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Sua história termina onde começou, em seu lar celestial?
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Em sua história, há um exemplo a ser seguido? Esse exemplo é o Salvador Jesus Cristo?
Testifico que o Salvador é “o autor e consumador [de nossa] fé”.1 Vocês vão convidá-Lo a ser o autor e consumador de sua história?
Ele conhece o fim desde o princípio. Ele foi o Criador dos céus e da Terra. Ele deseja que voltemos ao nosso lar para viver com Ele e nosso Pai Celestial. Ele investiu tudo em nós e deseja que tenhamos sucesso.
O que vocês acham que nos impede de permitir que Ele escreva nossa história?
Talvez esta analogia ajude em sua autoavaliação.
Um advogado de defesa competente sabe que, durante um interrogatório, ele normalmente não deve fazer perguntas para as quais não saiba as respostas. Fazer tais perguntas incentivaria a testemunha a contar a ele, ao juiz e ao júri algo que ele próprio ainda não sabe. Essas respostas poderiam pegá-lo de surpresa e poderiam se opor à narrativa que ele desenvolveu para o caso.
Embora, para um advogado, fazer perguntas para as quais ele não saiba as respostas seja algo imprudente; para nós, o oposto é verdadeiro. Podemos fazer perguntas a nosso amoroso Pai Celestial, em nome de nosso misericordioso Salvador, e a testemunha que as responderá será o Espírito Santo, que sempre testifica da verdade.2 Como Ele trabalha em perfeita união com o Pai Celestial e com Jesus Cristo, sabemos que as manifestações do Espírito Santo são confiáveis. Por que, então, às vezes resistimos em pedir esse tipo de ajuda celestial, a verdade manifestada a nós por meio do Espírito Santo? Por que adiamos fazer perguntas para as quais não sabemos as respostas se a testemunha não é apenas cordial, mas sempre diz a verdade?
Talvez seja porque não temos a fé necessária para aceitar as respostas que receberemos. Talvez seja porque o homem ou a mulher natural em nós resiste em permitir que o Senhor assuma completamente o controle das coisas e resiste em confiar Nele inteiramente. Talvez seja por isso que escolhemos aderir à narrativa que escrevemos para nós mesmos, uma versão confortável de nossa história sem as edições do Autor Supremo. Não queremos fazer perguntas para obter respostas que não se encaixem perfeitamente na história que estamos escrevendo para nós mesmos.
Falando francamente, provavelmente poucos de nós adicionariam à sua história as provações que nos refinam. Contudo, não ficamos fascinados com a conclusão gloriosa de histórias que lemos, nas quais o protagonista vence sua batalha? As provações são os elementos da trama que tornam nossas histórias favoritas convincentes, atemporais, capazes de promover a fé e dignas de serem contadas. As belas batalhas adicionadas à nossa história nos aproximam do Salvador e nos refinam, fazendo com que nos tornemos mais semelhantes a Ele.
Para Davi vencer Golias, o menino teve que enfrentar o gigante. A narrativa confortável para Davi teria sido voltar a cuidar de ovelhas. Porém, em vez disso, ele refletiu sobre sua experiência ao salvar cordeiros de um leão e de um urso. Alicerçado nesses feitos heroicos, ele exerceu fé e coragem para permitir que Deus escrevesse sua história e declarou: “O Senhor me livrou da mão do leão, e da do urso; ele me livrará da mão deste filisteu”.3 Com o desejo de permitir que Deus prevalecesse, ouvindo o Espírito Santo e estando disposto a também permitir que o Salvador fosse o autor e consumador de sua história, o menino Davi derrotou Golias e salvou seu povo.
O sublime princípio do arbítrio, evidentemente, permite que escrevamos nossa própria história — Davi poderia ter voltado para casa, voltado a cuidar de ovelhas. Porém, Jesus Cristo está pronto para nos usar como instrumentos divinos, como lápis apontados em Suas mãos, para escrever uma obra-prima! Em Sua misericórdia, Ele está disposto a me usar, um lápis fino e frágil, como um instrumento em Suas mãos, se eu tiver fé para permitir que Ele assim o faça, se eu permitir que Ele seja o autor de minha história.
Ester é outro belo exemplo de como permitir que Deus prevaleça. Em vez de aderir a uma narrativa cautelosa de autopreservação, ela exerceu fé, entregando-se completamente ao Senhor. Hamã estava tramando destruir todos os judeus da Pérsia. Mardoqueu, parente de Ester, ficou sabendo da trama e escreveu a Ester insistindo que ela falasse com o rei em favor de seu povo. Ela explicou a ele que qualquer um que se aproximasse do rei sem ser chamado estaria sujeito à morte. No entanto, em um tremendo ato de fé, ela pediu a Mardoqueu que reunisse os judeus para jejuar por ela. Ela disse: “E eu e as minhas moças também assim jejuaremos; e assim irei ter com o rei, ainda que não seja segundo a lei; e se perecer, pereci”.4
Ester estava disposta a permitir que o Salvador escrevesse sua história mesmo que, pelas lentes da mortalidade, seu final pudesse ser trágico. Felizmente, o rei a recebeu, e os judeus da Pérsia foram salvos.
É claro que o nível de coragem de Ester raramente será exigido de nós. Contudo, permitir que Deus prevaleça, permitir que Ele seja o autor e consumador de nossa história, exige que guardemos Seus mandamentos e os convênios que fizemos. Ao guardarmos mandamentos e convênios, a linha de comunicação para que recebamos revelação por meio do Espírito Santo será aberta para nós. E é por meio das manifestações do Espírito que sentiremos a mão do Mestre escrevendo nossa história conosco.
Em abril de 2021, nosso profeta, o presidente Russell M. Nelson, pediu-nos que refletíssemos sobre o que poderíamos fazer se tivéssemos mais fé em Jesus Cristo. Com mais fé em Jesus Cristo, poderíamos fazer perguntas para as quais não sabemos as respostas — pediríamos a nosso Pai Celestial, em nome de Jesus Cristo, que nos enviasse uma resposta por meio do Espírito Santo, que testifica da verdade. Se tivéssemos mais fé, faríamos a pergunta e estaríamos dispostos a aceitar a resposta que recebemos mesmo que ela não se encaixe em nossa narrativa confortável. A bênção prometida que virá por agirmos com fé em Jesus Cristo é um aumento na fé que temos Nele como nosso autor e consumador. O presidente Nelson declarou que nós “[recebemos] mais fé ao fazer algo que exija mais fé”.5
Então, um casal sem filhos que sofre com a infertilidade poderia perguntar com fé se deve adotar filhos e estar disposto a aceitar a resposta, mesmo que a narrativa que eles escreveram para si mesmos inclua um nascimento milagroso.
Um casal de idosos poderia perguntar se é hora de servir missão e estar disposto a ir, mesmo que a narrativa que eles escreveram para si mesmos inclua mais alguns anos de trabalho remunerado. Talvez a resposta seja “ainda não”, e eles aprenderão nos capítulos posteriores de sua história por que foi necessário que permanecessem em casa por um pouco mais de tempo.
Um rapaz ou uma moça poderiam perguntar com fé se seria de maior valor para eles investir nos esportes, nos estudos acadêmicos ou na música e estar dispostos a seguir os sussurros da testemunha perfeita, o Espírito Santo.
Por que desejamos que o Salvador seja o autor e o consumador de nossa história? Porque Ele conhece nosso potencial perfeitamente; Ele nos levará a lugares que nunca imaginamos. Ele pode nos tornar como Davi ou Ester. Ele vai nos elevar e nos refinar para sermos mais semelhantes a Ele. As coisas que alcançaremos ao agirmos com mais fé aumentarão nossa fé em Jesus Cristo.
Irmãos e irmãs, há apenas um ano, nosso querido profeta perguntou: “Vocês estão dispostos a permitir que Deus prevaleça em sua vida? (…) Estão dispostos a permitir que qualquer coisa que Ele precise que vocês façam tenha precedência sobre quaisquer outras ambições?”6 Humildemente faço um acréscimo a essas perguntas proféticas: “Vocês vão permitir que Deus seja o autor e consumador de sua história?”
Em Apocalipse, aprendemos que estaremos diante de Deus e seremos julgados pelos livros da vida, segundo nossas obras.7
Seremos julgados pelo livro de nossa vida. Podemos escolher escrever uma narrativa confortável para nós mesmos. Ou podemos permitir que o Autor e Consumador Supremo escreva nossa história conosco e que o papel que Ele precisa que desempenhemos tenha precedência sobre outras ambições.
Permitam que Cristo seja o autor e consumador de sua história!
Permitam que o Espírito Santo seja sua testemunha!
Escrevam uma história na qual o caminho em que vocês estiverem seja estreito, um curso que os leve de volta ao seu lar celestial para que vivam na presença de Deus.
Permitam que a adversidade e a aflição que fazem parte de toda boa história sejam um meio pelo qual vocês se aproximem de Jesus Cristo e se tornem mais semelhantes a Ele.
Contem uma história na qual vocês reconheçam que os céus estão abertos. Façam perguntas para as quais vocês não saibam as respostas, sabendo que Deus está disposto a revelar a vontade Dele a vocês por meio do Espírito Santo.
Permitam que sua narrativa seja uma narrativa de fé ao seguirem seu Exemplo, o Salvador Jesus Cristo. Em nome de Jesus Cristo, amém.