Tornar-se um centro de força
Em resposta às solicitações de ex-missionários na América do Sul, o presidente da Igreja, George Albert Smith, chamou Frederick e Corraine Willliams para abrirem a missão no Uruguai em 1947. Quando os Williams chegaram a Montevidéu no mês de agosto, logo conseguiram o reconhecimento da Igreja e estabeleceram ali o escritório e a casa da missão. Em dezembro de 1947, porém, apenas três dos 24 missionários no Uruguai falavam espanhol. Um pequeno grupo de membros expatriados formou a semente da comunidade da Igreja. No dia 4 de novembro de 1948 a missão realizou sua primeira reunião batismal.
Durante a década seguinte, ramos pequenos mas em crescimento foram formados em muitas comunidades em todo o Uruguai. À medida que os ramos cresciam, porém, pouco esforço foi feito para chamar conversos locais para servir como líderes. “Tive a sensação de que essa era uma igreja de Salt Lake”, observou Thomas Fyans, presidente da missão, logo após sua chegada, em dezembro de 1960. Os missionários eram responsáveis por tudo.”
Quando foi designado como presidente de missão, Thomas recebeu o encargo de organizar uma estaca no Uruguai. Sabendo que uma estaca jamais seria possível sem uma liderança local, Thomas estabeleceu uma meta de chamar líderes locais em todos os ramos no prazo de três meses. Todo fim de semana, Thomas viajava para os novos ramos, onde entrevistava e chamava membros locais — muitos deles conversos bem recentes — para servirem como presidentes de ramo.
No domingo em que planejaram chamar um novo presidente de ramo em Paysandú, Thomas ainda não havia encontrado um membro local para liderar. Entretanto, quando a reunião sacramental começou, Thomas recebeu uma nítida impressão espiritual. À medida que a reunião transcorria, Thomas chamou José Maria Ghiorsi, um converso que havia sido batizado havia apenas cinco semanas, e Haydée, esposa do José, em uma sala reservada, onde perguntou se ele aceitaria servir como presidente de ramo. José foi apoiado alguns minutos depois de ter aceitado o chamado. No final do mês de abril de 1961, todos os ramos da missão, exceto três, eram liderados por membros locais.
Sob a liderança local, a frequência às reuniões aumentou, os membros começaram a visitar-se e a encorajar uns aos outros com mais frequência, e começaram a apresentar os missionários para seus amigos e vizinhos. Os missionários, livres das preocupações de liderança, passavam mais tempo ensinando. Os batismos de conversos em 1961 foram duas vezes maiores do que no ano anterior.
Em 1962, o foco de Thomas voltou-se para organização de uma estaca. Muitos dos novos líderes no Uruguai tinham um forte desejo de organizar a Igreja de forma mais completa, no entanto, nenhum deles sabia realmente como funcionava uma estaca. Thomas, por meio de uma série de milagres, conseguiu enviar o presidente de distrito, Juan Echizarto, e seus conselheiros, Vincente Rubio e César Guerra, para Utah a fim de observarem as estacas de lá.
Com as informações coletadas durante esta viagem, Juan, Vincente e César retornaram, “esforçando-se com uma nova visão e dedicação para elevar o nível de toda a missão”. Os três assumiram a liderança ao ensinarem os membros locais a trabalhar juntos para aumentar a cooperação e coesão entre os ramos. No dia 12 de novembro de 1967, depois de quase cinco anos de solicitações e conversas com a sede da Igreja, o élder Spencer W. Kimball, do Quórum dos Doze Apóstolos, organizou a Estaca Montevidéu Uruguai, com Vincente Rubio como presidente da estaca. Thomas, que na época trabalhava em projetos de tradução da Igreja, também esteve presente na reunião. Quando chegou a hora de o élder Kimball anunciar a criação da estaca, Thomas atuou como intérprete quando o élder Kimball disse: “Tom, você e eu vamos formar a primeira estaca no Uruguai”.