Não Havia Dúvida
Quando os missionários me mostraram o filme estático da Primeira Visão do Profeta Joseph Smith, foi-me difícil conter as lágrimas. A história de sua busca da verdade era de certa forma semelhante à minha.
Na época, eu tinha vinte anos de idade e morava na Itália, minha terra natal. Por cinco anos, eu estivera procurando respostas que a religião de meus pais não podia me dar. Procurei essas respostas em outras religiões e filosofias, mas sempre havia algo faltando em todas elas. Durante o ano anterior ao meu encontro com os missionários, essa busca tinha-se tornado a coisa mais importante em minha vida. Distanciei-me de alguns amigos e até saí da faculdade onde estudava. Meus parentes não podiam me compreender.
No final de 1984, encontrei os missionários na rua e dei-lhes o meu endereço. Eu sabia muito pouco sobre a Igreja, mas por algum motivo tive vontade de conversar com eles.
Alguns dias depois, eu estava em meu quarto. Abri o coração a Deus, pedindo-Lhe que me mostrasse o que Ele queria que eu fizesse. Ao orar, senti que uma grande paz me envolvia. Naquele exato momento, a campainha tocou. Quando os missionários entraram, eu sabia que eles tinham as respostas que eu procurava.
Na segunda palestra, os missionários desafiaram minha mãe e eu a sermos batizados. Tivemos reações diferentes. Depois de ler boa parte do Livro de Mórmon, jejuei, orei e recebi uma confirmação da veracidade daquilo que os missionários estavam ensinando. Minha mãe, porém, não tinha a menor intenção de ser batizada.
Quando os missionários saíram, minha mãe me propôs uma decisão muito difícil. Se eu decidisse ser batizado, teria que encontrar outro lugar para morar. Não havia dúvida para mim. Eu sabia qual era a escolha correta. Saí da casa de minha mãe naquela mesma noite.
No dia seguinte, os missionários, o presidente do ramo e eu fomos até a casa da minha mãe tentar resolver o problema. Na conversa que tivemos, aceitei o pedido de minha mãe de esperar um mês antes de ser batizado, mas só o fiz pelo respeito que tinha por ela e para provar-lhe que meu desejo era sincero.
Durante aquele mês, os missionários continuaram a me ensinar. Nada mudou para minha mãe, e ficou evidente que ela queria que eu adiasse novamente o batismo. Contudo, não pude esperar, e no dia 15 de fevereiro de 1985, o melhor dia de minha vida até então, fui batizado.
Minha mãe ficou zangada com minha decisão, e eu não sabia o que devia fazer. Fui falar com meu presidente de ramo, e oramos juntos. Senti-me inspirado a pedir ao irmão de meu pai que me deixasse morar com sua família.
Meu tio concordou, mas sob a condição de que eu voltasse para a universidade. Pouco tempo depois, porém, nosso relacionamento se deteriorou porque ele não queria que eu fosse à Igreja ou que ajudasse os missionários. Por fim, proibiu-me de sair da casa para ir à conferência de distrito na qual eu receberia o Sacerdócio de Melquisedeque.
Novamente, tive que escolher entre uma vida tranqüila e o evangelho. Não havia dúvida para mim. Naquele sábado, acordei cedo, arrumei as malas e saí.
Não foi fácil ser membro da Igreja, mas o Senhor me abençoou, e segui meu próprio caminho sem o apoio de minha família. Uma das maiores bênçãos que recebi aconteceu quando fui visitar a casa de um casal recém-batizado, numa designação do quórum de élderes. Ali conheci a filha deles, Giovanna.
Depois de algum tempo, Giovanna também foi batizada, e planejamos casar-nos. Mas bem no dia de nosso casamento, recebemos um comunicado legal de que o casamento não poderia ser realizado. Minha mãe tinha encontrado um meio de impedi-lo. Depois de vários meses difíceis, resolvemos a questão e nos casamos. Temos hoje quatro lindos filhos.
Tivemos algumas dificuldades como família, mas essas experiências fortaleceram nosso testemunho. O Senhor nos abençoou muito e usou nossas provações e dificuldades para guiar-nos e abençoar nossa vida. Não há dúvida alguma disso.
Giuseppe Martinengo é membro da Ala Timpanogos Park Cinco, Estaca Orem Utah Norte.