Tempo para as Coisas Eternas
Nathan Yeung, sacerdote no Ramo I (Inglês) Victoria, Distrito Internacional Hong Kong, passa uma hora por dia no seminário diário matinal, sete horas na escola, mais uma hora no trajeto entre sua casa e a escola, duas ou três horas por dia fazendo as tarefas da escola e mais duas ou três horas praticando no piano, estudando artes marciais, jogando no time de basquete de sua escola ou cantando no coral da escola. Se ele tomar seu desjejum enquanto faz alguma outra coisa e usar apenas uma hora para as refeições, isso quer dizer que ele tem aproximadamente oito horas para qualquer outra coisa, inclusive dormir.
Mas essa história não é sobre Nathan e tudo o mais que ele faz, porque a maioria dos jovens no ramo estão ocupados fazendo coisas interessantes da mesma forma.
Lesa Lai, uma Laurel, tem um horário bem semelhante, com exceção do horário da escola, que é meia hora mais longo; ela viaja uma hora para ir e uma hora para voltar da escola, e joga vôlei, futebol e pratica atletismo—dependendo da época do ano. Shan Singh, sacerdote, joga rugby e serve como presidente do conselho de jovens.
Essa é a mesma história para Alice Andersen, Celestine Yeung, Musashi e Chihiro Howe, Chelsea e Casey Messick, e outros rapazes e moças no distrito.
Esses jovens são típicos adolescentes entre os muitos jovens santos dos últimos dias em todo o mundo, que, como num ato de equilibrismo no circo, parecem saber equilibrar a difícil tarefa de cumprir todas as atividades na Igreja, tempo para a família, escola, trabalho e atividades extra-curriculares. Como conseguem executar uma coisa tão difícil, equilibrar todas as atividades, sem cair na armadilha de esquecer o mais importante?
Como Conseguem Fazer Tudo?
Essa é a questão. “Tudo é uma questão de prioridades”, diz Chelsea, uma Laurel. “Se deixarmos tempo para as coisas mais importantes, tudo o mais se ajeita.”
Chelsea, Nathan e seus amigos no Distrito Internacional de Hong Kong estão aprendendo que é mais fácil encontrar equilíbrio quando os pés estão firmemente plantados na fundação do evangelho. Eles sabem reconhecer a importância de ter tempo pessoal para o evangelho. “Isso é a parte mais importante do meu dia”, diz Nathan. “Se eu não leio, oro e se não vou ao seminário, meu dia vai mal.”
“A maioria de meus amigos na escola não são membros da Igreja”, diz Lesa. “Então depende de nós mesmos ter um tempo pessoal para a Igreja. Eu procuro ler as escrituras e ouvir música da Igreja todos os dias.”
Algumas vezes, organizar as prioridades significa deixar de fazer uma coisa boa para ter tempo para fazer uma coisa mais importante. “Tive que desistir do emprego porque eu estava muito ocupada”, diz Chelsea. Todos os demais tiveram que fazer escolhas semelhantes.
Faça da Família uma Prioridade
Juntamente com o evangelho, a prioridade número um desses jovens é a família. “A família é importante”, diz Casey, professora. “Eu sei que sempre posso pedir-lhes ajuda. Posso confiar neles. Eu sei que posso ficar com eles para sempre.”
Mas, algumas vezes, achar tempo para ficarmos todos juntos pode ser uma tarefa difícil. “Não é apenas o meu horário”, diz Lesa. “Não temos muito tempo juntos porque meus irmãos também saem muito, e meu pai viaja muito.”
Então, com as famílias, esses jovens precisam encontrar uma maneira para terem tempo uns para os outros. “Eu costumava sair muito com meus amigos nos fins de semana, mas agora procuro deixar tempo para minha família. Vejo meus amigos nos dias de escola”, diz Celestine, menina-moça. “E quando meu pai está em casa, procuramos acomodar nossos horários ao horário dele.”
Cada um desses jovens concorda que os fins de semana são com freqüência mais disponíveis para a família, se forem cuidadosamente planejados. “O domingo especialmente”, diz Chelsea. “Os domingos são para a família.”
“Procuro certificar-me de que tenho tempo para eles quando estou planejando fazer alguma coisa”, diz Nathan. Além disso, sua família sempre procura jantar juntos. “E a noite familiar é importante.
“A noite familiar ajuda-nos a ficarmos juntos”, concorda Musashi, professora. “Tentamos planejar as atividades para a noite familiar no sábado. É importante ter tempo para a família, porque nossa meta é estarmos juntos para a eternidade.”
Boas Escolhas Trazem Bênçãos
O equilíbrio em todas as coisas é apenas uma das bênçãos, é o resultado de estabelecer metas de crescimento espiritual como a prioridade máxima.
“Fazer tempo para o evangelho é bom para a parte espiritual da vida”, diz Musashi. “Ajuda o testemunho crescer.”
Também é importante porque ajuda a estabelecer um bom exemplo, conforme diz Shan. “Outras pessoas podem dizer que você vive como se deve”, diz ele. “Algumas vezes, meus amigos fazem perguntas por causa da maneira como vivemos.”
“Se eu não leio e oro antes de ir para o seminário, não estarei preparado quando as oportunidades missionárias surgirem”, diz Nathan.
Para Chelsea, trata-se de lembrar da verdadeira razão de estarmos aqui na Terra. “Orar e ler as escrituras são coisas que nos lembram que Jesus Cristo deve ser o centro de nossa vida. Essa lembrança afeta tudo o que fazemos”, ela diz. “Do contrário, é muito fácil ficar ocupado demais e esquecer porque viemos para a Terra.”
Quando nos lembramos de ter o Salvador como o centro de nossa vida, percebemos que a vida não é somente um ato de equilibrismo, tentando apenas manter no ar tantas atividades diferentes, e sim, fixar-se em solo firme. Como disse Helamã: “Lembrai-vos de que é sobre a rocha de nosso Redentor, que é Cristo, o Filho de Deus, que deveis construir os vossos alicerces; (…) que é um alicerce seguro; e se os homens edificarem sobre esse alicerce, não cairão.” (Helamã 5:12)
Bom ou essencial?
“Quando as coisas do mundo se acumulam, é muito freqüente que as coisas erradas tenham a prioridade maior. Torna-se fácil, então, esquecer o propósito fundamental da vida. Satanás tem uma arma poderosa para usar contra as pessoas boas. A distração. Ele permitiria que as pessoas enchessem sua vida com ‘coisas boas’, para que não tivessem espaço para as coisas essenciais. Você, inconscientemente, já se encontra preso nessa armadilha?”
Élder Richard G. Scott do Quórum dos Doze Apostólos, “Primeiro o Mais Importante”, A Liahona, julho 2001, p. 7.