Só Mais Cinco Minutos
Nossa família gosta muito da natureza. Passamos quase todos os sábados ao ar livre: no verão, fazendo caminhadas em locais afastados, acampando, andando de bicicleta ou apreciando belas paisagens; e andando de trenó, esquiando ou fazendo passeios na neve no inverno. São momentos maravilhosos com a família que dão a mim e meu marido a oportunidade de conversar com nossos três filhos.
Num dia de verão, fizemos uma caminhada em volta de um lago numa floresta nas proximidades de nossa casa. O tempo estava perfeito: ensolarado e quente com uma brisa refrescante e agradável que vinha do lago. Ao percorrermos a trilha, mostrávamos uns aos outros as flores do campo e as diferentes espécies de árvores. Falamos do quanto o Pai Celestial deve amar-nos para criar tal beleza para nosso deleite. Tentamos chegar a um acordo sobre qual era o lugar mais bonito que já víramos. Um dos filhos sugeriu o Parque Nacional Yellowstone, nas redondezas. Outro escolheu um dos nossos locais prediletos para acampar. Pensamos em nossa viagem ao litoral e na beleza de uma trilha de esqui pela floresta com árvores cobertas de neve reluzente.
Nosso filho mais novo, Jacob, de sete anos, que até então ouvira nossa conversa sem intervir, opinou: “Acho que o lugar mais bonito do mundo é onde estão todas as coisas que nos lembram Jesus”. As coisas que nos lembram Jesus? Tentei mentalmente fazer a ligação e então percebi que Jacob se referia à Praça do Templo, em Salt Lake City. Com o templo magnífico, as árvores, as fontes e jardins floridos, a Praça do Templo é de fato um lugar lindo. Mas para Jacob, a Praça do Templo significa mais do que apenas a beleza exterior da natureza.
Por ter nascido com um delicado problema cardíaco, Jacob já passou por três cirurgias do coração e incontáveis exames, com muitas outras operações ainda previstas. O médico de Jacob vem com freqüência a Idaho mas, para as cirurgias e alguns exames, precisamos dirigir-nos ao centro médico das Crianças da Primária em Salt Lake City. Esses deslocamentos costumam ser marcados pela ansiedade e preocupação com a saúde de Jacob, e descobrimos que uma visita à Praça do Templo ajuda-nos a acalmar os nervos e a recordar o plano do Pai Celestial e a necessidade de confiarmos Nele.
Na véspera da mais recente e complicada cirurgia de Jacob, levamo-lo à noite ao centro de visitantes da Praça do Templo, onde nos sentamos e contemplamos a gloriosa estátua do Salvador — o Christus. Na paz, calor e segurança do colo dos pais e sem querer ir embora, Jacob ficou quieto de uma forma atípica para uma criança de sua idade e pedia sem cessar que ficássemos “só mais cinco minutos”. Acabamos ficando lá por mais de uma hora. Quando por fim precisamos partir, todos estávamos em paz e preparados para lidar com a cirurgia qualquer que fosse seu resultado.
A meu ver, Jacob acha a Praça do Templo bonita não por causa do que vê lá, mas devido ao que sente. As dádivas do Pai Celestial de paz, esperança e consolo são mais belas do que qualquer coisa que Jacob se lembre de ter visto com os olhos físicos.
Compreender o plano do Pai Celestial e confiar em Sua vontade e aceitá-la podem trazer paz e alegria indescritíveis. Quando ficamos desanimados, perturbados ou com medo, há um lugar que podemos buscar — não uma bela localidade qualquer, mas nosso Salvador Jesus Cristo. E acho que Jacob tem razão: não há nada mais lindo do que isso.