A Mão Resgatadora do Salvador
Certo verão, quando eu morava no Arkansas, meus vizinhos me convidaram para ir com eles acampar, pescar e nadar em um grande reservatório perto de Sardis, Mississipi. Passamos alguns dias aproveitando todo tipo de atividades recreativas.
Em nosso último dia, fomos nadar uma última vez antes de voltar para casa. Enquanto meus amigos e eu estávamos jogando bola na água, a bola passou por cima de mim e parou um pouco depois de onde eu estava. O vento imediatamente começou a levá-la sobre a água para longe. Comecei a segui-la, mas o vento continuou levando-a para além do meu alcance. Em pouco tempo, havia chegado às bóias que indicam o limite da área permitida para nado. A bola havia passado das bóias e ido em direção à parte principal do reservatório.
Ao me aproximar das bóias, pensei um pouco se deveria nadar além delas. A bola não estava tão longe de mim, e eu tinha certeza de que poderia alcançá-la. Afinal eu concluíra o curso de salva-vidas e usava com orgulho o emblema do curso em meu calção de banho. Sentia-me à vontade na água e confiante de que era forte o suficiente para recuperar a bola.
O vento, no entanto, continuou a manter a bola fora do meu alcance. Algumas vezes cheguei tão perto que consegui tocá-la com a ponta dos dedos, apenas para vê-la afastar-se de novo. Finalmente, uma rajada de vento soprou e a bola ficou fora do meu alcance.
Não me dei conta do quanto me havia distanciado, até o momento em que parei para descansar. A água parecia muito mais escura e fria do que estava na área permitida para nado. Quando olhei para trás e vi a praia, percebi que estava perto da metade do reservatório. Decidi abandonar a bola e nadar de volta para praia. Eu estava cansado e sem forças, mas não estava preocupado. Eu era jovem e sentia que tudo acabaria bem.
Mas, ao tentar voltar para praia, o vento que ajudara a bola soprava contra mim. Não importava o quanto eu nadasse, parecia não fazer diferença. Meus braços e pernas começaram a queimar e a doer. Comecei a nadar no estilo cachorrinho e a boiar, tentando recuperar as forças.
Então ouvi um som conhecido — o som de um barco. Fiquei feliz e aliviado em ver um homem em um pequeno barco parar ao meu lado e oferecer-me uma carona até a praia. Meus braços e minhas pernas estavam completamente sem forças. Eu não consegui nem entrar no barco, então coloquei um braço e me pendurei enquanto o estranho me rebocou até a área permitida para nado. Agarrei-me a uma das bóias, soltei-me do barco, acenei agradecendo e nadei até a praia.
Quinze anos depois, eu estava de novo em perigo. Por muito tempo vinha nadando no reservatório do pecado. Seguindo o curso do mundo e indo atrás de coisas de pequeno ou nenhum valor, havia colocado minha vida em perigo. Já não tinha mais forças nem esperança. As coisas que eu havia buscado estavam fora do meu alcance e a escuridão parecia ter-me tragado.
Em desespero, clamei ao Pai Celestial. Como o homem do barco, o Salvador veio resgatar-me quando eu mais precisava Dele. Por intermédio de um profeta de Deus nestes últimos dias, Ele conduziu-me ao Livro de Mórmon, guiou-me pelo caminho do arrependimento e lavou-me dos pecados nas águas do batismo. Ele me colocou então longe das impurezas do mundo, onde tenho procurado ficar desde aquela época.