2014
Vida Eterna: Conhecer a Deus, Nosso Pai Celestial, e Seu Filho, Jesus Cristo
Novembro de 2014


Vida Eterna: Conhecer a Deus, Nosso Pai Celestial, e Seu Filho, Jesus Cristo

Deus e Cristo são literalmente um Pai e um Filho, seres separados, distintos e individuais, embora unificados em Seu propósito.

Há muitos anos, tive a oportunidade de estudar os últimos testemunhos dos profetas de cada dispensação. Cada um prestou um vigoroso testemunho de Deus, o Pai, e de Seu Filho, Jesus Cristo.

Ao ler esses testemunhos — e tantos outros como esses ao longo dos anos — emocionei-me ao sentir o quanto o Pai Celestial ama profundamente Seu Filho Primogênito e ao ver a maneira como Jesus demonstra Seu amor obedecendo à vontade de Seu Pai. Testifico-lhes que, quando fazemos o que é necessário para conhecer a Eles e o amor que Eles têm Um pelo Outro, ganharemos “o maior de todos os dons de Deus” — sim, a vida eterna.1 Pois “a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”.2

Como podemos receber esse dom? Ele vem por meio da revelação pessoal, sobre a qual ouvimos e aprendemos esta manhã.

Vocês se lembram da primeira vez em que descobriram que havia um Deus e que poderiam sentir Seu amor? Quando eu era menino, costumava admirar o céu estrelado, ponderar e sentir Sua presença. Era o máximo explorar as belezas magníficas da criação de Deus, desde os menores insetos até as árvores majestosas. Ao reconhecer a beleza desta Terra, eu soube que o Pai Celestial me amava. Soube que eu era literalmente parte da progênie espiritual e que todos nós somos filhos e filhas de Deus.

Como eu soube isso? Talvez vocês se perguntem. Aprendemos nas escrituras: “A alguns é dado saber, pelo Espírito Santo, que Jesus Cristo é o Filho de Deus e (…) a outros é dado crer nas palavras deles, para que tenham também vida eterna se permanecerem fiéis”.3 Na minha opinião, isso não significa que alguns dependerão sempre do testemunho de outros.

Meu próprio testemunho cresceu à medida que aprendia mais sobre o Pai Celestial e o Salvador por meio dos ensinamentos e testemunhos de meus pais e meus professores, pelas escrituras, que eu lia diligentemente, e especialmente pelo Espírito Santo. Enquanto exercia fé e obedecia aos mandamentos, o Espírito Santo me testificava que aquilo que eu aprendia era verdade. Foi assim que comecei a saber por mim mesmo.

Nesse processo, a busca por revelação pessoal é o que mais importa. Néfi convida cada um de nós: “Banqueteai-vos com as palavras de Cristo; pois eis que as palavras de Cristo vos dirão todas as coisas que deveis fazer”.4

Antes do meu oitavo aniversário, procurei saber mais sobre o batismo. Li as escrituras e orei. Aprendi que receberia o dom do Espírito Santo quando fosse confirmado. Também comecei a entender que Deus e Cristo são literalmente um Pai e um Filho, seres separados, distintos e individuais, embora unificados em Seu propósito. “Nós [os] amamos porque [Eles] nos [amaram] primeiro.”5 E pude observar cada vez mais como Eles amam Um ao Outro e trabalham juntos para o nosso bem. Ouçam algumas das muitas escrituras que nos ensinam essa verdade:

Ao ensinar sobre nossa existência pré-mortal, o Pai Celestial Se refere a Jesus Cristo como “meu Filho Amado, que foi meu Amado e meu Escolhido desde o princípio”.6 Quando o Pai criou a Terra, Ele o fez “por meio de [Seu Filho] Unigênito”.7

Maria, mãe de Jesus, soube que daria à luz “o filho do Altíssimo”.8 E quando Jesus atingiu a adolescência, disse a Sua mãe “que [Lhe convinha] tratar dos negócios de [Seu] Pai”.9 Anos depois, quando o Salvador foi batizado, o Pai Celestial falou dos céus, dizendo: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”.10

Ao ensinar Seus discípulos a orar, Jesus disse estas palavras:

“Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome;

Venha o teu reino, seja feita a tua vontade assim na terra como no céu”.11

Ele ensinou a Nicodemos: “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito”.12 Ele explicou Seus milagres, dizendo: “O Filho por si mesmo não pode fazer coisa alguma, se o não vir fazer o Pai; porque tudo quanto [o Pai] faz, o Filho o faz igualmente”.13

Ao se aproximar a hora da Expiação, Jesus orou, dizendo: “Pai, é chegada a hora; (…) Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer”.14 Depois, quando o peso de nossos pecados se abateu sobre Ele, orou, dizendo: “Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres”.15 Nos últimos instantes sobre a cruz, Sua oração foi: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”; e, por fim, exclamou: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”.16

Ele em seguida visitou no mundo espiritual os espíritos daqueles que haviam morrido para lhes dar “poder para levantarem-se, depois que ele ressuscitasse dos mortos, e entrarem no reino de seu Pai”.17 Depois de Sua Ressurreição, o Salvador apareceu a Maria Madalena e disse: “Subo para meu Pai e [para] vosso Pai”.18

Ao visitar o povo do continente americano, Seu Pai O apresentou, dizendo: “Eis aqui meu Filho Amado, em quem me comprazo e em quem glorifiquei meu nome”.19 Quando Jesus desceu em meio ao povo, apresentou-Se a Si mesmo, dizendo: “Eis que eu sou Jesus Cristo (…). Eu (…) glorifiquei o Pai, tomando sobre mim os pecados do mundo”.20 Ao ensinar Sua doutrina, Ele explicou:

“E esta é (…) a doutrina que o Pai me deu; e dou testemunho do Pai e o Pai dá testemunho de mim”.21

“Em verdade (…) o Pai e eu somos um.”22

Não identificamos nessas escrituras um padrão que testifica do Pai e do Filho como seres e indivíduos distintos? Como, então, Eles são um? Não é porque Eles sejam uma só pessoa, mas, sim, porque Eles são unificados em propósito, dedicados igualmente a “levar a efeito a imortalidade e vida eterna do homem”.23

Jesus é Deus, embora distinga continuamente a Si mesmo como um Ser em separado e individual, ao orar a Seu Pai e ao dizer que faz a vontade de Seu Pai. Em Seu ministério entre os nefitas, Ele orou: “Pai, não rogo pelo mundo, mas por aqueles que tu me deste do mundo (…) para que eu esteja neles, como tu, Pai, estás em mim, para que sejamos um, para que eu seja glorificado neles”.24

Tendo isso em mente, não nos surpreende que a Restauração do evangelho tenha começado com a aparição não de um, mas de dois Seres glorificados. A respeito de sua Primeira Visão, o Profeta Joseph Smith testificou: “Um deles falou-me, chamando-me pelo nome, e disse, apontando para o outro: Este é Meu Filho Amado. Ouve-O!25

O jovem Profeta, que fora ao bosque para descobrir a qual igreja deveria se unir, foi com fé inabalável, e retornou com o conhecimento e um testemunho do único Deus verdadeiro e de Jesus Cristo, a Quem Deus enviara. Joseph, como os profetas antes dele, haveria de ser um instrumento para restaurar ao mundo o conhecimento que conduz à vida eterna.

Vocês podem também buscar nosso Pai Celestial e “esse Jesus sobre quem os profetas e apóstolos [testificaram]”26 tanto nas escrituras como nesta conferência geral. Em sua busca por um testemunho pessoal, por revelação pessoal, vão descobrir que o Pai Celestial nos deu uma forma especial de saber a verdade por nós mesmos: por meio do terceiro membro da Trindade, o personagem de espírito que conhecemos como Espírito Santo.

“E quando receberdes estas coisas” — inclusive o que lhes falei hoje — “eu vos exorto a perguntardes a Deus, o Pai Eterno, em nome de Cristo, se estas coisas não são verdadeiras; e se perguntardes com um coração sincero e com real intenção, tendo fé em Cristo, ele vos manifestará a verdade delas pelo poder do Espírito Santo.

E pelo poder do Espírito Santo podeis saber [com certeza] a verdade de todas as coisas”.27

Irmãos e irmãs, testifico-lhes que nosso Pai Celestial quer que busquemos esse conhecimento agora. As palavras do profeta Helamã clamam desde o pó: “Lembrai-vos, lembrai-vos de que é sobre a rocha de nosso Redentor, que é Cristo, o Filho de Deus, que deveis construir [o vosso alicerce] (…) e se os homens edificarem sobre esse alicerce, não cairão”.28 De fato, não cairemos.

Esse alicerce é Jesus Cristo. Ele é “a Rocha do Céu”.29 Se edificarmos nossa casa sobre Ele, as chuvas dos últimos dias poderão descer, as enchentes poderão chegar e os ventos poderão soprar; mas não cairemos. Não cairemos, pois nossa família e nosso lar estarão edificados sobre Cristo.30

Testifico-lhes que esse lar é “uma casa de glória”.31 Nele, nós nos reunimos em família para orar ao Pai Celestial em nome de Jesus Cristo, Seu Filho Amado. Nele, nós damos glória e agradecemos a Eles. Nele, recebemos o Espírito Santo e “a promessa que [Ele nos faz] de vida eterna (…), sim, a glória do reino celestial”.32

Presto-lhes meu testemunho especial de que nosso Salvador é Jesus Cristo, que nosso Eterno Pai Celestial nos ama e cuida de nós, que temos um profeta nesta dispensação, sim, o Presidente Thomas S. Monson, que nos guia e nos orienta. O Espírito Santo testifica que isso é verdade para todos os que vão e buscam o conhecimento. Em nome de Jesus Cristo. Amém.