Todos Podem Aprender com um Profeta
Henry Serion Sr., Havaí, EUA
Quando eu tinha 17 anos, trabalhei num hotel em Kailua-Kona, Havaí, EUA. Como era mensageiro, vi muitos famosos que se hospedaram em nosso estabelecimento, como John Wayne, Dorothy L’Amour e Esther Williams.
Certa noite, depois da chegada da maioria dos hóspedes, eu estava fazendo um intervalo em frente ao hotel quando uma limusine preta parou ao lado do meio-fio e sete homens desembarcaram, todos de calça preta, camisa branca e gravata. Vinham acompanhados por outro homem que vestia um terno preto. Depois que o motorista estacionou o carro, todos seguiram para o restaurante do hotel. Achei que fossem agentes do FBI e entrei para continuar a atender as chamadas de serviço dos quartos.
Cerca de uma hora depois, fui fumar um cigarro fora do hotel e vi aquele mesmo grupo sair do restaurante para voltar à limusine, que esperava junto ao meio-fio. Seguiram pela calçada até o veículo e abriram a porta traseira para o homem de terno preto. Mas em vez de entrar no carro, o homem com o paletó escuro parou, deu meia volta para me olhar encostado no edifício e veio até mim.
Ele era alto e magro, com óculos redondos e um pequeno cavanhaque branco. Estendeu uma mão para me cumprimentar e pôs a outra em meu ombro. Causou-me surpresa o fato de um homem de aparência tão distinta vir falar comigo, um rapaz que ele nem sequer conhecia.
Não me lembro de todas as palavras que ele me disse além de “essas coisas são ruins para você”, referindo-se a meu cigarro. Fiquei bastante impressionado com sua bondade e maneira de agir.
Mais de um ano depois, ouvi as lições dos missionários e fui batizado.
Ao olhar as fotografias de líderes da Igreja, vi a do Presidente George Albert Smith (1870–1951) e o reconheci imediatamente como o homem bondoso e elegante que eu conhecera na frente do hotel. Fiquei ainda mais impressionado ao pensar que o Presidente da Igreja agira daquela forma com alguém como eu, um rapaz que nem mesmo pertencia à Igreja ou tinha importância especial.
Ele era um grande homem por mostrar tanto amor e preocupação por um adolescente que exercia uma posição irrelevante e não tinha a menor noção do evangelho nem do amor do Pai Celestial por nós.
Sessenta e seis anos depois, compreendo muito bem essa preocupação e esse amor e procuro ver as pessoas à minha volta como o Presidente Smith me via.