Um legado de amor e serviço
É uma bênção estar diante de vocês hoje e prestar homenagem em lembrança do meu pai, o presidente Thomas Spencer Monson, 16º presidente de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Hoje este Centro de Conferências está repleto de seu amor e de suas orações. Muito obrigada por sua presença e seu apoio.
Nossa família gostaria de agradecer às muitas pessoas que abençoaram nosso pai com serviço e cuidados. Agradecemos sinceramente ao presidente Henry B. Eyring e ao presidente Dieter F. Uchtdorf. Agradecemos a cada membro do Quórum dos Doze Apóstolos. Também agradecemos às muitas autoridades gerais e aos líderes gerais da Igreja. Os funcionários do escritório do presidente Monson e os outros funcionários são maravilhosos. A equipe de segurança do meu pai, especialmente Tracy Monson e Dan Stephens, com seu profissionalismo e preocupação prestaram um serviço excepcional. Agradecemos à equipe de enfermeiras, especialmente à irmã Aleese Walker. Somos gratos pelos fisioterapeutas, dentistas e médicos dedicados do meu pai, inclusive seu médico generalista, o Dr. Russell Maxwell. Todos vocês têm sido incríveis em sua compaixão e em seu cuidado incansáveis.
Quero agradecer a meu marido, Roger, e a nossos filhos pelo apoio que me deram enquanto eu servia ao meu pai e avô dos meus filhos.
Querido pai, foi uma bênção sagrada e uma honra cuidar de você da maneira que minha dedicada mãe pediu. Sei que temos tido “anjos ao [nosso] redor para [nos] suster”.1
Finalmente, quero agradecer a vocês, membros da Igreja. Seus 54 anos de orações sinceras, feitas enquanto meu pai servia como apóstolo e depois como presidente da Igreja, fizeram a diferença.
Hoje sou imensamente grata por meu pai e pelo legado que ele deixou — um legado de amor e serviço. Embora fosse um profeta, ele sabia que não era perfeito. De todo o coração, ele confiava humildemente no nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo, e tentava ser como Ele. Há cerca de um ano, ele estava trabalhando em seu escritório, e um exemplar da revista Ensign estava aberto mostrando uma foto dele. Meu pai apontou para a foto e disse: “Eu conheço esse homem. Ele fez o melhor que pôde”.
Um legado de amor
O presidente Monson, por simplesmente “fazer o melhor que pôde”, deixou um legado de amor inesquecível. Ele amava o Senhor e amava as pessoas. Ele via o potencial delas e acreditava sinceramente na capacidade que tinham de mudar e progredir por meio da Expiação de Jesus Cristo.
Ele amava seus pais, irmãos e familiares. Amava sua querida companheira eterna — sua bela e tranquila Frances, que o apoiava e motivava. Ele amava a família e cada um de seus missionários do leste do Canadá. Ele amava especialmente os netos. Apesar de sua agenda atarefada, ele criou muitas recordações com eles. Ele tinha interesse sincero na vida de cada um deles.
Pessoas absolutamente desconhecidas também sentiam o amor do presidente Monson. Certa vez, enquanto visitava um asilo, ele cumprimentou com um aperto de mão um homem em uma cadeira de rodas. O homem olhou para cima e disse com timidez: “Presidente Monson, você apertou minha mão, mas eu preciso de um abraço”. Sem hesitação, meu pai se inclinou e abraçou o homem gentilmente.
Meu pai citava com frequência o grande mandamento do Salvador:
“Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento.
Este é o primeiro e grande mandamento.
E o segundo semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.2
Ele também escolheu viver esse mandamento diariamente.
Um legado de serviço
Na obra The Two Gentlemen of Verona [Os Dois Cavalheiros de Verona], William Shakespeare escreveu sabiamente: “Aquele que não demonstra seu amor, não ama”.3 Meu pai entendia bem isso e mostrava seu amor pelas pessoas ao seguir o exemplo do Salvador: “[Ele] andou fazendo o bem, (…) porque Deus era com ele”.4 Meu pai passou a vida inteira servindo aos outros.
Tive o privilégio de acompanhar meu pai em muitas de suas visitas. Visitávamos com frequência um amigo de longa data, o élder Glen Rudd, de 98 anos de idade. Certa vez, havia passado mais tempo do que de costume entre nossas visitas. Um dia, a secretária do escritório do meu pai atendeu uma ligação do élder Rudd. Ele perguntou: “O presidente Monson está visitando os doentes, os aflitos e os idosos? Se ele está, eu me qualifico!” Nós rapidamente fomos à casa dele. Depois da visita, meu pai virou-se, com um sorriso no rosto, e disse: “Ann, sinto que fizemos o bem hoje”.
O desejo de meu pai de servir às pessoas muitas vezes ia além de sua capacidade de fazê-lo, devido às muitas responsabilidades que tinha. Destemido, ele achou uma solução: ele encarregava outras pessoas de prestar o serviço no lugar dele. Ele escolhia cuidadosamente as pessoas e dizia: “É o meu amigo Mac? Aqui é o Tom. Você gostaria de fazer uma boa ação hoje?” Traduzindo, isso significa que o presidente Monson precisava de um favor que incluía um ato de serviço. “Mac” ficava muito feliz.
Não precisamos ser o presidente da Igreja para notar a necessidade de alguém e fazer uma boa ação. Meu pai agia guiado por este frequente sentimento: “Isso seria uma coisa muito gentil de se fazer”, e descobria que aquela era a resposta para a oração de alguém. Ao seguir os sussurros do Espírito, nossos simples atos de serviço também podem ser respostas para orações e podemos continuar esse legado ao servirmos às pessoas.
Há pouco mais de um ano, meu pai e eu visitamos outro velho amigo, que estava com 94 anos e bem doente. Em alta voz, meu pai disse: “É o meu amigo Brent Goates?” O irmão Goates abriu os olhos e disse com grande esforço e emoção: “Tom, você veio. Que maravilha. Que maravilha”.
Meu pai explicou: “Brent, não existe lugar em todo o mundo onde eu gostaria de estar agora a não ser aqui com você. É onde o Senhor quer que eu esteja”. Meu pai conversou com ele como se eles fossem jovens novamente e como se Brent fosse um homem animado e capaz; depois ele deu uma bênção do sacerdócio no irmão Goates. Quando saímos e andávamos na calçada em direção carro, meu pai disse: “O Senhor nos deu o sacerdócio para servir e abençoar as pessoas. É uma grande bênção visitar meu amigo e fazer com que ele saiba que ninguém o esqueceu. Sinto que fizemos o bem hoje, Ann”. Naquele dia, meu pai não conseguia parar de sorrir. Ele estava assobiando. Ele estava feliz.
Olhando para ele, percebi que meu pai sabia como alcançar a verdadeira alegria. Por meio de seu serviço dedicado, ele havia aprendido que a alegria vem de amarmos ao Senhor e servirmos ao nosso próximo. Essa alegria está disponível a cada um de nós. Não há maneira melhor de honrar meu pai, o profeta, e nosso Salvador, Jesus Cristo, do que viver cada dia de modo que no final possamos verdadeiramente dizer: “Sinto que fiz o bem hoje”.
Eu tenho um testemunho. A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é verdadeira. Sei que Deus vive e ama Seus filhos. Muito obrigada a todos que amaram e honraram meu pai, o presidente Thomas Spencer Monson. Espero que todos nós continuemos seguindo o profeta do Senhor. Que olhemos para Cristo, nosso perfeito Senhor e Redentor, como nosso exemplo eterno. É minha oração sincera que meu querido pai, e um dia todos nós, ouçamos estas palavras: “Bem está, servo bom e fiel (…); entra no gozo do teu senhor”.5
Digo essas coisas em nome de Jesus Cristo. Amém.