Escolher o que é certo
E se Bruna não quisesse mais ser amiga de Camila?
“Deus te protege, oh, faze o bem! (Hinos, nº 147.)
“Assisti a um programa de TV muito engraçado ontem. Você deveria dar uma olhada ou talvez pudéssemos assistir juntas qualquer dia desses!”, sugeriu Bruna.
Camila gostava muito de conversar com sua melhor amiga enquanto caminhavam juntas para casa depois da escola. Ela adorava o fato de terem muitas coisas em comum.
“Ótima ideia!” Ela se despediu com um aceno e entrou pela porta da frente de sua casa.
Depois de terminar a lição de casa, Camila ligou a televisão e encontrou o tal programa. Seria muito divertido conversar com a Bruna sobre isso no dia seguinte!
O programa era engraçado mesmo. Os personagens faziam tolices e contavam piadas. Camila riu muito, mas nem tudo o que disseram tinha graça. Eles usaram algumas palavras que deixaram Camila muito incomodada. Elas não eram boas.
O que devo fazer?, ela se perguntou. Camila sabia que essas palavras não eram corretas. Mas queria ver como o programa terminava. O que diria a Bruna se ela perguntasse sobre isso no dia seguinte?
Ela suspirou e desligou a televisão.
Depois que sua mãe chegou em casa, Camila a ajudou a arrumar a mesa para o jantar. “Como foi a escola hoje?”, perguntou a mãe.
Camila colocou os garfos e as colheres. “Foi ótima! Com exceção de que… Bruna me recomendou um programa. Comecei a assistir, mas tinha palavrões. Não me senti bem e desliguei.”
“Parece que você decidiu muito bem.”
“Mas Bruna quer assistir junto comigo. Somos melhores amigas! Gostamos das mesmas músicas, do mesmo sorvete, dos mesmos livros…”
A mãe colocou um prato de massa na mesa. “Verdade, mas não significa que vocês precisam fazer tudo igual. Principalmente se for algo com que não se sinta bem. É normal fazer escolhas diferentes das de um amigo.”
“Como assim?”, perguntou Camila.
“Bem, escolhemos evitar palavrões para podermos sentir o Espírito Santo, mas nem todos têm os mesmos padrões que nós. Isso não os torna pessoas ruins”, explicou a mãe.
Camila ainda estava preocupada com o que aconteceria quando Bruna perguntasse a ela sobre o programa. Elas conversavam sobre tudo! E se Bruna achasse que ela estava sendo infantil demais? Ou pior, e se ela não quisesse ser mais sua amiga?
Camila fez uma oração antes de dormir. Pai Celestial, por favor me ajude a falar com Bruna amanhã. Por favor me ajude a ser corajosa. Camila subiu na cama e esperava que tudo desse certo na escola.
“Camila!”, Bruna gritou do outro lado do pátio. Ela correu pela grama para encontrar Camila. “O que você achou do programa? Muito engraçado, não é?”
Camila respirou fundo. “Na verdade, não deu para assistir muito.”
Bruna fez uma cara de confusa. “Por que não?”
Camila pensou um pouco. Deveria dizer que estava ocupada? O que Bruna diria? “Bem… Não assisti porque usaram palavras de que não gostei. Não me senti bem assistindo ao programa.”
“Ah”, disse Bruna em voz baixa. E depois falou: “Tudo bem. Não temos que assistir juntas. Podemos encontrar um programa de que nós duas gostamos ou fazer outra coisa juntas”.
“Certo.” Camila sorriu. Depois, as duas amigas caminharam juntas para a sala de aula, conversando e rindo o tempo inteiro. ●
A autora mora em Utah, EUA.