A tarefa mais importante
A autora mora em Utah, EUA.
“Eu entre vós sou como aquele que serve” (Lucas 22:27).
Amélia gostava de visitar a avó. Adorava brincar com os bichinhos de pelúcia e se aconchegar no grande cobertor macio da vovó. Mas hoje não era dia de brincar, mas de ajudar.
A caminho da casa da avó, as irmãs de Amélia trocaram ideias sobre qual tarefa cada uma queria fazer.
Sara queria varrer a casa. Helena queria esfregar o chão. E a mãe pediu a Alice que limpasse as janelas.
“E eu?”, perguntou Amélia. “Posso ajudar a tirar o pó?”
“Tenho uma tarefa especial para você”, respondeu a mãe. “Preciso que você ouça.”
Amélia esperou. “OK, estou ouvindo. O que é?”
“Essa é a tarefa!”, disse a mãe, dando risada. “Apenas ouça. Sente-se com a vovó e escute o que ela fala. Talvez seja a tarefa mais importante do dia inteiro.”
Como ouvir poderia ser a tarefa mais importante?, Amélia pensou. Tirar o pó parecia uma tarefa de verdade! Mas Amélia estava disposta a tentar.
A avó ficou feliz em vê-las. Todas começaram a cumprir suas tarefas. Amélia se sentou ao lado da avó no sofá. Viu o coelhinho de pelúcia no canto. “Gosto do seu coelho”, disse ela.
A avó sorriu. “Já contei a você sobre meu irmão Marco e o coelhinho dele?”
Amélia ficou surpresa. “Um coelhinho de verdade?”
A avó fez que sim com a cabeça. “Ele encontrou um coelhinho órfão e o abrigou debaixo da camisa para protegê-lo.” A avó contou a Amélia que Marco construiu uma casinha de coelho.
Isso fez a avó se lembrar de outras histórias. Contou sobre um bezerro de estimação que ela batizara de Estrela. Ela gostava de montar no lombo de Estrela! Amélia riu ao pensar na avó montada num bezerro. Não foi fácil imaginá-la como uma garotinha.
A avó falou bastante. Contou novamente a história do coelhinho. Outra vez, até parou no meio de uma história e começou de novo.
Amélia tentou continuar ouvindo, mas estava ficando cansada. Mamãe e as outras meninas ainda estavam trabalhando. Era difícil ficar sentada ouvindo! Mas a avó sorriu. Parecia feliz por compartilhar suas histórias.
Poucos minutos depois, a mãe chegou e anunciou: “Terminamos! Estamos prontas para ir embora”.
“Foi muito bom”, a avó disse para Amélia. “Adoro conversar com você!”
Amélia deu um grande abraço na avó e viu lágrimas nos olhos dela.
“O que houve?”, perguntou Amélia.
“Nada”, respondeu a avó. “Obrigada por conversar comigo. Amo você.”
Amélia sentiu um calorzinho no coração. “Também amo a senhora”, disse ela. “Vou voltar logo.”
No caminho para casa, Alice perguntou: “Como foi ouvir a vovó, Amélia?”
“Foi mais difícil do que eu pensava. Acho que parei de ouvir antes de a vovó terminar de falar!” “Você foi demais!”, elogiou a mãe. “Obrigada”, disse Amélia. “Algumas das histórias que ela contou eram engraçadas. Sabia que a vovó tinha um bezerro de estimação?”
“Um bezerrinho?”, perguntou Sara.
“Sim! Ela montava nele”, disse Amélia confirmando com a cabeça. “O nome dele era Estrela.”
Amélia contou todas as outras histórias da avó. Foi ótimo conhecer tantas coisas sobre ela.
Helena sorriu. “Talvez devamos trocar de tarefa na próxima vez. Quero ter a chance de ouvir!” ●