Apenas em formato digital: Jovens adultos
Carregar os fardos uns dos outros: As bênçãos da nossa comunidade da Igreja
A autora mora no Chile.
Quando minha avó faleceu, fiquei me perguntando como eu conseguiria ter paz. A resposta estava em minha ala.
Durante minha juventude, viver o evangelho parecia simples. Eu confiava em meus pais e líderes, e eles me orientavam e me ajudavam a fazer boas escolhas.
Porém, quando cheguei à idade adulta, aprendi que muitas vezes podemos enfrentar dificuldades e desafios na vida que testarão nossa fé.
Quando minha avó faleceu inesperadamente, minha família e eu enfrentamos um daqueles momentos difíceis. Isso me fez parar e perguntar: “Se Deus é bom, por que Ele tiraria alguém bom da nossa vida?”
Minha avó era o nosso pilar. Ela era bondosa, carinhosa e caridosa — uma mãe para todos. Ela recebia bem a todos em nossa casa. As crianças da vizinhança que brincavam na rua em frente à nossa casa jantavam conosco porque ela tinha um prato de comida para todos.
Por isso, quando ela morreu, enfrentei dificuldades com minha fé.
Em meio a toda a minha dor, embora não estivesse procurando respostas no evangelho ou em Deus, eu ainda continuava orando todos os dias. No início, minhas orações eram repetitivas. Pedia as mesmas coisas. Eu era grata pelas mesmas coisas.
Porém, com o passar do tempo, finalmente fiz uma pergunta ao Pai Celestial que estava guardada no meu coração:
“Como posso ter paz?”
Encontrar uma perspectiva eterna
Um amigo foi a resposta àquela oração sincera.
Graças a ele, comecei a frequentar a igreja novamente. Ele me convidou para ir com ele, e eu concordei só porque ele era meu amigo. Eu não estava interessada em participar.
Mas, pouco a pouco, só por causa da minha presença lá, as mensagens do evangelho começaram a penetrar no meu coração. Vi que o Pai Celestial tem um plano para nós. O presidente Russell M. Nelson ensinou:
“A perspectiva eterna nos dá a paz ‘que excede todo o entendimento’ (Filipenses 4:7). (…)
A vida não começa com o nascimento nem termina com a morte”.
Embora eu ainda lamente a morte da minha avó, o evangelho de Jesus Cristo me dá paz e a certeza de que um dia estaremos reunidas.
Também aprendi que é preciso um esforço constante e diário para me lembrar de meu convênio batismal e ouvir a voz orientadora do Espírito. Comecei a valorizar o dom do Espírito Santo em minha vida. Sei que Ele está sempre comigo, em todas as dificuldades que enfrento.
Chorar com aqueles que choram
Sou muito grata por ter um amigo que percebeu que eu estava me afastando do evangelho e estendeu a mão para me apoiar. Continuei a frequentar a igreja, o instituto e outras atividades para jovens adultos, e me aproximei de mais jovens adultos da minha região que estavam empenhados em amar uns aos outros e viver o evangelho de Jesus Cristo.
O presidente Nelson também ensinou:
“Os santos dos últimos dias, assim como outros seguidores de Jesus Cristo, estão sempre procurando meios de ajudar, erguer e amar os outros. Aqueles que desejam ser chamados de povo do Senhor estão ‘dispostos a carregar os fardos uns dos outros (…); chorar com os que choram (…) e consolar os que necessitam de consolo’ [Mosias 18:8–9].
Eles de fato procuram viver o primeiro e o segundo mandamento. Quando amamos a Deus de todo o coração, Ele volta nosso coração para o bem-estar dos outros em um belo círculo virtuoso”.
O que meus companheiros discípulos de minha ala fizeram por mim e o que continuam a fazer uns pelos outros foi exatamente me ajudar a carregar meus fardos. Amo sinceramente as pessoas da minha ala! Nós nos reunimos com frequência e apoiamos e ministramos uns aos outros. Quando alguém precisa de um emprego, ajudamos essa pessoa a procurar oportunidades. Quando temos visitantes em nossas reuniões dominicais, damos boas-vindas a eles e tentamos fazer com que se sintam incluídos.
Meus bons amigos me ajudaram a me fortalecer no evangelho e, juntos, ficamos mais fortes contra as provações e tentações da vida.
Ser uma amiga para os outros
Assim como meus bons amigos me apoiaram quando eu mais precisei, agora tenho a oportunidade de ser essa amiga para outras pessoas. Às vezes, quando percebo que as pessoas que amo estão com dificuldades ou se distanciando da Igreja, faço o possível para continuar a apoiá-las e convidá-las — lembrando-as de que o Senhor as ama e está esperando que retornem ao caminho do convênio.
Sei que não estaria onde estou hoje sem meus maravilhosos amigos e membros da ala que me ajudaram a ter coragem de permanecer fiel quando estava sentindo tanta dor.
Contar com essa comunidade forte e amorosa de discípulos que pensam da mesma forma é uma das bênçãos milagrosas que recebemos como membros da Igreja. Nada é mais fortalecedor do que adorar, amar e edificar aqueles que estão se esforçando para ser como o Salvador.
Se você estiver enfrentando um grande desafio, lembre-se de que você não está sozinho. Há amigos, ministradores e ministradoras e líderes amorosos em sua ala, seu ramo e sua estaca que podem apoiar e fortalecer você. E você pode ser uma força para eles também.