Os escritos finais de Néfi abrangem o que ele chamou de “a doutrina de Cristo” (2 Néfi 31:2, 21; 32:6). O Élder Jeffrey R. Holland, do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou:
“No Livro de Mórmon, ‘a doutrina de Cristo’ é simples e direta. Ela se concentra exclusivamente nos primeiros princípios do evangelho de forma a incentivar-nos a perseverar, persistir e seguir em frente. Na verdade, o impacto da ‘doutrina de Cristo’ vem de sua clareza e simplicidade. (…)
A doutrina de Cristo não é complicada. É profunda, bela, clara, precisa e completa” (Christ and the New Covenant, 1997, pp. 49–50, 56).
Empenhe-se em concentrar sua vida nos aspectos simples e profundos da doutrina de Cristo que lhe darão a companhia e a orientação do Espírito Santo e felicidade e alegria eternas.
O Élder Jeffrey R. Holland explicou o significado da expressão “doutrina de Cristo” como empregada em 2 Néfi 31: “Embora a frase ‘doutrina de Cristo’ possa ser usado em referência a quaisquer dos ensinamentos do Mestre ou a todos eles, essas expressões magníficas por sua amplitude e beleza que se encontram espalhadas ao longo do Livro de Mórmon, Novo Testamento e das escrituras modernas seriam chamadas com mais propriedade de ‘doutrinas de Cristo’. Observem que a expressão usada por Néfi está claramente no singular. No testemunho final de Néfi e, posteriormente, no que o próprio Salvador disse aos nefitas quando apareceu a eles, ao falar-se em ‘doutrina de Cristo’ a ênfase é no significado preciso, restrito, singular e específico daquilo que o Profeta Joseph Smith declarou serem os ‘primeiros princípios e ordenanças do Evangelho’” (Christ and the New Covenant, p. 49).
A humanidade precisa ser batizada para a remissão de pecados, mas o Salvador, que era santo e não tinha pecados, foi batizado para dar o exemplo de humildade e obediência. O Élder Robert D. Hales, do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou que por meio do batismo, Jesus Cristo deixou o exemplo para seguirem:
“É tão importante entrar no reino de Deus que Jesus foi batizado a fim de mostrar-nos ‘quão estreito é o caminho e quão apertada é a porta pela qual [devemos] entrar’ (2 Néfi 31:9). (…)
Nascido de mãe mortal, Jesus foi batizado para cumprir o mandamento de Seu Pai de que os filhos de Deus devem ser batizados. Ele deixou o exemplo para que todos nos humilhemos diante de nosso Pai Celestial. Ele foi batizado para testificar a Seu Pai que seria obediente na observância de Seus mandamentos. Foi batizado para mostrar-nos que deveríamos receber o dom do Espírito Santo (ver 2 Néfi 31:4–9).
Ao seguirmos o exemplo de Jesus, nós também demonstramos que nos arrependeremos e seremos obedientes aos mandamentos de nosso Pai Celestial. Humilhamo-nos com o coração quebrantado e o Espírito contrito ao reconhecermos nossos pecados e buscarmos o perdão de nossas ofensas (ver 3 Néfi 9:20). Fazemos convênio de que estamos dispostos a tomar sobre nós o nome de Jesus Cristo e recordá-Lo sempre” (Conference Report, outubro de 2000, p. 5; ou “O Convênio do Batismo: Estar no Reino e Ser do Reino”, A Liahona, janeiro de 2001, p. 6).
2 Néfi 31:13. “Com Todo o Coração, Agindo Sem Hipocrisia”
A expressão “com todo o coração” denota total dedicação a Jesus Cristo, por motivos puros e sinceros, em vez da mera aparência de seguir ao Senhor. O Presidente Marion G. Romney (1897–1988), da Primeira Presidência, reparou nessa hipocrisia: “Há gente que tenta servir ao Senhor sem ofender ao demônio! (Ver “O Preço da Paz”, A Liahona, janeiro de 1984, p. 6.)
O Élder Joseph B. Wirthlin (1917–2008), do Quórum dos Doze Apóstolos, salientou a importância de ser sincero em seguir ao Senhor:
“Será que vivemos o evangelho de verdade ou será que temos só a aparência de retidão para que ao nosso redor imaginem que somos fiéis quando, na realidade, nosso coração e os atos que praticamos fora da vista alheia não são compatíveis com os ensinamentos do Salvador?
Será que somos justos de verdade ou será que fingimos ser obedientes quando achamos que estamos sendo observados?
O Senhor deixou claro que Ele não será enganado pelas aparências, admoestou-nos a não sermos falsos com Ele nem com os outros e advertiu-nos a tomar cuidado com as pessoas que se utilizam de falsas aparências, que usam uma bela fachada para ocultar a realidade. Sabemos que o Senhor ‘olha para o coração’ e não para a aparência [I Samuel 16:17]” (Conference Report, abril de 1997, pp. 17–18; ver também “Sempre Fiéis”, A Liahona, julho de 1997, p. 15).
Jesus Cristo ensinou que todos precisam ser batizados com água e também pelo Espírito (ver João 3:5). O batismo com água deve ser seguido do batismo do Espírito, que às vezes é chamado de ‘batismo de fogo’. O Presidente Marion G. Romney ensinou: “A importância de recebermos o dom do Espírito Santo é maior do que podemos expressar. Esse é o batismo de fogo do qual João falou (ver Lucas 3:16). Esse é o nascimento espiritual do qual Jesus falou a Nicodemos [João 3:5]” (Conference Report, abril de 1974, p. 134; ou Ensign, maio de 1974, p. 92).
O Élder David A. Bednar, do Quórum dos Doze Apóstolos, esclareceu que, quando uma pessoa é confirmada isso não significa que ela recebeu o batismo do Espírito:
“Seguindo-se ao batismo, cada um de nós recebeu a imposição de mãos por quem tinha autoridade do sacerdócio e foi confirmado membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, e o Espírito Santo foi-nos conferido (ver D&C 49:14). A declaração ‘recebe o Espírito Santo’ dita na confirmação foi um mandamento de buscarmos o batismo do Espírito.
O Profeta Joseph Smith ensinou: ‘Pode-se batizar até mesmo um saco de areia como se fosse um homem, se não for feito com vistas à remissão dos pecados e à obtenção do Espírito Santo. O batismo de água é apenas meio batismo e de nada serve sem a outra metade — ou seja, sem o batismo do Espírito Santo” (History of the Church, vol. 5, p. 499). Fomos batizados por imersão na água para a remissão dos pecados. Precisamos também ser batizados pelo Espírito do Senhor e ser imersos Nele, ‘e [receberemos], então, a remissão de [nossos] pecados pelo fogo e pelo Espírito Santo’ (2 Néfi 31:17)” (Conference Report, abril de 2006, p. 29; ou “Para que Possamos Ter Sempre Conosco o Seu Espírito”, A Liahona, maio de 2006, p. 28).
O Élder Lynn A. Mickelsen, dos Setenta, explicou que, por meio da Expiação do Salvador, o batismo de fogo opera a purificação dos pecados: “Por meio da Expiação do Salvador, que Se ofereceu como resgate pelos nossos pecados, Ele autoriza o Espírito Santo a purificar-nos no batismo de fogo. Quando o Espírito Santo habita em nós, Sua presença purificadora elimina a sujeira do pecado. Assim que o compromisso é feito, inicia-se o processo de purificação” (Conference Report, outubro de 2003, p. 11; ou “A Expiação, o Arrependimento e a Roupa Suja”, A Liahona, novembro de 2003, p. 10).
Em uma das raras ocasiões em que se ouviu a voz do Pai, Ele testificou: “Sim, as palavras do meu Amado são verdadeiras e fiéis. Quem perseverar até o fim, esse será salvo” (2 Néfi 31:15). Depois, Ele disse que aqueles que perseverassem até o fim teriam a vida eterna (versículo 20). Essas palavras sagradas que Néfi ouviu do Pai demonstram que uma das promessas mais importantes do evangelho é a de que aquele que perseverar até o fim, [receberá a] vida eterna” (3 Néfi 15:9).
A expressão “perseverar até o fim” é usada com frequência para indicar a necessidade de suportar com paciência as dificuldades ao longo de toda a vida. O Élder Joseph B. Wirthlin explicou que perseverar até o fim também significa continuar a ser fiel a Cristo até o fim de nossa vida:
“Perseverar até o fim é a doutrina de continuar no caminho estreito e apertado que conduz à vida eterna, depois de termos entrado nesse caminho por meio da fé, do arrependimento, do batismo e do recebimento do Espírito Santo. Perseverar até o fim requer todo nosso coração ou, como o profeta Amaléqui, no Livro de Mórmon, nos ensina, precisamos vir a Ele e ofertar-Lhe toda a nossa alma, como dádiva; e continuar em jejum e oração, perseverando até o fim; e assim como vive o Senhor, seremos salvos [ver Ômni 1:26].
Perseverar até o fim significa termos nossa vida alicerçada firmemente no solo do evangelho, permanecendo fiéis na Igreja, servindo humildemente nossos irmãos, vivendo uma vida cristã e cumprindo nossos convênios. Aqueles que perseveram são equilibrados, consistentes, humildes, melhoram constantemente e sem dolo. Seu testemunho não se baseia em razões temporais: baseia-se na verdade, no conhecimento, na experiência e no Espírito” (Conference Report, outubro de 2004, p. 107; ou “Firmes Prossegui”, A Liahona, novembro de 2004, p. 101).
O Presidente Boyd K. Packer, Presidente do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou que o batismo não é só a entrada na Igreja, mas também o caminho indispensável para se alcançar a vida eterna: “Quando esteve na Terra, o Senhor deixou bem claro que só havia um caminho, um único caminho, pelo qual o homem poderia ser salvo. ‘Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim’ (João 14:6). Para seguir nesse caminho, deparamo-nos com estas duas coisas que são bastante fixas: Primeiro, é o nome do Senhor que detém a autoridade para assegurar a salvação da humanidade. ‘Porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, (…) pelo qual devamos ser salvos’ (Atos 4:12). E, a seguir, vem uma ordenança essencial — o batismo — que é a porta pela qual toda alma tem que passar para alcançar a vida eterna” (Conference Report, outubro de 1975, p. 145; ou Ensign, novembro de 1975, p. 97).
O Élder David A. Bednar ensinou que para achegar-nos a Cristo é preciso prosseguir a vida inteira sempre obedientes: “Achegar-nos a Cristo não é um evento único com um ponto fixo de início ou fim, mas, sim, um processo que se desenvolve e se aprofunda durante toda a vida. Como passo inicial nesse processo, sem dúvida precisamos obter conhecimento e aprender a respeito de Jesus e Sua vida, ensinamentos e ministério. Mas, para achegar-nos realmente a Ele, também é preciso obediência constante e o empenho de tornar-nos semelhantes a Jesus em pensamento, motivação, comunicação e ações. Ao ‘[prosseguirmos] com firmeza’ (2 Néfi 31:20) no caminho do discipulado, podemos aproximar-nos do Salvador com a expectativa de que Ele Se achegará a nós; podemos buscá-Lo diligentemente com a esperança de que O encontraremos; podemos pedir-Lhe com a confiança de que receberemos; podemos bater sabendo que a porta nos será aberta (ver D&C 88:63)” (“Por que as Temos Diante dos Olhos”, A Liahona, abril de 2006, p. 16).
A expressão “banquetear-se com as palavras de Cristo” (ver 2 Néfi 31:20) compara a disposição com que recebemos as palavras de Cristo à ingestão de uma refeição suntuosa. O Élder Russell M. Nelson, do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou que nos banqueteamos com as palavras de Cristo quando temos o desejo de obedecer a Ele: “Banquetear significa mais do que simplesmente provar. Banquetear significa saborear. Saboreamos as escrituras quando as estudamos em espírito de prazerosa descoberta e fiel obediência. Quando nos banqueteamos com as palavras de Cristo, elas são escritas ‘nas tábuas de carne do coração’ [II Coríntios 3:3] e se tornam parte integrante de nossa natureza” (Conference Report, outubro de 2000, p. 19; ou “Viver sob a Orientação das Escrituras”, A Liahona, janeiro de 2001, p. 19).
Onde podemos encontrar as “palavras de Cristo” para nos banquetearmos? O Presidente Ezra Taft Benson (1899–1994) esclareceu o seguinte: “O Livro de Mórmon diz que temos que ‘acreditar em Cristo e não o negar’ (2 Néfi 25:28.) (…) temos de achegar-nos a Cristo e ser aperfeiçoados Nele (Morôni 10:32). (…) Temos que achegar-nos banqueteando-nos com as palavras de Cristo (2 Néfi 31:20) como as recebemos por meio de Suas escrituras, Seus ungidos e do Espírito Santo (A Witness and a Warning, 1988, p. 51).
O Élder Robert D. Hales explicou que para banquetear-se com as palavras de Cristo, precisamos incorporar Seus ensinamentos assim como absorvemos os nutrientes de uma refeição: “Se pretendemos banquetear-nos com as palavras de Cristo, precisamos estudar as escrituras e assimilar Suas palavras, meditando sobre elas e incorporando-as a todos os nossos pensamentos e ações” (Conference Report, outubro de 1998, p. 16; ver também “A Cura da Alma e do Corpo”, A Liahona, janeiro de 1999, p. 16).
Mais recentemente, o Élder Hales falou de banquetear-se com as escrituras como um meio de ouvir a voz do Senhor:
“Se não tivermos a palavra de Deus ou se não atentarmos para ela, nós tomaremos caminhos estranhos, e estaremos perdidos como pessoas, famílias e nações.
Como vozes do pó, os profetas do Senhor clamam a nós, na Terra hoje: Estudem as escrituras! Apeguem-se a elas, sigam-nas, vivam por elas, alegrem-se com elas, banqueteiem-se com elas. Não apenas lambisquem. Elas são ‘o poder de Deus para a salvação’ [ D&C 68:4] que nos leva de volta ao nosso Salvador, Jesus Cristo.
Se o Salvador estivesse hoje, entre nós, na carne, Ele nos ensinaria por meio das escrituras, como ensinou quando esteve na Terra. (…) Suas palavras ecoam: ‘Examinais as Escrituras, porque (…) são elas que de mim testificam’ [João 5:39], testemunho esse prestado pelo Espírito Santo, pois ‘pelo poder do Espírito Santo podeis saber a verdade de todas as coisas’ [Morôni 10:5]. (…)
Que bênção gloriosa! Pois, quando queremos falar com Deus, oramos; e quando queremos que Ele fale conosco, estudamos as escrituras; pois Suas palavras são ditas por meio de Seus profetas. Ele então nos ensinará, se ouvirmos os sussurros do Espírito Santo” (Conference Report, outubro de 2006, pp. 26–27; ou “As Santas Escrituras: O Poder de Deus para Nossa Salvação”, A Liahona, novembro de 2006, p. 24).
Depois que uma pessoa recebe o Espírito Santo e o batismo de fogo, o Espírito Santo lhe concede por inspiração a capacidade e as palavras para “falar na língua de anjos” para que possa “render louvores ao Santo de Israel” (2 Néfi 31:13). Falar com a língua de anjos não significa necessariamente que a pessoa fala em outro idioma.
O Presidente Boyd K. Packer explicou que falamos a língua dos anjos quando falamos sob a influência do Espírito Santo: “Néfi explicou que os anjos falam pelo poder do Espírito Santo, e vocês podem falar com a língua dos anjos, e isso simplesmente significa que podem falar com o poder do Espírito Santo. Será serena. Será invisível. Não haverá uma pomba. Não haverá línguas de fogo repartidas. Mas haverá poder” (“O Dom do Espírito Santo: O que Todo Membro Deve Saber”, A Liahona, agosto de 2006, p. 18).
O Livro de Mórmon promete: “As palavras de Cristo vos dirão todas as coisas que deveis fazer” (2 Néfi 32:3). O Élder W. Rolfe Kerr, dos Setenta, explicou que as palavras de Cristo podem guiar-nos exatamente como a Liahona guiou a família de Leí pelo deserto: “Vemos, portanto, irmãos e irmãs, que as palavras de Cristo podem ser uma Liahona pessoal para cada um de nós, mostrando-nos o caminho. Não sejamos negligentes por ser fácil o caminho. Coloquemos com fé as palavras de Cristo em nossa mente e em nosso coração, como se encontram registradas nas sagradas escrituras e ao serem proferidas pelos profetas vivos videntes e reveladores. Com fé e diligência, vamos banquetear-nos com as palavras de Cristo, porque as palavras de Cristo são nossa Liahona espiritual, dizendo-nos todas as coisas que devemos fazer” (Conference Report, abril de 2004, p. 38; ou “As Palavras de Cristo – Nossa Liahona Espiritual”, A Liahona, maio de 2004, p. 36).
O Presidente Henry B. Eyring, da Primeira Presidência, confirmou a importância e os benefícios de contarmos com a presença do Espírito Santo por meio do estudo diário e regular das escrituras: “Outra coisa simples que temos de fazer e que permite que Deus nos dê forças é banquetear-nos na palavra de Deus: [ler e ponderar] as obras-padrão da Igreja e as palavras dos profetas vivos. Há uma promessa de ajuda de Deus que acompanha essa prática diária. O estudo fiel das escrituras traz o Espírito Santo até nós” (Conference Report, abril de 2004, p. 16; ou “Na Força do Senhor”, A Liahona, maio de 2004, p. 16).
O Élder Spencer J. Condie, dos Setenta, observou que as escrituras tornam mais fácil de obter a companhia do Espírito Santo quando nos defrontamos com decisões importantes: “Talvez vocês estejam tomando decisões a respeito da missão, da futura carreira e, finalmente, do casamento. Ao lerem as escrituras e orarem em busca de orientação, talvez não consigam enxergar a resposta na forma de palavras impressas num papel, mas à medida que lerem, receberão fortes impressões, inspirações e, conforme a promessa, o Espírito Santo ‘vos mostrará todas as coisas que deveis fazer’ [2 Néfi 32:5]” (Conference Report, abril de 2002, p. 53; ou “Tornar-nos um Grande Benefício para Nossos Semelhantes”, A Liahona, julho de 2002, p. 48).
O Presidente James E. Faust (1920–2007), da Primeira Presidência, disse que a oração é uma corda salva-vidas que nos liga a Deus: “Quando Deus colocou o homem sobre a Terra, a oração tornou-se a corda salva-vidas entre a humanidade e Deus. Assim, na geração de Adão, os homens começaram a ‘invocar o nome do Senhor’ [Gênesis 4:26]. Através de todas as gerações desde aquela época, a oração tem suprido uma necessidade humana de grande importância. Cada um de nós tem problemas que não podem ser solucionados e fraquezas que não podemos sobrepujar sem chegarmos, por meio da oração, a uma fonte de força superior. Essa fonte é o Deus no céu a quem oramos em nome de Jesus Cristo [ver 2 Néfi 32:9; 3 Néfi 20:31]. Ao orarmos devemos pensar que nosso Pai no céu possui todo conhecimento, entendimento, amor e compaixão” (Conference Report, abril de 2002, p. 67; ou “A Oração Como Corda Salva-Vidas”, A Liahona, julho de 2002, p. 62).
O Élder Dallin H. Oaks, do Quórum dos Doze Apóstolos, deu um exemplo de como o evangelho é levado “ao coração dos filhos dos homens” (2 Néfi 33:1):
“Ao lançar o seguinte desafio, o presidente Hinckley fez uma importante inferência quanto ao mandamento de ensinar pelo espírito:
‘Temos que (…) conseguir que o que nossos professores falam venha do coração e não só do livro, que expressem amor ao Senhor e a esta obra preciosa e, de alguma forma isso acenderá a chama no coração daqueles a quem ensinam’ [Teachings of Gordon B. Hinckley, 1997, pp. 619–620].
Esse é o nosso objetivo: acender a chama do amor a Deus e a dedicação ao evangelho de Jesus Cristo no coração daqueles a quem ensinamos” (Conference Report, outubro de 1999, p. 103; ver também “O Ensino do Evangelho”, A Liahona, janeiro de 2000, p. 94).
O Élder David A. Bednar explicou que também é preciso que quem ouve esteja disposto a compreender pelo Espírito: “Néfi nos ensina que, ‘quando um homem fala pelo poder do Espírito Santo, o poder do Espírito Santo leva [a mensagem] ao coração dos filhos dos homens’ (2 Néfi 33:1). Observem que o poder do Espírito leva a mensagem ao coração e não necessariamente para dentro dele. O professor pode explicar, demonstrar, persuadir e testificar, e pode fazê-lo com grande força espiritual e eficácia. Mas no final, o conteúdo da mensagem e o testemunho do Espírito Santo só penetrarão no coração se o aluno permitir que entrem” (Élder David A. Bednar Fala à Nós, 3 de fevereiro de 2006, p. 1, www.LDSces.org; ver também D&C 50:14, 17–20).
2 Néfi 33:11. Essas São as Palavras de Jesus Cristo
O Presidente Ezra Taft Benson ensinou que um dos papéis que nós, membros da Igreja, temos é o de declarar aos demais que essas são as palavras de Jesus Cristo por intermédio de Seus servos: “Nossa principal tarefa é declarar o evangelho e fazê-lo de forma eficaz. Não somos obrigados a ter resposta para toda e qualquer objeção. Chega o momento em que, cada um precisa ter fé para decidir no que acredita e sustentar-se com firmeza. ‘E se elas não são as palavras de Cristo, julgai vós’— disse Néfi —‘porque no último dia Cristo vos mostrará, com poder e grande glória, que são suas palavras; e vós e eu estaremos face a face ante o seu tribunal e sabereis que ele me mandou escrever estas coisas’ (2 Néfi 33:11). Cada um tem que julgar por si mesmo, sabendo que será considerado responsável por isso diante de Deus” (Conference Report, abril de 1975, pp. 95–96; ver também A Liahona, maio de 1988, p. 6).No final, cada um precisa ter fé para decidir no que acredita.
Néfi disse que nos veria no tribunal. É interessante observar que Jacó e Morôni disseram algo semelhante (ver Jacó 6:13; Morôni 10:27).
Pontos a Ponderar
Por que “prosseguir” é uma parte importante de perseverar até o fim?
Néfi aconselhou-nos a “orar sempre” (2 Néfi 32:9). Considerando-se a situação em que você mesmo se encontra, qual seria a melhor maneira de fazer isso?
O que você acha mais impressionante no testemunho final de Néfi? (Ver 2 Néfi 33:10–14.)
Tarefas Sugeridas
Depois de ler a seção de comentários deste capítulo, avalie seus próprios hábitos de oração e estudo individual das escrituras. Será que se poderia dizer que você se banqueteia com as palavras de Cristo e ora sempre? (Ver 2 Néfi 32:3, 9.) Adapte o que for preciso em seu estudo das escrituras para deixá-lo em maior harmonia com os ensinamentos de Néfi.
Utilize 2 Néfi 31–33 para preparar uma lição para uma noite familiar que tenha como tema a explicação da “doutrina de Cristo” deixada por Néfi (2 Néfi 31:2). Ajude os membros de sua família a compreenderem o que Néfi quis dizer quando disse: “Este é o caminho; e não há qualquer outro caminho ou nome debaixo do céu pelo qual o homem possa ser salvo no reino de Deus” (2 Néfi 31:21).