O que acontece às pessoas depois da morte? Os capítulos 40, 41 e 42 de Alma dedicam-se aos conselhos de Alma a seu filho rebelde, Coriânton, que tinha essa mesma dúvida. Em sua resposta, Alma ensinou a doutrina do mundo espiritual, do Juízo e da Ressurreição, da lei da restauração e do castigo dos pecadores. Alma concluiu seus ensinamentos a Coriânton com respostas a questões quanto a como seria a vida se não houvesse arrependimento, pecado e castigo. As respostas de Alma a seu filho também nos ajudam a compreender o plano de felicidade, a justiça e misericórdia de Deus e como elas afetam nosso progresso eterno.
Depois de testificar a Coriânton a veracidade da Ressurreição, Alma falou vagamente da época em que a Ressurreição de toda a humanidade acontecerá. Alma não se importava muito com essa questão, porque, como disse ele “tudo é como um dia para Deus” (Alma 40:8). O Profeta Joseph Smith (1805–1844) revelou que, para Deus, “todas as coisas passadas, presentes e futuras manifestam-se (…) e estão continuamente diante do Senhor” (D&C 130:7).
O Élder Neal A. Maxwell (1926–2004), do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou como são as coisas do ponto de vista do Senhor:
“Deus já fazia o trabalho de redenção muito antes de iniciar-se o tempo mortal nesta Terra — e continuará com esse trabalho mesmo depois que o tempo mortal já não mais existir (ver D&C 88:110; Alma 40:8). (…)
Felizmente, as coisas serão feitas ao modo de Deus, não ao nosso (ver D&C 104:16). Então os propósitos de Deus, Sua paciência, seu poder e profundo amor, que já estavam em ação muito antes que o tempo existisse, continuarão a atuar mesmo depois que o tempo deixar de existir (ver D&C 84:100; Alma 40:8).
Essas e outras verdades estão entre as coisas que Paulo chamou de ‘as profundezas de Deus’ (I Coríntios 2:10)” (A Wonderful Flood of Light, 1990, pp. 50, 58–59).
O Profeta Joseph Smith também disse que “o grande Jeová contemplou todos os eventos relacionados à Terra, referentes ao plano de salvação, antes que eles acontecessem ou ‘quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam’ [Jó 38:7]; o passado, o presente e o futuro eram e são para Ele um eterno ‘agora’” (History of the Church, vol. 4, p. 597; ver também Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, 2007, p. 428).
Alma 40:11. “O Espírito de Todos os Homens, (…) É Levado de Volta para Aquele Deus Que Lhes Deu Vida”
Se ao morrer passamos ao mundo espiritual e não à presença de Deus em Si, qual seria o significado das palavras de Alma?
O Presidente Joseph Fielding Smith (1876–1972) explicou que Alma não queria necessariamente dizer que seríamos levados de volta à presença de Deus: “Essas palavras de Alma [40:11], como as compreendo, não pretendiam dizer que todos os espíritos voltam à presença de Deus para que lhes seja indicado um lugar de paz ou de castigo, para que cada um receba Dele a sentença que lhe cabe. ‘Voltar a Deus’ [compare com Eclesiastes 12:7] significa simplesmente que a existência mortal chegou ao fim e que esses espíritos voltaram ao mundo espiritual, onde recebem um lugar de acordo com suas obras, seja com os justos ou com os injustos, para ali aguardarem a ressurreição. ‘Voltar a Deus’ é uma expressão para qual existem equivalentes em muitas outras situações bem conhecidas. Por exemplo: Um homem que tenha passado algum tempo no campo missionário em um país estrangeiro, ao ser desobrigado e entrar de volta nos Estados Unidos poderia dizer: ‘É maravilhoso estar de novo em casa’; mas talvez sua casa seja em algum lugar de Utah ou Idaho, ou em alguma outra parte do Oeste” [Answers to Gospel Questions, Joseph Fielding Smith Jr. (org.), 5 vols., 1957–1966, vol. 2, p. 85].
O Presidente George Q. Cannon (1827–1901), da Primeira Presidência, explicou que Alma não teve a intenção de “passar a ideia de que todos são imediatamente admitidos à presença de Deus em pessoa. Fica claro que ele estava empregando linguagem figurada” [Gospel Truth: Discourses and Writings of President George Q. Cannon, Jerreld L. Newquist (org.), 1987, p. 58].
Alma 40:11–15. O Estado da Alma entre a Morte e a Ressurreição
A seguinte explicação ajuda-nos a compreender a situação dos seres espirituais após a morte e antes da ressurreição: “Quando o corpo físico morre, o espírito continua vivo. No mundo espiritual, o espírito daquele que é justo ‘será recebido num estado de felicidade, [num lugar] que é chamado paraíso, um estado de descanso, um estado de paz, onde descansará de todas as suas aflições e de todos os seus cuidados e tristezas’ (Alma 40:12). Um local denominado prisão espiritual está reservado para ‘aqueles que [morrem] em seus pecados, sem conhecimento da verdade ou em transgressão, tendo rejeitado os profetas’ (D&C 138:32). Aos espíritos que se encontram na prisão são ‘ensinados a fé em Deus, o arrependimento do pecado, o batismo vicário para remissão de pecados, o dom do Espírito Santo pela imposição de mãos e todos os outros princípios do evangelho que [precisam] saber’ (D&C 138:33–34). Se eles aceitarem os princípios do evangelho, arrependerem-se de seus pecados e aceitarem as ordenanças feitas em seu benefício nos templos, eles serão recebidos alegremente no paraíso (Sempre Fiéis: Tópicos do Evangelho, 2004, p. 114).
O Presidente Brigham Young (1801–1877) ajudou-nos a compreender melhor a diferença de localização do mundo espiritual e da morada de Deus: “Quando deixamos este tabernáculo, para onde vamos? Para o mundo espiritual. Será que vamos para o seio de Abraão? Não, não passamos nem perto desse lugar, mas vamos para o mundo espiritual. Onde fica o mundo espiritual? Fica bem aqui. Os espíritos bons e maus ficam juntos? Sim, ficam. Eles ficam em um mesmo reino? Sim, ficam. Eles vão para o Sol? Não. Eles vão para além dos limites da Terra organizada? Não, não vão. Eles ficam nesta Terra” (Discursos de Brigham Young, comp. por John A. Widtsoe, 1954, p. 377).
Alma falava da Primeira Ressurreição tendo como referência o tempo terreno. Jesus Cristo ressurgiria primeiro e seria logo seguido pelos justos que viveram e morreram deste o início dos tempos de nossa Terra mortal até a época da Ressurreição de Cristo (ver Alma 40:16, 20; D&C 133:54–55). Essa ressurreição é o que Alma chamou de Primeira Ressurreição.
O Presidente Joseph Fielding Smith explicou que a Primeira Ressurreição inclui diferentes períodos e eventos:
“Embora houvesse uma ressurreição geral dos justos na época em que Cristo Se levantou dentre os mortos, costumamos falar da ressurreição dos justos na segunda vinda de Cristo como a primeira ressurreição. É a primeira para nós, pois pouco pensamos ou nos preocupamos com o passado. O Senhor prometeu que, no Seu Segundo Advento, as sepulturas se abrirão e os justos se levantarão para reinar com ele na Terra durante mil anos. (…)
Na época da [segunda] vinda de Cristo, ‘os que tiverem dormido em sua sepultura se levantarão, pois sua cova será aberta; e eles também serão arrebatados para encontrá-lo no meio do pilar do céu — Eles são de Cristo, as primícias, os que descerão com ele primeiro, e os que estão na terra e em suas sepulturas, que serão os primeiros a serem arrebatados para encontrá-lo; e tudo isto pela voz do soar da trombeta do anjo de Deus’ [D&C 88:97–98]. Esses são os justos, ‘cujos nomes estão escritos no céu, onde Deus e Cristo são o juiz de todos. (…) São homens justos, aperfeiçoados por meio de Jesus, o Mediador do novo convênio, (…) pelo derramamento de seu próprio sangue’ obrou esta Expiação perfeita [D&C 76:68–69].
[Após] esse grande evento e depois que o Senhor e os justos que foram arrebatados para encontrá-lo houverem descido à Terra, haverá uma outra ressurreição, a qual poderá ser considerada parte da primeira, embora se dê mais tarde. Nessa ressurreição, ressurgirão os da ordem terrestre, que não mereceram ser arrebatados para encontrá-lo, mas são dignos de ressurgir a fim de gozar o reinado do milênio (Doutrinas de Salvação, comp. por Bruce R. McConkie, 3 vols., 1994, vol. II, pp. 292–293).
O Élder Bruce R. McConkie (1915–1985), do Quórum dos Doze Apóstolos, deu a seguinte explicação quanto à Primeira Ressurreição, que também é chamada de Ressurreição dos Justos e Ressurreição da Vida: “Os que ressurgirem na manhã dessa ressurreição o farão com corpos celestiais e herdarão a glória celestial; esses são as primícias de Cristo. Aqueles que ressurgirem na tarde dessa ressurreição o farão com corpos terrestres e, portanto, herdarão a glória do reino terrestre; esses são aqueles de quem se diz que pertencem a Cristo em Sua vinda. Todos os que ressuscitaram até hoje receberam corpos celestiais; a ressurreição dos seres terrestres só começará depois da Segunda Vinda (D&C 76:50–80; 88:95–99)” (Doctrinal New Testament Commentary, 3 vols., 1971–1973, vol. 1, p. 196).
O Élder Dallin H. Oaks, do Quórum dos Doze Apóstolos, falou do consolo que é saber que os defeitos serão corrigidos na Ressurreição:
“Que grande consolo é saber que todos os que sofreram na vida com defeitos congênitos, lesões fatais, enfermidades ou com o definhamento natural da idade avançada serão ressuscitados em sua ‘própria e perfeita estrutura’. (…)
A certeza da ressurreição nos dá forças e visão para suportar as dificuldades mortais que cada um de nós e nossos entes queridos precisamos enfrentar, tais como as deficiências físicas, mentais ou emocionais que trazemos conosco no nascimento ou que adquirimos durante a vida mortal. Graças à ressurreição, sabemos que essas deficiências mortais são apenas temporárias!” (Conference Report, abril de 2000, pp.16–17; ou “Ressurreição”, A Liahona, julho de 2000, p. 16).
O Presidente Joseph F. Smith (1838–1918) disse o seguinte quanto ao que aconteceria às deformidades por ocasião da Ressurreição: “As deformidades serão removidas, os defeitos serão eliminados e homens e mulheres alcançarão a mesma perfeição de seu espírito, a perfeição que Deus planejou desde o início. Seu objetivo é que homens e mulheres, seus filhos, nascidos para tornarem-se herdeiros de Deus e coerdeiros de Jesus Cristo, passem a ser perfeitos tanto física como espiritualmente por meio da obediência à lei pela qual Ele proporciona o meio para que todos os Seus filhos cheguem à perfeição” (Doutrina do Evangelho, 5ª ed., 1939, p. 21).
Alma 40:26. “Uma Horrível Morte Sobrevém aos Iníquos”
A seguinte declaração ajuda-nos a compreender o que é essa “horrível morte”: “As escrituras às vezes falam da salvação da segunda morte. A segunda morte é a morte espiritual final — significa ser afastado da retidão e não ter recebido um lugar em nenhum dos reinos de glória (ver Alma 12:32; D&C 88:24). Essa segunda morte não virá antes do Julgamento Final e será para poucos (ver D&C 76:31–37). Quase todas as pessoas que já viveram sobre a Terra têm assegurada a salvação dessa segunda morte (ver D&C 76:40–45)” (Sempre Fiéis, p. 174).
Assim como algumas pessoas de hoje, Coriânton deve ter-se perguntado por que é importante viver em retidão já que todos receberão as bênçãos da ressurreição. Alma 41 aborda essa questão.
Para os filhos do Pai Celestial, o resultado da lei da restauração depende de sua fidelidade aos mandamentos. Sendo assim, Alma explicou a Coriânton que não se pode ser “restituído do pecado para a felicidade” (Alma 41:10). Isso é semelhante à lei da colheita: colhemos o que plantamos (ver Gálatas 6:7; D&C 130:20–21). Alma incentivou o filho a praticar o bem continuamente para ser “recompensado com o bem. Porque o que de ti sair, a ti retornará e será restaurado” (Alma 41:14–15).
Alma também ensinou ao filho que a lei da restauração permite a perfeita restituição do corpo na Ressurreição. “A alma será restituída ao corpo (…); sim, nem mesmo um fio de cabelo da cabeça será perdido” (Alma 40:23). Contudo, o grau de glória que nosso corpo receberá na ressurreição depende do grau de fidelidade de cada pessoa (ver D&C 88:28–32).
O seguinte conselho salienta a importância de buscarmos a felicidade por meio da obediência aos padrões do evangelho:
“Muitas pessoas tentam encontrar felicidade e realização em atividades contrárias aos mandamentos do Senhor. Ignorando o plano de Deus, elas rejeitam a única fonte da verdadeira felicidade. Cedem ao diabo que ‘procura tornar todos os homens tão miseráveis como ele próprio’ (2 Néfi 2:27). No final, aprendem como é verdadeira a admoestação de Alma ao filho Coriânton: ‘iniquidade nunca foi felicidade’ (Alma 41:10). (…)
Ao tentarmos ser felizes, devemos lembrar que o único meio de ter a verdadeira felicidade é viver de acordo com o evangelho. Encontraremos a felicidade serena e eterna ao empenhar-nos em guardar os mandamentos, orar pedindo forças, arrepender-nos de nossos pecados, participar de atividades saudáveis e prestar serviços significativos. Você aprenderá a divertir-se nos limites estabelecidos por um Pai Celestial amoroso” (Sempre Fiéis, pp. 88–89).
O Élder L. Tom Perry, do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou qual o propósito do período probatório chamado de “mortalidade”: “O propósito primordial da vida terrena é permitir que nosso espírito, que já existia antes da criação do mundo, se una ao corpo para um período de grandes oportunidades na mortalidade. A associação dos dois nos dá o privilégio de crescimento, desenvolvimento e amadurecimento só possível com a união de espírito e corpo. Com o corpo, passamos por certo número de provações durante o chamado estado probatório de nossa existência. Este é o tempo concedido para aprendermos e nos provarmos merecedores das oportunidades eternas. É tudo parte do plano divino de nosso Pai para Seus filhos” (Conference Report, abril de 1989, p. 16; ou “Proclamai o Meu Evangelho”, A Liahona, julho de 1989, p. 13).
Quando era membro do Quórum dos Setenta, o Élder Ronald E. Poelman observou que a mortalidade é o período em que aprendemos a lidar com os opostos e a escolher entre eles: “O plano de salvação apresentado e aceito por nós em nosso estado pré-mortal, inclui um tempo de provação na terra, durante o qual experimentamos oposição, fazemos escolhas, aprendemos as consequências destas e nos preparamos para voltar à presença de Deus. Sofrer adversidade é uma parte essencial desse processo; e nós decidimos vir para a mortalidade sabendo disso (ver 2 Néfi 2:11–16)” (Conference Report, abril de 1989, p. 29; ou “A Adversidade e o Divino Propósito da Mortalidade”, A Liahona, julho de 1989, p. 24).
O Élder William R. Bradford, dos Setenta, concluiu que o propósito da mortalidade é que nos tornemos semelhantes ao Pai Celestial. “Esta vida é um período probatório. É uma dádiva maravilhosa de tempo durante o qual podemos aprender a ser como nosso Pai Celestial seguindo os ensinamentos de Seu Filho, Jesus Cristo. O caminho pelo qual Ele nos conduz não é um caminho atravancado. É simples, reto e iluminado pelo Espírito” [Conference Report, abril de 1992, p. 40; ou “Organizai Vossa Vida”, A Liahona, julho de 1992, p. 29 (tradução atualizada)].
O Presidente Boyd K. Packer, Presidente do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou que o sacrifício do Salvador permitiu que a misericórdia fosse concedida sem violar a lei da justiça:
“Cada um de nós vive numa espécie de crédito espiritual. Algum dia nossa conta será encerrada e um ajuste final será exigido. Por menor que seja a importância que damos a isso hoje, quando esse dia chegar e a execução do contrato estiver iminente olharemos ao nosso redor em desesperada agonia, procurando alguém que nos possa ajudar.
E, de acordo com a lei eterna, a misericórdia não pode ser concedida, a menos que haja alguém que esteja disposto e seja apto a assumir nossa dívida, pagá-la e estabelecer os termos de nossa redenção.
A menos que haja um mediador, que tenhamos um amigo, teremos que arcar com o peso da justiça implacável. Será exigido que paguemos por todas as nossas transgressões até o último ceitil, por menores ou por mais profundas que sejam.
Mas saibam disto: A verdade, a gloriosa verdade proclama que existe um Mediador.
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Balança da justiça
Justiça
‘Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem’ (I Timóteo 2:5).
Por meio Dele, a misericórdia pode ser plenamente concedida a cada um de nós, sem ofender a lei eterna da justiça.
“Essa verdade é o cerne da doutrina cristã. (…)
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Balança com a justiça e a misericórdia
Justiça
Misericórdia
A misericórdia não será concedida automaticamente. Será concedida através de um convênio com o Senhor, que ditará Seus termos, os quais serão generosos, e incluem, como um requisito absolutamente essencial, o batismo por imersão para a remissão dos pecados.
Toda a humanidade pode ser protegida pela lei da justiça e, ao mesmo tempo, cada um de nós pode receber a bênção redentora e balsâmica da misericórdia” [Conference Report, abril de 1977, p. 80; ou A Liahona, outubro de 1977, pp. 55–56 (tradução atualizada)].
O Élder Neal A. Maxwell disse: A justiça e a misericórdia de Deus serão tão comprovadamente perfeitas que no Julgamento Final não haverá reclamações, nem mesmo daqueles que já questionaram o que Deus concedeu na vida mortal (ver2 Néfi 9:14–15; Alma 5:15–19; 12:3–14; 42:23–26, 30)” (Conference Report, abril de 2000, p. 92; ou “Contentar-me com as Coisas Que o Senhor Me Concedeu”, A Liahona, julho de 2000, p. 86).
O Presidente Boyd K. Packer explicou como o remorso de consciência pode ser importante:
“Meu propósito é aliviar a dor dos que sofrem do desagradável sentimento de culpa. Sinto-me como o médico que começa seu tratamento dizendo: ‘Bem, isso vai doer um pouquinho. (…)’
Todos nós já sentimos pelo menos um pouco da dor de consciência que segue nossos erros.
João disse: ‘Se dissermos que não temos pecados, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós’ [I João 1:8]. Depois, acrescentou, mais vigorosamente: ‘Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo [o Senhor] mentiroso, e a sua palavra não está em nós’ [I João 1:10].
Todos sentimos, às vezes, e em alguns casos grande parte do tempo, um remorso por coisas que fizemos de errado ou deixamos de fazer. Esse sentimento de culpa representa para o espírito o mesmo que a dor para o corpo físico. (…)
Todos cometemos erros. Às vezes, prejudicamos a nós mesmos e ferimos gravemente outras pessoas de um modo que não podemos remediar sozinhos. Quebramos coisas que não podemos consertar. Assim, está em nossa natureza sentir culpa, humilhação e sofrimento, que não podemos curar sozinhos. É nesse momento que o poder curador da Expiação irá ajudar-nos.
O Senhor declarou: ‘Pois eis que eu, Deus, sofri essas coisas por todos, para que não precisem sofrer caso se arrependam’ [D&C 19:16]” (Conference Report, abril de 2001, pp. 27–28; “O Toque da Mão do Mestre”, A Liahona, julho de 2001, p. 25).
O Presidente Spencer W. Kimball (1895–1985) falou da importância de uma consciência sensível: “Como é maravilhoso que Deus nos tenha dotado desse guia tão sensível e ao mesmo tempo tão forte que chamamos consciência! Alguém, com muita propriedade, comentou que ‘a consciência é a centelha espiritual que Deus colocou em todo homem com o propósito de salvar-lhe a alma’. Sem dúvida esse é o instrumento que desperta a alma para a consciência do pecado, estimula a pessoa a adaptar a mente ao nível dos ideais nobres, a reconhecer-se culpada da transgressão sem diminuir ou subestimar o erro, e estar disposta a enfrentar os fatos e pronta a cumprir as penalidades — e enquanto o homem não [tiver essa] atitude mental, ainda não começou a se arrepender. Sentir tristeza já é um passo dado, abandonar o erro é um começo, mas até que a consciência seja estimulada o suficiente para fazer com que a pessoa pense diferente, e quando houver desculpas e racionalização, ela mal começou o processo de arrependimento. Isso é o que Alma quis dizer ao afirmar a seu filho Coriânton que ‘ninguém, a não ser o verdadeiro penitente, é salvo’ ((Alma 42:24)” (O Milagre do Perdão, 1999, p. 152).
Alma 42:23. “A Expiação Efetua a Ressurreição dos Mortos”
O Presidente Gordon B. Hinckley (1910–2008) prestou o seguinte testemunho da magnitude do sacrifício expiatório que possibilitou a Ressurreição:
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Cristo É Crucificado
Paul Gustave Dore
“A manifestação magnífica de Seu amor deu-se com Sua morte, quando Ele Se entregou em sacrifício por toda a humanidade. A Expiação, realizada com dor indizível, transformou-se no maior acontecimento da história, foi um gesto de graça pelo qual o homem nada fez, mas que deu a certeza da ressurreição a todos os que pisaram ou que ainda pisarão a Terra.
Não há em toda a história humana ato algum que se compare. Nada do que já aconteceu se iguala a esse sacrifício. Com total abnegação e amor ilimitado por toda a humanidade esse tornou-se um ato de misericórdia sem paralelos pela raça humana como um todo.
Então, com a Ressurreição, naquela primeira manhã da Páscoa cristã, veio a declaração triunfal da imortalidade. Bem fez Paulo ao declarar: ‘Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo’ (I Coríntios 15:22). Ele não só concedeu a bênção da Ressurreição a todos, mas também abriu o caminho da vida para aqueles que seguirem Seus ensinamentos e mandamentos” (Conference Report, outubro de 1999, p. 92; ou Ensign, novembro de 1999, p. 73).
Pontos a Ponderar
Por que a iniquidade nunca leva à felicidade? Por que, às vezes, parece que os iníquos são felizes?
O que precisamos fazer para que a Expiação do Salvador tenha efeito em nosso favor?
De que forma a lei da justiça pode ser benéfica para você?
De que forma a lei da misericórdia pode atuar em seu favor?
Tarefas Sugeridas
Prepare um breve discurso a respeito do mundo espiritual empregando duas ou mais escrituras de Alma 40–42. Se possível, faça esse discurso em alguma reunião.
O que Alma ensinou ao filho Coriânton a respeito da ressurreição?
Escreva uma breve definição ou explicação de cada uma das seguintes leis: a lei da restauração, a lei da justiça e a lei da misericórdia.