Capítulo 33
Alma 43–51
Introdução
A discórdia, as dissensões e a guerra colocaram em risco a sobrevivência na nação nefita, mas os lamanitas não eram a única fonte dos conflitos. Os dissidentes nefitas, com sede de poder, causaram muitos problemas graves. Os nefitas venceram os inimigos por meio da fé em Jesus Cristo e seguindo Seus profetas, bem como outros líderes militares justos.
Compare os motivos e as intenções do capitão Morôni aos de Amaliquias. Mórmon escreveu o seguinte sobre o capitão Morôni: “Se todos os homens tivessem sido e fossem e pudessem sempre ser como Morôni, eis que os próprios poderes do inferno teriam sido abalados para sempre; sim, o diabo nunca teria poder sobre o coração dos filhos dos homens” (Alma 48:17). Assim como Morôni, você também pode ser “firme na fé em Cristo” (Alma 48:13) mesmo em situações difíceis e penosas.
Comentários
Alma 43:2–3. As Guerras entre os Nefitas e os Lamanitas
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Nessa altura do livro de Alma, capítulos 43–62, Mórmon avisa o leitor que retornaria ao relato das guerras (ver Alma 43:3). Há quem se pergunte por que o Livro de Mórmon fala tanto de guerra. O Presidente Ezra Taft Benson (1899–1994) declarou que “pelo Livro de Mórmon aprendemos como os discípulos de Cristo viveram em épocas de guerra” (Conference Report, outubro de 1986, p. 5; ou A Liahona, janeiro de 1997, p. 4).
Por ter visto nossos dias e saber que viveríamos em uma época de “guerras e rumores de guerras” (D&C 45:26; ver também Apocalipse 9), Mórmon incluiu relatos de como viver em retidão em épocas assim. Muitos santos dos últimos dias participaram e ainda participarão de conflitos militares. Procure os princípios do evangelho que Mórmon incluiu nesses capítulos sobre a guerra. Ele revelou o imenso sofrimento causado pelo conflito e também explicou por que a guerra às vezes é necessária para defender a vida e a liberdade. Tanto Mórmon como os profetas modernos enumeraram as situações que justificam a guerra (ver a seção de comentários relativos a Alma 43:45–47, nas páginas 265–266 e os relativos à Alma 51:13, nas páginas 270–271).
O Presidente Gordon B. Hinckley (1910–2008) falou da tristeza que Deus sente quando acontecem guerras, mesmo que sejam justificadas: “Creio que nosso Pai no Céu deve ter chorado ao olhar para Seus filhos, que ao longo dos séculos vêm desperdiçando seu divino legado destruindo-se brutalmente uns aos outros” (Conference Report, abril de 2003, p. 82; ou A Liahona, maio de 2003, p. 79). Os nefitas e o capitão Morôni tinham a devida atitude em relação à guerra e ao derramamento de sangue (ver a seção de comentários relativos a Alma 43:54; 44:1–2; 48:11, 22–23, na página 266).
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Na época da Segunda Guerra Mundial, a Primeira Presidência fez a seguinte declaração para esclarecer a posição da Igreja quanto à guerra:
“Os membros devem ser leais a seu soberano e devem servi-lo com lealdade quando chamados a fazê-lo [isso inclui o serviço militar]. No entanto, a Igreja propriamente dita não tem nenhuma responsabilidade em relação a essas normas, nem tampouco tem meios de fazer mais do que exortar seus membros a serem inteiramente leais a seu país e às instituições livres necessárias ao mais nobre patriotismo.
(…) Todo cidadão ou súdito tem uma obrigação para com o Estado. Essa obrigação é expressa na Regra de Fé que declara:
‘Cremos na submissão a reis, presidentes, governantes e magistrados; na obediência, honra e manutenção da lei’. (…)
Em obediência a esses princípios, os membros da Igreja sempre sentiram-se na obrigação de empunhar armas em defesa de seu país quando chamados a isso. (…)
A Igreja é necessariamente contrária às guerras. (…) Ela não pode encarar a guerra como um meio legítimo de solucionar questões internacionais — questões essas que deveriam ser solucionadas por consentimento mútuo entre as nações, em negociações e acordos pacíficos.
No entanto, os membros da Igreja são cidadãos ou súditos de Estados e soberanos sobre os quais a Igreja não tem controle. (…)
Portanto, em obediência a esses princípios, quando a lei constitucional exige que os homens da Igreja alistem-se nas forças armadas do país ao qual devem ser leais, seja qual for esse país, seu principal dever cívico é atender a esse chamado. Se, no cumprimento desse dever e em obediência a seus comandantes, forem levados a tirar a vida daqueles contra os quais lutam, nem por isso serão considerados assassinos” (Heber J. Grant, J. Reuben Clark Jr. e David O. McKay, Conference Report, abril de 1942, pp. 92–94; também citado por Boyd K. Packer, Conference Report, abril de 1968, pp. 34–35).
Alma 43:4–8. Dissidentes Nefitas Tornam-se Capitães do Exército Lamanita
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Os zoramitas antes faziam parte da nação nefita. Contudo, devido ao orgulho “os zoramitas se tornaram lamanitas” (Alma 43:4). Antes de sua dissidência, os líderes nefitas temiam, e com razão, que os zoramitas fizessem aliança com os lamanitas e, assim, colocassem a nação nefita em perigo (ver Alma 31:4). Para evitar essa dissidência em massa, Alma chefiou uma missão com o objetivo de regenerar os zoramitas, sendo que muitos deles já haviam abandonado a verdadeira fé. Apesar de alguns zoramitas terem sido restaurados à fé, a maioria irou-se, misturou-se com os lamanitas e começou a incitá-los à guerra (ver Alma 35:10–11). Os comandantes lamanitas nomearam os zoramitas e amalequitas mais sanguinários capitães-chefes de seu exército na tentativa de obter vantagem sobre os nefitas.
“Os zoramitas (…) convidaram os exércitos lamanitas a ocupar seu território no que foi o primeiro movimento importante contra os nefitas (Alma 43:5). À frente do exército veio seu comandante supremo, um amalequita chamado Zeraemna. Os amalequitas eram antigos dissidentes nefitas e, como é o caso da maioria dos dissidentes, tinham ainda mais ódio aos nefitas e ‘eram de natureza mais iníqua e mais propensos ao assassinato que os lamanitas’ (Alma 43:6). Em todas as posições importantes de comando do exército, Zeraemna colocou amalequitas como ele ou zoramitas (que eram igualmente ferozes) (Alma 43:6)” (Hugh Nibley, Since Cumorah, 2ª ed., 1988, p. 296).
Alma 43:13–14. Em Menor Número Tiveram de Enfrentar o Inimigo
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O número de dissidentes nefitas que passaram a ser lamanitas era quase igual ao dos nefitas que permaneceram fiéis (ver Alma 43:14). Esse grande número aliado aos exércitos lamanitas colocou os nefitas em grande desvantagem numérica (ver Alma 43:51; ver também Mosias 25:3; Alma 2:27, 35). Mesmo assim, os nefitas contavam com sua fé e tinham confiança que Deus os fortaleceria em batalha apesar de sua grande desvantagem e faria por eles o que fez pelo exército de Gideão (ver Juízes 7–9), por Eliseu (ver II Reis 6:15–23), pelo rei Benjamim (ver Palavras de Mórmon 1:14) e por Alma (ver Alma 2:27–35).
Alma 43:15–54. O Capitão Morôni Emprega a Fé e Estratagemas para Defender os Nefitas
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Enquanto era capitão-chefe, Morôni contou com a própria força e com o poder do Senhor para defender os nefitas. Alma 43 é um exemplo de como o capitão Morôni combinava o próprio bom-senso e a obediência aos conselhos de Deus. Ele preparou seus soldados fornecendo a cada um uma armadura reforçada (ver os versículos 19–21) e pediu o conselho do profeta antes de ir para a batalha (ver os versículos 23–24).
A campanha dos lamanitas era chefiada por oficiais amalequitas e zoramitas e o conhecimento que esses oficiais tinham dos segredos e métodos militares nefitas seriam uma imensa vantagem contra qualquer comandante, mas não contra Morôni. Logo de início, sua capacidade de prever os atos do inimigo impediu que eles alcançassem o que logicamente seria seu primeiro objetivo — tomar a terra de Jérson, que ficava em uma região fronteiriça (Alma 43:22). Ali ele montou seu principal posto de defesa, mas quando os mensageiros que foram procurar o profeta voltaram, ele foi informado de que os lamanitas planejavam um ataque surpresa contra a cidade de Mânti, que era de mais difícil acesso, mas cujas defesas não eram tão reforçadas e onde não eram esperados (Alma 43:24). Morôni imediatamente deslocou seu principal exército para Mânti e colocou o povo do local de prontidão (Alma 43:25–26).
Seus espiões e batedores informavam-no de cada movimento dos lamanitas e, com isso, Morôni conseguiu preparar uma armadilha para seus inimigos e pegá-los desprevenidos na travessia do rio Sidon (Alma 43:28–35)” (Hugh Nibley, Since Cumorah, pp. 297–298).
O capitão Morôni contava que receberia as bênçãos do Senhor porque tinha-se esforçado ao máximo. É provável que ele tenha sido o estrategista militar mais brilhante da época, mas ainda assim ele era humilde e seguia os conselhos do profeta. Isso fez com que o capitão Morôni se transformasse em um instrumento importantíssimo nas mãos de Deus.
Alma 43:18–22, 37–38. Com Que Armadura Contamos Hoje para Proteger-nos?
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O capitão Morôni muniu seu exército de armaduras protetoras que foram importantíssimas nas batalhas contra seus inimigos (ver Alma 43:37–38). O Presidente Harold B. Lee (1899–1973) explicou uma das maneiras de aplicarmos esses versículos a nossa vida hoje:
“O Apóstolo Paulo citou quatro partes do corpo como sendo as mais vulneráveis aos poderes das trevas. Os lombos, símbolo da virtude e castidade. O coração, símbolo de nossa conduta. Os pés, ou seja, nossas metas e objetivos na vida e, por fim, a cabeça, ou seja, nossos pensamentos.
(…) Devemos cingir nossos lombos com a verdade. O que é a verdade? A verdade, disse o Senhor, é o conhecimento das coisas como são, das coisas como foram e como serão [ver D&C 93:24]. (…) ‘Cingiremos nossos lombos com a verdade’ disse o profeta.
E o coração, que couraça é essa capaz de proteger nossa conduta na vida? Teremos sobre o coração a couraça da justiça [ou retidão]. Bem, depois de aprender a verdade passamos a ter um parâmetro para discernir o certo do errado e, portanto, nossa conduta será sempre julgada pelo que sabemos ser verdade. A couraça que protegerá nossa conduta será a couraça da retidão.
[Como] protegeremos nossos pés ou como avaliaremos nossos objetivos e metas na vida? (…) Calcemos ‘os pés na preparação do evangelho da paz’ (Efésios 6:15). (…)
Enfim chegamos ao capacete da salvação. (…) O que é a salvação? A salvação é ser salvo, mas de quê? Da morte e do pecado. (…)
Então, o Apóstolo Paulo (…) armou esse homem e colocou em sua mão um escudo e na outra mão uma espada, que eram as armas daquela época. O escudo era o escudo da fé, e a espada era a espada do espírito, que é a Palavra de Deus. Não posso imaginar armas mais poderosas que a fé e o conhecimento das escrituras que contêm a palavra de Deus. Quem assim estiver armado e preparado estará pronto a sair e enfrentar o inimigo” [Feet Shod with the Preparation of the Gospel of Peace, Brigham Young University Speeches of the Year (9 de novembro de 1954), pp. 2–3, 6–7; ver também Efésios 6:13–17; D&C 27:15–18).
Alma 43:23–25. A Obediência ao Profeta Nos Traz Bênçãos
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O desejo que o capitão Morôni tinha de seguir o conselho do profeta levou-o a conseguir muitas vitórias. Hoje, nós também podemos vencer as batalhas da vida seguindo o profeta.
O Presidente Spencer W. Kimball (1895–1985) salientou por que precisamos seguir os profetas: “Precisamos dar ouvidos àqueles a quem apoiamos como profetas e videntes, assim como às demais autoridades gerais como se nossa vida eterna dependesse disso, porque depende!” (Conference Report, abril de 1978, p. 117; ou Ensign, maio de 1978, p. 77).
Alma 43:45–47. “Até o Derramamento de Sangue”
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A vida humana é sagrada. Tirar uma vida inocente é “uma abominação à vista do Senhor” (Alma 39:5). Contudo, é justificável tirar a vida de outra pessoa para defender a nós mesmos, nossa família, liberdade, religião ou país. O Presidente Gordon B. Hinckley ajudou a explicar o conceito de guerra e derramamento de sangue:
“Quando uma guerra foi travada entre os nefitas e lamanitas, o registro declara que ‘os nefitas eram movidos por uma causa melhor, porque não estavam lutando (…) pelo poder, mas lutavam por seus lares e sua liberdade, suas esposas e seus filhos e por tudo que possuíam; sim, por seus ritos de adoração e sua igreja.
E faziam o que consideravam ser seu dever perante Deus’ (Alma 43:45–46).
O Senhor aconselhou-os: ‘Defendereis vossas famílias mesmo até o derramamento de sangue’ (Alma 43:47). (…)
Fica bem claro por esses e outros escritos que há momentos e situações em que as nações estão justificadas, na verdade têm a obrigação de lutar pela família, pela liberdade e contra a tirania, a ameaça e a opressão. (…)
Somos um povo que ama a liberdade e que está comprometido com a defesa da liberdade, onde quer que ela esteja em perigo. Creio que Deus não considera os homens e mulheres de uniforme responsáveis como agentes de seus governos na execução daquilo que eles estão legalmente obrigados a fazer. Pode até ser que Ele nos considere responsáveis, se tentarmos impedir ou bloquear o caminho daqueles que estão envolvidos numa luta contra forças do mal e da repressão” [Conference Report, abril de 2003, pp. 83–84; ou “Guerra e Paz”, A Liahona, maio de 2003, p. 78 (tradução atualizada)].
Alma 43:54; 44:1–2; 48:11, 22–23. Morôni “Não Tinha Prazer no Derramamento de Sangue”
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O capitão Morôni “não tinha prazer no derramamento de sangue” (Alma 48:11) apesar de ter motivos para tirar a vida de outras pessoas em defesa de seu país. Foi com relutância que ele combateu os lamanitas durante muitos anos (ver Alma 48:22). Quando tinha que lutar, ele tratava a todos com caridade, inclusive seus inimigos. Conta a história que, em mais de uma ocasião, o capitão Morôni interrompeu a batalha para poupar o maior número possível de vidas (ver Alma 43:54–44:1–2; 55:19). Ele tirava vidas contra sua vontade e se entristecia por “mandar muitos de seus irmãos deste mundo para o mundo eterno, despreparados para encontrar seu Deus” (Alma 48:23). O capitão Morôni acreditava firmemente que aqueles que, em vida guardavam os convênios feitos com Deus, ao morrer tinham a “alma (…) redimida pelo Senhor Jesus Cristo” e saíam “do mundo regozijando-se” (Alma 46:39).
Alguns leitores se perguntam como um homem tão voltado para a obediência aos convênios feitos com o Senhor poderia estar tão envolvido em questões militares. Talvez tenha sido por isso que Mórmon escreveu que Morôni “não tinha prazer no derramamento de sangue” e que fora ensinado “a nunca [levantar] a espada, a não ser contra um inimigo, e apenas para [preservar] a própria vida” (Alma 48:11, 14).
A Frase Explicativa que Antecede Alma 45. “Relato sobre o Povo de Néfi”
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O comentário que aparece antes do cabeçalho do capítulo 45 de Alma constava no registro original (para uma explicação mais detalhada, ver a seção de comentários referentes ao Primeiro Livro de Néfi: Seu Governo e Ministério, na página 12). A frase “Abrange os capítulos 45 a 62” foi acrescentada quando o Livro de Mórmon foi publicado com subdivisão de capítulos na edição de 1879.
Alma 45:17–19. Alma Partiu e “Nada Mais Se Ouviu a Respeito Dele”
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O Élder Bruce R. McConkie (1915–1985), do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou que a expressão “arrebatado pelo Espírito ou sepultado pela mão do Senhor” (Alma 45:19) sugere que Alma foi transladado. Moisés, Elias e Alma, o filho, foram transladados. A afirmação do Velho Testamento de que Moisés foi sepultado pelo Senhor e que a localização da sepultura é desconhecida é errônea (Deuteronômio 34:5–7). É verdade que ele pode ter sido ‘sepultado pela mão do Senhor’, se essa expressão for uma figura de linguagem que signifique que foi transladado. Mas o texto do livro de Mórmon, ao dizer que Alma foi ‘arrebatado pelo Espírito’, diz que as escrituras ‘dizem que o Senhor levou Moisés para junto de si; e supomos que ele também recebeu Alma junto de si, no espírito’ (Alma 45:18–19). Devemos lembrar-nos que os nefitas contavam com as placas de latão, que eram as escrituras que continham a história de quando Moisés foi levado, ou transladado. Quanto a Elias, a história de como ele foi levado em ‘um carro de fogo (…) e subiu ao céu num redemoinho’ é contada de forma majestosa no Velho Testamento (II Reis 2)” (Mormon Doctrine, 2ª ed., 1966, p. 805).
Alma 46–50. A Diferença entre os Líderes Iníquos e os Justos
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Mórmon expôs claramente as diferenças marcantes entre Amaliquias e o capitão Morôni (ver Alma 48:7; 49:25–28). Amaliquias lutava para “destruir a igreja de Deus e (…) o alicerce de liberdade que Deus lhes concedera” (Alma 46:10).
Homens iníquos que, como Amaliquias, têm sede de poder por algum tempo podem prosperar nas coisas do mundo, mas no final, eles atraem sua própria ruína e a de seus seguidores. Já os líderes como o capitão Morôni inspiram as pessoas a terem anseios nobres que, no final, triunfam sobre os ardis malignos. A tabela abaixo compara Morôni e Amaliquias:
Capitão Morôni
Amaliquias
Foi nomeado capitão-chefe do exército “pela voz do povo” e pelos juízes (Alma 46:34; ver também 43:16).
Conquistou o poder por meio de fraudes e mentiras (ver Alma 47:1–35; 48:7).
Uniu o povo em defesa da retidão e ensinou-o a ser fiel a Deus e aos convênios feitos (ver Alma 46:12–21; 48:7).
Incitou o povo instigando-o ao ódio (ver Alma 48:1–3).
Deleitava-se na liberdade de seu país e de seu povo (ver Alma 48:11).
Empenhava-se em destruir a liberdade do povo (ver Alma 46:10).
Amava seu semelhante e “trabalhava infatigavelmente pelo bem-estar e segurança do povo” (Alma 48:12).
“Não se importava com o sangue de seu povo” e só se esforçava por promover seus próprios interesses (Alma 49:10).
Era um homem governado pelos princípios da virtude e ensinava os nefitas a só usarem da espada para defender a família, a vida e a liberdade (ver Alma 48:10, 14).
Era um homem regido pelos próprios desejos e ambições que ensinava o povo a conquistar o que queria pela violência e a fazer juramentos de destruição (ver Alma 49:13, 26–27).
Pediu com humildade a ajuda de Deus para preservar vidas (ver Alma 48:16).
Amaldiçoou a Deus e jurou matar Morôni (ver Alma 49:27).
Empenhava-se em pôr fim aos conflitos e discórdias (ver Alma 51:16).
Empenhava-se em gerar conflitos e discórdias (ver Alma 46:6 10).
Alma 46:12–15, 36. O Estandarte da Liberdade
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ImagemO Capitão Morôni e o Estandarte da Liberdade
© Clark Kelley Price
É preciso coragem para conclamar outras pessoas a lutar por uma boa causa. O Presidente Ezra Taft Benson muitas vezes ensinou como foi importante o que o capitão Morôni fez ao erguer o estandarte da liberdade. Ele salientava com frequência que precisamos ser cidadãos ativos e promover a liberdade: “Melhorem sua comunidade participando e servindo nela ativamente. Quanto às responsabilidades cívicas, lembrem-se de que ‘para que o mal triunfe, basta simplesmente que os homens de bem não façam nada’ (Edmund Burke). Façam algo significativo em defesa da liberdade que Deus lhes deu” [Conference Report, abril de 1988, p. 58; ver também A Liahona, julho de 1988, p. 53 (tradução atualizada)].
Além disso, o Presidente Benson ensinou:
“Nesse livro de escrituras sagradas, ou seja, no Livro de Mórmon, observamos uma longa luta por liberdade. Também vemos a complacência das pessoas, que muitas vezes estavam dispostas a abrir mão da liberdade em troca de promessas feitas por alguém que dizia que lhes daria o que desejavam. (…)
Morôni, assim como os profetas cujas palavras estão registradas no Livro de Mórmon, falava do continente americano como sendo uma terra escolhida, uma terra de liberdade. Ele chefiou em batalha aqueles que estavam dispostos a lutar para ‘conservar sua liberdade’.
Diz o registro: ‘Ele fez com que o estandarte da liberdade fosse hasteado em todas as torres de toda a terra (…); e assim Morôni plantou o estandarte da liberdade entre os nefitas’ [Alma 46:36].
É disso que precisamos hoje — plantar o estandarte da liberdade entre nosso povo em todo o continente americano.
Esse incidente aconteceu aproximadamente setenta anos antes de Cristo, mas essa luta estendeu-se pelos mil anos de história que os registros sagrados do Livro de Mórmon abrangem. Na verdade, a luta pela liberdade continua — nós a vivemos hoje de uma forma bastante real” (Conference Report, outubro de 1962, pp. 14–15).
Alma 46:23–27. A Profecia da Túnica de José
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O pedaço rasgado da túnica de Morôni — o estandarte da liberdade — lembrava o pedaço preservado da túnica de José do Egito. Morôni declarou que os nefitas eram um remanescente da semente de José e que só continuariam a ser preservados enquanto servissem a Deus (ver Alma 46:22–24). O Presidente Joseph Fielding Smith (1876–1972) falou do simbolismo da parte preservada da túnica de José e disse que a profecia quanto a ela cumpriu-se em nossa época:
ImagemIsrael é Informado da Morte de José© 1994 Robert Barrett
“Aprendemos que a destruição da túnica de várias cores que José usava encerrava uma profecia. Parte da túnica foi preservada e Jacó, antes de falecer, profetizou que, assim como aquela parte que restara da túnica fora preservada, um remanescente da posteridade de José seria preservado [ver Alma 46:24].
Esse remanescente, que se encontra agora entre os lamanitas, um dia também receberá as bênçãos do Evangelho. Será reunido ao remanescente que agora vem sendo coligado entre as nações e ambos serão abençoados pelo Senhor para sempre” (O Caminho da Perfeição, 1970, p. 103).
Alma 47:36. A Dissidência e a Discórdia
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O Livro de Mórmon alerta-nos repetidas vezes de que aqueles que são membros da Igreja e depois tornam-se dissidentes dela passam a ter o coração mais duro e a ser mais prontos a esquecerem-se “por completo do Senhor seu Deus” (Alma 47:36).
O Élder Neal A. Maxwell (1926–2004), do Quórum dos Doze Apóstolos, alertou-nos que o mesmo problema ocorre hoje quando dissidentes passam a criticar a Igreja devido ao próprio orgulho: “Existem dissidentes que deixam a Igreja, seja formal ou informalmente, mas que não conseguem deixá-la em paz. Normalmente estão ansiosos por agradar os espectadores do mundo e passam a criticar as Autoridades Gerais ou pelo menos a adotar uma atitude condescendente em relação a elas. Não só tentam segurar a arca como também ocasionalmente dão-lhe um bom empurrão! Eles, que muitas vezes aprenderam as mesmas doutrinas que os fiéis, decidiram porém tomar o rumo da dissensão (ver Alma 47:36). Seu espírito foi endurecido pelo orgulho (ver Daniel 5:20)” (Men and Women of Christ, 1991, p. 4).
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O Élder Russell M. Nelson, do Quórum dos Doze Apóstolos, descreveu as consequências das discórdias e da dissidência:
“‘Aquele que tem o espírito de discórdia não é meu, diz o Senhor’ (3 Néfi 11:29–30). (…)
No mundo inteiro, os santos do Senhor (…) aprenderam que o caminho da dissensão conduz a graves perigos. O Livro de Mórmon contém esta advertência:
‘Pouco depois de sua dissensão se tornaram mais duros e impenitentes e mais selvagens, iníquos e ferozes (…) absorvendo as tradições dos lamanitas, entregando-se à indolência e a toda sorte de lascívia; sim, esquecendo-se por completo do Senhor seu Deus’ (Alma 47:36).
Quão devastadora é a força da dissensão! Pequenos atos podem produzir tão graves consequências. Seja qual for a posição ou situação, ninguém pode julgar-se livre do terrível preço da discórdia. (…)
A contenda promove a desunião” [Conference Report, abril de 1999, pp. 28–30; ou A Liahona, julho de 1999, pp. 27 28 (tradução atualizada)].
Alma 48:1–10. Defender os Princípios Cristãos
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Às vezes, é preciso que os verdadeiros seguidores de Cristo façam como Morôni e defendam ‘sua liberdade, suas terras, suas esposas e seus filhos e sua paz’ (Alma 48:10). Morôni estava determinado a ajudar seu povo a preservar “o que era chamado por seus inimigos [de] a causa dos cristãos” (Alma 48:10).
Devido à maré de iniquidade que existe no mundo hoje, o Presidente Gordon B. Hinckley advogou que “há momentos em que precisamos erguer-nos em defesa do que é certo e decente, da liberdade e da civilização, assim como Morôni arregimentou o povo em sua época para defender as esposas, filhos e a causa da liberdade (ver Alma 48:10)” (Conference Report, outubro de 2001, p. 88; ou “Os Tempos em Que Vivemos”, A Liahona, janeiro de 2002, p. 83).
Alma 48:19. “Não Prestavam Menos Serviços”
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O que significa dizer que Helamã não prestava menos serviços ao povo? O Presidente Howard W. Hunter (1907–1995) ensinou que todo os serviços prestados em retidão são igualmente aceitáveis diante de Deus e que nem todos servirão em chamados de destaque:
“A despeito de Helamã não estar em posição tão evidente nem de tanto destaque quanto Morôni, ele não prestava menos serviços ao povo, ou seja, ele era tão útil quanto Morôni. (…)
Nem todos nós seremos como Morôni, não contaremos com o aplauso de nossos colegas todos os dias o tempo todo. A maioria de nós não terá grande visibilidade, viverá em relativo anonimato, indo e vindo e realizando seu trabalho sem alarde. Para aqueles que acham a vida assim solitária, assustadora ou simplesmente monótona digo: vocês ‘não prestam menos serviços’ do que as pessoas mais espetaculares que conhecem. Vocês também fazem parte do exército de Deus.
Pensem, por exemplo, no imenso serviço que uma mãe ou um pai prestam sem alarde, no anonimato de um lar de membros da Igreja. Pensem nos professores de Doutrina do Evangelho, nas líderes de música da Primária, nos chefes escoteiros e nas professoras visitantes da Sociedade de Socorro, que servem e abençoam milhões, mas cujo nome nunca recebe aclamação pública nem é citado nos meios de comunicação nacionais.
São dezenas de milhares de pessoas anônimas que nos proporcionam nossas oportunidades e felicidade diária. Como dizem as escrituras, elas ‘não prestam menos serviços’ do que aquelas cuja vida é noticiada na primeira página dos jornais.
É extremamente comum que a história destaque e a atenção pública se concentre em indivíduos isolados em vez de nos feitos realizados por muitos” (“No Less Serviceable”, Ensign, abril de 1992, p. 64).
Alma 49–50. As Cidades Nefitas São Fortificadas
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Morôni foi inspirado e sábio ao fortificar as cidades, pois isso acabou sendo um fator decisivo na guerra. Milhares de nefitas foram poupados porque as cidades estavam preparadas. Podemos aplicar essa lição à nossa própria vida empregando mais pensamentos e atos virtuosos para resistir aos ataques do maligno ou aos “ardentes dardos do adversário” (1 Néfi 15:24; ver também Helamã 5:12). O Senhor prometeu que se O buscarmos com humildade, Ele nos mostrará nossas fraquezas e fará “com que as coisas fracas se tornem fortes” (Éter 12:27). O quadro abaixo traz uma relação de exemplos de como as medidas de proteção nefitas podem ser aplicadas a nós:
Como os Nefitas Se Protegeram
Como Podemo-nos Proteger
As fortalezas mais fracas foram fortificadas (ver Alma 48:9).
Temos que fortalecer nossos pontos fracos.
Os nefitas prepararam-se para receber o inimigo de forma nunca antes vista (ver Alma 49:8).
Precisamos preparar-nos para resistir às artimanhas do diabo como nunca antes.
Os nefitas transformaram suas cidades mais fracas em fortalezas (ver Alma 49:14).
Se nos achegarmos a Cristo, Ele poderá fazer com que as coisas fracas se tornem fortes para nós (ver Éter 12:27).
Aos nefitas foi dado poder sobre os inimigos (ver Alma 49:23).
Se formos fiéis e confiarmos no Senhor, Ele nos dará poder sobre nossos inimigos.
Mesmo depois de algumas vitórias, os nefitas continuaram a preparar-se (Alma 50:1).
Quando obtemos sucesso em vencer uma tentação ou provação, não devemos baixar a guarda; devemos continuar a vigiar e orar sempre para não sermos vencidos (ver Alma 13:28).
Os nefitas construíram torres de segurança que lhes permitiam ver o inimigo de longe (ver Alma 50:4).
Se confiarmos nos profetas, que são os modernos atalaias que vigiam do alto da torre e, por isso veem longe, estaremos mais bem preparados para o futuro.
Alma 51:13. Empunhar Armas para Defender o País
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Como cidadãos, somos sujeitos às leis que governam nosso país. O Élder Russell M. Nelson deu o seguinte conselho a quem se vê na obrigação de empunhar armas para defender seu próprio país:
“Os homens são realmente irmãos porque Deus é realmente nosso Pai. Não obstante, as escrituras estão repletas de histórias de contendas e combates. Elas condenam energicamente as guerras de agressão, mas sancionam o dever dos cidadãos de defenderem a própria família e liberdade [verAlma 43:45–47; 46:11–12, 19–20; 48:11–16]. (…) Os membros desta Igreja [são] chamados para servir nas forças armadas de muitos países. ‘Nós cremos que os governos foram instituídos por Deus em benefício do homem; e que ele considera os homens responsáveis por seus atos em relação aos mesmos, tanto na formulação de leis como em sua execução, para o bem e segurança da sociedade’ [ D&C 134:1].
Durante a Segunda Guerra Mundial, quando os membros da Igreja foram forçados a lutar em lados opostos, a Primeira Presidência afirmou que ‘o Estado é responsável pelo controle civil de seus cidadãos ou súditos, por seu bem-estar político e pela implementação de normas políticas, no âmbito nacional e no exterior. (…) No entanto, a Igreja propriamente dita não tem nenhuma responsabilidade em relação a essas normas, [a não ser] a de exortar seus membros a serem (…) inteiramente leais a seu país” [James R. Clark (org.), Messages of the First Presidency of The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints, 6 vols., 1965–1975, vol. 6, pp. 155–156]” (Conference Report, outubro de 2002, p. 42; ver também “Bem-Aventurados os Pacificadores”, A Liahona, novembro de 2002, p. 39).
Pontos a Ponderar
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O que você incluiria na relação das defesas espirituais mais importantes de que você precisa para ficar a salvo do inimigo que tenta destruí-lo?
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Em tempos de guerra, o que os soldados que são membros da Igreja podem fazer para servir da mesma forma que o capitão Morôni?
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Que impacto um líder valoroso pode ter em seu país, estado, comunidade ou família?
Tarefas Sugeridas
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Como nem todos nós terão posições de destaque como Morôni, descreva os serviços importantes prestados por mães e pais. Além disso, fale da importância do professor da Escola Dominical, da regente da Primária, do líder dos escoteiros, das professoras visitantes ou de algum outro chamado de sua escolha.
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Anote alguns pontos fracos seus e faça os planos necessários para fortificar esses pontos para resistir à iniquidade.