Capítulo 38
Helamã 13–16
Introdução
O evangelho de Jesus Cristo dá a todas as pessoas a oportunidade de mudar. Ao longo de grande parte do Livro de Mórmon, as obras dos lamanitas “foram continuamente más”; contudo, a “pregação dos nefitas” (Helamã 15:4) levou a maior parte deles a passar por uma grande mudança no coração (ver Helamã 6:1). No livro de Helamã acontece uma clara inversão de papéis: o povo que antes fora ensinado agora passou a ensinar. Por outro lado, muitos nefitas tornaram-se orgulhosos e passaram a não dar ouvidos a seus próprios profetas; portanto o Senhor enviou-lhes um profeta lamanita para exortá-los a arrependerem-se e prepararem-se para a vinda do Senhor. Atente para a reação individual e coletiva dos nefitas diante do mensageiro lamanita enviado pelo Senhor. As palavras de Samuel foram tão importantes que o Salvador confirmou-as quando esteve pessoalmente na América e testificou que todas se cumpriram (ver 3 Néfi 23:9–13).
Comentários
Helamã 13:3. “Tudo o que Lhe Viesse ao Coração”
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Samuel, que era profeta, não tomou para si o encargo de decidir o que pregar aos nefitas. Lemos em Helamã 13:3 que ele ensinava “tudo o que lhe [vinha] ao coração”. Falando desse processo de receber revelações, o Presidente Boyd K. Packer, Presidente do Quórum dos Doze Apóstolos, descreveu como a voz do Senhor costuma manifestar-se:
“A revelação vem por meio de palavras que sentimos mais do que ouvimos. Néfi disse a seus irmãos rebeldes que haviam sido visitados por um anjo: ‘Havíeis perdido a sensibilidade, de modo que não pudestes perceber suas palavras’ [1 Néfi 17:45; grifo do autor].
As escrituras estão repletas de expressões como: ‘Retirou-se o véu de nossa mente e abriram-se os olhos de nosso entendimento’ [D&C 110:1], ou ‘falarei em tua mente e em teu coração’ [D&C 8:2], ou ‘te iluminei a mente’ [D&C 6:15] ou ‘expressai os pensamentos que eu vos puser no coração’ [D&C 100:5]. Há centenas de versículos que ensinam como acontecem as revelações” [Conference Report, outubro de 1994, p. 77; ver também “Revelação Pessoal: O Dom, o Teste e a Promessa”, A Liahona, janeiro de 1995, p. 64 (tradução atualizada)].
Helamã 13:11–16. Poupados Graças a Alguns Justos
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Houve ocasiões em que os iníquos foram poupados de terríveis destruições por existirem pessoas justas morando entre eles. Entre o povo iníquo de Zaraenla havia algumas pessoas justas, graças as quais as restantes não foram destruídas, mas é claro que essas pessoas iníquas nem se deram conta disso. Em poucos anos Zaraenla perdeu essa proteção silenciosa pela qual o povo não era grato, e cumpriram-se as palavras de Samuel (ver 3 Néfi 9:3). Até Sodoma e Gomorra teriam sido poupadas se pelo menos 10 pessoas justas morassem ali (ver Gênesis 18:23–33).
Nossa maneira de viver é mesmo muito importante. A retidão de algumas pessoas pode representar uma grande bênção para outras, principalmente em nossa família e na comunidade.
Helamã 13:19–22. Riquezas e Espiritualidade
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O Élder Dallin H. Oaks, do Quórum dos Doze Apóstolos, falou da relação entre o materialismo e a espiritualidade:
“O materialismo, que dá prioridade às necessidades e objetivos materiais, é claramente o oposto da espiritualidade. O Salvador ensinou que não devemos ajuntar ‘tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam’ (Mateus 6:19). Devemos ajuntar tesouros no céu ‘porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração’ (Mateus 6:21). (…)
Não há nada intrinsecamente mau no dinheiro. O Bom Samaritano usou dinheiro para servir ao próximo da mesma forma que Judas usou para trair o Mestre. É ‘o amor ao dinheiro [que] é a raiz de toda a espécie de males’ (I Timóteo 6:10; grifo do autor). A diferença crucial é o grau de espiritualidade com que encaramos, avaliamos e administramos as coisas deste mundo e as experiências que temos nele.
Se permitirmos que o dinheiro se torne o objeto de nossa adoração ou nossa prioridade, ele é capaz de nos transformar em pessoas egoístas e orgulhosas ‘[inchadas] com as coisas vãs do mundo’ ( Alma 5:37). Por outro lado, se empregado para cumprir nossas obrigações legais e para pagar o dízimo e as ofertas, por meio do dinheiro podemos demonstrar integridade e desenvolver a abnegação. Quando o emprego que fazemos dos bens materiais é regido pelo entendimento espiritual, eles podem ajudar a preparar-nos para viver de acordo com a lei maior da glória celestial” (Conference Report, outubro de 1985, p. 78; ou Ensign, novembro de 1985, pp. 62–63).
Helamã 13:23–29. Seguir o Profeta Vivo
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O Élder M. Russell Ballard, do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou como é importante atender aos apóstolos e profetas vivos: “Agora, queridos irmãos e irmãs, rogo que prestem atenção às coisas ensinadas pelos líderes da Igreja. Coloquem em prática os ensinamentos que ajudarão vocês e sua família. Que todos nós, independentemente das circunstâncias familiares, levemos para casa os ensinamentos dos profetas e apóstolos para fortalecer o nosso relacionamento uns com os outros, com nosso Pai Celestial e com o Senhor Jesus Cristo. Prometo a vocês em nome do Senhor que, se ouvirem, não apenas com os ouvidos mas também com o coração, o Espírito Santo lhes manifestará a verdade das mensagens transmitidas pelo [presidente da Igreja], por seus conselheiros, pelos Apóstolos e por outros líderes da Igreja. O Espírito indicará o que devem fazer individualmente e em família a fim de seguirem nosso conselho para que o seu testemunho seja fortalecido e vocês tenham paz e alegria” (Conference Report, abril de 2001, p. 86; ou “Suas Palavras Recebereis”, A Liahona, julho de 2001, p. 79).
Helamã 13:38. A Iniquidade É Contrária À Natureza da Felicidade
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Samuel alertou aos nefitas de que estavam procurando felicidade por meio da iniquidade, que é contrária a natureza da felicidade. Falando desse mesmo problema, o Élder Richard G. Scott, do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou que só se alcança a felicidade por meio da retidão:
“Já percebeu como Satanás atua para capturar a mente e as emoções por meio de imagens cintilantes, música de som alto e estridente, e como aguça cada sentido físico ao extremo? Ele se esforça zelosamente para preencher a vida com ação, diversão e estímulos para que não se meçam as consequências de seus convites tentadores. Pense nisso. Alguns são tentados a quebrar os mais básicos mandamentos de Deus por causa das atitudes sedutoras retratadas como aceitáveis. Elas são mostradas de modo a parecer atraentes e desejáveis. Parece não haver uma consequência séria, ao contrário, alegria e felicidade duradouras. Mas admita que essas atuações são controladas por textos e atores. O resultado das decisões tomadas é, da mesma forma, manipulado para ser o que o produtor quer que seja.
A vida não é assim. Sim, o arbítrio moral permite que você escolha o que quiser, mas não lhe dá o controle sobre o resultado dessas escolhas. Ao contrário das falsas criações produzidas pelo homem, nosso Pai Celestial determina as consequências de suas escolhas. A obediência trará felicidade, enquanto a transgressão de Seus mandamentos, não” (Conference Report, abril de 2004, p. 105; ou “Como Viver Bem em Meio ao Mal Crescente”, A Liahona, maio de 2004, p. 100).
Helamã 14. Samuel Profetiza o Advento do Salvador
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Uma das profecias mais específicas das escrituras foi a proferida por Samuel quanto ao nascimento e morte de Jesus Cristo. Os quadros a seguir resumem os ensinamentos de Samuel inclusive as profecias quanto ao nascimento e morte de Cristo e seu cumprimento, bem como as orientações de Samuel para o povo:
Profecias quanto ao Nascimento do Salvador
Cumprimento
Nascimento em cinco anos
Não haveria escuridão na noite anterior ao nascimento
Uma nova estrela
Muitos sinais e maravilhas no céu
Todos se espantaram e caíram por terra
Samuel Ensinou o Povo a Preparar-se para o Salvador (Helamã 14:8–13)
Ensinamento
Crer em Deus
Arrepender-se e ser perdoado graças a Cristo
Liberdade para agir
Profecias quanto à Morte do Salvador
Cumprimento
O Sol não daria luz por três dias
Trovões, raios, terremotos
A Terra se desfiguraria
Grandes tempestades, montanhas ficariam planas, vales virariam montanhas
Estradas e cidades destruídas
Sepulturas se abriram e santos ressuscitaram e ministraram ao povo
Helamã 14:11. “A Fim de que Vos Inteireis das Condições do Arrependimento”
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O Élder Richard G. Scott explicou as condições do arrependimento:
“Em O Milagre do Perdão, Spencer W. Kimball dá ótimos conselhos de como obter-se o perdão por meio do arrependimento. Esse guia ajudou muitos a encontrarem o caminho de volta. Ele identifica cinco elementos essenciais do arrependimento:
Tristeza pelo pecado. Estudem e ponderem para determinar como o Senhor define a seriedade de sua transgressão. Isso trará a tristeza e o remorso que curam. Trará também um desejo sincero de mudar e a disposição de submeter-se à todas as condições do perdão. (…)
Abandonar o pecado. É a decisão inflexível e permanente de não repetir a transgressão. Mantendo este compromisso, não é preciso tornar a experimentar o amargo ressaibo desse pecado. (…)
Confessar o pecado. É sempre necessário confessarmos nossos pecados ao Senhor. Se forem transgressões sérias, como imoralidade, é preciso confessá-las a um bispo ou presidente de estaca. Por favor, entendam que confissão não é arrependimento. É um passo essencial, mas não é suficiente. A confissão parcial, mencionando os erros menores, não ajudará a resolver uma transgressão oculta mais séria. (…)
Restituição pelo pecado. Deve-se restituir ou restaurar, tanto quanto possível, tudo o que se roubou, danificou ou desonrou. A restituição feita com boa vontade é, para o Senhor, uma prova concreta de que nos comprometemos a fazer todo o possível para nos arrependermos.
Obedecer a todos os mandamentos. A obediência plena colocará o poder total do evangelho em ação em sua vida, o que lhes dará forças para concentrarem-se no abandono de pecados específicos. Essa obediência inclui coisas que talvez não considerem parte do arrependimento, como frequentar as reuniões, pagar o dízimo, servir e perdoar o próximo. (…)
Gostaria de acrescentar um sexto passo: Reconhecer o Salvador. De todos os passos necessários para o arrependimento, testifico que o mais importante é a convicção de que recebemos perdão por causa do Redentor. É essencial saber que somente sob as Suas condições podemos ser perdoados” [Conference Report, abril de 1995, p. 102; ver também “Encontrar o Perdão”, A Liahona, julho de 1995, p. 80 (tradução atualizada)].
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Além dos elementos importantes citados acima e que foram ensinados pelo Presidente Kimball e pelo Élder Scott, o arrependimento também implica em mudança. O Élder Jeffrey R. Holland, do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou: “Devemos mudar tudo o que pudermos e que faça parte do problema. (…) Agradecemos ao Pai Celestial por permitir nossa mudança. Agradecemos a Jesus por podermos mudar, pois afinal só podemos fazer isso com Sua ajuda divina. Certamente nem tudo o que enfrentamos é resultado de nossas ações. Muitas vezes é resultado das ações de outras pessoas ou apenas coisas que acontecem na vida mortal. Mas tudo o que nós podemos mudar nós devemos mudar, e perdoar o restante. Dessa forma, teremos tanto acesso à Expiação do Salvador como se nós mesmos, com nossas imperfeições, fôssemos o autor dela. Ele fará o restante” (Conference Report, abril de 2006, pp. 70–71; ou “Consertar o que Está Quebrado”, A Liahona, julho de 2006, p. 69).
Helamã 14:11–12. O Propósito dos Ensinamentos de Samuel
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Em Helamã 14:11–12 o profeta Samuel mencionou quatro verdades que queria que as pessoas aprendessem com seus ensinamentos:
Conhecer os julgamentos de Deus
Inteirar-se das condições do arrependimento
Saber da vinda de Jesus Cristo
Conhecer os sinais de Sua vinda
Helamã 14:15–19. A Expiação Vence a Morte
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Samuel, o lamanita, descreveu a diferença entre a morte física (ou seja, a primeira morte) e a segunda morte, que é a morte espiritual, e também explicou como a Expiação do Salvador nos ajuda a vencer essas mortes.
A Morte Física O Élder Earl C. Tingey, da presidência dos Setenta, definiu o que é a morte física e quem passará por ela: “A morte física é a separação do espírito e do corpo físico. Devido à Queda de Adão, toda a humanidade sofrerá a morte física” (Conference Report, abril de 2006, p. 74; ou “O Grande Plano de Felicidade”, A Liahona, maio de 2006, p. 72).
A primeira morte espiritual ocorrida. A morte espiritual ocorre quando a pessoa é afastada da presença do Senhor (ver Alma 42:9).
O Presidente Spencer W. Kimball (1895–1985) explicou que essas duas mortes são consequências da Queda de Adão e Eva: “Nossos primeiros pais, Adão e Eva, desobedeceram a Deus. Ao comerem do fruto proibido, tornaram-se mortais. Consequentemente, eles e todos os seus descendentes ficaram sujeitos tanto a morte física quanto à espiritual (a morte física é a separação do corpo e do espírito e a morte espiritual é o afastamento do espírito da presença de Deus e a morte para as coisas espirituais)” (Conference Report, abril de 1978, p. 7; ou Ensign, maio de 1978, p. 6).
Para nós, a morte espiritual ocorreu quando deixamos a presença de Deus e nascemos na mortalidade. Samuel, o lamanita, chamou o afastamento da presença de Deus de “primeira morte” (Helamã 14:16).
Ele também ensinou que todos os filhos do Pai Celestial que tiveram vida mortal vencerão a morte física e a morte espiritual por meio da Expiação de Jesus Cristo (ver Helamã 14:17). Muitas outras escrituras também afirmam esse fato (ver 2 Néfi 2:9–10; 9:15, 22, 38; Alma 11:43–44; 12:12–15, 24; 42:23; 3 Néfi 26:4).
A segunda morte espiritual. A segunda morte espiritual é a morte espiritual final que ocorre devido aos nossos próprios pecados dos quais não nos arrependemos, e não por termos deixado a presença de Deus para nascer na mortalidade.
O Salvador também nos ajuda a vencer essa segunda morte espiritual. Por meio do sofrimento por nossos pecados, Ele nos dá a oportunidade de nos arrependermos. Mas sobre aqueles que não se arrependerem recai “novamente uma morte espiritual; sim, uma segunda morte, porque novamente são separados das coisas concernentes à retidão” (Helamã 14:18). Isso significa que quem tem pecados não resolvidos não poderá permanecer na presença de Deus depois de ter-se apresentado diante Dele para ser julgado.
O Élder Russell M. Nelson, do Quórum dos Doze Apóstolos, descreveu essa situação:
“Se a morte física ocorrer antes de repararmos nossos erros morais e modificarmos nossa conduta, teremos perdido a oportunidade de nos arrependermos. Portanto, ‘o [verdadeiro] aguilhão da morte é o pecado’ (I Coríntios 15:56).
Nem mesmo o Salvador pode salvar-nos em nossos pecados. Ele nos redimirá de nossos pecados, mas apenas se nos arrependermos. Somos responsáveis por nossa própria sobrevivência ou morte espiritual (ver Romanos 8:13–14; Helamã 14:18; D&C 29:41–45)” [Conference Report, abril de 1992, p. 102; ver também A Liahona, maio de 1992, p. 77 (tradução atualizada)].
Helamã 15:3–4. O Amor de Deus
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O Senhor ama todas as pessoas, mas não tolera o pecado. Apesar de Helamã 15:4 declarar que o Senhor “odiou os lamanitas porque suas obras [eram] continuamente más”, Samuel é um dos muitos lamanitas aos quais o evangelho foi ensinado e que, depois de se converterem passaram a ser favorecidos por Deus.
O Élder Russell M. Nelson, do Quórum dos Doze Apóstolos, falou do amor que Deus tem às pessoas que pecam: “Isso significa que o Senhor não ama o pecador? Claro que ama. O amor divino é infinito e universal. O Senhor ama tanto os santos como os pecadores. O Apóstolo João afirmou: ‘Nós o amamos a ele porque ele nos amou primeiro’ [I João 4:19]. E Néfi, quando viu em visão o ministério mortal do Senhor, declarou: ‘Sim, cospem nele e ele suporta-o por causa de sua amorosa bondade e longanimidade para com os filhos dos homens’ [”1 Néfi 19:9; grifo do autor]. Sabemos a abrangência do amor do Redentor porque Ele morreu para que todos os que morreram pudessem viver novamente” (“O Amor Divino”, A Liahona, fevereiro de 2003, p. 12).
Helamã 15:7–8. Uma Mudança Permanente no Coração
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O Presidente Ezra Taft Benson (1899–1994) compreendia a capacidade que as escrituras, e principalmente o Livro de Mórmon, têm de mudar nossa vida. Ele salientou o quanto é importante gravar profundamente em nosso coração as doutrinas que as escrituras modernas ensinam para conseguirmos permanecer “firmes e inquebrantáveis na fé” (Helamã 15:8). O Presidente Benson ensinou: “Os que se converteram por motivos sociais, éticos, culturais ou educacionais não conseguirão resistir ao calor do dia a menos que aprofundem sua raiz mestra na plenitude do evangelho contida no Livro de Mórmon” (Conference Report, abril de 1975, p. 96; ou Ensign, maio de 1975, p. 65).
Helamã 16:2–3, 6–8. Proteção Divina
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A proteção que Samuel recebeu enquanto dava sua mensagem de arrependimento não é incomum. Nas escrituras encontramos vários exemplos de profetas que foram ameaçados, mas cuja vida foi milagrosamente preservada para que pudessem concluir sua missão. Considerem os seguintes exemplos e relembrem como eles conseguiram transmitir as palavras do Senhor quando estavam ameaçados de morte: Noé (ver Moisés 8:18), Abraão (ver Abraão 1:5, 12, 15–19), Leí (ver 1 Néfi 1:19–20; 2:1–4), Néfi (ver 1 Néfi 17:48–55) e Abinádi (ver Mosias 13:1–5). Às vezes os servos do Senhor são mortos, mas como declarou Abinádi, isso não acontece antes que transmitam “a mensagem que o Senhor (…) ordenou que [transmitissem]” (Mosias 13:3).
O Élder Robert D. Hales, do Quórum dos Doze Apóstolos, lembrou-nos:
“Profetas de todas as dispensações voluntariamente colocaram a vida em risco. Com valentia fizeram a vontade de Deus, proclamando Sua palavra. (…)
(…) Sigamos o exemplo de nosso Senhor Jesus Cristo e dos profetas do passado e do presente. Talvez não nos seja exigido dar nossa vida como mártires, o que aconteceu com muitos profetas. O que nos é requerido é obediência aos mandamentos do Senhor e fidelidade aos convênios que fizemos com Ele” (Conference Report, abril de 1996, p. 49; ou “Se Queres (…) Entrar na Vida, Guarda os Mandamentos”, A Liahona, julho de 1996, p. 35).
Helamã 16:2–20. Reação aos Profetas
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Em Helamã 16 está registrada a reação dos iníquos ao profeta Samuel e sua mensagem. O Presidente Ezra Taft Benson falou de como os iníquos reagem aos profetas hoje:
“O profeta não será necessariamente popular no mundo ou entre os mundanos.
Quando o profeta revela a verdade, esta divide o povo. Os de coração sincero atentam para suas palavras, mas os que não vivem em retidão as ignoram ou combatem o profeta. Quando ele aponta os pecados do mundo, os mundanos querem calar o profeta ou então fazem como se ele não existisse, em lugar de arrependerem-se de seus pecados. A popularidade nunca foi prova de veracidade. Muitos profetas foram mortos ou expulsos. À medida que nos aproximamos da segunda vinda do Salvador, o povo certamente se vai tornando mais iníquo, e o profeta será cada vez mais impopular entre ele” [ver “Quatorze Princípios Fundamentais da Obediência ao Profeta”, A Liahona, junho de 1981, pp. 6–7 (tradução atualizada); ver também The Teachings of Ezra Taft Benson, 1988, p. 133].
A lista abaixo inclui alguns dos motivos porque o povo citado em Helamã 16:2–21 recusou-se a dar ouvidos às palavras do profeta:
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Subsequente dispersão dos judeus (ver versículos 17–20)
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Raiva (ver versículo 2)
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Os profetas às vezes acertam por acaso (ver versículo 16)
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As pessoas tinham mais confiança em sua própria força e capacidade (ver versículo 15)
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Os ensinamentos muitas vezes não parecem racionais (ver versículo 18)
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Os ensinamentos dos profetas não podem ser provados e são confundidos com tradições (ver versículo 20)
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Os profetas não fazem milagres de verdade, eles usam de artimanhas para nos enganar (ver versículo 21)
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Helamã 16:15, 18, 20. Confiar na Própria Força e Sabedoria
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O Élder Dallin H. Oaks alertou-nos a não confiar somente no estudo e na razão para verificar verdades espirituais:
“O Livro de Mórmon descreve a atitude de um povo que confiava ‘somente nas próprias forças e na própria sabedoria’ e naquilo que pudessem ‘testemunhar com [seus] próprios olhos’ (Helamã 16:15, 20). Com base na razão, essas pessoas rejeitaram as profecias dizendo: ‘Não é razoável que venha alguém como um Cristo’ (versículo 18). Em uma manifestação dessa mesma atitude, um renomado professor descartou o Livro de Mórmon com as palavras: ‘Ninguém recebe livros de anjos e acabou’.
Os que se empenham em conhecer o evangelho somente pelo estudo e pela razão são particularmente suscetíveis a essa autossuficiência e presunção que às vezes acompanha as realizações acadêmicas. O Apóstolo Paulo em sua época observou: ‘A ciência incha’. E advertiu os instruídos: ‘Mas vede que essa liberdade [conhecimento] não seja de alguma maneira escândalo para os fracos. (…) E pela tua ciência perecerá o irmão fraco, pelo qual Cristo morreu’ (I Coríntios 8:1, 9, 11)” (The Lord’s Way, 1991, pp. 46–47).
Helamã 16:22. Satanás Espalha a Discórdia
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Por que é importante evitar discórdias com outras pessoas? O Élder Russell M. Nelson explicou que a resposta a essa pergunta nos remete à vida pré-mortal:
“Para entender por que o Senhor ordenou que não contendêssemos entre nós, temos de conhecer a verdadeira origem da contenda. Um profeta do Livro de Mórmon revelou-nos esse importante conhecimento mesmo antes do nascimento de Cristo: (…) [ver Helamã 16:22]. (…)
A discórdia já existia antes da formação da Terra. Quando o plano de Deus para a criação da Terra e da vida mortal foi anunciado, os filhos e as filhas de Deus ficaram exultantes de alegria. O plano previa o arbítrio do homem, seu subsequente afastamento da presença de Deus e a misericordiosa providência de um Salvador para redimir a humanidade. As escrituras revelam que Lúcifer se empenhou vigorosamente em modificar o plano, eliminando o arbítrio do homem. (…)
A egocêntrica tentativa de Satanás de alterar o plano de Deus provocou grave discórdia nos céus. (…)
Nessa guerra nos céus não houve derramamento de sangue. Foi uma guerra de ideias conflitantes — o início da discórdia.
As escrituras nos advertem repetidamente que o pai da discórdia se opõe ao plano do Pai Celestial. O método de Satanás conta com o contagioso cancro da discórdia. Seu motivo? Obter mais aclamação pessoal do que o próprio Deus [Conference Report, abril de 1989, pp. 85–86; ver também “O Cancro da Discórdia”, A Liahona, julho de 1989, p. 74 (tradução atualizada)].
Pontos a Ponderar
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Imagine como seria se você vivesse nos tempos de Samuel, será que você receberia esses profetas? Será que chegaria a opor-se à massa para defendê-los? Em sua opinião, o que você está fazendo para seguir o profeta vivo hoje?
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Helamã 15:7 descreve o que levou os lamanitas a mudarem tanto. Você conhece alguém cuja vida mudou devido a uma experiência que teve ao ler as escrituras?
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Leia Helamã 16:22. Em sua opinião, o que há de mais útil para ajudar a manter a paz e a harmonia em família e entre as pessoas com quem você tem contato?
Tarefas Sugeridas
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Escreva para um missionário. Em sua carta, comente um princípio que aprendeu com os ensinamentos de Samuel. Explique-lhe como esse princípio se aplica à sua própria vida.
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Dê uma lição na noite familiar e ensine a diferença entre endurecer o coração e ter o coração quebrantado. Considere a possibilidade de utilizar as escrituras contidas em Helamã 16:13–23 e em 3 Néfi 9:20.