Capítulo 41
3 Néfi 12–14
Introdução
Em Seu ministério mortal, Jesus proferiu o Sermão da Montanha para incentivar Seus discípulos a empenharem-se de todo o coração em alcançar a perfeição. Após a Ressurreição, Jesus apareceu ao povo do Livro de Mórmon, no hemisfério ocidental e, novamente, proferiu esse sermão.
Os princípios do evangelho contidos nesse sermão foram reafirmados em nossa época por meio de revelações modernas. O Presidente James E. Faust (1920–2007), da Primeira Presidência, observou: “A mensagem transcendental do Salvador no Sermão da Montanha é tão importante quanto a ‘sarça ardente’ para todos nós: ‘Mas buscai primeiro o reino de Deus, e sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas’ [Mateus 6:33]. Essa mensagem precisa penetrar em nosso coração e nossa alma. Ao aceitarmos essa mensagem, estaremos decidindo o que iremos defender e seguir nesta vida” (Conference Report, abril de 2004, p. 68; ou “Você Captou a Mensagem Certa?”, A Liahona, maio de 2004, p. 61).
Por meio do estudo desses princípios sagrados registrados no Livro de Mórmon, você aprenderá coisas que o ajudarão a permanecer fiel e a não se desviar do caminho para a perfeição.
Comentários
3 Néfi 12–14. Um Mapa para Nossa Vida
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O Sermão da Montanha conforme o encontramos tanto na Bíblia como no Livro de Mórmon é um mapa traçado pelo Senhor para chegarmos à perfeição. O Presidente Harold B. Lee (1899–1973) disse o seguinte sobre esse sermão: “Cristo não veio ao mundo apenas para expiar os pecados da humanidade, veio também para dar ao mundo o exemplo de perfeição no cumprimento da lei de Deus e de perfeita obediência ao Pai. No Sermão da Montanha, o Mestre revelou-nos um pouco de Seu próprio caráter, que era perfeito, pode-se dizer que essa foi uma ‘autobiografia Sua, cujas sílabas, uma a uma, veem-se escritas claramente em tudo o que Ele fez’, e, com isso, Ele deixou-nos um mapa para nossa própria vida” (Decisions for Successful Living, 1973, pp. 55–56).
3 Néfi 12:1–2. Dar Ouvidos aos Apóstolos
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O Senhor iniciou Seu sermão aos nefitas ressaltando o quanto era importante que seguissem os doze apóstolos nefitas a quem Ele chamara e dera poder e autoridade. As revelações modernas também salientam que somos abençoados e ficamos em segurança quando atendemos aos servos escolhidos do Senhor (ver D&C 1:38; 21:6). O Élder Jeffrey R. Holland, do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou por que é crucial que sigamos a Primeira Presidência e o Quórum dos Doze Apóstolos hoje:
“Assim, o alicerce de apóstolos e profetas da Igreja seria para abençoar em todos os momentos, mas especialmente em momentos de adversidade ou perigo, momentos em que poderíamos nos sentir como crianças confusas ou desorientadas, e talvez um pouco temerosas, momentos em que a mão enganosa dos homens ou a malícia do demônio tentaria perturbar ou enganar-nos. Para resguardar-nos em momentos assim, que ocorrem em nossos dias, a Primeira Presidência e o Quórum dos Doze são comissionados por Deus e apoiados por vocês como “profetas, videntes e reveladores”. (…)
Tal alicerce em Cristo era e sempre será uma proteção, nos dias em que ‘o diabo lançar a fúria de seus ventos, sim, seus dardos no torvelinho, sim, quando todo o seu granizo e violenta tempestade vos açoitarem’. Em dias como os que vivemos — e que continuarão a ser de uma forma ou de outra — as tempestades da vida “não [terão] poder para vos arrastar (…)’ [Helamã 5:12]” (Conference Report, outubro de 2004, p. 5; ver também “Profetas, Videntes e Reveladores”, A Liahona, novembro de 2004, p. 6).
3 Néfi 12:3–12. As Bem-Aventuranças
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O sermão do Salvador começa com afirmações chamadas de “bem-aventuranças”, que são uma série de declarações iniciadas pelas palavras “bem-aventurados” (ver 3 Néfi 12:1–11). Bem-aventurado significa “feliz”, “abençoado”. O Dicionário Houaiss define “bem-aventurança” como sendo a “suprema felicidade” (Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa, versão 2.0.1, 2007). Essas palavras descrevem o resultado de aplicarmos os ensinamentos desse sermão.
O Dicionário Bíblico que acompanha as escrituras SUD em inglês explica que as bem-aventuranças “descrevem certos elementos necessários para moldar e refinar espiritualmente o nosso caráter, e todo caráter espiritualmente perfeito conta com todos esses elementos. As bem-aventuranças não são frases isoladas, elas são correlacionadas e estão dispostas de forma progressiva” (Bible Dictionary, “Beatitudes”, p. 620). O Guia para Estudo das Escrituras acrescenta: “As Beatitudes [ou bem-aventuranças] estão de tal maneira estruturadas que cada uma se baseia na anterior” (“Beatitudes”).
O Presidente Harold B. Lee ensinou que as bem-aventuranças constituem o “estatuto de uma vida perfeita”: “Quatro delas referem-se ao indivíduo” e quatro “ao homem em suas relações sociais com os demais” (Decisions for Successful Living, 1973, pp. 57, 60). A tabela a seguir ilustra isso:
Individuais
Relação com os demais
Bem-aventurados são os pobres em espírito.
Bem-aventurados são os mansos.
Bem-aventurados são todos os que choram.
Bem-aventurados são os misericordiosos.
Bem-aventurados são todos os que têm fome e sede de retidão.
Bem-aventurados são todos os pacificadores.
Bem-aventurados são todos os puros de coração.
Bem-aventurados são todos os que sofrem perseguição por amor ao meu nome.
3 Néfi 12:3. “Bem-Aventurados São os Pobres em Espírito Que Vêm a Mim”
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O Presidente Harold B. Lee definiu o que significa ser “pobre em espírito”:
“O Mestre disse: ‘Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus’ (Mateus 5:3). A expressão ‘pobres de espírito’, é claro, se refere a quem está espiritualmente necessitado, que se sente espiritualmente empobrecido a ponto de buscar auxílio com grande sinceridade. (…)
Todos nós sem exceção, se quisermos alcançar a perfeição, precisamos em algum momento perguntar a nós mesmos: ‘O que ainda falta em mim?’ se quisermos iniciar nossa escalada rumo a perfeição” (Ye in Holy Places, 1974, p. 210).
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As palavras “que vêm a mim” (3 Néfi 12:3) não se encontram no Sermão da Montanha conforme registrado no Novo Testamento, mas elas esclarecem o que o Salvador ensinou. É bom ser pobre em espírito caso nos acheguemos a Cristo. Em 3 Néfi 12:2, o Salvador diz-nos o que fazer para achegar-nos a Ele. O princípio declarado na condição “que vêm a mim” também pode ser aplicado a outras bem-aventuranças. Para ser consolados (versículo 4), herdar a terra (versículo 5), ficar repletos do Espírito Santo (versículo 6), alcançar misericórdia (versículo 7) ou ver a Deus (versículo 8) precisamos achegar-nos a Cristo.
O Salvador, na sequência desse sermão em que nos ensina a achegar-nos a Ele, mencionou o batismo 19 vezes entre 3 Néfi 11:21 e 3 Néfi 12:2. Para achegar-nos completamente a Cristo é preciso entre outras coisas aceitar as ordenanças de salvação.
O Presidente Ezra Taft Benson (1899–1994) falou de outras formas de achegar-nos a Cristo. “Achegamo-nos a Cristo proclamando o evangelho, aperfeiçoando nossa vida e redimindo os mortos. À medida que proclamamos o evangelho, somos abençoados, abençoamos nossa família e os filhos do Pai Celeste, tanto vivos como mortos (Conference Report, abril de 1988, p. 98; ver também A Liahona, julho de 1988, pp. 87–88).
3 Néfi 12:4. “Bem-Aventurados São Todos os Que Choram”
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O Élder Spencer J. Condie, dos Setenta, explicou que as bem-aventuranças podem ser vistas como sucedendo-se de forma progressiva: “As bem-aventuranças podem ser vistas como uma receita de retidão formada por passos sucessivos e cumulativos que começam com ‘os pobres em espírito que [se achegam a Cristo]’ (3 Néfi 12:3). O próximo passo rumo ao reino Celestial é chorar, principalmente por nossos pecados, ‘porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação’ (II Coríntios 7:10)” (Your Agency, Handle with Care, 1996, p. 8).
3 Néfi 12:5. “Bem-Aventurados São os Mansos”
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O Presidente Spencer W. Kimball (1895–1985), explicou que a mansidão não é fraqueza:
“Se o Senhor era manso e humilde, então para ser humilde é preciso fazer o que Ele fez quando denunciou o mal com ousadia, promoveu as boas obras com intrepidez e, cheio de coragem enfrentou todos os problemas e dominou a Si mesmo bem como a qualquer situação em que Se encontrasse, praticamente sem dar atenção alguma a receber o crédito por isso.
A humildade não é pretensiosa, presunçosa nem orgulhosa. Não é fraca, vacilante nem servil. (…)
Humildade e mansidão muito acertadamente indicam virtudes, não fraqueza. Indicam consistência em um temperamento brando e a ausência de ira ou paixão. (…) [Ser humilde e manso] não é sujeitar-se de forma servil, não é intimidar-se nem temer. (…)
O que se pode fazer para passar a ser humilde? Na minha opinião, é preciso lembrar-se constantemente da própria dependência. Dependência de quem? Do Senhor. Como podemos relembrar-nos disso? Orando constantemente, em espírito de adoração e gratidão (The Teachings of Spencer W. Kimball, ed. por Edward L. Kimball, 1982, pp. 232–233).
3 Néfi 12:6. “Fome e Sede de Retidão”
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Quando fazia parte da presidência geral da Sociedade de Socorro, a irmã Sheri L. Dew explicou a relação entre o desejo (a fome ou sede) e a ação ou seja, a capacidade de fazer o que é preciso para alcançar os resultados esperados: “Nossa capacidade de ouvir espiritualmente está muito relacionada a nosso desejo de esforçar-nos para isso. O Presidente Hinckley disse várias vezes que a única maneira que ele conhece de fazer alguma coisa é ajoelhar-se e pedir ajuda, depois erguer-se e sair para trabalhar. Essa combinação de fé e trabalho árduo é o método perfeito para o aprendizado da língua do Espírito. O Salvador ensinou: ‘Bem-aventurados são todos os que têm fome e sede de retidão, porque eles serão cheios do Espírito Santo’ (3 Néfi 12:6; grifo da autora). Ter fome e sede significa trabalho espiritual. Adorar no templo, arrepender-nos para tornar-nos cada vez mais puras, perdoar e procurar o perdão, jejuar e orar com sinceridade são coisas que aumentam nossa receptividade ao Espírito. O trabalho espiritual funciona e é a chave para aprendermos a ouvir a voz do Senhor” (“Não Estamos Sós”, A Liahona, janeiro de 1999, p. 112).
3 Néfi 12:8. “Puros de Coração”
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O Élder Joseph B. Wirthlin, (1917–2008), do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou o que significa ser puro de coração:
“Não ter dolo ou má-fé é ser puro de coração, e essa é uma virtude essencial daqueles que desejam ser contados entre os verdadeiros seguidores de Cristo. (…)
Quem não tem dolo é honesto, fiel e reto. Todas essas coisas são atributos divinos que são requeridos dos santos. Quem é honesto é justo e verdadeiro naquilo que diz, é direito naquilo que faz, não engana, não age de forma a defraudar, causar interpretações errôneas nem comete qualquer outro ato fraudulento. A honestidade vem de Deus, a desonestidade, do diabo, que foi mentiroso desde o início. Retidão significa viver em harmonia com as leis, os princípios e as ordenanças do evangelho” (Finding Peace in Our Lives, 1995, pp. 181–182).
3 Néfi 12:9. Pacificadores
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O Élder Russell M. Nelson, do Quórum dos Doze Apóstolos, esclareceu qual é a fonte suprema que nos transforma em pacificadores: “Achegar-se a Jesus Cristo, que é o ‘Príncipe da Paz’ [Isaías 9:6], é o caminho para a paz na Terra e boa vontade entre os homens [ver Lucas 2:14]” (Conference Report, outubro de 2002, p. 41; ver também “Bem-Aventurados os Pacificadores”, A Liahona, novembro de 2002, p. 39).
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O Élder Bruce R. McConkie (1915–1985), do Quórum dos Doze Apóstolos, falou sobre como é possível nos tornarmos pacificadores: “Pacificadores: No pleno significado da palavra conforme empregada nessa bem-aventurança, só os que acreditam na plenitude do evangelho e a divulgam são pacificadores. O evangelho é a mensagem de paz para toda a humanidade. Filhos de Deus: São aqueles que foram adotados na família de Deus devido a sua devoção à verdade. Dessa forma eles se tornam herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo (Romanos 8:14–18; Gálatas 3:26–29; 4:1–7)” (Doctrinal New Testament Commentary, 3 vols., 1971–1973, vol. 1, p. 216).
3 Néfi 12:13. “O Sal da Terra”
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No Livro de Mórmon vemos que “[ser] o Sal da terra” é uma meta que todos os membros da Igreja devem-se esforçar por atingir (3 Néfi 12:13). Nos rituais de sacrifício praticados sob a lei de Moisés, o sal servia como um símbolo para fazer-nos recordar de guardar nossos convênios com Deus (ver Números 18:19; II Crônicas 13:5). De forma semelhante, os santos devem ajudar a restaurar e preservar os convênios nos dias de hoje. Doutrina e Convênios 101:39–40 diz o que precisamos fazer para sermos considerados “o sal da terra”.
A ideia de ser considerados como o “sal da terra” tem uma implicação importante. Quando fazia parte da Presidência dos Setenta, o Élder Carlos E. Asay (1926–1999) explicou o seguinte aos portadores do sacerdócio:
“‘Quando os homens são chamados ao meu evangelho eterno e fazem um convênio eterno, são considerados como o sal da Terra e o sabor dos homens;
São chamados para ser o sabor dos homens’ (D&C 101:39–40; grifo do autor).
A palavra sabor implica em paladar, gosto agradável, qualidade interessante, boa fama. (…)
Um químico de renome mundial me disse que o sal não perde o sabor com o tempo. Ele só perde o sabor se estiver misturado ou contaminado. Paralelamente, o poder do sacerdócio não degenera com a idade; ele também só se perde quando há mistura e contaminação. (…)
O sabor e a qualidade do homem se dissipam quando ele contamina a mente com pensamentos impuros, profana os lábios faltando com a verdade e faz mau uso de seu vigor ao praticar más ações. (…)
Ofereço estas diretrizes simples, principalmente para os rapazes, como meio de preservar o seu sabor: Não pense no que não for puro; não diga o que não for verdadeiro; não faça o que não for bom [ver Marcus Aurelius, ‘The Meditations of Marcus Aurelius’ (Marco Aurélio, ‘Meditações’), The Harvard Classics, Charles W. Eliot (org.), Nova York, P. F. Collier and Son, 1909, p. 211]” (Conference Report, abril de 1980, pp. 60–61; ou Ensign, maio de 1980, pp. 42–43).
3 Néfi 12:14–16. “Fazei Brilhar Vossa Luz”
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O Élder Robert D. Hales, do Quórum dos Doze Apóstolos, contou uma experiência pessoal para ressaltar a importância de ser uma luz para os outros:
“Tendo sido criado em Long Island, Nova York, compreendi como a luz é vital para os que viajam na escuridão para o alto mar. Quão perigoso é um farol apagado! Quão devastador é um farol cuja luz se apagou!
Nós que temos o dom do Espírito Santo precisamos ser fiéis a Seus sussurros de modo a ser uma luz para as pessoas.
‘Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens’, disse o Senhor, ‘para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus’ [Mateus 5:15–16].
Não sabemos quem pode estar precisando de nós. E como disse o Salvador, ‘não sabeis se eles irão voltar e arrepender-se e vir a mim com toda a sinceridade de coração e eu irei curá-los; e sereis vós o meio de levar-lhes salvação’ [3 Néfi 18:32]” (Conference Report, abril de 2002, p. 82; ou “Sair da Escuridão para Sua Maravilhosa Luz”, A Liahona, julho de 2002, p. 77).
3 Néfi 12:17–20, 46–47. A Lei de Moisés Foi Cumprida por Jesus Cristo
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Na época do ministério mortal do Salvador, a lei de Moisés já era o alicerce da vida religiosa e social dos judeus havia mais de mil anos. Os nefitas tinham essa lei escrita nas placas de latão. Os profetas nefitas ensinavam e praticavam essa lei. Quando apareceu aos nefitas, o Salvador lhes disse que a lei de Moisés havia-se cumprido totalmente Nele. Contudo, eles não deviam imaginar que ela tinha sido “destruída” nem deixada sem se cumprir (ver 3 Néfi 12:17–18). De que forma o salvador cumpriu a lei de Moisés sem destruí-la? A lei de Moisés incluía tanto aspectos morais como ritualísticos.
Entre os aspectos morais havia mandamentos como “não matarás” e “não adulterarás”. Jesus Cristo ensinou aos nefitas que, além de não cometer assassinato e adultério, eles também não deveriam irar-se nem cobiçar, sentimentos esses que levam ao assassinato e ao adultério (3 Néfi 12:21–30). Sendo assim o evangelho de Jesus Cristo cumpriu a lei de Moisés, pois expandiu seus aspectos morais por meio de uma lei maior, ele incluía os aspectos morais essenciais da lei de Moisés e colocou-os no contexto mais amplo dos princípios do evangelho que exigem uma mudança no coração.
Os aspectos ritualísticos da lei de Moisés incluíam mandamentos quanto ao sacrifício de animais e as ofertas alçadas, o que Abinádi chamou de “ritos de ordenanças” (Mosias 13:30). Os profetas nefitas entendiam que essas partes da lei de Moisés tinham o objetivo de ajudar as pessoas a voltarem a mente para o sacrifício expiatório de Jesus Cristo (ver 2 Néfi 25:24; Jacó 4:5; Mosias 16:14–15). Portanto, quando o Salvador terminou Sua missão na mortalidade, essas ordenanças que se destinavam a apontar o futuro perderam seu objetivo, já que o evento ao qual elas aludiam já acontecera e as ordenanças referentes a ele se cumpriram, ou seja chegaram ao fim. Sendo assim, o Salvador ensinou aos nefitas que os sacrifícios e as ofertas queimadas deveriam cessar e, em vez disso, os seguidores de Cristo deveriam oferecer em sacrifício “um coração quebrantado e um espírito contrito” (3 Néfi 9:19–20). Em lugar das ordenanças que aludiam à futura Expiação, o Salvador instituiu o sacramento, uma ordenança que relembra o sacrifício expiatório do Salvador (ver 3 Néfi 18:1–11).
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O Élder Bruce R. McConkie declarou: “Jesus veio para restaurar aquela plenitude do evangelho da qual o homem desfrutara antes da época de Moisés, antes da época da lei menor. Obviamente Ele não veio destruir a lei que Ele mesmo revelara a Moisés, assim como o professor universitário não destrói a aritmética quando revela os princípios do cálculo integral aos alunos. Jesus veio construir sobre os alicerces lançados por Moisés. Ao restaurar a plenitude do evangelho Ele pôs fim à necessidade de seguir os termos e as condições do evangelho preparatório. Não seria mais necessário andar pela luz do luar, pois o Sol se levantara em todo o seu esplendor” (Doctrinal New Testament Commentary, vol. 1, pp. 219–220; ver também Stephen E. Robinson, “The Law after Christ”, Ensign, setembro de 1983, pp. 68–73).
3 Néfi 12:19. “Um Coração Quebrantado e um Espírito Contrito”
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O Élder Richard G. Scott, do Quórum dos Doze Apóstolos, deu testemunho do quanto nos é valioso ter um coração quebrantado e um espírito contrito: “Testifico que ‘(…) a redenção nos vem por intermédio do Santo Messias ; (…) para todos os quebrantados de coração e contritos de espírito; e para ninguém mais podem todos os requisitos da lei ser cumpridos’ [2 Néfi 2:6–7; grifo do autor]. Esse requisito imprescindível de ‘um coração quebrantado e um espírito contrito’ prescreve a necessidade de sermos submissos, condescendentes, humildes, (isto é, prontos a aprender) e dispostos a obedecer (Conference Report, abril de 1997, p. 77; ou Ensign, maio de 1997, p. 53).
3 Néfi 12:22. “Todo Aquele Que Se Encolerizar Contra Seu Irmão”
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No Novo Testamento, o ensinamento do Salvador aparece desta forma: “Qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo” (Mateus 5:22). No Livro de Mórmon, esse ensinamento do Salvador é o mesmo, exceto pelas palavras “sem motivo”, que não aparecem. Isso indica que o melhor é não se encolerizar em situação nenhuma. Vale observar que o manuscrito mais antigo de Mateus 5:22 do qual se tem conhecimento não contém as palavras “sem motivo” [ver Daniel K. Judd e Allen W. Stoddard, “Adding and Taking Away ‘Without a Cause’ in Matthew 5:22”, How the New Testament Came to Be, Kent P. Jackson e Frank F. Judd Jr. (org.), simpósio de Sidney B. Sperry, 2006, p. 161].
3 Néfi 12:27–29. Não Cobiçar
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O Élder Richard G. Scott comparou o que leva ao amor e quais os seus resultados com o que leva à cobiça e aos resultados gerados por ela: “O amor, conforme definido pelo Senhor, eleva, protege, respeita e enriquece os outros. Ele motiva uma pessoa a fazer sacrifícios por outra. Satanás promove o amor fingido, que é a cobiça, e que é movido pela fome de saciar os apetites pessoais. Quem assim engana outra pessoa pouco se importa com a dor e a destruição que causará a ela. Embora frequentemente camuflada por palavras lisonjeiras, a cobiça é motivada pela gratificação pessoal” (Conference Report, abril de 1991, pp. 43–44; ver também “Tomar as Decisões Certas”, A Liahona, julho de 1991, p. 35).
3 Néfi 12:30. Tomar a Nossa Cruz
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O Élder Neal A. Maxwell (1926–2004), do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou o que é tomar ou carregar nossa cruz.
“Tomar sobre nós diariamente a cruz significa nos negarmos diariamente os apetites da carne.
Procurando imitar o Mestre, que sofreu tentações mas não lhes deu ouvidos, nós também podemos viver num mundo repleto de tentações comuns ao homem (I Coríntios 10:13). Obviamente, Jesus percebeu as enormes tentações que enfrentou, mas Ele não as considerou e remoeu, mas sim as rejeitou imediatamente. Se acolhemos as tentações, logo elas nos estarão acolhendo! Repelir esses convivas indesejáveis na porta de nossa mente é uma maneira de não lhes dar ouvidos. Além do mais, esses pretensos convivas são bárbaros que, uma vez admitidos, não se deixam expulsar sem grande trauma” (Conference Report, abril de 1987, p. 88; ou “Vencer Como Eu Venci”, A Liahona, julho de 1987, p. 70).
3 Néfi 12:31–32. “O Que Se Casar com a Divorciada Cometerá Adultério”
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O Élder Bruce R. McConkie explicou a quem o Salvador dirigia essas palavras e como elas se aplicam a nós hoje:
“Essa lei estrita quanto ao divórcio não foi dada aos fariseus nem ao mundo em geral, mas somente aos discípulos, mais tarde ‘em casa’, como explica Marcos. Além disso, Jesus limitou expressamente sua aplicação: Nem todos podiam seguir um padrão tão elevado; ele aplicava-se ‘só àqueles a quem foi concedido’.
(…) Essa lei pode ter vigorado em diversas épocas entre diversas pessoas, mas não vigora na Igreja hoje. Atualmente a Igreja permite o divórcio por várias razões além da imoralidade sexual e as pessoas divorciadas podem-se casar novamente e gozar de todas as bênçãos do evangelho” (Doctrinal New Testament Commentary, vol. 1, pp. 548–549).
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Parece que um dos propósitos dessas palavras do Salvador não é a condenação de quem se casa com alguém divorciado, mas sim ensinar as pessoas a não recorrerem ao divórcio como solução para todos os problemas menores que surgem no casamento. Quanto à questão do divórcio, o Presidente Gordon B. Hinckley (1910–2008) ensinou:
“Naturalmente, nem tudo no casamento são alegrias. Há alguns anos eu recortei as seguintes palavras de uma coluna escrita por Jenkins Lloyd Jones:
‘Parece haver uma superstição entre os muitos milhares de nossos jovens que andam de mãos dadas e se beijam no cinema, de que o casamento é uma casinha coberta de flores perpétuas, na qual um marido perpetuamente jovem e belo vai ao encontro de uma esposa perpetuamente encantadora e jovem. Quando as flores murcham, e a monotonia e as contas começam a chegar, os tribunais de divórcio ficam lotados. (…)
Quem imagina que a vida tem que ser sempre um paraíso, vai perder muito tempo correndo por aí e gritando que foi roubado’ (“Big Rock Candy Mountains”, Deseret News, 12 de junho de 1973, p. A4). (…)
(…) Entre as maiores tragédias (…), e acho que é a mais comum, encontra-se o divórcio. Ele tornou-se um grande flagelo. A mais recente edição do World Almanac [Almanaque Mundial] indica que nos Estados Unidos, durante os doze meses que se completaram em março de 1990, houve 2.423.000 casamentos. Durante o mesmo período calcula-se que 1.777.000 casais se divorciaram (ver o The World Almanac and Book of Facts 1991, New York: World Almanac, 1990, p. 834).
Isso significa que, nos Estados Unidos, praticamente um de cada dois casamentos terminou em divórcio. (…)
O egoísmo é, muitas vezes, a origem dos problemas (…).
Muitas pessoas que se casam foram mimadas, mal-acostumadas e, de algum modo, levadas a achar que no casamento tudo tem de sair exatamente certo em todos os momentos; que a vida é uma série de diversões; que os apetites têm que ser satisfeitos sem se levar os princípios em consideração. Quão trágicas são as consequências de um pensar tão vazio e irracional! (…)
(…) O remédio para a maior parte das pressões do casamento não é o divórcio — é o arrependimento. Não é a separação — é a integridade simples que leva o homem a se levantar e a enfrentar suas obrigações, É tratar os outros como esperamos ser tratados. (…)
É preciso ter o desejo de ignorar pequenos defeitos, de perdoar e, então, esquecer.
É necessário aprender a controlar a língua. O mau gênio é uma coisa cruel e corrosiva, que destrói a afeição e expulsa o amor.
É preciso haver autodisciplina que refreie o impulso de maltratar [os outros]. (…)
Algumas vezes, pode haver motivo legítimo para o divórcio. Não sou eu que vou dizer que ele nunca seja justificado, mas digo sem a menor hesitação que essa praga que existe entre nós e que parece estar aumentando em todos os lugares, não é de Deus, mas sim, a obra do adversário da retidão, da paz e da verdade” (Conference Report, abril de 1991, pp. 94–98; ver também “O que Deus Ajuntou”, A Liahona, julho de 1991, p. 80).
3 Néfi 12:48. “Quisera Que Fôsseis Perfeitos”
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Não é possível ser perfeito nesta vida, mas o Presidente James E. Faust explicou que temos de buscar a perfeição agora para conseguir alcançá-la depois desta vida: “A perfeição é uma meta eterna. Embora não possamos ser perfeitos na mortalidade, recebemos o mandamento de esforçar-nos para alcançá-la, algo que conseguiremos fazer por meio da Expiação” (Conference Report, abril de 1999, p. 22; ou A Liahona, julho de 1999, p. 22).
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O Presidente Spencer W. Kimball também explicou a necessidade de empenhar-nos em alcançar a perfeição: “‘Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus’ (Mateus 5:48). É possível atingir essa meta. Não seremos exaltados, não chegaremos a nosso destino a menos que sejamos perfeitos e agora é a melhor hora para começarmos a trilhar o caminho que leva à perfeição. Não tenho paciência com quem diz: ‘Ah, ninguém é perfeito’ querendo dizer ‘nem adianta tentar’. É claro que ninguém é totalmente perfeito, mas é possível encontrar quem já tenha feito grande parte dessa escalada” (Teachings of Spencer W. Kimball, p. 165).
3 Néfi 13:1–8, 16–18. Não Praticar o Bem para Ser Visto
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Esses versículos de 3 Néfi nos ensinam a evitar dar dinheiro aos pobres ou orar e jejuar abertamente para ser visto pelos outros. O Senhor nos incentiva a fazer o bem em particular. O Presidente Thomas S. Monson explicou o quanto é importante servir ao próximo anonimamente:
“Cheguei ao balcão de atendimento da recepção de um grande hospital para perguntar o número do quarto de um paciente que eu ia visitar. Esse hospital, como quase todos os hospitais do país, estava sendo drasticamente ampliado. Atrás do posto de trabalho da recepcionista, havia uma placa magnífica com uma inscrição de agradecimento às pessoas cujas doações possibilitaram a ampliação. O nome de cada pessoa que doara cem mil dólares aparecia em uma caligrafia primorosa, gravado em uma placa individual de bronze que se fixava à placa principal por uma corrente cintilante.
Os nomes desses doadores eram bastante conhecidos. Pessoas de destaque no comércio, gigantes da indústria, grandes estudiosos (…) estavam todos ali. Fiquei agradecido por sua caridade e benevolência. Foi aí que vi uma placa de bronze diferente: ela não tinha nome. Trazia inscrita somente uma palavra e nada mais: ‘Anônimo’. Sorri e fiquei imaginando quem haveria de ser aquele doador anônimo. Certamente essa pessoa sentira uma alegria serena que nenhum dos outros experimentara. (…)
No inverno passado [ou seja, no início de 1982] fez um ano que um moderno jato de passageiros falhou depois da decolagem e mergulhou no rio Potomac, que estava congelado. Naquele dia, atos de bravura e de heroísmo foram colocados em evidência e o mais dramático deles foi testemunhado pelo piloto de um helicóptero de resgate. Baixaram a corda salva-vidas para um sobrevivente que lutava. Em vez de agarrar-se à corda que o levaria para a segurança, o homem amarrou-a a outra pessoa que em seguida foi resgatada. Voltara a baixar a corda e, novamente, outra pessoa foi salva. Cinco pessoas foram resgatadas das águas geladas. Esse herói anônimo não se encontrava entre elas. Esse desconhecido ‘impregnou de honra o ar cortante’ (Stephen Spender, ‘I think continually of those’, em Masterpieces of Religious Verse, James Dalton Morrison, New York: Harper and Brothers Publishers, p. 291). (…)
Que essa verdade [o serviço ao próximo] oriente nossa vida. Que elevemos nossos olhos enquanto seguimos em frente servindo a nosso Deus e a nosso próximo e que voltemos nossos ouvidos para a Galileia para, talvez, ouvir um eco dos ensinamentos do Salvador: ‘Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles’ (Mateus 6:1). ‘Não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita’ (Mateus 6:3). E quanto a nossas boas ações: Não as contemos a ninguém (ver Mateus 8:4). Nosso coração ficará mais leve, nossa vida mais feliz e nossa alma mais rica.
O serviço prestado com amor e no anonimato pode não chegar ao conhecimento dos homens, mas a dádiva e quem a ofertou são conhecidos por Deus” (Conference Report, abril de 1983, pp. 73–74, 76; ou Ensign, maio de 1983, pp. 55–57).
3 Néfi 13:7. “Não Useis de Vãs Repetições”
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A palavra vã (ou “vão”) significa “que é falta de conteúdo ou se encontra vazio, oco (…); inútil, que não tem valor ou importância (…)” (ver Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa 2.0.1, 2007). Nossas orações são vãs repetições quando oramos só por hábito, sem pensar e sem sentimento.
“O profeta Mórmon alertou que se alguém ‘ora sem verdadeiro intento de coração, (…) de nada lhe aproveita, porque, a esse, Deus não recebe’ (Morôni 7:9). Para tornar suas orações significativas, é necessário que você ore com sinceridade e ‘com toda a energia de [seu] coração’ (Morôni 7:48). (…) Pense seriamente em sua atitude e nas palavras que utilizar” (Sempre Fiéis: Tópicos do Evangelho, 2004, p. 121).
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O Élder Joseph B. Wirthlin fez esta advertência quanto às repetições nas orações: “Nossas orações se tornam vazias quando dizemos com tanta frequência palavras parecidas que elas se tornam mais uma recitação do que uma comunicação. Foi isso que o Salvador descreveu como ‘vãs repetições’ (ver Mateus 6:7)” e (“Como Melhorar Nossas Orações”, A Liahona, agosto de 2004, p. 16; ver também Alma 34:27–28).
3 Néfi 13:9–13. O Pai Nosso
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Podemos utilizar os princípios do Pai Nosso como modelo de como servir no reino. O Presidente Henry B. Eyring, da Primeira Presidência, ensinou:
“A oração começa com uma expressão de reverência pelo Pai Celestial. Depois, o Senhor fala do reino e da vinda desse reino. O servo que tenha um testemunho de que esta é a verdadeira Igreja de Jesus Cristo sente alegria com o progresso dela e tem o desejo de oferecer tudo que tem para ajudar a edificá-la.
O próprio Salvador foi o exemplo do padrão que as seguintes palavras da oração estabelecem: ‘Seja feita a tua vontade, assim na terra, como no céu’ (Lucas 11:2). Foi isso o que Ele pediu em oração no momento extremamente difícil em que fez a Expiação por toda a humanidade e por todo o mundo (ver Mateus 26:42). O servo fiel pede em oração que mesmo aquela que parece ser a menor das tarefas seja feita da forma como Deus gostaria que fosse feita. É essencial que trabalhemos e oremos pelo sucesso Dele, mais do que pelo nosso próprio.
Depois disso, o Salvador estabelece para nós este padrão de pureza pessoal: ‘E perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a qualquer que nos deve, e não nos conduzas em tentação, mas livra-nos do mal’ (Lucas 11:4). A força que devemos transmitir para aqueles de quem cuidamos vem do Salvador. Todos precisamos perdoar para sermos perdoados por Ele (ver Mateus 6:14). Só podemos ter a esperança de permanecermos limpos por meio de Sua proteção e da mudança no coração que nos é possibilitada por Sua Expiação. Precisamos dessa mudança para ter a companhia constante do Espírito Santo. (…)
Vocês podem ter confiança no serviço do Senhor. O Salvador irá ajudá-los a cumprir o chamado que receberam Dele, seja temporariamente como líderes na Igreja ou eternamente como pais. Vocês podem orar pedindo a necessária ajuda para realizarem o trabalho, sabendo que sem dúvida a receberão” (Conference Report, abril de 2000, p. 83; ver também “Zelar e Fortalecer”, A Liahona, julho de 2000, p. 79).
3 Néfi 13:19–24. “Não Entesoureis para Vós Tesouros na Terra”
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O Presidente Ezra Taft Benson falou da natureza efêmera dos tesouros terrenos:
“Muitas vezes dedicamos demasiado afeto a coisa fúteis e efêmeras. Os tesouros materiais terrenos servem apenas para, falando figuradamente, servir de dormitório e refeitório enquanto estamos aqui na escola. Cabe a nós colocar o ouro, a prata, as ações, as terras, o gado e outros bens materiais em seu devido lugar.
É, ficaremos neste lugar por pouco tempo. Estamos aqui para aprender a primeira lição necessária para a exaltação: a obediência ao plano do evangelho do Senhor” (Conference Report, abril de 1971, p. 17; ou Ensign, junho de 1971, p. 33).
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O Élder Dallin H. Oaks, do Quórum dos Doze Apóstolos, esclareceu-nos o seguinte quanto aos tesouros que podemos juntar: “O Salvador ensinou que não devemos ajuntar tesouros na terra, mas devemos ajuntar tesouros no céu (ver Mateus 6 :19–21). Tendo em vista o propósito final do grande plano de felicidade, acredito que os maiores tesouros na Terra e no céu são nossos filhos e nossa posteridade” (Conference Report, outubro de 1993, p. 100; ou “O Grande Plano de Felicidade”, A Liahona, janeiro de 1994, p. 78).
3 Néfi 13:34. “Não Vos Preocupeis com o Dia de Amanhã”
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O Livro de Mórmon esclarece o significado de Mateus 6:25–32 indicando que Jesus falava aos doze apóstolos nefitas nessa parte do sermão (ver 3 Néfi 13:25–34). Depois de dar esse mandamento a eles, Jesus voltou-Se e novamente começou a falar para a multidão (ver 3 Néfi 14:1). É útil saber que várias vezes Jesus voltava-Se especificamente para um ou outro desses dois grupos durante o sermão.
3 Néfi 14:1–2. Julgar
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O Élder Dallin H. Oaks esclareceu o significado dos versículos 1 e 2 de 3 Néfi 14 quando explicou a diferença entre julgar com justiça e julgar injustamente. Depois, ele citou estes princípios justos:
“Eu já fiquei intrigado ao ver que algumas escrituras nos ensinam a não julgar enquanto outras ensinam que devemos julgar e até nos dizem como fazê-lo. Ao estudar essas passagens, porém, concluí que essas orientações aparentemente contraditórias são bastante coerentes quando vistas de uma perspectiva eterna. A chave é compreender que existem dois tipos de julgamentos: julgamentos finais, que nos são proibidos e julgamentos intermediários, que somos instruídos a fazer, mas de acordo com princípios justos. (…)
Primeiro, um julgamento justo precisa, por definição, ser intermediário (…)
Segundo, para fazermos um julgamento precisamos ser orientados pelo Espírito do Senhor e não levados pela raiva, desejo de vingança, inveja, ciúmes ou interesses pessoais. (…)
Terceiro para ser justo, qualquer julgamento intermediário que fizermos precisa ser quanto a algo dentro de nossa esfera de responsabilidade. (…)
Quarto, se possível, devemos abster-nos de julgar até que o nosso conhecimento dos fatos seja adequado” (“‘Judge Not’ and Judging”, Ensign, agosto de 1999, pp. 7, 9–10).
3 Néfi 14:7–8. Pedir em Oração
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O Presidente James E. Faust prestou testemunho do dom e privilégio que todos nós temos de ter acesso ao Pai Celestial por meio da oração: “Ter acesso ao nosso Criador por intermédio de nosso Salvador é certamente um dos grandes privilégios e bênçãos de nossa vida. (…) Nenhuma autoridade terrena pode nos impedir de entrarmos em contato direto com nosso Criador. Jamais ocorrerá uma falha mecânica ou eletrônica quando oramos. Não existe limite no número de vezes que podemos orar nem na duração dessas orações a cada dia. Não existe uma cota estabelecida para quantas necessidades podemos indicar em nossas orações todos os dias. Não precisamos passar por uma secretária nem marcar hora para chegarmos ao trono da graça. Podemos nos comunicar com Ele em qualquer hora ou lugar” (Conference Report, abril de 2002, p. 67; ou “A Oração Como Corda Salva-Vidas”, A Liahona, julho de 2002, p. 62).
3 Néfi 14:12. A Regra de Ouro
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O Élder Russell M. Nelson citou a Regra de Ouro e comentou o seguinte:
“[Jesus] ensinou a Regra de Ouro: ‘Tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós’ [Mateus 7:12]. Esse princípio é encontrado em quase todas as grandes religiões. Outras pessoas, como Confúcio e Aristóteles, também ensinaram isso. Afinal de contas, o evangelho não começou com o nascimento do Infante de Belém. Ele é eterno. Foi proclamado no princípio a Adão e Eva. Partes do evangelho foram preservadas em muitas culturas. Até as mitologias pagãs foram enriquecidas por fragmentos da verdade de dispensações anteriores.
Não importa onde seja encontrada ou a forma como seja expressa, a Regra de Ouro abrange o código moral do reino de Deus. Ela proíbe que uma pessoa interfira nos direitos de outra. É igualmente válida para nações, relacionamentos e pessoas. Com compaixão e tolerância, ela substitui as reações vingativas do ‘olho por olho, dente por dente’ [Mateus 5:38]. Se quisermos permanecer nesse caminho velho e improdutivo, acabaremos cegos e desdentados” (Conference Report, outubro de 2002, pp. 41–42; ou “Bem-Aventurados os Pacificadores”, A Liahona, novembro de 2002, p. 39).
3 Néfi 14:15. “Acautelai-vos dos Falsos Profetas”
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O Élder M. Russell Ballard, Quórum dos Doze Apóstolos, alertou-nos quanto às pessoas que ensinam e divulgam doutrinas falsas: “Precisamos acautelar-nos dos falsos profetas e falsos mestres, tanto homens como mulheres, que dizem declarar as doutrinas da Igreja, mas procuram difundir seu próprio evangelho falso para atrair seguidores seja promovendo simpósios, livros ou periódicos cujo conteúdo entra em choque com as doutrinas fundamentais da Igreja. Cuidado com aqueles que dizem e propagam coisas contrárias ao que os verdadeiros profetas de Deus ensinam e com aqueles que pregam essas coisas ativamente a outros sem qualquer consideração pelo bem eterno das pessoas a quem seduzem. (…) Eles colocam-se a si mesmos ‘como uma luz para o mundo, a fim de obter lucros e louvor do mundo; não procuram, porém, o bem-estar de Sião’ (2 Néfi 26:29)” (Conference Report, outubro de 1999, p. 78; ver também “Acautelai-vos dos Falsos Profetas e Falsos Mestres”, A Liahona, janeiro de 2000, p. 73).
Pontos a Ponderar
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Que diferença faz praticar uma boa ação de boa-vontade ou fazer a mesma coisa de má vontade?
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Analise os motivos que o levam a agir e descubra se você está procurando “primeiro o reino de Deus” ou não (3 Néfi 13:33).
Tarefas Sugeridas
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Parafraseie todas as bem-aventuranças de que consiga lembrar-se. Depois, confira em 3 Néfi 12:3–12 para ver como se saiu.
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O que é preciso para que você se abstenha mais plenamente de pensamentos e desejos contrários ao que é reto? Prepare um plano por escrito de como conseguirá isso.