Capítulo 54
Morôni 7
Introdução
Nesse capítulo lemos o vigoroso sermão de Mórmon, conforme registrado por seu filho, Morôni. Antes de Morôni 7, a contribuição de Mórmon para as escrituras sagradas consistiu principalmente em resumir os escritos de outros profetas. Aqui lemos o vigoroso sermão que Mórmon proferiu a um grupo de membros da Igreja que viviam em retidão (ver Morôni 7:2–3). Mórmon ensinou os santos que viviam em uma sociedade em deterioração espiritual o que fazer para achegarem-se a Deus. Esse discurso dá destaque à necessidade de que nossas intenções ou nossa motivação para agir sejam corretas, à forma de discernir entre o bem e o mal e à importante relação entre a fé, a esperança e a caridade.
Comentários
Morôni 7:2–3. “O Descanso do Senhor”
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As escrituras muitas vezes falam do “descanso do Senhor”. Depois de citar Morôni 7:3, o Presidente Joseph F. Smith (1838–1918) escreveu:
“Essa é uma passagem muito importante. O descanso citado aqui não é o descanso físico, pois não existe descanso físico na Igreja de Jesus Cristo. Ela se refere ao descanso espiritual e à paz que provêm da firme convicção da verdade na mente do homem. Sendo assim, podemos entrar no descanso do Senhor hoje por meio da compreensão das verdades do evangelho. (…) Nem todos precisam procurar esse descanso, pois muitos já o tem hoje — pessoas cuja mente foi saciada e que têm os olhos fitos no marco de seu alto chamado e têm no coração a determinação inquebrantável de serem fiéis à verdade e que trilham com humildade e retidão o caminho demarcado para os santos que são pacíficos seguidores de Jesus Cristo. (…)
Agradeço ao Pai por ter conhecido essa verdade, pois sei que Jesus é o Cristo, o único em quem há descanso e salvação. Assim como vive Deus, os que seguem os homens e suas filosofias estão enganados; mas felizes daqueles que entram no descanso dos pacíficos seguidores de Cristo e obtêm esperança suficiente deste dia em diante até descansarem com Ele no céu” (Doutrina do Evangelho, 5ª ed., 1939, pp. 112–113).
Morôni 7:6–9. “Com Verdadeiro Intento”
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O Élder Dallin H. Oaks, do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou que todos temos numerosas oportunidades de presentear ao próximo servindo a nosso semelhante e que a motivação com que fazemos isso é de fundamental importância:
“Numerosas escrituras ensinam que o Pai Celestial conhece nossos pensamentos e os desejos de nosso coração (ver D&C 6:16; Mosias 24:12; Alma 18:32). O profeta [Mórmon] ensinou que para nossas ações serem consideradas boas, precisam ser praticadas pelas razões certas. (…)
As escrituras deixam claro que, para que o serviço que prestamos à Igreja e ao próximo seja puro, precisamos considerar não só a forma como servimos, mas também os motivos pelos quais servimos.
As pessoas servem uma às outras por diferentes motivos e alguns motivos são melhores do que outros. (…) Todos devemos empenhar-nos em servir pelos motivos mais nobres e elevados.
(…) Só para ilustrar e sem a intenção de esgotar o assunto, mencionarei seis motivos: Mencionarei esses motivos que nos levam a servir do menos para o mais louvável.
[1] Alguns servem na esperança de receber recompensas terrenas. (…)
[2] Outro motivo para servir é:(…) o desejo de estar em boa companhia. (…)
[3] Alguns servem por medo do castigo. (…)
[4] Outras pessoas servem por senso de dever ou por lealdade aos amigos, familiares ou às tradições. (…)
[5] Entre os motivos mais elevados que levam-nos a servir está a esperança de uma recompensa eterna. (…)
[6] (…) O mais nobre de todos os motivos é (…) a caridade. (…)
Não basta servir a Deus de todo nosso poder e força. Ele olha para o nosso coração e conhece nossos pensamentos e exige mais do que isso. Para comparecer sem culpa diante de Deus no último dia, temos também que servi-Lo de todo o coração e mente.
Servir de todo o nosso coração e de toda a nossa mente é um grande desafio para todos nós. O serviço prestado tem que estar livre das ambições egoístas; tem que ser motivado apenas pelo puro amor de Cristo” (Conference Report, outubro de 1984, pp. 13–16; ou Ensign, novembro de 1984, pp. 12–15).
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O Presidente Marion G. Romney (1897–1988), da Primeira Presidência, contou esta experiência que teve relacionada ao quanto é importante ter uma motivação pura para agir em retidão:
“Cerca de um quarto de século atrás a irmã Romney e eu nos mudamos para uma ala em que estavam começando a construir uma capela. O valor da contribuição que o bispo achou que eu deveria dar, assustou-me. Achei que ele estava pedindo o dobro do que deveria pedir, mas eu acabara de ser chamado para um cargo bastante elevado na Igreja, portanto não podia [dizer não]. Por isso disse, ‘Bem, pagarei, bispo, mas terei que pagar aos poucos, pois não tenho o dinheiro’. E então, comecei a pagar. E paguei, paguei até o momento em que estava faltando os últimos três pagamentos, quando, como é meu hábito, estava lendo o Livro de Mórmon, e li a escritura que dizia:
‘(…) Se um homem (…) oferece uma dádiva (…) de má vontade; (…) será considerado como se tivesse retido a dádiva; consequentemente é considerado mau perante Deus’ (Morôni 7:8).
Isso me assustou, pois já tinha pago cerca de mil dólares. Bem, paguei o resto do que tinha prometido pagar e, então, fiz vários outros pagamentos para convencer o Senhor de que o tinha feito com a atitude certa” (“Mother Eve, A Worthy Exemplar”, Relief Society Magazine, fevereiro de 1968, pp. 84–85).
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O Presidente Henry B. Eyring, da Primeira Presidência, ensinou que orar com verdadeiro intento inclui a obediência a quaisquer instruções que recebermos do Senhor: “(…) O jovem Joseph Smith mostrou-nos como orar. Ele acreditou na promessa que leu no livro de Tiago. Foi ao bosque, com fé, acreditando que sua oração seria respondida. Ele queria saber a qual igreja deveria filiar-se. Foi submisso o suficiente para estar pronto para fazer tudo que lhe fosse dito. Assim ele orou, como nós também devemos, já comprometido a obedecer” (Conference Report, outubro de 2003, p. 95; ou “Um Testemunho Duradouro da Missão do Profeta Joseph”, A Liahona, novembro de 2003, p. 89).
Morôni 7:12–19. A Luz de Cristo
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No dicionário bíblico [não disponível em português] encontramos a seguinte explicação (ver também o Guia para Estudo das Escrituras):
“A Luz de Cristo é exatamente o que seu nome implica: Uma influência que ilumina o entendimento, dá sabedoria, enobrece e preserva e que é concedida à humanidade graças a Jesus Cristo. Por exemplo, Cristo ‘a verdadeira luz que ilumina todo homem que vem ao mundo’ (D&C 93:2; João 1:9). A Luz de Cristo preenche a ‘imensidade do espaço’ e é o meio pelo qual Cristo está ‘em todas as coisas e através de todas as coisas e ao redor de todas as coisas’. Ela ‘dá vida a todas as coisas’ e é ‘a lei pela qual todas as coisas são governadas’. É também a ‘luz que vivifica’ nosso entendimento (ver D&C 88:6–13, 41). Sendo assim, a Luz de Cristo está relacionada à consciência do homem e lhe diz o que é certo e o que é errado (ver Morôni 7:12–19).
Não devemos confundir a Luz de Cristo com o Espírito Santo, pois a Luz de Cristo não é um personagem, mas uma influência preliminar que nos prepara para receber o Espírito Santo. A Luz de Cristo leva almas honestas que dão ouvidos a ela a encontrar o evangelho verdadeiro e a Igreja verdadeira e, por meio deles, a receber o Espírito Santo (ver D&C 84:46–48)” (“Light of Christ”, Bible Dictionary, p. 725; ver também o Guia para Estudo das Escrituras, “Luz de Cristo”; Sempre Fiéis: Tópicos do Evangelho, 2004, p. 110).
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“A consciência é uma manifestação da Luz de Cristo que nos permite distinguir o bem do mal” (Sempre Fiéis, p. 96). As expressões “Espírito de Cristo” (Morôni 7:16) e “Luz de Cristo” (versículos 18–19) frequentemente são usadas como sinônimos nas escrituras.
O Presidente Boyd K. Packer, Presidente do Quórum dos Doze Apóstolos, atestou que essa luz é um dom que nos ajuda a discernir o bem do mal:
“Independentemente de como denominemos essa luz interior, esse conhecimento do certo e do errado — Luz de Cristo, senso moral ou consciência — ela pode orientar-nos para que moderemos nossos atos; a menos, obviamente, que a suprimamos ou ignoremos. (…)
Todos os homens, mulheres e crianças de toda nação, religião ou etnia — todos, a despeito de onde vivam, de suas crenças ou de suas atividades — têm dentro de si a inextinguível Luz de Cristo” (“A Luz de Cristo”, A Liahona, abril de 2005, p. 8).
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O Presidente Joseph Fielding Smith (1876–1972) identificou algumas diferenças entre o Espírito Santo e a Luz de Cristo:
“O Espírito Santo não deve ser confundido com o Espírito que enche a imensidade do espaço e está presente em toda parte. Esse outro Espírito é impessoal, não tem tamanho nem dimensão; procede da presença do Pai e do Filho e está em todas as coisas.
O Espírito Santo, segundo nos ensina a revelação moderna, é o terceiro membro da Trindade e [é] um personagem de Espírito. Os termos Espírito de Deus, Espírito do Senhor, Espírito da Verdade, Santo Espírito [e] Consolador são todos empregados como sinônimos; todos eles [referem-se] ao Espírito Santo. Os mesmos termos são largamente empregados com relação ao Espírito de Jesus Cristo, também chamado de Luz da Verdade, Luz de Cristo, Espírito de Deus e Espírito do Senhor; [mas] ainda assim são conceitos separados e distintos. Por não termos isso claro em nossa mente, existe tanta confusão” [Doutrinas de Salvação, comp. por Bruce R. McConkie, 3 vols., 1994, vol. I, pp. 54–55].
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A inspiração divina por meio da Luz de Cristo não se limita apenas aos membros desta Igreja. A Luz de Cristo já influenciou muitos líderes do mundo.
“A Primeira Presidência declarou:
‘Os grandes líderes religiosos do mundo, como Maomé, Confúcio e os Reformadores, bem como filósofos, incluindo Sócrates, Platão e outros receberam uma porção da luz de Deus. Deus concedeu-lhes verdades morais para que iluminassem nações inteiras e proporcionassem um melhor entendimento às pessoas. (…)
Cremos que Deus concedeu e continuará concedendo a todos os povos suficiente conhecimento para ajudá-los na busca da salvação eterna’ (Declaração da Primeira Presidência sobre o Amor de Deus por Toda a Humanidade, 15 de fevereiro de 1978)” (James E. Faust, Conference Report, abril de 1980, p. 15; ou “Comunhão com o Santo Espírito”, A Liahona, março de 2002, p. 3).
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O Élder Robert D. Hales, do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou a relação entre a Luz de Cristo e o dom do Espírito Santo:
“Todos trazemos uma luz para a Terra, a Luz de Cristo. (…)
Usando a Luz de Cristo para discernir e escolher o certo, podemos ser conduzidos a uma luz ainda maior: O dom do Espírito Santo” ( Conference Report, abril de 2002, p. 80; ou “Sair da Escuridão para Sua Maravilhosa Luz”, A Liahona, julho de 2002, p. 77).
Morôni 7:17. Inspiração de Fontes Impuras
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Satanás tem a habilidade de fazer revelações falsas para aqueles que tentam forçar as revelações. As revelações de Satanás sempre nos afastam de Cristo. O Presidente Boyd K. Packer deu-nos o seguinte conselho quanto a essas mensagens espirituais falsas:
“Estejam sempre em guarda para não serem enganados por inspiração proveniente de uma fonte impura. Podemos receber mensagens espirituais falsas. Existem espíritos enganadores assim como existem imitações de anjos (ver Morôni 7:17). Tenham cuidado para não serem enganados, pois o demônio pode vir disfarçado de um anjo de luz.
Nosso lado espiritual e nossas emoções estão tão intimamente ligados que é possível confundir um impulso emocional com algo espiritual. Ocasionalmente encontramos pessoas que recebem o que acham ser inspiração de Deus, quando, na verdade, essa ‘inspiração’ é fruto de suas emoções ou vem do adversário” (The Candle of the Lord”, Ensign, janeiro de 1983, pp. 55–56).
Morôni 7:19–25 Apegar-se a Tudo que É Bom
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Mórmon ensinou que a fé é a chave para apegar-nos a tudo que é bom (ver Morôni 7:25). Para explicar como apegar-se a tudo o que é bom por meio da fé, uma mensagem das professoras visitantes da Sociedade de Socorro ensinou:
“Edificar um testemunho pessoal é uma questão de desejo e de fazer escolhas que aumentem a fé e a esperança. Desejando apegar-nos a todas as coisas boas, necessariamente escolhemos ações que aumentam nossa fé:
Reservamos um tempo significativo para as orações.
Recordamos e renovamos nossos convênios regularmente, participando do sacramento e visitando o templo.
Usamos as escrituras como um ‘mapa pessoal’ que nos guie em nossas ações.
Cultivamos amizade com pessoas que nos ajudam a edificar o testemunho.
Tornamos o serviço parte de nossa rotina diária”
(“Aderir a Todas as Coisas Boas”, A Liahona, abril de 1991, p. 25).
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Quando fazia parte da presidência geral da Primária, a irmã Michaelene P. Grassli disse que, quando fazemos o bem, entramos em harmonia com Deus. “Podemos treinar nossos sentidos espirituais da mesma maneira, a fim de reconhecermos a vontade de nosso Pai Celestial em relação a nós. Treinamos nossos sentidos espirituais fazendo boas coisas. Somos ensinados: ‘procureis diligentemente, na Luz de Cristo, diferenciar o bem do mal; e se vos apegardes a tudo que é bom e não o condenardes, certamente sereis filhos de Cristo’ (Morôni 7:19)” (“Segui-O”, A Liahona, janeiro de 1990, p. 102).
Morôni 7:29–31. O Ministério de Anjos
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O Élder Jeffrey R. Holland, do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou que o Livro de Mórmon revela que os anjos de fato existem:
“Estou convencido de que um dos temas profundos do Livro de Mórmon é a função, a ampla participação e o papel central dos anjos na história do evangelho. (…)
Uma das coisas que se torna mais importantes em nossa vida quanto mais tempo vivemos, é a realidade dos anjos, seu trabalho e ministério. Não me refiro apenas ao anjo Morôni, mas também àqueles anjos ministradores mais pessoais que estão conosco e à nossa volta, que têm poder para ajudar-nos e que fazem exatamente isso (ver 3 Néfi 7:18; Morôni 7:29–32, 37; D&C 107:20). (…)
Acredito que precisamos falar do ministério dos anjos, acreditar nele e prestar testemunho dele mais do que o fazemos. Eles são um dos principais métodos pelos quais Deus dá testemunho através do véu e não há texto em todo o mundo que ensine esse princípio com tanta clareza e vigor quanto o Livro de Mórmon” (“For a Wise Purpose”, Ensign, janeiro de 1996, pp.16–17).
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O Élder Bruce C. Hafen, dos Setenta, ensinou que os anjos continuam a ministrar aos filhos dos homens:
“O ministério desses anjos que não vemos é uma das formas mais sublimes de interação entre o Céu e a Terra e expressa claramente o quanto Deus Se preocupa conosco, além de proporcionar certeza tangível e sustentação espiritual a quem se encontra em grande necessidade. (…)
Quando os anjos vêm? Se procurarmos ser dignos eles estarão perto de nós quando mais precisarmos deles” (“When Do the Angels Come?” Ensign, abril de 1992, pp. 12, 16).
Morôni 7:32–39. Fé em Jesus Cristo
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O Élder Richard G. Scott, do Quórum dos Doze Apóstolos, aconselhou-nos ao falar do que significa ter fé em Jesus Cristo:
“Ganhar fé inabalável em Jesus Cristo é inundar a vida de luz resplandecente. Não mais estaremos sozinhos para lutar contra os desafios que sabemos que não podemos controlar nem resolver por nós mesmos, pois Ele disse: ‘Se tiverdes fé em mim, tereis poder para fazer tudo quanto me parecer conveniente’ (Morôni 7:33; grifo do autor).
Se estiverem desanimados, torturados pela transgressão, doentes ou sozinhos, se precisam desesperadamente de conforto e apoio, testifico-lhes solenemente que o Senhor os ajudará, quando obedecerem com zelo à lei espiritual a que esse auxílio está sujeito. Ele é seu Pai. Vocês são Seus filhos. Ele os ama E nunca os abandonará. Sei que Ele os abençoará” (Conference Report, outubro de 1991, p. 118; ou “Obter a Ajuda do Senhor”, A Liahona, janeiro de 1992, p. 92).
Morôni 7:40–44. Esperança
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Mórmon falou da esperança que vem da fé em Cristo (ver Morôni 7:40, 42). A esperança centralizada na vida e missão do Senhor Jesus Cristo tem o poder de nos elevar acima de qualquer adversidade que enfrentarmos. O Presidente James E. Faust (1920–2007), da Primeira Presidência, ensinou que a esperança dá paz à vida atribulada.
“Existem imensas fontes de esperança além de nossa própria capacidade, conhecimento e força. Uma delas é o dom do Espírito Santo. Por meio da bênção maravilhosa desse membro da Trindade, podemos ‘saber a verdade de todas as coisas’ [Morôni 10:5].
A esperança é a âncora de nossa alma. Não sei de ninguém que não precise de esperança, seja jovem ou velho, forte ou fraco, rico ou pobre. O Livro de Mórmon nos exorta: ‘Portanto todos os que crêem em Deus podem, com segurança, esperar por um mundo melhor, sim, até mesmo um lugar à mão direita de Deus, esperança essa que vem pela fé e é uma âncora para a alma dos homens, tornando-os seguros e constantes, sempre abundantes em boas obras, sendo levados a glorificar a Deus’ [Éter 12:4; grifo do autor]. (…)
Todos enfrentam desafios e dificuldades nesta vida. Isso faz parte da prova da mortalidade. Nem sempre é possível entender imediatamente o motivo de algumas dessas provações, exceto por meio da fé e da esperança, pois muitas vezes elas têm um propósito maior que nem sempre compreendemos. A paz vem por meio da esperança” (Conference Report, outubro de 1999, p. 73; ou Ensign, novembro de 1999, p. 59).
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O Élder Joseph B. Wirthlin (1917–2008), do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou que podemos ter esperança, pois há sempre auxílio divino a nosso alcance: “Ainda que soprem os ventos da adversidade, nosso Pai mantém-nos ancorados na esperança. O Senhor prometeu: ‘Não vos deixarei órfãos’ [João 14:18], e Ele ‘consagrará [nossas] aflições para [nosso] benefício’ [2 Néfi 2:2]. Até quando nossas provações parecem insuportáveis, podemos conseguir forças e esperança da promessa segura do Senhor: ‘Não temais, nem vos assusteis (…); pois a peleja não é vossa, mas de Deus’ [II Crônicas 20:15]” (Conference Report, outubro de 1998, p. 33; ou “Cultivar Qualidades Divinas”, A Liahona, janeiro de 1999, p. 28).
Morôni 7:43–44. “Manso e Humilde de Coração”
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O bispo H. David Burton, do Bispado Presidente, descreveu as virtudes e o processo pelo qual passamos a ser mansos: “A mansidão é vital para tornarmo-nos mais semelhantes a Cristo. Sem ela não conseguimos desenvolver outras virtudes importantes. Mórmon disse: ‘Porque ninguém é aceitável perante Deus, a não ser os humildes e brandos de coração’ (Morôni 7:44). Alcançar a mansidão é um processo. Foi-nos pedido que tomemos ‘cada dia a [nossa] cruz’ (Lucas 9:23). Isso não deve ser um exercício esporádico. O aumento da mansidão não significa fraqueza, ‘mas é portar-se com bondade e cortesia, de modo a demonstrar força, serenidade, uma saudável autoestima e um autêntico autocontrole’ (Élder Neal A. Maxwell, “Meekly Drenched in Destiny”, Brigham Young University 1982–1983 Fireside and Devotional Speeches, 1983, p. 2). O aumento da humildade possibilita que o Espírito nos ensine” (Conference Report, outubro de 2004, pp. 104–105; ou “Mais Vontade Dá-me”, A Liahona, novembro de 2004, p. 98).
Morôni 7:44. Fé, Esperança e Caridade
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O Élder M. Russell Ballard, do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou a relação entre as importantes verdades da fé, esperança e caridade:
“O Apóstolo Paulo ensinou que três princípios divinos formam a base na qual podemos alicerçar nossa vida. Eles são a fé, a esperança e a caridade (ver I Coríntios 13:13). Juntos esses princípios formam uma sustentação semelhante à de uma banqueta de três pernas. Cada princípio é importante por si só, mas também tem um importante papel de sustentação. Cada um é incompleto sem os outros. A esperança contribui para o desenvolvimento da fé; e por seu lado, a fé dá origem à esperança. Quando começamos a perder a esperança, também fraquejamos na fé. O princípio da fé e o da esperança trabalham juntos e precisam ser acompanhados da caridade, que é o maior de todos. De acordo com Mórmon, ‘caridade é o puro amor de Cristo e permanece para sempre’ (Morôni 7:47). Ela é a perfeita manifestação de nossa fé e esperança.
Juntos, esses três princípios nos dão a ampla perspectiva eterna do que precisamos para enfrentar as provas mais difíceis da vida, inclusive as terríveis tribulações profetizadas para os últimos dias. A verdadeira fé promove a esperança no futuro e permite que olhemos para além de nós mesmos e de nossas preocupações atuais. Fortalecidos pela fé, somos motivados a demonstrar o puro amor de Cristo em atos diários de obediência e de serviço cristão” (Conference Report, outubro de 1992, p. 44; ou Ensign, janeiro de 1992, p. 33).
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O Élder Neal A. Maxwell (1926–2004), do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou que as qualidades da fé, esperança e caridade são inteiramente ligadas a Jesus Cristo:
“Não é de admirar, portanto, que a tríade da fé, esperança e caridade, que nos leva a Cristo, tenha uma forte conexão convergente: fé no Senhor Jesus Cristo, esperança na Sua expiação e caridade, que é o ‘puro amor de Cristo’ (ver Éter 12:28; Morôni 7:47). Cada um desses atributos qualifica-nos para o reino celestial (ver Morôni 10:20–21; Éter 12:34). Cada um, antes de qualquer coisa, exige que sejamos mansos e humildes (ver Morôni 7:39, 43).
A fé e a esperança interagem constantemente e nem sempre é possível distingui-las com precisão umas das outras ou colocá-las em uma sequência definida. Embora também não seja um conhecimento perfeito, as animadas expectativas da esperança são ‘com segurança’ verdadeiras (Éter 12:4; ver também Romanos 8:24; Hebreus 11:1; Alma 32:21). Na geometria da teologia do evangelho restaurado, a esperança tem uma circunferência maior que a fé. Se a fé aumenta, o perímetro da esperança se amplia na mesma medida” [Conference Report, outubro de 1994, p. 45; ver também “Esplendor de Esperança”, A Liahona, janeiro de 1995, p. 35 (tradução atualizada)].
Morôni 7:44–48. Caridade: O Puro Amor de Cristo
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Há quem veja a caridade como algo que podemos conquistar se nos esforçarmos especificamente para isso e praticarmos determinadas ações. Para passar a amar como Cristo, porém, precisamos da ajuda e das bênçãos do Pai Celestial. O profeta Mórmon exortou-nos a empenhar-nos por ter caridade e a “[rogar] ao Pai com toda a energia de [nosso] coração” por esse amor que é concedido “a todos os que são verdadeiros seguidores de seu Filho, Jesus Cristo” (Morôni 7:48).
O Élder Robert J. Whetten, dos Setenta, explicou: “Como a fé, o amor cristão é um dom do Espírito que é concedido de acordo com princípios de retidão pessoal e segundo nosso grau de obediência às leis na qual as bênçãos se baseiam. Assim como a fé, é preciso exercitar o amor para que ele cresça” [Conference Report, abril de 1999, p. 37; ver também A Liahona, julho de 1999, pp. 34–35 (tradução atualizada)].
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O Élder Dallin H. Oaks falou da caridade e do que precisamos fazer para passar a tê-la: “(…) A caridade, ‘o puro amor de Cristo’ (Morôni 7:47), não é um ato, mas uma condição ou estado. Alcança-se a caridade por meio de uma sucessão de atos que resultam na conversão. Precisamos tornar-nos caridosos. Assim, Morôni afirmou: ‘A não ser que os homens tenham caridade, não poderão herdar’ o lugar preparado para eles nas mansões do Pai (Éter 12:34; grifo do autor)” (Conference Report, outubro de 2000, p. 43; ou “O Desafio de Tornar-se”, A Liahona, janeiro de 2001, p. 40).
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O Élder Jeffrey R. Holland ensinou que a caridade é uma grande bênção:
“A melhor definição do ‘puro amor de Cristo’, porém não é aquilo que nós, cristãos, tentamos, geralmente sem sucesso, demonstrar uns para com os outros, mas sim o que Cristo demonstrou com total sucesso para conosco. A verdadeira caridade só foi vista uma vez. Só foi vista em sua forma mais perfeita e pura no amor inabalável e insuperável que Cristo demonstrou na Expiação. É o amor de Cristo que é sofredor, benigno e não é invejoso. É esse amor que ‘não se ensoberbece, (…) não se irrita facilmente, não suspeita mal’. É o amor de Cristo por nós que ‘tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta’. Cristo demonstrou que ‘a caridade nunca falha’. Sem a caridade — o puro amor que Cristo tem por nós — nada seríamos, sem esperança, seríamos os mais miseráveis dos seres. É verdade que para aqueles que, no último dia, tiverem as bênçãos desse amor (a Expiação, a Restauração, a vida eterna, as promessas eternas) certamente tudo irá bem.
Isso não diminui em nada o mandamento de tentarmos amar uns aos outros dessa forma. (…) Temos que tentar ser mais constantes e firmes, mais pacientes e bondosos, ter menos inveja e menos orgulho em nosso relacionamento com os outros. Devemos viver da forma que Cristo viveu e amar como Ele amou. Contudo, ‘o puro amor de Cristo’ citado por Mórmon é exatamente isso: o amor de Cristo. Com esse presente divino, com essa dádiva redentora, temos tudo; sem ele não temos nada e não somos nada, seremos no final apenas ‘diabos, anjos de um diabo’ [2 Néfi 9:9].
A vida tem sua porção de temores e fracassos. Às vezes nem tudo dá certo. Às vezes as pessoas falham conosco, ou a economia, os negócios ou o governo falham e nos decepcionam. Mas uma coisa não nos falhará nem nesta vida nem na eternidade: o puro amor de Cristo. (…)
Assim, o milagre da caridade de Cristo tanto salva como nos transforma. O amor que efetua a Expiação salva-nos da morte e do inferno, bem como do comportamento carnal, sensual e diabólico. Esse amor redentor transforma a alma e a eleva acima de padrões decaídos para alturas bem mais nobres e bem mais santas. Portanto, devemos apegar-nos à caridade, ao puro amor que Cristo tem por nós e a nosso empenho e resolução de amá-Lo com um amor puro, e a todas as pessoas; pois sem esse amor, nada somos e nossos planos de felicidade eterna ficam inteiramente desolados. Sem o amor redentor de Cristo em nossa vida, todas as outras qualidades, até mesmo as virtudes e boas obras exemplares, não são suficientes para nos salvar e proporcionar alegria” (Christ and the New Covenant, 1997, pp. 336–337).
Morôni 7:48. Orar com Toda a Energia do Coração
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Morôni 7:48 ensina como quem ora constantemente “com toda a energia” de seu coração passa a ter caridade, ou seja passa a desejar ter caridade acima de tudo. Esse fervor na oração também dá resultado quando oramos pedindo outras coisas. O Presidente Spencer W. Kimball (1895–1985) ensinou que o fervor com que oramos influencia nossa família: “Em nosso círculo familiar, nossos filhos aprenderão como falar com o Pai Celestial ouvindo os pais falarem. Logo perceberão o quanto nossas orações são sinceras. Se nossas orações forem apressadas, se tenderem a ser um ritual vazio, eles também perceberão. É melhor que tanto em família como em particular façamos o que Mórmon pediu ao dizer: ‘Portanto, meus amados irmãos, rogai ao Pai, com toda a energia de vosso coração’ (Morôni 7:48)” (“Pray Always”, Ensign, outubro de 1981, p. 4).
Pontos a Ponderar
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Quais são alguns dos critérios encontrados em Morôni 7 que nos ajudam a discernir o bem do mal?
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Por que a caridade é o maior de todos os dons? (Morôni 7:46)
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Que diferença faz sua atitude e suas intenções quando você presta serviço ao próximo?
Tarefas Sugeridas
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Com base nos atributos relacionados em Morôni 7:45 e na súplica que Mórmon fez em Morôni 7:48, escreva um breve parágrafo sobre aquilo que você pode fazer para passar a ter mais caridade.