Como usar a mídia com segurança em casa?

Como pais, queremos proteger nossos filhos do perigo. Assim como ensinamos os filhos a estarem seguros ao cozinhar em acampamentos, no forno ou fogão, podemos também lhes ensinar a usar a tecnologia de maneira sábia para evitar o perigo. A tecnologia pode abençoar e beneficiar nossa vida quando usada adequadamente, mas há muitas armadilhas em potencial. Conforme ensinamos os filhos sobre segurança no uso da tecnologia, podemos ajudá-los a evitar os perigos da pornografia, de enviar mensagens ou fotos com conteúdo sexual, do uso excessivo da mídia social e dos videogames, do cyberbullying e de outras situações potencialmente perigosas.

Fazer perguntas importantes a nós mesmos sobre o uso que fazemos da tecnologia é um bom começo. Estamos dispostos a fazer o que pedimos aos filhos que façam para usar a tecnologia com segurança? Podemos ser um exemplo para eles ao usar a tecnologia adequadamente e com segurança. Devemos prestar atenção aos nossos próprios hábitos e modificá-los conforme necessário.

Ensinar o porquê

Quando definimos regras e padrões com nossos filhos, devemos procurar lhes ensinar sobre o motivo e a importância das regras e dos padrões e ajudá-los a desenvolver seu próprio discernimento. A irmã Joy D. Jones, presidente geral da Primária, ensinou:

“Quaisquer que sejam as necessidades de nossa família, vamos ensinar cada um a usar a tecnologia de maneira inteligente e positiva desde o início para desenvolver um padrão moral de pensamentos. Vamos educar nossos filhos de maneira construtiva para usarem a tecnologia para o bem. Podemos lhes ensinar a avaliar, incentivando-os a perguntar a si mesmos: ‘Será que usar isso vai servir a um bom propósito?’ Nossas escolhas sobre como ensinamos nossa família hoje influenciarão as gerações futuras” (“It Starts With Us”, discurso proferido na Conferência da Aliança de Utah contra a Pornografia, 10 de março de 2018, newsroom.ChurchofJesusChrist.org).

Ao tentar ajudar nossos filhos a desenvolverem um padrão moral de pensamentos, podemos levar em consideração as sugestões a seguir:

Conversem sobre como a família pode confiar nos sussurros do Espírito Santo. Como o uso seguro da tecnologia ajuda cada membro da família a não se afastar da influência do Espírito?
Reúnam-se regularmente para conversar sobre os princípios do evangelho relacionados ao uso seguro da tecnologia. As conversas podem abordar o arbítrio, a autodisciplina, o gerenciamento do tempo, a comunicação, etc.
Como pai ou mãe, tenha uma conversa pessoal com cada filho. Converse sobre as questões adequadas à faixa etária de seu filho. Pergunte como ele está lidando com o uso da tecnologia e da vida em geral. (Pesquise na internet as diretrizes para o que é adequado a cada idade. Reflita sobre as sugestões de “Age-Based Guidelines” no endereço internetsafety101.org.)
Ensine seus filhos a respeito da responsabilidade. Explique-lhes que cada um é responsável por suas próprias ações. Você pode conversar sobre como nossas escolhas não só nos afetam, mas com frequência afetam outras pessoas também.
Aproveite as oportunidades de ensinar quando elas surgirem. Isso pode incluir os momentos em que você está com seu filho e surgem situações que são relevantes ao que você espera ensinar, como quando aparece uma propaganda inesperada com teor erótico, ao jogar videogames com eles ou ver o noticiário.
Conversem sobre como se recuperar quando cometemos erros.

Ver “O Espírito pode me ajudar a escolher mídia apropriada” para mais sugestões sobre como ajudar os filhos a compreender por que usar a mídia com segurança é importante.

Como usar a tecnologia para o bem

Ainda que seja importante ajudar os filhos a compreender os possíveis perigos que podem surgir associados à tecnologia, também podemos ressaltar seu uso positivo, como para o aprendizado individual e interesses acadêmicos, o trabalho de história da família, entrar em contato com amigos e familiares distantes e o trabalho missionário.

O irmão Randall L. Ridd, ex-segundo conselheiro na presidência geral dos Rapazes, ensinou:

“[Nós temos] uma das maiores ferramentas para o bem da história da humanidade: a internet. Ela vem com um elaborado menu de escolhas. A abundância de escolhas, porém, traz consigo uma porção igual de responsabilidade. Ela facilita seu acesso tanto ao melhor quanto ao pior que o mundo tem a oferecer. (…)

Suas escolhas determinam se a tecnologia vai lhes dar poder ou vai escravizá-los” (“A geração das escolhas”, A Liahona, maio de 2014, pp. 56–57).

Ao ensinar nossos filhos, devemos enfatizar as partes boas da tecnologia e incentivá-los a usar seu arbítrio para escolher sabiamente.

Estabelecer padrões

Uma parte essencial da segurança é nos certificar de que os filhos somente tenham acesso a dispositivos digitais, aplicativos e mídia quando tiverem idade suficiente para utilizá-los com responsabilidade. Quando nós, pais, sentimos que nossos filhos estão prontos para lidar com a tecnologia adequadamente, devemos definir padrões, com eles, que vão ajudar a manter a família segura.

É importante que os filhos saibam que nem tudo que eles encontram online, sejam informações ou pessoas, é seguro para nós. Assegure-se de que você tenha acesso para aleatoriamente verificar o telefone celular ou as contas digitais de seu filho. Converse periodicamente com os filhos sobre a maneira sensata de utilizar os dispositivos digitais.

Os filhos devem saber que estamos comprometidos a ajudá-los. Lembre-se de debater o seguinte ao desenvolver um plano de tecnologia segura com os filhos:

Como criar posts apropriados para sites de redes sociais.
Como lidar com o cyberbullying ou com mensagens de texto impróprias.
O que fazer quando eles virem comportamentos, imagens ou vídeos impróprios.
Quais informações ou conteúdo são impróprios para serem compartilhados ou vistos online.
Quais são os sinais de uso exagerado ou mau uso da tecnologia.
Qual local é apropriado e seguro para usar dispositivos digitais. (Por exemplo, vocês podem decidir em família que é inadequado acessar dispositivos digitais em áreas isoladas, como no banheiro ou com a porta do quarto trancada.)
Por que os pais têm a responsabilidade de definir os padrões de segurança e controlar o acesso a dispositivos digitais.
O que fazer e com quem conversar quando erros são cometidos.
Como usar a tecnologia adequadamente em ambientes fora de casa, como na casa de um amigo ou na escola.

Conversas sobre pornografia e uso inadequado da tecnologia podem fazer os filhos ficarem constrangidos ou com medo se já tiverem visto pornografia alguma vez. Converse sobre esses assuntos de maneira calma e ajude seus filhos a se sentirem à vontade para abordar problemas ou erros passados. Incentive-os a conversar sobre erros passados e sobre futuros erros que possam ocorrer. A partir daí, siga adiante e enfatize maneiras de prevenir futuros problemas.

Ao definir padrões em família, devemos considerar as ideias a seguir:

Limitar o acesso à internet.
Limitar o tempo gasto online, em telefones e jogos.
Limitar os contatos online somente a familiares e amigos próximos da família.
Estabelecer horários aceitáveis e limites para o tempo de uso de dispositivos tecnológicos.
Estabelecer um período, por dia ou por semana, em que a família vai sempre se “desconectar” dos dispositivos digitais.
Estabelecer uma zona livre de tecnologia em determinadas partes da casa.
Determinar os locais de recarga da família nos quais os filhos vão conectar seus dispositivos digitais todas as noites, na hora de dormir.
Bloquear aplicativos impróprios ou inseguros, muitos dos quais permitem conteúdo não filtrado.
Seguir um ao outro nas plataformas de mídia social.
Relatar ou conversar sobre exposição inadequada.
Conversar sobre como manter os padrões familiares em ambientes fora de casa.

Utilizar filtros na tecnologia

Lembre-se de que as configurações e os filtros não bloquearão todo o conteúdo inapropriado. Contudo, há muitos recursos que podem ajudar.

Configurações do modo de segurança ou aplicativos de segurança. Os aplicativos complementares (add-ons) permitem que você selecione conteúdo seguro para seus filhos, verifique e controle quanto tempo eles passam em diferentes atividades e impedem que eles vejam conteúdo impróprio. Você também pode configurar a busca e outras plataformas de transmissão para que filtrem conteúdo impróprio.
Filtros de conteúdo da internet. Os filtros podem impedir que certos materiais prejudiciais cheguem até as crianças pequenas. Considere a possibilidade de usar filtros de software, filtros de hardware e filtros de proxy da internet.

Utilizar filtros internos

Ajude seus filhos a entender que o tipo de filtro mais importante e eficaz está dentro de sua própria mente e seu coração. Conforme os filhos vão aprendendo a ouvir a própria mente e o coração, bem como o Espírito Santo, podemos incentivá-los a fazer perguntas como estas:

Estou usando a tecnologia de maneira edificante?
Estou usando a tecnologia para entorpecer meus sentimentos ou escapar mentalmente da vida real?
Estou usando a tecnologia para evitar ter que interagir com as pessoas?
Estou mantendo minhas informações pessoais e familiares a salvo de outras pessoas?
Estou acessando sites que são virtuosos, amáveis, de boa fama ou louváveis e que estão de acordo com a décima terceira regra de fé?
Sou cuidadoso sobre o que compartilho online?
Sinto-me à vontade para perguntar a meus pais sobre coisas na internet que me deixam curioso ou confuso?
Sei a quem pedir ajuda se cometer erros?

Obter ajuda quando erramos

Discuta com frequência os padrões familiares para relatar conteúdo inadequado. Como pais, pode ser útil para nossos filhos se estivermos dispostos a compartilhar nossas experiências pessoais relacionadas à exposição não intencional a conteúdo inadequado. Dê um exemplo de responsabilidade.

Uma família usa o que chamam de regra dos dez minutos, na qual, se um membro da família vir algo indecente, inadequado ou ofensivo ao Espírito, ele dirá a alguém no prazo de dez minutos. Com essa regra, os membros da família sabem que não devem esperar, mas agir imediatamente. Proporcionar aos filhos um lugar seguro para conversar sobre pornografia ou outros tipos de contato com coisas inadequadas ajuda a protegê-los e diminui o efeito que a pornografia tem sobre eles.

A regra dos dez minutos é só um exemplo de um padrão que podemos definir para ajudar nossa família a usar a tecnologia sabiamente, mas há muitos outros padrões que podem ser usados ou acrescentados. O importante é, em espírito de oração, definir padrões em família, quaisquer que sejam eles.

Com os padrões familiares firmemente definidos e com o Espírito Santo (ver “Espírito Santo”, Tópicos do evangelho, topics.ChurchofJesusChrist.org) como nosso guia, podemos usar a mídia digital para acessar conteúdo sadio e inspirador para propósitos corretos. Conforme estabelecemos padrões, comunicamo-nos com nossos filhos e damos o exemplo do uso adequado da tecnologia, podemos ajudá-los a usar a mídia digital com segurança e sabedoria.

Recursos da Igreja e da comunidade

Alguns dos recursos relacionados a seguir não foram criados nem são mantidos ou controlados por A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Embora esses materiais se destinem a servir como recursos adicionais, a Igreja não endossa nenhum conteúdo que seja contrário a suas doutrinas e a seus ensinamentos.

“Apply Key Messages from ‘Safeguards for Using Technology’ Booklet in Your Home”, 21 de março de 2018, news.ChurchofJesusChrist.org
“Educator Resources”, iKeepSafe, ikeepsafe.org
“Internet Filtering (Family Safety)”, LDSTech, tech.ChurchofJesusChrist.org
“Kids on Social Media and Gaming”, stopbullying.gov
Livreto Regras para o Uso da Tecnologia, 2015
“O Espírito pode me ajudar a escolher bons meios de comunicação”
Student Safeline, studentsafeline.org

Assuntos relacionados

“Qual a melhor maneira de proteger meu filho da exposição à pornografia?”

“Visão geral para os pais”

“O que devo ensinar meu filho a fazer quando ele vir pornografia?”