“Lição 5: Leis e ordenanças”, Pregar Meu Evangelho: Guia para o Serviço Missionário, 2018, pp. 83–90
“Lição 5”, Pregar Meu Evangelho, pp. 83–90
Lição 5
Leis e ordenanças
Preparar-se para ensinar
Esta lição é ensinada de modo muito semelhante à lição 4. A abordagem que você vai utilizar deve ser determinada pelas necessidades, interesses e circunstâncias das pessoas que você está ensinando e pela orientação do Espírito. Pense e ore constantemente sobre como ajudar as pessoas a viver o evangelho. Fique atento às perguntas e ao nível de compreensão das pessoas que você ensina. Algumas sugestões são:
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Ensinar uma ou mais leis e ordenanças desta lição enquanto revisa as lições: “A mensagem da Restauração do evangelho de Jesus Cristo”, “O plano de salvação” e “O evangelho de Jesus Cristo”. Por exemplo, enquanto ensina a mensagem da Restauração, você pode explicar a respeito do sacerdócio e do trabalho missionário; enquanto ensina o plano de salvação, você pode explicar sobre o casamento eterno, o trabalho de templo e história da família, e o ensino e o aprendizado na Igreja. Enquanto ensina o evangelho de Jesus Cristo, você pode explicar sobre o caminho estreito e apertado e o serviço na Igreja.
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Ensinar duas ou três leis e ordenanças em uma única lição.
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Ensinar uma única lei ou ordenança como lição.
Trabalhe com os membros para ajudar as pessoas que você está ensinando a aceitar e a começar a viver essas leis e ordenanças. Ajude as pessoas a reconhecer que pelo cumprimento das leis de Deus elas continuarão a ter a remissão de seus pecados e permanecerão no caminho que conduz à vida eterna. Sentirão mais paz e alegria. Encontrarão respostas às perguntas da vida e segurança em saber que pertencem à verdadeira Igreja de Jesus Cristo. As leis e ordenanças servem como orientação para uma vida cheia de alegria, com fé em Jesus Cristo e uma firme esperança de alcançar a exaltação na presença de nosso Pai Celestial.
Aprender sobre as leis, ordenanças e compromissos
Ao estudar a lição “Leis e ordenanças”, será útil seguir o padrão a seguir.
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Estude a seção que descreve a doutrina e escreva um plano simples de lição com três a cinco pontos principais.
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Ensine uma versão de dois a três minutos para seu companheiro. Pratique como você fará cada convite e como resolverá as dúvidas.
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Debata maneiras de fazer um acompanhamento de cada compromisso que as pessoas que você está ensinando tiverem aceitado.
O sacerdócio e as auxiliares
O sacerdócio é o poder e a autoridade concedidos por Deus ao homem para agir em Seu nome para a salvação de Seus filhos. O poder do sacerdócio abençoa todos nós. Por meio do sacerdócio, mulheres e homens recebem as ordenanças de salvação, bem como as bênçãos de cura, de consolo e de conselho.
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é dirigida por Jesus Cristo por meio de apóstolos e profetas. Eles são homens justos, que foram chamados por Deus e receberam o sacerdócio. No passado, Cristo ordenou Seus apóstolos e conferiu a eles o sacerdócio. Essa autoridade foi perdida quando as pessoas rejeitaram o evangelho e mataram Cristo e os apóstolos.
A autoridade do sacerdócio foi restaurada em 1829, quando João Batista apareceu ao profeta Joseph Smith e Oliver Cowdery. Ele impôs as mãos sobre a cabeça deles e lhes conferiu o Sacerdócio Aarônico (ver Doutrina e Convênios 13). Pouco tempo depois, Pedro, Tiago e João, que faziam parte dos Doze Apóstolos originais, impuseram as mãos sobre a cabeça de Joseph Smith e Oliver Cowdery e conferiram a eles o Sacerdócio de Melquisedeque, que Pedro, Tiago e João tinham recebido de Jesus Cristo (ver Doutrina e Convênios 27:12–13).
Um homem só pode receber a autoridade do sacerdócio pela devida ordenação, por imposição das mãos, por alguém que possua a autoridade. Uma oportunidade maravilhosa é dada ao homem que recebe o sacerdócio. Ele faz o convênio de cumprir deveres sagrados, de servir ao próximo e de ajudar a edificar a Igreja. Ele precisa ter o desejo de servir a Deus e precisa ser ordenado a esse poder (ver Doutrina e Convênios 4:3; 63:57). Também é necessário que os portadores do sacerdócio realizem ordenanças sagradas, como o batismo e a confirmação. Quando a autoridade do sacerdócio é usada dignamente, o poder de Deus se manifesta. O poder do sacerdócio somente pode ser usado com retidão, amor e paciência.
Como isso se aplica às mulheres? O presidente Dallin H. Oaks ensinou que as mulheres que são designadas como missionárias, líderes ou professoras na Igreja “[recebem] a autoridade do sacerdócio para realizar uma função do sacerdócio” (“As chaves e a autoridade do sacerdócio”, A Liahona, maio de 2014, p. 51).
Todo sacerdócio vem de Deus. Há dois sacerdócios na Igreja: o Sacerdócio Aarônico e o Sacerdócio de Melquisedeque. O Sacerdócio Aarônico ministra ordenanças como o batismo e o sacramento. Os homens dignos a partir de 12 anos recebem o Sacerdócio Aarônico pouco depois do batismo e da confirmação.
Os homens adultos dignos recebem, por fim, o Sacerdócio de Melquisedeque ou sacerdócio maior. Os membros da Igreja recebem muitas bênçãos espirituais e materiais por meio do poder desse sacerdócio. Os portadores dignos do Sacerdócio de Melquisedeque podem conferir o dom do Espírito Santo, ordenar outros homens ao sacerdócio, conforme forem designados, ungir os doentes com óleo consagrado e dar bênçãos de cura e de consolo. O pai e marido fiel que possua o Sacerdócio de Melquisedeque pode dar bênçãos especiais à esposa, aos filhos e a outros familiares. Os irmãos ministradores cuidam de pessoas e das famílias da Igreja. As irmãs ministradoras cuidam das outras mulheres na Igreja. O bispo e o presidente da estaca são juízes na Igreja. Eles têm a autoridade para ajudar os santos que pecaram a se arrependerem e a desfrutarem todas as bênçãos de serem membros da Igreja. Eles entrevistam as pessoas para verificar se elas estão dignas de entrar no templo.
Em um discurso para a Sociedade de Socorro, o presidente Joseph Fielding Smith ensinou: “Embora as irmãs não tenham recebido o sacerdócio, embora ele não tenha sido conferido a elas, isso não significa que o Senhor não lhes concedeu autoridade. (…) Um homem ou uma mulher podem receber autoridade para fazer certas coisas na Igreja que são válidas e absolutamente necessárias para nossa salvação, como o trabalho que nossas irmãs realizam na casa do Senhor. Elas receberam autoridade para realizar algumas coisas grandiosas e maravilhosas, sagradas para o Senhor e tão absolutamente válidas quanto as bênçãos concedidas aos homens que possuem o sacerdócio” (Joseph Fielding Smith, ‘Relief Society — An Aid to the Priesthood’, Relief Society Magazine, janeiro de 1959, p. 4).
As auxiliares da Igreja são organizadas pela autoridade do sacerdócio para auxiliar no fortalecimento dos membros. Tanto homens como mulheres são de grande ajuda no trabalho missionário porque ajudam a encontrar, a ensinar e a integrar os recém-conversos. A Sociedade de Socorro, que inclui mulheres de 18 anos ou mais, presta serviço para indivíduos, para famílias e para a comunidade. As jovens de 12 a 18 anos fazem parte do programa das Moças. Os rapazes da mesma idade participam do programa dos Rapazes. Todas as crianças de 3 a 11 anos fazem parte da organização Primária. Todos os membros a partir dos 12 anos são matriculados em classes da Escola Dominical.
Trabalho missionário
Os membros que compartilham o evangelho sentem alegria e têm o Espírito do Senhor mais abundantemente. Ao compartilharmos o evangelho, percebemos como ele é precioso e importante para nós, e sentimos mais amor por Deus e pelas pessoas. O Senhor ordenou que Seus seguidores pregassem o evangelho no mundo inteiro, dando a todas as pessoas a oportunidade de aceitá-lo ou de rejeitá-lo. Quando as pessoas são batizadas, elas fazem um convênio de serem sempre testemunhas de Deus. Recebem o mandamento de compartilhar o evangelho com aqueles que ainda não o receberam. À medida que vivem o evangelho fielmente, dão um exemplo, mostrando a seus familiares e amigos as grandes bênçãos que recebemos quando vivemos o evangelho. Devem também aproveitar as oportunidades de responder perguntas, entregar materiais impressos ou compartilhar conteúdo digital e convidar as pessoas a conhecer mais sobre a mensagem do evangelho restaurado. Os membros devem orar por aqueles que não são membros da Igreja. Devem orar para que tenham oportunidades missionárias, para servir as pessoas que não são de nossa religião e não compartilham de nossas crenças. O Senhor promete ajudar os membros a saber o que devem dizer e fazer quando compartilham o evangelho.
O casamento eterno
A unidade básica da Igreja é a família. Dentro da família, as pessoas sentem muitas das maiores alegrias e tristezas da vida. O casamento entre homem e mulher foi ordenado por Deus e é um ponto central do plano eterno de Deus para a salvação de Seus filhos. O meio pelo qual a vida mortal é criada foi estabelecido divinamente e é salvaguardado pelo casamento. O plano divino de felicidade permite que os relacionamentos familiares sejam perpetuados além da morte. O casamento, porém, somente poderá ser eterno se portadores autorizados do sacerdócio realizarem a ordenança de selamento nos templos sagrados e se o marido e a mulher que foram selados cumprirem os convênios que fizeram. O marido e a mulher devem amar-se mutuamente. À medida que cumprem os mandamentos e vivem os princípios do evangelho, devem honrar seus votos matrimoniais com completa fidelidade (ver “A Família: Proclamação ao Mundo”, A Liahona, maio de 2017, p. 145; ver também Doutrina e Convênios 42:22).
A felicidade na vida familiar é mais provável de ser alcançada quando fundamentada nos ensinamentos de Jesus Cristo e quando os pais fazem da família sua maior prioridade. “Segundo o modelo divino, o pai deve presidir a família com amor e retidão, tendo a responsabilidade de atender às necessidades de seus familiares e de protegê-los. A responsabilidade primordial da mãe é cuidar dos filhos. Nessas atribuições sagradas, o pai e a mãe têm a obrigação de ajudar-se mutuamente, como parceiros iguais” (“A Família: Proclamação ao Mundo”, p. 145). Juntos, os pais devem ensinar o evangelho de Jesus Cristo a seus filhos e ajudá-los a vivê-lo.
Satanás está concentrando seu ataque na família. Há vários anos, os líderes da Igreja designaram uma noite por semana para a realização da noite familiar. Os pais devem usar esse tempo para ensinar o evangelho a seus filhos, fortalecer seu relacionamento com eles e se divertirem juntos. Outras maneiras de fortalecer a família incluem: a oração familiar e o estudo das escrituras em família, a adoração ao Senhor em família na Igreja, fazer a história da família e servir ao próximo. O céu é uma continuação da família ideal. Por meio das ordenanças do sacerdócio e de uma vida digna, podemos viver como família na presença de Deus eternamente.
Templos e história da família
Deus ordenou que Seu povo construísse templos. No templo, fazemos convênios sagrados e somos investidos, ou recebemos, um dom de poder e de conhecimento do alto. Esse poder nos ajuda em nossa vida diária e permite que edifiquemos o reino de Deus. No templo, também podemos nos casar para esta vida e para toda a eternidade, possibilitando assim que as famílias estejam unidas para sempre na presença de Deus. Depois de um ano como membro da Igreja, os adultos dignos podem se qualificar para receber de seu bispo uma recomendação a fim de receberem sua própria investidura. Depois de receberem a investidura, o marido e a mulher podem ser selados ou casados para a eternidade.
O Salvador ama todas as pessoas e deseja que sejam salvas. Mas há milhões de pessoas que morreram sem terem tido a oportunidade de ouvir a mensagem do evangelho restaurado de Jesus Cristo nem de receber as ordenanças de salvação. Por meio de Sua amorosa graça e misericórdia, o Senhor tornou possível a salvação de todos os que não tiveram a oportunidade de receber, compreender e seguir o evangelho durante a vida mortal. O evangelho é pregado a essas pessoas falecidas no mundo espiritual. Os membros da Igreja aqui na Terra realizam as ordenanças de salvação em favor de seus antepassados falecidos e de outras pessoas. As pessoas falecidas que vivem no mundo espiritual têm a oportunidade de aceitar ou de rejeitar o evangelho e as ordenanças realizadas em favor delas.
Por esse motivo, os membros da Igreja pesquisam informações a respeito de seus antepassados. Eles podem inserir no FamilySearch.org as informações que encontraram no banco de dados da Igreja. Uma pessoa pode fazer isso por si mesma ou com a ajuda de um consultor de templo e história da família. O banco de dados da Igreja permite que os membros da Igreja compartilhem ou imprimam e levem ao templo os nomes de parentes falecidos que precisam que as ordenanças de salvação sejam realizadas por eles nos templos sagrados. Essa é uma parte importante da história da família. Membros dignos com 12 anos ou mais, inclusive membros novos, estão aptos para receber do bispo uma recomendação de uso limitado para participar de batismos e confirmações em favor de seus antepassados falecidos.
Serviço
Uma das grandes bênçãos de sermos membros da Igreja é a oportunidade de servir. Quando prestamos serviço caridoso a outras pessoas, estamos servindo a Deus. Quando somos batizados, fazemos o convênio de prestar esse serviço (ver Mosias 18:8–10). Devemos estar cientes das pessoas que têm necessidades físicas e espirituais. Doamos então nosso tempo, talentos e recursos para ajudar a atender a essas necessidades. Seguimos o exemplo do Salvador, que veio para servir às pessoas. Devemos fazer o que Jesus fez e nos tornar semelhantes a Ele.
Pouco depois do batismo, os membros novos recebem dos líderes do sacerdócio a bênção de uma responsabilidade para ajudar na Igreja. Damos a isso o nome de chamado. Todo o trabalho realizado na Igreja é voluntário. Ninguém é pago por esse serviço. Quando aceitamos chamados, somos apoiados publicamente em uma reunião da Igreja para que os outros membros tenham conhecimento do nosso chamado e ofereçam apoio. Também somos designados por um líder do sacerdócio e recebemos bênçãos especiais para nos ajudar a cumprir nossos chamados. A Igreja precisa dos talentos e das habilidades de todos os membros para preencher uma grande variedade de chamados. Todos os chamados são importantes e ajudam a edificar o reino de Deus. Devemos aceitar esses chamados e trabalhar diligentemente para aprender e cumprir nossos deveres. Ao fazê-lo, nossa fé aumenta, desenvolvemos novos talentos e maior capacidade de servir, e recebemos inúmeras outras bênçãos.
As irmãs e os portadores do sacerdócio podem receber designações para ministrar a outras pessoas. Ao ministrarem, os membros determinam, por meio de comunicação e inspiração, a frequência e o tipo de contato que terão com aqueles de quem cuidam. Os irmãos ministradores cuidam de pessoas e das famílias. As irmãs ministradoras representam a Sociedade de Socorro cuidando de cada irmã adulta que lhes foi designada.
Algumas oportunidades de cuidar dos necessitados vêm por meio dos chamados da Igreja. Existem outras oportunidades nas casas, no bairro e na comunidade dos membros, como as que são coordenadas pela organização JustServe (onde aprovado). Os membros também podem ajudar os pobres e necessitados de todos os credos do mundo inteiro contribuindo para os serviços humanitários da Igreja, participando de socorro em catástrofes e por meio de esforços individuais para prestar serviço aos necessitados.
Ensinar e aprender na Igreja
A Igreja está organizada para aperfeiçoar e abençoar a vida dos membros. Ela nos dá oportunidades de ensinar o evangelho, fazer amizade e servir uns aos outros, e dar apoio mútuo em nossa busca da salvação. Na família e na Igreja, todos os membros aprendem a doutrina do evangelho. Quando os membros são chamados para ensinar, eles recebem materiais e auxílios que lhes permitem ser bem-sucedidos.
Perseverar até o fim
À medida que continuamos a viver o evangelho, aproximamo-nos cada vez mais do Pai Celestial. Desfrutamos e apreciamos ainda mais a Expiação do Salvador. Nossa família fica mais unida. Sentimos mais amor, alegria e paz provenientes de se seguir o Salvador e de se aplicar Sua Expiação. Ocorre uma mudança em nosso coração e nos sentimos seguros ao viver o evangelho restaurado.
À medida que continuamos a exercer fé em Cristo, arrependendo-nos e renovando nossos convênios, somos constantemente guiados pelo Espírito Santo. Se perseverarmos até o fim de nossa vida, permanecendo fiéis a nossos convênios, receberemos a exaltação.
O presidente Russell M. Nelson ensinou: “Continuem no caminho do convênio. (…) Seu compromisso de seguir o Salvador, fazendo convênios com Ele e depois guardando esses convênios, vai abrir a porta de todos os privilégios e bênçãos espirituais disponíveis a mulheres, homens e crianças de todo o mundo. (…) O resultado final que cada um de nós almeja é ser investido com poder em uma casa do Senhor, selados como família, fiéis aos convênios feitos no templo que nos qualificam para o maior dom de Deus, que é a vida eterna” (transmissão ao vivo do edifício anexo ao Templo de Salt Lake, 16 de janeiro de 2018).
Alguns membros não perseveram ou não permanecem plenamente ativos. Contudo, perseverar até o fim é uma responsabilidade pessoal. “[Operamos nossa própria] salvação” (Filipenses 2:12) e servimos e amamos as pessoas cuja fé se tornou fraca por causa da inatividade.