Capítulo 23
O Progresso e Destino de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
A Igreja cumprirá seu destino divino, e temos o privilégio de qualificar-no para fazer parte desta obra grandiosa.
Da Vida de Heber J. Grant
Heber J. Grant nasceu em 1856, durante o período em que os santos estavam lutando para estabelecer a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias no Vale do Lago Salgado. Naquela época, a Igreja tinha sete estacas e aproximadamente 64.000 membros. Não havia nenhum templo em funcionamento.
Em 1882, quando Heber J. Grant foi ordenado apóstolo, a Igreja estava firmemente estabelecida no Vale do Lago Salgado. Muitas pessoas do mundo naquela época tinham idéias preconceituosas e incorretas sobre os santos dos últimos dias, mas a Igreja continuava a crescer. O número de membros aproximavase dos 146.000, e o número de estacas aumentara para 24. Cinco anos antes, fora dedicado o Templo de Saint George Utah, o único templo em operação na época.
Como Apóstolo, o Élder Grant foi uma testemunha ocular do progresso da Igreja. Em 1902, quando a Igreja tinha quatro templos em operação, 50 estacas e quase 300.000 membros, ele fez o seguinte comentário: “A obra não está parada. A Igreja não está parada; temos evidências de seu crescimento hoje, do aumento no pagamento do dízimo, do aumento dos frutos da obra missionária em todo o mundo e da eficiência cada vez maior do trabalho nas faculdades, academias e universidade da Igreja. Tem havido também um crescimento fabuloso na escola dominical. A obra de Deus está progredindo, e o poder e a influência do adversário e daqueles que trabalham contra nós estão diminuindo.1
Durante o serviço de Heber J. Grant como presidente da Igreja, de novembro de 1918 a maio de 1945, o crescimento notável da Igreja continuou. O número de membros aumentou de cerca de 496.000 para mais de 954.000. O número de estacas aumentou de 75 para 149, e o número de templos em funcionamento aumentou de 4 para 7.
O Presidente Grant sempre observava que as pessoas estavam começando a ter uma imagem mais favorável dos membros da Igreja. “Creio”, disse ele, “que hoje temos o reconhecimento de todos os que nos conhecem, como um povo temente a Deus, como uma comunidade justa e honesta”.2 Na conferência geral de outubro de 1937, pouco depois de voltar de um tour pelas missões da Europa, ele relatou o seguinte exemplo:
“Quando estive na Europa há mais de trinta anos [como presidente de missão] (…) durante os três anos em que fiquei nas Ilhas Britânicas, nunca consegui publicar um único artigo nos jornais. Coisas odiosas, perniciosas, obscenas e terríveis foram veiculadas contra nós, mas os responsáveis pela imprensa recusavam-se terminantemente a ouvir o que tínhamos a dizer.
Tive o prazer de ser informado numa viagem [recente] que houve artigos jornalísticos favoráveis a nosso respeito na Alemanha, na Suíça, na Tchecoslováquia, na Holanda e na Bélgica. Não houve críticas de nenhum tipo ou teor, apenas bons anúncios de nossas reuniões e, em alguns casos, nos jornais das Ilhas Britânicas, eles eram tão favoráveis que se tivéssemos nós mesmos o privilégio de redigi-los não conseguiríamos escrever nada que nos agradasse tanto. Pelo que observei, nenhum dos artigos escritos durante nossa viagem tinha outro objetivo senão fazer um relato justo, honrado e excelente de nosso povo. Regozijo-me nisso. Trata-se de uma mudança maravilhosa em comparação ao espírito de animosidade e quase ódio que encontrei entre os jornalistas com quem tive contato mais de trinta anos atrás.”3
O Presidente Grant externava com freqüência sua gratidão pelo progresso físico e espiritual da Igreja. Nessas expressões de agradecimento, ele reconhecia as bênçãos do Senhor e a dedicação dos santos dos últimos dias apesar das adversidades que eles enfrentavam. Durante o período negro da Grande Depressão, ele disse: “Apenas o conhecimento perfeito e absoluto que possuímos como povo permite-nos realizar tudo o que estamos realizando. Pensar que nestes dias de depressão e tormenta temos condições de gastar milhões de dólares na construção de capelas! Quase todos os domingos, por semanas a fio, tenho dedicado capelas e todas as vezes elas estão lotadas de pessoas que vêm assistir a essas reuniões. (…) Estamos crescendo de modo extraordinário. Há um sentimento de absoluta confiança. Cremos sem temor algum que a obra de Deus triunfará.”4
Ensinamentos de Heber J. Grant
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias tem um destino divino.
Presto-lhes meu testemunho aqui hoje que Joseph Smith foi um profeta do Deus vivo e verdadeiro, que ele foi o instrumento nas mãos de Deus para restabelecer na Terra o plano da vida e salvação, não só pelos vivos mas também pelos mortos, e que este evangelho, comumente chamado de “mormonismo” pelas pessoas do mundo, é de fato o plano da vida e salvação, o evangelho do Senhor Jesus Cristo, que a pequena pedra foi cortada da montanha e rolará e encherá toda a Terra. [Ver Daniel 2:31–45; D&C 65:2.]5
O Senhor estabeleceu Sua Igreja nestes últimos dias para que os homens fossem chamados ao arrependimento, para a salvação e exaltação de sua alma. Repetidas vezes Ele disse ao Profeta Joseph Smith e aqueles a sua volta: “O campo já está branco para a ceifa”. (D&C 4:4; 6:3; 11:3; 12:3; 14:3; 33:3, 7) Em inúmeras ocasiões Ele deu-lhes o mandamento de nada pregar além do arrependimento a esta geração (D&C 6:9; 11:9; 14:8) e por fim declarou:
“E proclamarás boas novas; sim, anuncia-as sobre as montanhas e todos os lugares elevados e a todo povo que te seja permitido ver.
E assim farás com toda humildade, confiando em mim, não ofendendo ofensores.
E de dogmas não falarás, mas declararás arrependimento e fé no Salvador e remissão de pecados por batismo e por fogo, sim, pelo Espírito Santo.
Eis que este é um grande e o último mandamento que te darei quanto a este assunto; pois isto bastará para tua jornada diária, até o fim de tua vida.
E sofrimento terás se desprezares estes conselhos, sim, em verdade a destruição de ti mesmo e de tua propriedade.” (D&C 19:29–33)
Precisamos seguir esses mandamentos para que os homens venham a conhecer a Deus e Jesus Cristo a Quem Ele enviou, pois “a vida eterna é esta”. (João 17:3)
Com esse propósito foi organizada a Igreja, o evangelho outra vez revelado em sua plenitude, o sacerdócio de Deus restaurado, com todos os seus direitos, poderes, chaves e funções. Esta é a missão da Igreja. A comissão divina dada aos apóstolos da antigüidade (Mateus 28:19; Marcos 16:15) foi repetida em nossa época: que o evangelho seja levado a todas as nações (D&C 38:33), ao judeu e ao gentio (D&C 18:26); ele deve ser declarado em tom de regozijo (D&C 28:16); deve rolar até os confins da Terra (D&C 65:2); e deve ser pregado por nós a quem foi concedido o reino. (D&C 84:76) Nenhum ato nosso ou da Igreja deve interferir neste mandamento divino.6
A missão de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é de paz. Seu objetivo é preparar as pessoas do mundo para a Segunda Vinda de Cristo e para o alvorecer do dia bendito da chegada do milênio e do governo de Cristo como Rei dos reis, à frente da fraternidade universal humana.7
O crescimento e progresso da Igreja em seus primeiros anos deu-se em cumprimento de profecias.
As realizações dos santos dos últimos dias estão em total e absoluto acordo com a profecia feita na margem oeste do rio Mississipi pelo Profeta Joseph Smith, conforme registrada em seu diário no dia 6 de agosto de 1842: “Profetizei que os santos continuariam a sofrer muitas aflições e que seriam expulsos para as Montanhas Rochosas. Muitos apostatariam, outros seriam executados por nossos perseguidores ou perderiam a vida por causa das más condições climáticas ou de doenças e alguns de vocês viverão o bastante para ir e auxiliar no estabelecimento de colônias e cidades e ver os santos tornarem-se um povo extraordinário no meio das Montanhas Rochosas.” [History of the Church, 5:85]
(…) Nós de fato cumprimos essa profecia apesar do fato de que essa parte oeste do país era considerada sem valor algum. Quando vocês pensam nessa região árida, quando pensam que ela era considerada sem nenhum valor e então vêem o que foi realizado, não resta dúvidas de que cumprimos essa profecia.8
Regozijo-me no crescimento e no progresso da obra de Deus aqui na Terra. (…) Lembro-me de estar com o Presidente Wilford Woodruff num carroção em Idaho (…) e conversar com meia dúzia de pessoas, talvez mais, que viviam lá e também me lembro vividamente das observações feitas por esse profeta de Deus. (…) Recordo que os jovens estavam um pouco desanimados em Sand Creek, ao olharem em volta de si e não verem nenhuma árvore, nenhum arbusto a não ser artemísias, sem mesmo simples casas de madeira. O irmão Woodruff disse aos jovens: “Não desanimem; não fiquem desalentados, pois as bênçãos do Senhor estão sobre esta terra. Dentro de bem pouco tempo haverá colônias prósperas e felizes de santos dos últimos dias aqui. Vocês sentem falta dos amigos que ficaram para trás e acham que estão quase alienados do mundo, mas dentro de bem pouco tempo vocês terão uma capela, uma escola e toda a estrutura que vocês tinham em casa antes de virem para cá. Deus abençoará e multiplicará a terra.” Qual é o resultado hoje? Naquele local está hoje a cidade de Iona, sede de uma das estacas de Sião, com cerca de cinco mil pessoas em vez de seis ou sete jovens; as palavras do Profeta Wilford Woodruff foram cumpridas em cada detalhe.9
Quando penso em todas as realizações da obra de Deus, faltam-me palavras para louvar tudo o que foi feito.10
Creio que as próprias perseguições e problemas pelos quais passamos nos prepararam, ensinaram e nos fortaleceram como povo para coisas mais grandiosas.11 Os santos dos últimos dias são de fato, como o Profeta Joseph disse que deveriam ser, um povo extraordinário no meio das Montanhas Rochosas, e estamos simplesmente engatinhando. Estamos começando a crescer a tornar-nos um povo extraordinário, mas ainda não somos nada em comparação com o que vamos ser.12
Nada pode impedir a Igreja de cumprir seu destino.
A cada ano a Igreja fica mais forte do que no ano anterior. A Igreja está progredindo e não regredindo. Os homens cometem erros, mas a Igreja permanece firme.13
O adversário da alma dos homens, o destruidor, gostaria de ter destruído a obra de Deus; ele e seus emissários achavam que ao matarem o Profeta [Joseph Smith] e o Patriarca [Hyrum Smith] retardariam a obra do Deus vivo que foi restabelecida na Terra. No entanto, (…) o crescimento maravilhoso da Igreja, o grandioso templo de Deus em [Salt Lake City], nosso maravilhoso tabernáculo, o grande prédio [administrativo da Igreja] (…), os monumentos e os templos, do Canadá ao Havaí e a Saint George, e o grande progresso da obra de Deus — todas essas coisas são um testemunho vivo contra aqueles que acharam que poderiam interromper a obra do Senhor. O testemunho de Jesus Cristo que ardia no coração do Profeta e do Patriarca e pelo qual eles deram a vida, arde no coração de todos nós que fomos abençoados com a luz, o conhecimento e o testemunho da divindade da obra na qual estamos envolvidos.14
Algumas pessoas acham que (…) a menos que esta Igreja se adapte aos novos tempos e se “modernize”, por assim dizer, como outras igrejas, ela está fadada ao fracasso. Todo santo dos últimos dias que achar por um minuto que esta Igreja poderá fracassar não é um santo dos últimos dias verdadeiramente convertido. Esta Igreja não fracassará. Ela foi estabelecida pela última vez para nunca mais ser entregue a nenhum outro povo e nunca mais ser destruída.15
Nossos inimigos nunca fizeram nada que tenha prejudicado esta obra de Deus e jamais farão. Olho a minha volta, leio, reflito e faço a pergunta: Onde estão os homens de influência, poder e prestígio que trabalharam contra os santos dos últimos dias? (…) Onde estão as pessoas que os honram? Eles não existem mais. (…) Onde estão os homens que perseguiram esta obra? Onde está sua influência? Eles desfaleceram como o orvalho diante do sol. Como santos dos últimos dias, não precisamos temer. Deus continuará a apoiar esta obra; Ele apoiará o que é certo.16
Deus vive, Jesus é o Cristo, Joseph Smith foi um profeta do Deus vivo e verdadeiro; e esta obra chamada “mormonismo” é o evangelho de Jesus Cristo nosso Redentor e é o plano da vida e salvação; e toda a descrença do mundo, toda a oposição de todo o mundo não podem detê-la. Deus a estabeleceu e ela seguirá avante até ter cumprido seu destino!17
Precisamos qualificar-nos para participar do destino da Igreja.
Deus fez muitas promessas maravilhosas em relação a este povo. Temos um destino grandioso diante de nós e gradualmente estamos preparando-nos e qualificando-nos para ele.18
Se há mais uma coisa que eu gostaria de gravar no coração dos santos dos últimos dias é que devemos de fato servir a Deus de todo nosso poder, mente e força para acompanharmos o progresso de Sua obra na Terra.19
O destino dos santos dos últimos dias é grandioso. Percebo que as profecias feitas em relação a este povo se cumprirão em sua totalidade. A pequena pedra cortada da montanha sem mãos rolará e encherá toda a Terra. E percebo que nossos filhos terão de estar prontos, qualificados e preparados pela instrução, pelo estudo e também pela fé em Deus, nosso Pai Celestial e em Seu Filho Jesus Cristo a fim de cumprirem a contento seu destino. Não tenho a menor dúvida de que os santos cumprirão seu destino, de que realizarão tudo o que Deus deseja que realizem. Se nós, como indivíduos, faremos tudo o que nos é possível é uma questão pessoal. Não me canso de repetir aos santos que cada um de nós é o arquiteto de nossa própria vida; que Deus nos abençoará na medida de nossa fidelidade e diligência.20
Não me restam dúvidas na mente de que o Senhor engrandecerá os santos dos últimos dias e os abençoará com mais abundância no futuro do que jamais o fez no passado, contanto obviamente que sejamos humildes e diligentes; contanto que busquemos o progresso do reino de Deus e não nossa própria mente e vontade. Temos o evangelho de Jesus Cristo que foi restaurado para nós; temos o plano da vida e salvação; temos as ordenanças do evangelho não só pelos vivos mas também pelos mortos. Temos tudo o que é necessário não só para nossa própria salvação, mas para que sejamos de fato “salvadores [no] monte Sião” [ver Obadias 1:21] e entremos nos templos de nosso Deus e salvemos nossos antepassados que morreram sem o conhecimento do evangelho.21
Se formos leais, se formos verdadeiros, se formos dignos deste evangelho, do qual Deus nos deu um testemunho, não há perigo no mundo que nos possa atingir. Nunca poderemos ser atingidos, irmãos e irmãs, por mortal algum, com exceção de nós mesmos. Se deixarmos de servir a Deus, se deixarmos de fazer o que é certo, então nos privaremos da capacidade e do poder de crescer, de aumentar nossa fé e conhecimento, de ter poder com Deus e com os justos.22
Não é descabido predizer que o povo de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias continuará a florescer e prosperar, espiritual e materialmente, contanto que (1) guarde os mandamentos de Deus e (2) caminhe na senda que Ele apontará por meio de Seus servos inspirados que possuem o santo sacerdócio. Eles são um povo cuja fé, ensinamentos, frugalidade e progresso material e espiritual serão uma bênção e uma vantagem para a nação como um todo. Um povo que não precisa ser temido por ninguém, mas pelo contrário, que deve ser abençoado e bem recebido, pois procura fazer a vontade do Senhor, tratar todas as pessoas de acordo com os princípios da justiça e retidão, sendo eles mesmos leais e obedientes à lei, seguidores das normas e regulamentos dos governos justos da Terra e do revigorante evangelho de Jesus Cristo, estabelecido e restaurado por intermédio de Joseph Smith, por meio da visita de Deus e Seu Filho, Jesus Cristo, que estão à frente da grande e maravilhosa obra na qual estamos envolvidos. Seu lema é “Verdade e Liberdade” e eles gostariam de estendê-lo a toda a humanidade e tornar todos os seres humanos participantes da influência de paz e retidão que acompanha o verdadeiro evangelho de Jesus Cristo — o único meio pelo qual a paz e a fraternidade dos homens podem ser estabelecidas em todo o mundo.23
Sugestões para Estudo e Discussão
-
Qual é o destino de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias?
-
Que evidência existe hoje de que os membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias se tornaram um “povo extraordinário”? Por que a Igreja teve um crescimento tão fenomenal?
-
O que podemos aprender com o empenho dos santos dos primórdios da Restauração para vencer os obstáculos à edificação do reino de Deus?
-
Como o progresso da Igreja na época do Presidente Grant se compara ao progresso atual?
-
Que benefícios você vê em saber que a Igreja ‘foi estabelecida pela última vez para nunca mais ser entregue a nenhum outro povo e nunca mais ser destruída”?
-
Como podemos contribuir para o cumprimento do destino da Igreja? De que forma os pais podem ajudar seus filhos a estarem “prontos, qualificados e preparados” para contribuir para esse destino?