Transmissões Anuais
O poder da revelação pessoal


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O poder da revelação pessoal

Transmissão do Treinamento Anual dos Seminários e Institutos de Religião • 12 de junho de 2019 • Auditório térreo do edifício do escritório da Igreja.

Antes de iniciar minha mensagem hoje, quero expressar minha gratidão e meu amor. É uma alegria estar envolvido com vocês no grande trabalho de ajudar a nova geração a aprender com maior profundidade o evangelho de Jesus Cristo. Amo vocês e oro para que as bênçãos do Senhor repousem sobre vocês e sobre sua família.

Hoje quero falar sobre três padrões de revelação que se encontram no Livro de Mórmon.

Primeiro: registros sagrados que testificam de Jesus Cristo e do plano do Pai. Segundo: o testemunho do Espírito Santo que fortalece a fé em Jesus Cristo e aprofunda a conversão a Ele. Terceiro: profetas vivos que testificam de Jesus Cristo e combatem o mal.

Esses padrões estão viva e poderosamente presentes no Livro de Mórmon porque são essenciais — até mesmo cruciais — para aumentar a fé em Jesus Cristo e aprofundar a conversão a Ele atualmente.1

Vivemos em uma época em que homens e mulheres perversos e mal orientados estão fazendo tudo o que podem para convencer a nova geração de que o bem é mal e o mal é bem. Eles usam métodos parecidos com os de Serém, de Neor e de Corior no Livro de Mórmon — argumentos astutos, ideias lisonjeiras e rótulos e imagens cuidadosamente elaborados — para criar falsas doutrinas sobre nosso relacionamento com Deus, sobre o amor, a tolerância, o casamento, a identidade eterna, a família e muito mais. Muitas dessas ideologias e doutrinas dos homens têm “aparência de religiosidade, mas [todas] negam o seu poder”. 2

Nossos alunos são bombardeados todos os minutos, todos os dias, com mensagens como essa, e precisam de revelação pessoal para fortalecer a fé em Jesus Cristo e aprofundar a conversão a Ele. É minha esperança e oração que vocês façam tudo o que estiver a seu alcance para ajudar nossos alunos a aprender mais profundamente sobre esses padrões de revelação pessoal.

Registros sagrados que testificam de Jesus Cristo

Começo com registros sagrados que testificam de Jesus Cristo. Esse é um tema recorrente em todo o Livro de Mórmon. Começa com as placas de latão.3

A experiência de Néfi com Labão foi um acontecimento crucial na vida dele. Néfi sabia como aqueles registros eram importantes para ele e para sua família: “E eis que é sábio para Deus que obtenhamos esses registros, para que preservemos para nossos filhos o idioma de nossos pais. E (…) as palavras que foram proferidas pela boca de todos os santos profetas”.4

As placas de latão tiveram uma profunda influência no desenvolvimento espiritual, religioso e social do povo nefita. Elas se tornaram uma fonte de revelação pessoal e de gloriosas profecias a respeito da vinda do Filho de Deus, o Santo de Israel. Também prestavam um testemunho poderoso do maravilhoso plano de salvação do Pai. Os santos profetas citados nas placas de latão testificavam que o Messias expiaria pelos pecados do mundo, sofreria e morreria e ressurgiria novamente triunfante acima do pecado e da morte.5

As placas de latão também continham os convênios do Pai com Abraão e toda a casa de Israel. Leí descobriu que era descendente de José e que sua posteridade seria os filhos do convênio, herdeiros de todas as promessas que Deus fez a Abraão, incluindo a coligação de Israel nos últimos dias.

Leí usou as placas de latão para ensinar seus filhos a respeito do Salvador e dos convênios que o Pai fez com a casa de Israel. Néfi e seu irmão Jacó continuaram essa prática e posteriormente acrescentaram seus próprios registros de acordo com o mandamento do Senhor.6 Néfi realmente se converteu à importância de manter registros permanentes, especialmente daquilo que é sagrado.7

Desde o princípio, naqueles primeiros dias na terra prometida, os nefitas desenvolveram uma cultura que consagrava a manutenção de registros sagrados, a leitura e o ensino como responsabilidades elevadas e santas. Com fé em Jesus Cristo e o compromisso de estimar e preservar Sua palavra, os nefitas se tornaram uma sociedade de escritores de registros sagrados, de leitores e de professores.8 Os registros oficiais eram mantidos em placas, mas com o passar do tempo, os nefitas desenvolveram um sistema de publicação de modo que os registros sagrados pudessem ser copiados e escritos em materiais mais leves e disseminados amplamente.9

Essa ampla disseminação dos registros sagrados possibilitou que os pais ensinassem aos filhos os mandamentos do Senhor e que esses filhos ensinassem seus filhos, e assim por diante, através dos séculos.10 Missionários, como os filhos de Mosias, podiam levar os registros com eles e usá-los para ensinar os lamanitas obtendo resultados maravilhosos.11 Como Alma ensinou a Helamã, os registros sagrados proporcionam uma experiência de revelação que “ampliaram a memória deste povo, sim, e (…) [muitos milhares de lamanitas] foram levados a conhecer o Senhor seu Deus e a regozijarem-se em Jesus Cristo, seu Redentor”.12

Essa alegria foi crescendo até atingir seu ápice, quando o Salvador ressuscitado apareceu ao povo no templo de Abundância.13 Hoje em dia temos no Livro de Mórmon um testemunho maravilhoso e convincente do sacrifício expiatório e da gloriosa Ressurreição do Cristo vivo, graças à misericórdia e ao dom e poder de Deus.14 Assim como os nefitas, e graças a eles, temos registros sagrados que testificam de Jesus Cristo e do plano de salvação do Pai. Alma profetizou a seu filho Helamã há muito tempo, que o Senhor “preservaria estas coisas para um sábio propósito seu, a fim de demonstrar o seu poder a futuras gerações”. 15

O futuro é agora. O Senhor está mostrando Seu poder para a nova geração de uma maneira maravilhosa. Quando ensinamos a plenitude do evangelho de Jesus Cristo contido no Livro de Mórmon, nossos alunos podem sentir esse poder. À medida que nossos alunos buscarem revelação pessoal banqueteando-se com as palavras do Livro de Mórmon, isso será para eles o que as placas de latão foram para o povo de Néfi — um testemunho de Jesus Cristo e de Seu poder redentor, e uma fonte de revelação e alegria pessoal.

O testemunho do Espírito Santo que fortalece a fé em Jesus Cristo e aprofunda a conversão a Ele

Falaremos agora sobre o Espírito Santo. A jornada de Leí para a terra prometida foi uma jornada de poder espiritual. Foi uma época em que o Senhor ensinou, guiou e consolou Leí, Saria e todos os seus filhos pelo poder do Espírito Santo, por meio de inspiração, de sonhos e de visões; de Sua própria voz; e da aparição de mensageiros celestes. Néfi declarou que essas bênçãos do poder espiritual vieram “pelo poder do Espírito Santo, que é o dom concedido por Deus a todos os que o procuram diligentemente”.16

Néfi realmente buscou ao Senhor e recebeu grandes revelações por meio do Espírito Santo. Sua busca para saber por si mesmo estabeleceu um padrão que vemos em todo o Livro de Mórmon. Néfi tinha “grande desejo de saber dos mistérios de Deus”.17 Esse desejo o compeliu a agir e ele clamou ao Senhor18 em oração com real intenção. Sobre essa busca, o Senhor disse a Néfi: “Bendito és tu, Néfi, por causa de tua fé, porque me procuraste diligentemente, com humildade de coração”.19

Então, esse é o padrão: o desejo de saber, a fervorosa oração que sai do coração, a busca diligente com humildade e a fé em Jesus Cristo e no dom do Espírito Santo.20 Vemos esse padrão na vida de Enos, de Alma, dos filhos de Mosias, do rei Lamôni e seu pai, do povo de Amon, de Helamã e seus jovens guerreiros e de muitos outros.21 Certamente em tempos de retidão entre os nefitas e os lamanitas, a revelação pessoal por meio do Espírito Santo era muito difundida entre eles.22

Quando os fiéis nefitas e lamanitas agiam de acordo — e registravam — o que o Espírito Santo revelava a eles, o Senhor os abençoava com mais revelação. Por estimarem23 o que Ele lhes dava, o Senhor os abençoava com uma fé maior Nele, com uma conversão mais profunda e com o espírito de revelação. A capacidade deles de receber revelação por meio do poder do Espírito Santo aumentou.

A experiência de Alma é um belo exemplo desse padrão. Vocês se lembram, ele tinha visto anjos e recebera revelações grandiosas, mas ainda assim, continuava a buscar o testemunho do Espírito com o Senhor: “Eis que vos testifico que sei que estas coisas de que falei são verdadeiras. E como supondes que eu tenho certeza de sua veracidade?

Eis que eu vos digo que elas me foram mostradas pelo Santo Espírito de Deus. Eis que jejuei e orei durante muitos dias, a fim de saber estas coisas por mim mesmo. E agora sei por mim mesmo que são verdadeiras, porque o Senhor Deus mas revelou por seu Santo Espírito; e esse é o espírito de revelação que está em mim”.24

O testemunho do Espírito Santo tinha um efeito significativo sobre o povo nefita e a sociedade na qual viviam.25 Não há exemplo melhor do que a missão dos filhos de Mosias aos lamanitas 91 anos antes do nascimento do Salvador. Por meio do estudo diligente das escrituras, do jejum e da oração esses grandes missionários “tinham o espírito de profecia e o espírito de revelação”.26

O trabalho que realizaram entre os lamanitas teve uma enorme influência no curso da história dos nefitas e dos lamanitas. Pela primeira vez em 500 anos, “milhares [de lamanitas] foram levados a conhecer o Senhor, (…) e foram-lhes ensinados os registros e as profecias”.27 A descrição de Mórmon dessa experiência é uma promessa profética do que pode acontecer a qualquer um dos filhos de Deus que seguem o padrão de revelação pessoal por meio do Espírito Santo: “Foram levados a conhecer a verdade pelas pregações de Amon e seus irmãos, segundo o espírito de revelação e de profecia e o poder de Deus que fazia milagres por meio deles (…) e foram convertidos ao Senhor [e] nunca apostataram.”28

Irmãos e irmãs, esse é o testemunho e o poder do Espírito Santo que fortalece a fé em Jesus Cristo e aprofunda a conversão a Ele.

Profetas que testificam de Jesus Cristo e combatem o mal

O terceiro padrão de revelação pessoal são os profetas vivos revestidos de poder e autoridade para falar “assim disse o Senhor”, no tempo atual, a todos os povos. Esse é o grande padrão profético que vemos ao longo do Livro de Mórmon: os profetas prestam testemunho de Jesus Cristo, ensinam Seu evangelho, chamam o povo ao arrependimento, advertem e combatem o mal em seus dias.29 Por meio de revelação, especialmente de anjos, os profetas do Livro de Mórmon nos deram uma imensa profundidade e uma visão maravilhosa a respeito de Jesus Cristo, de Sua doutrina e de Sua Expiação.30

Os profetas eram corajosos e incisivos em chamar o povo ao arrependimento. Assim, temos no Livro de Mórmon os ensinamentos maravilhosos sobre arrependimento de Néfi, Jacó, rei Benjamin, Alma, Amuleque, os filhos de Mosias, capitão Morôni, Mórmon e Morôni.31 Esses grandes profetas ensinaram com clareza, retidão, amor e esperança. Os ensinamentos deles ainda soam em nossos ouvidos pelo poder do Espírito Santo:

  • “Haveis nascido espiritualmente de Deus?”32

  • “Se haveis sentido o desejo de cantar o cântico do amor que redime, eu perguntaria: Podeis agora sentir isso?” 33

  • “Eis que estais despidos de orgulho?”34

  • “Arrependei-vos, arrependei-vos, porque o Senhor Deus assim o disse! (…) Ele envia um convite a todos os homens, pois os braços de misericórdia lhes estão estendidos e ele diz: Arrependei-vos e receber-vos-ei.”35

Os profetas do Livro de Mórmon combateram homens malignos que procuravam afastar o povo de Jesus Cristo e destruir Sua Igreja. Homens como Serém, Neor, Anlici, Corior, Amaliquias e muitos outros foram levados pelo adversário a confundir e enganar com grande habilidade.36 Eles tinham grande conhecimento do idioma e usavam sistemas ou argumentos astutos para fazer o bem parecer mal e o mal parecer bem.

Lisonjeavam, apelando para a vaidade, o orgulho, o desejo de poder e o desejo de satisfazer os apetites do povo. A escritura diz que eles tinham “muita eloquência, de acordo com o poder do diabo”37 e “[usavam] palavras cada vez mais exaltadas”.38 Embora esses ensinamentos, argumentos e promessas fossem falsos, eles eram muito atrativos para o homem natural e muitas pessoas se afastaram da Igreja e se perderam do caminho até que os profetas se levantassem para repreender e se opor ao mal.39

Bem, quando as palavras não eram suficientes, os homens malignos recorriam ao terror, aos assassinatos, aos roubos e às combinações secretas para esconder seus atos malignos.40

Os profetas combatiam essas manifestações do mal com a simples e clara palavra de Deus, com seu testemunho nascido do poder do Espírito Santo e com milagres operados pelas mãos do Senhor. Jacó disse a respeito de sua conversa com Serém: “O Senhor Deus me derramou na alma o seu Espírito, de maneira que eu o confundi em todas as suas palavras”.41

Os profetas vivos falam pelo Senhor atualmente. Quando ouvimos suas palavras com o Espírito, recebemos revelação pessoal direta, inclusive a revelação confirmatória de que o que o profeta disse é verdade.42 Quando ensinamos nossos alunos a estudar as palavras dos profetas vivos para obter resposta para as perguntas deles, os guiamos para uma fonte poderosa de verdade revelada. Nossos alunos aprendem que a revelação pessoal flui para a vida deles quando seguem os profetas vivos que testificam de Jesus Cristo e combatem o mal.43

Aprender profundamente o princípio de revelação pessoal

Irmãos e irmãs, ponderamos juntos sobre a revelação pessoal por meio de registros sagrados, sobre o testemunho do Espírito Santo e sobre os profetas vivos apresentados com muito poder no Livro de Mórmon.44 Nós os analisamos separadamente, mas eles estão profundamente ligados entre si. Na verdade, fazem parte da imensa tarefa de “congregar em Cristo todas as coisas”45 nesta dispensação.

Juntos, esses padrões de revelação pessoal testificam de Jesus Cristo, fortalecem a fé e aumentam a conversão Nele. Nossos alunos precisam aprender profundamente o princípio de revelação pessoal para conhecê-lo e entendê-lo na mente e no coração. Eles precisam saber como tomar ações justas eficazes a fim de obtê-lo e precisam progredir neste princípio, tornando-se cada vez mais semelhantes ao Salvador, Jesus Cristo.

Agora, gostaria de sugerir algumas coisas que espero que vocês ensinem a seus alunos quando eles buscarem aprender mais sobre o princípio eterno da revelação pessoal.

Primeiro, a revelação pessoal é pessoal.

Se nossos alunos concentrarem o coração e a mente em Jesus Cristo e em Seu evangelho restaurado, eles vão sentir o amor do Salvador, vão se regozijar em Seu evangelho e vão se achegar a Ele. Um desejo de ouvir Sua voz e receber Sua luz crescerá dentro deles. A revelação pessoal é pessoal. O Senhor conhece nossos alunos íntima e pessoalmente. Ele falará a eles pessoalmente com perfeito amor, empatia e conhecimento do que precisam. A revelação vem por intermédio do Espírito Santo, mas é a palavra do Senhor. Ele ama. Ele fala. Ele orienta. Ele protege. Ela é pessoal.

Segundo, todos nossos alunos têm capacidade de receber revelação pessoal.

A revelação pessoal acontece de Espírito para espírito; é a comunicação divina entre o Espírito Santo e o espírito eterno de nossos alunos.46 Cada um de nossos alunos tem uma capacidade inata de receber revelação pessoal de Deus. Ela funciona conforme uma lei divina. Requer trabalho — buscar diligentemente revelação na oração, no jejum, no estudo, ao escutar, escrever e agir com fé em Jesus Cristo. É esse esforço — e a retidão pessoal — que abre o canal da revelação pessoal que todos eles têm.

Terceiro, a capacidade de nossos alunos de receber revelação pode e precisa aumentar.

A capacidade de nossos alunos de receber revelação pode aumentar. Na verdade, ela deve aumentar se eles quiserem sobreviver espiritualmente e receber vida eterna. Isso é verdadeiro para nós também. Por este motivo, o presidente Nelson os aconselhou e rogou a eles (e a nós) que “aumentem sua capacidade espiritual de receber revelações”.47 O profeta Joseph ensinou: “Por conhecer e aceitar o Espírito de Deus, [nossos alunos] podem crescer no princípio da revelação até que cheguem a ser perfeitos em Cristo Jesus”.48

Por último, nunca, jamais subestimem o poder de revelação de seguir ao profeta.

Nossos alunos vivem em uma época maravilhosa, mas muito desafiadora. Eles serão protegidos e abençoados e a revelação fluirá para a vida deles se seguirem o conselho e os convites do profeta do Senhor. O profeta fala pelo Senhor. Aqui está um exemplo atual. Ao se dirigir a nossos alunos, o presidente Russell M. Nelson escreveu: “Sua capacidade de ser mais inteligentes e mais sábios e de exercer mais influência no mundo, maior do que a dos jovens de qualquer outra geração, depende completamente do nível de sua devoção a Jesus Cristo. Cada um de vocês têm a responsabilidade de ajudar a ensinar o evangelho em sua casa para as pessoas com quem moram. O seminário e o instituto vão ajudá-los a transformar sua casa em um santuário de fé — um lugar onde o evangelho de Jesus Cristo é ensinado, aprendido, vivido e amado”.49

Irmãos e irmãs, peço que ajudem nossos alunos a seguir o profeta. Ensinem-nos a apoiar os pais no esforço de tornar o lar o centro do aprendizado do evangelho. Ensinem-nos a compartilhar o amor que sentem pelo Senhor e Seu evangelho com a família e com os amigos. Ao fazerem essas coisas, eles receberão “revelação sobre revelação (…) que traz alegria, que traz vida eterna”.50 Serão como o exército de Helamã, uma inspiração para todos os que os conhecem, especialmente para os de seu próprio lar.

Testemunho

Meus queridos irmãos e irmãs, presto testemunho de nosso amoroso Pai Celestial. Ele vive. Jesus é o Cristo, nosso Salvador e Redentor. Eu seu que Ele vive. O Espírito Santo opera em nossa vida. Os céus estão abertos. Este é um dia de milagres, de revelação pelo poder do “Espírito (…) [enviado] pela vontade do Pai, por meio de Jesus Cristo, seu Filho”.51 Sei que isso é verdade. Que cada um de nós busque revelação do Senhor para ajudar cada aluno, individualmente, a aprender profundamente esse glorioso princípio e receber revelação pessoal na vida agora e para sempre.

No sagrado nome de Jesus Cristo. Amém.

Notas

  1. Esses padrões foram estabelecidos pela família de Leí durante a jornada à terra da promissão. Leí era um profeta e profetizou para sua família: testificou de Jesus Cristo, chamou-os ao arrependimento e combateu o mal entre eles; Néfi buscou revelação pessoal como o pai fizera e a recebeu em sonhos e visões, em sussurros do Espírito, na voz do Senhor e na ministração de anjos. Eles tinham registros sagrados nas placas de latão que testificavam de Jesus Cristo.

  2. Joseph Smith—História 1:19.

  3. Néfi deixa claro que seu pai, Leí, era um homem letrado e conhecedor de idiomas. No início de seu registro, Néfi diz: “Eu, Néfi, tendo nascido de bons pais, recebi, portanto, alguma instrução em todo o conhecimento de meu pai; (…) faço um registro na língua de meu pai, que consiste no conhecimento dos judeus e na língua dos egípcios. (…) E agora eu, Néfi, não faço um relato completo das coisas que meu pai escreveu” (1 Néfi 1:1–2, 16).

    Leí era um homem culto que escreveu o registro de seus sonhos, suas visões e suas profecias. Contudo, o Senhor o ordenou que enviasse seus filhos de volta para Jerusalém a fim de buscarem os registros dos judeus que estavam com Labão.

  4. 1 Néfi 3:19–20.

  5. Ver 1 Néfi 19:10 para um exemplo dos escritos dos profetas contidos nas placas de latão que não estão disponíveis para nós na Bíblia.

  6. Ver 1 Néfi 6:4; 19:1, 21. As placas de latão continuaram a ser uma fonte de conhecimento e de revelação ao longo da história dos nefitas. Ao escrever mil anos depois de Leí, Morôni citou Isaías, conforme registrado nas placas de latão, a respeito dos convênios do Pai e invocou o poder redentor de Jesus Cristo: “Desperta e levanta-te do pó, ó Jerusalém; sim, e veste-te com teus vestidos formosos, ó filha de Sião; (…) para que se cumpram os convênios que o Pai Eterno fez contigo, ó casa de Israel!

    Sim, vinde a Cristo, sede aperfeiçoados nele e negai-vos a toda iniquidade” (Morôni 10:31–32).

  7. Ver 1 Néfi 6:4; 19:21.

  8. A importância do idioma e do aprendizado — a habilidade de ler, escrever e manter registros — estava tão profundamente arraigada na sociedade nefita que até mesmo os descrentes desenvolveram essa capacidade. Por exemplo, Amulom, um dos sacerdotes iníquos do rei Noé, tornou-se professor dos lamanitas e os ensinou a ler, a escrever e a manter registros. Até mesmo os ladrões de Gadiânton liam e escreviam cartas. Além disso, a criação de uma sociedade de escritores de registros, de leitores e de professores foi fundamental para o desenvolvimento do estado de direito do povo nefita durante o reinado dos juízes. Os registros e sua manutenção, bem como a leitura e o ensino, foram recursos importantes para que o Senhor abençoasse o povo nefita, tanto temporal como espiritualmente. Há nessa experiência um padrão que pode ser usado em nossos dias.

  9. Vemos esses registros em ação no discurso do rei Benjamim, quando ele ordenou que suas palavras fossem escritas e distribuídas às pessoas que não conseguiam ouvi-lo. Vemos isso quando Abinádi leu das placas de latão os mandamentos do Senhor para os iníquos sacerdotes do rei Noé. Vemos entre os que estavam em Amonia que acreditaram em Alma e Amuleque e que “começaram a arrepender-se e a examinar as escrituras” (Alma 14:1). As mulheres e os filhos dos crentes, junto com “os seus registros que continham as santas escrituras” (Alma 14:8) foram atirados ao fogo e destruídos.

  10. Ver Mosias 1:2–5.

  11. Ver Alma 18:36 em que Amon “[mostrou] os registros e as sagradas escrituras”.

  12. Alma 37:8–9.

  13. Ver 3 Néfi 11:8–17. O povo foi tomado de alegria e prestou testemunho de Jesus Cristo naquela mesma noite e por muitas gerações. Néfi, trineto de Alma, o Filho, registrou esses acontecimentos sagrados, que constituem uma notável testemunha da Ressurreição e do sacrifício expiatório do Filho de Deus.

  14. O Senhor disse a Joseph que ele recebeu o poder de traduzir o Livro de Mórmon pela “misericórdia de Deus” (Doutrina e Convênios 1:29). No final da vida, Néfi fez uma admoestação a todos os que entram no caminho do convênio para que entesourem a palavra de Cristo. Esse chamado ecoa através dos séculos da história nefita nos lares, nos santuários e nos ensinamentos dos profetas. Ele penetra hoje em dia em nosso coração com sua promessa inspiradora: “Deveis, pois, prosseguir com firmeza em Cristo, tendo um perfeito esplendor de esperança e amor a Deus e a todos os homens. Portanto, se assim prosseguirdes, banqueteando-vos com a palavra de Cristo, e perseverardes até o fim, eis que assim diz o Pai: Tereis vida eterna” (2 Néfi 31:20; grifo do autor).

  15. Alma 37:18; ver também Alma 37:14–19. A placas de latão foram preservadas por Morôni e estão sob seus cuidados. David Whitmer testemunhou que isso é verdade em uma conversa em 1878 com Joseph F. Smith e Orson Pratt, em Richmond, Missouri: “Joseph, Oliver e eu, não apenas vimos as placas do Livro de Mórmon, mas também as placas de latão, as placas do livro de Éter, (…) e muitas outras placas. O fato é que era como se Joseph, Oliver e eu estivéssemos sentados aqui em um tronco, quando fomos ofuscados por uma luz, não como a luz do sol (…) mas mais gloriosa e bela. (…) Apareceu, por assim dizer, uma mesa com muitos registros ou placas sobre ela, além das placas do Livro de Mórmon, também a espada de Labão, a bússola, que é a Liahona de Leí e os intérpretes. Eu os vi da mesma maneira que vejo essa cama (…) e ouvi a voz do Senhor tão distintamente quanto já ouvi qualquer outra coisa em minha vida, declarando que os registros das placas do Livro de Mórmon foram traduzidos pelo dom e poder de Deus” (David Whitmer, na carta de Joseph F. Smith a John Taylor, 17 de setembro de 1878, documentos de Joseph F. Smith, 1854–1918, Biblioteca de História da Igreja, Salt Lake City, pp. 8–9).

  16. 1 Néfi 10:17. Em 2 Néfi, Néfi descreve como uma pessoa se qualifica para o dom do Espírito Santo e o que Ele faz: “Porque a porta pela qual deveis entrar é o arrependimento e o batismo com água; e vem, então, a remissão de vossos pecados pelo fogo e pelo Espírito Santo. E estareis então no caminho estreito e apertado que conduz à vida eterna; (…) Havereis recebido o Espírito Santo, que dá testemunho do Pai e do Filho em cumprimento da promessa que vos fez de que, se entrásseis pelo caminho, receberíeis” (2 Néfi 31:17–18).

    “Se entrardes pelo caminho e receberdes o Espírito Santo, ele vos mostrará todas as coisas que deveis fazer” (2 Néfi 32:5).

  17. 1 Néfi 2:16.

  18. Ver 1 Néfi 2:16.

  19. 1 Néfi 2:19.

  20. Esse padrão fica evidente em muitas experiências de revelação pessoal no Livro de Mórmon. Levem em consideração o seguinte:

    Desejar saber por nós mesmos

    Um desejo de saber a verdade, de receber respostas, de receber orientação, consolo ou perdão, geralmente despertada pela palavra de Deus, motiva a busca por revelação pessoal. Néfi tinha “grande desejo de saber dos mistérios de Deus” (1 Néfi 2:16). A alma faminta de Enos desejava o perdão (ver Enos 1:4). Alma clamou no coração: “Ó Jesus, tu que és Filho de Deus, tem misericórdia de mim” (Alma 36:18). Isso é desejo real de receber revelação de Deus.

    Orar com real intenção

    O desejo real leva à oração, geralmente em um lugar silencioso. Buscamos revelação de nosso Pai Celestial e fazemos isso com uma oração do coração, nascida de um desejo de saber. É uma oração com real intenção de agir de acordo com o que recebemos. Foi assim com as orações oferecidas por Néfi, Enos, Alma, os filhos de Mosias e Helamã e seus jovens guerreiros (ver 1 Néfi 2:16; Enos 1:4; Alma 17:3; Alma 58:10–12).

    Diligência na busca

    Buscar revelação exige diligência na busca. Pensem em Alma, que “[jejuou] e [orou] durante muitos dias, a fim de saber estas coisas por [ele] mesmo” (Alma 5:46). Diligência em buscar revelação significa estudar as escrituras, ponderar, orar e jejuar sobre o que lemos e aprendemos. Significa se voltar ao Pai Celestial com frequência, confiando em Seu tempo.

  21. Como ensinou Jacó, o dom da revelação pessoal por meio do Espírito Santo trouxe também dons espirituais, um aumento da fé em Jesus Cristo e uma maior conversão ao Senhor: “Portanto estudamos os profetas e temos muitas revelações e o espírito de profecia; e com todos estes testemunhos obtemos uma esperança e nossa fé torna-se inabalável, de sorte que podemos verdadeiramente ordenar em nome de Jesus e as próprias árvores ou as montanhas ou as ondas do mar nos obedecem.

    Não obstante, o Senhor Deus mostra-nos as nossas fraquezas a fim de que saibamos que é por sua graça e sua grande condescendência para com os filhos dos homens que temos poder para fazer estas coisas” (Jacó 4:6–7).

  22. Isso era verdade para todas as maneiras em que Deus se comunicava com Seu povo. Por exemplo, o ministério de anjos era comum entre os fiéis. Alma declarou: “Pois eis que os anjos as estão declarando a muitos em nossa terra, neste momento” (Alma 13:24). Pouco depois do nascimento do Salvador, “anjos apareceram a alguns homens, homens sábios, anunciando-lhes boas novas de grande alegria” (Helamã 16:14).

  23. Ver Doutrina e Convênios 84:85.

  24. Alma 5:45–46.

  25. Ao ensinar o povo de Amonia, Alma resumiu as notáveis bênçãos que os nefitas desfrutavam e a natureza da comunidade de convênios que o Senhor estabeleceu entre eles. Alma 9:20–22 afirma que eles eram “um povo altamente favorecido pelo Senhor”; todas as coisas concernentes ao que era, ao que é e ao que há de vir lhes foram manifestadas, de acordo com seus desejos e sua fé e orações; foram “visitados pelo Espírito de Deus; (…) [conversaram] com anjos e [ouviram] a voz do Senhor”; e tinham “o espírito de profecia e o espírito de revelação; e também muitos dons”.

  26. Alma 17:3; ver também Alma 17:1–3.

  27. Alma 23:5; ver também Alma 23:5–7.

  28. Alma 23:6.

  29. Concentramo-nos aqui no papel dos profetas, mas reconhecemos que os profetas são videntes e reveladores também. Amon ensinou que: “Um vidente é também revelador e profeta; (…) um vidente, porém, pode saber tanto de coisas passadas como de coisas futuras; e por meio deles todas as coisas serão reveladas, ou seja, coisas secretas serão manifestadas e coisas ocultas virão à luz; e darão a conhecer coisas que não são conhecidas; e também manifestarão coisas que, de outra maneira, não poderiam ser conhecidas” (Mosias 8:16–17).

  30. Eles o fizeram com tal poder espiritual que a mensagem penetrou o coração das pessoas que estavam preparadas para ouvir. Ao longo dos mil anos de história, lemos sobre pessoas que estavam cheias de alegria (ver 1 Néfi 5:1; Mosias 4:3), tinham “suas almas (…) iluminadas pela luz da palavra eterna” (Alma 5:7), e foram redimidos por Deus, nascidos] do Espírito (ver Mosias 27:24–25). Em muitas ocasiões “milhares se [uniram] à igreja e [foram] batizados para o arrependimento” (Helamã 3:24). Para um exemplo do papel dos anjos na revelação aos profetas que aumentam nosso conhecimento da doutrina de Cristo, ver Mosias 3.

  31. Ver 2 Néfi 31; Jacó 2; Mosias 3; Alma 5; Alma 18, Alma 34; Alma 46; Morôni 7; Morôni 8; Morôni 10.

  32. Alma 5:14.

  33. Alma 5:26.

  34. Alma 5:28.

  35. Alma 5:32–33.

  36. Ver Jacó 7:1–20 (Serém); Alma 1:3–15 (Neor); Alma 2:1–31 (Anlici); Alma 30:3–59 (Corior); Alma 46:3–11 (Amaliquias).

  37. Jacó 7:4.

  38. Alma 30:31.

  39. À medida que o nascimento do Salvador se aproximava, homens malignos procuraram o mal mais profundo e formaram combinações secretas (ver Helamã 1:9–12; Helamã 2:4–5). Em um processo antigo que remonta ao tempo de Adão e Eva, esses homens malignos formavam grupos que buscavam obter poder, acumular riquezas e destruir a Igreja e o governo, assassinando e roubando em segredo. Suas ferramentas não eram palavras, mas associações, espadas e facas. Eles eram protegidos por juramentos e convênios que faziam uns com os outros para manter seus atos malignos em segredo, sob pena de morte, caso alguém desertasse (ver Helamã 6:20–33; 3 Néfi 1:27–30).

  40. Ver Helamã 1:9–12; Helamã 2:4–5; Helamã 6:20–33; 3 Néfi 1:27–30.

  41. Jacó 7:8.

  42. Para um debate sobre esse princípio, ver Henry B. Eyring, “Revelação contínua”, A Liahona, novembro de 2014, p. 70.

  43. Esse é o significado da mensagem do Senhor para o profeta Joseph: “Aquilo que é de Deus é luz; e aquele que recebe luz e persevera em Deus recebe mais luz; e essa luz se torna mais e mais brilhante, até o dia perfeito” (Doutrina e Convênios 50:24). Embora os nefitas nem sempre fossem justos, e embora sempre houvesse dissidentes, os profetas mantinham a chama da fé brilhando. Com coragem e poder de revelação, eles reuniam as pessoas de fé que se sentiam desencorajadas e eram perseguidas. Ajudavam muitos a fixar com firmeza sua vida no Salvador e a receber revelações pessoais que os levavam ou os restauravam a Jesus Cristo e a Seu evangelho.

  44. Nossos alunos podem ler e observar como os nefitas e os lamanitas foram abençoados por registros sagrados, por revelação pessoal e por profetas vivos. No exato momento em que nossos alunos leem sobre essas bênçãos maravilhosas, eles podem vivenciá-las por si mesmos, se quiserem aceitá-las. Ao estudar e pesquisar no Livro de Mórmon e orar pedindo orientação espiritual, nossos alunos podem receber conhecimento e entendimento do evangelho de Jesus Cristo e do plano do Pai, eles podem aprender a viver o evangelho e receber um testemunho da veracidade do que leram – tudo pelo poder do Espírito Santo.

  45. Efésios 1:10.

  46. Joseph Smith ensinou que enquanto estamos na mortalidade, a revelação pessoal é dada “a nosso espírito precisamente como se não tivéssemos corpo algum” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, 2007, p. 500).

  47. Russell M. Nelson, “Revelação para a Igreja, revelação para nossa vida”, Liahona, maio de 2018, p. 96.

  48. Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, 2007, p. 138.

  49. Página do Instagram do presidente Russell M. Nelson, publicação de 22 de março de 2019. Essa publicação anuncia as mudanças no calendário do seminário e no currículo, com início em janeiro de 2020.

  50. Doutrina e Convênios 42:61.

  51. Doutrina e Convênios 50:27.