Para a Força dos Jovens
Paz depois da Paralisia
Outubro de 2024


Paz depois da Paralisia

Depois de ter ficado paralisada num acidente de viação, não parava de pensar: “Porquê eu?” Mas tenho feito algumas coisas que me têm ajudado a sentir paz.

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uma jovem

Fotografias cedidas pela família Traveller

Em 2022, eu e os meus amigos estávamos a conduzir um pequeno veículo todo-o-terreno no deserto quando tivemos um acidente e o veículo capotou. Acordei deitada no chão, coberta de sangue. Não conseguia sentir nada. Pouco depois, chegou um helicóptero para me levar para o hospital. Fiquei a saber que tinha partido o pescoço em dois sítios e que estava paralisada dos ombros para baixo.

No início, o meu testemunho foi definitivamente posto à prova. Fiquei a pensar: “Porquê eu?” Não percebia porque é que todos os meus amigos tinham saído ilesos do acidente e eu não. Eu era uma ginasta e líder de claque de 16 anos, e não era isto que tinha imaginado para a minha vida.

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rapariga num hospital

Escolher a Gratidão

Certo dia depois do acidente, estava a ter um dia muito mau e não me apetecia sair da cama e ir para a fisioterapia. Mas lá fui e vi um homem que estava paralisado e que tinha sofrido queimaduras. Ele estava a sorrir e a falar com todos os fisiatras, e eu pensei: “Se ele consegue, eu também consigo”.

Depois dessa experiência, consegui focar-me mais na gratidão. Apercebi-me da sorte que tive e consegui aceitar um pouco melhor a situação. Apercebi-me que tenho de escolher acordar e focar-me nas coisas boas, como a minha família fantástica e o evangelho de Jesus Cristo.

Ver além dos Rótulos

Descobri que ajudar as outras pessoas me ajuda também a mim. Lembro-me de ver um casal de adolescentes paralisados na sessão de fisioterapia. Fui ter com eles e conversei com eles, porque eu teria adorado se alguém tivesse feito isso comigo.

Há tantas pessoas a passar por coisas difíceis. Na fisioterapia, vemos todas estas provações à nossa volta que são tão visíveis. Na escola secundária, todos estão a atravessar uma fase complicada, mas ninguém se apercebe. Passa tudo mais despercebido. Há todos estes rótulos, como “jogador de futebol” e “líder de claque”. Por vezes, é assustador libertarmo-nos dos rótulos e fazermos novos amigos. Eu gosto de claques e de saltos acrobáticos, e sempre pensei que essas coisas eram as que me definiam.

Mas cheguei à conclusão que esses rótulos não são tudo na vida. O aspeto das pessoas, o facto de serem diferentes de nós — essas coisas não têm importância. É possível estendermos a mão a todos e focarmo-nos em ajudá-los. E agora, alguns dos meus melhores amigos são pessoas de quem eu nunca pensei vir a ser amiga.

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jovem numa cadeira de rodas

Confiança no Salvador

Depois de algum tempo num centro de reabilitação, consegui recuperar movimento nos braços e alguma sensibilidade nas pernas. Continuo a progredir todos os dias.

Não sei como vai ser o meu futuro e, sem o Senhor, estaria muito assustada. Mas recebi recentemente a minha bênção patriarcal, e isso ajuda-me a ter confiança que, aconteça o que acontecer, vou ficar bem. Ler as escrituras e fazer as minhas orações diariamente também me tem ajudado muito. Sem Jesus Cristo, sei que as minhas dificuldades seriam muito piores. Ele ajuda-me a sentir paz mesmo quando as coisas são difíceis.

A autora vive em Utah, EUA.

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