História da Igreja
Krešimir Ćosić


“Krešimir Ćosić”, Histórias do mundo: Croácia 2019

“Krešimir Ćosić”, Histórias do mundo: Croácia

Krešimir Ćosić

Ramo Zagreb

Membros do Ramo Zagreb, incluindo Krešimir Ćosić (fileira de trás, à direita), 1988.

Em outubro de 1969, Krešimir Ćosić abandonou uma carreira de sucesso como jogador de basquete aos 20 anos de idade, para jogar em uma universidade americana. Quando chegou à Universidade Brigham Young, entretanto, ele ficou muito impressionado. Devido à limitação com o inglês, ele não compreendeu que a BYU era uma instituição de ensino religiosa com um código de honra que exigia que os alunos não ingerissem bebidas alcoólicas, fumo e que fossem moralmente limpos. “Como vim parar aqui?”, perguntava a si mesmo. “Agora que estou aqui, como vou conseguir sair? Se eu não conseguir sair, como vou sobreviver?”

As únicas experiências religiosas de Ćosić haviam sido na Iugoslávia quando visitava a avó, que ajoelhava diariamente em oração e falava em particular de um poder celestial. Em uma dessas visitas, Ćosić teve um sonho que passou a ser recorrente: ele se viu jogando basquete em uma grande arena que ficava entre altas montanhas e um lago sereno. E foi esse sonho que o motivou a ler o folheto de admissão da BYU.

Embora a transição para a BYU tenha sido difícil, com o tempo a universidade sobre a qual tivera vários sonhos passou a ficar interessante. “Em meu coração comecei a reconhecer coisas familiares”, lembrou Ćosić. Ele começou a participar de noites familiares com uma amiga, Christina Nibley, e visitava o escritório do pai dela no campus da universidade, professor Hugh Nibley, para conversar sobre religião. “Meu desejo de estudar e saber mais se tornou inextinguível”, lembrou. “Há centenas de motivos pelos quais não devo me filiar à Igreja”, ele disse em outra ocasião, “e somente um pelo qual eu devo — porque é verdadeira”.

Quando estava na BYU, Ćosić foi batizado e designado como missionário especial na Iugoslávia, chamado para compartilhar o evangelho em sua vida diária. Quando fãs se aproximavam dele na rua, ele oferecia camisas da BYU se lessem um cartão com as Regras de Fé ou o testemunho dele por escrito. Ele gravava a própria voz nos vídeos da Igreja para compartilhar com os amigos e companheiros de equipe. Em função de suas iniciativas, a imprensa local o chamava de “divulgador religioso ativo” e o criticava por abraçar uma ideologia “completamente exótica e contrária aos ideais de nossa juventude”. Mas as pessoas que o conheciam notaram mudanças positivas. “Ele voltou para a Iugoslávia como um homem e jogador completo”, disse o técnico Ranko Žeravica. Ankica Ostarčević, amiga de Ćosić, percebeu que “ele parecia mais feliz do que nunca”.

No verão de 1974, Ćosić batizou Ankica e o marido, Mišo Ostarčević, que era companheiro de equipe de Ćosić. Ćosić também começou a realizar reuniões informais da Igreja em seu lar. Com a ajuda de Mišo e outro estudioso, Ćosić se empenhou para que o Livro de Mórmon fosse traduzido em servo-croata e publicado na Iugoslávia, apesar da ameaça das cópias importadas serem interceptadas e consideradas contrabando. Ele também encontrou uma maneira para os missionários entrarem no país em 1977 e ajudou a organizar os ramos em Zadar, Zagreb e Beograd.

Depois da guerra deflagrar a independência da Croácia e da Iugoslávia em 1991, Ćosić decidiu concentrar seus esforços para estabelecer a paz e foi nomeado como vice-embaixador dos Estados Unidos no novo país. Em 1994, no entanto, foi diagnosticado com câncer e faleceu em 25 de maio de 1995. No funeral, que contou com a presença de dezenas de milhares de pessoas, o franciscano Bonaventura Duda falou sobre a fé de Ćosić. “Ele não acreditava somente”, afirmou Duda. “Ele tentou de todo o coração praticar sua fé na vida real.” Em 2010, quando o élder Russell M. Nelson, do Quórum dos Doze Apóstolos, dedicou a Croácia, ele expressou sua gratidão por Ćosić e por sua dedicação em levar o evangelho ao seu povo.