“O que (…) era essencial”, Histórias do mundo: Moçambique, 2022
“O que (…) era essencial”, Histórias do mundo: Moçambique
“O que (…) era essencial”
“Eu tive uma educação religiosa”, relembrou Samo Gonçalves de sua infância em Beira e Maputo, Moçambique. “Eu sabia que Deus vivia.” Gonçalves orava diariamente e buscava seguir a orientação do Senhor em sua vida. Quando adulto, ele orou para encontrar a igreja certa. Em 1989, Gonçalves se tornou Diretor nacional das prisões de Moçambique e teve a oportunidade de frequentar um programa universitário para desenvolvimento profissional. Em 1992, Gonçalves viajou para Portugal para frequentar a Universidade de Coimbra. “Minha família e meus avós me disseram que, quando fosse para Portugal, teria de encontrar uma igreja”, ele relembra.
Enquanto estudava em Portugal, Gonçalves conheceu dois missionários da Igreja, que ensinaram o evangelho restaurado a ele. Durante uma reunião, os missionários o convidaram para ser batizado. Tal convite fez Gonçalves ficar confuso. “Eu já fui batizado, preciso fazer isso novamente?”, perguntou ele. Apesar da explicação dos missionários sobre a restauração da autoridade do sacerdócio, Gonçalves ainda estava inseguro.
Uma noite, Gonçalves ficou acordado a noite toda lendo o Livro de Mórmon. Quando terminou, na manhã do dia seguinte, ele caiu em um sono profundo e sonhou que estava de pé no final de uma longa ponte. Depois de demorar um pouco, Gonçalves a atravessou. Do outro lado, ele encontrou um ser angelical, que estendeu um lençol branco sobre ele e, impondo as mãos sobre Gonçalves, abençoou-o com um novo poder. Quando acordou, Gonçalves sabia que deveria aceitar o batismo pela autoridade restaurada do sacerdócio.
Após seu batismo, Gonçalves começou a se corresponder com os líderes da Igreja na África do Sul. Ele ficou sabendo que um grupo liderado por Chico Mapenda, um converso batizado na Alemanha Oriental; seu sogro, Francisco Dique Sousa; e outros membros de sua família haviam pregado o evangelho a seus amigos e familiares. Embora tivessem organizado congregações não oficiais em Beira, Mafambisse e Marromeu, e estivessem realizando reuniões regulares, eles não conseguiram fazer o registro da Igreja no governo. Chico Mapenda chegou a passar algum tempo na prisão por causa de seus esforços. Os líderes da Igreja esperavam que Gonçalves pudesse ajudar a obter reconhecimento para a Igreja e estabelecer uma presença oficial no país.
Em junho de 1993, Gonçalves regressou a Maputo. “Quando voltei a Moçambique, concentrei-me na Igreja”, disse Gonçalves. “O que eu devia fazer, no qual era essencial, era restaurar o evangelho em Moçambique.” Gonçalves entrou em contato com outros membros da Igreja em Moçambique e, usando suas conexões no governo, começou a trabalhar a fim de estabelecer a Igreja.
Em 4 de fevereiro de 1995, o élder James O. Mason organizou um grupo em Maputo, nomeando Gonçalves como líder. A contínua turbulência política em Moçambique fez com que as designações dos missionários fossem adiadas para o país até o ano de 1999. Durante esse período, os membros da Igreja continuaram a trabalhar para compartilhar o evangelho e edificar a Igreja. Gonçalves acreditava que, quando a Igreja fosse estabelecida em Moçambique, haveria paz. Quando os missionários chegaram, grupos haviam sido organizados em Maputo, Beira e Marromeu, e uma crescente comunidade de santos dos últimos dias já estava bem-estabelecida.