Abandona o Furor
Embora as escrituras do Pai Celestial sejam para todos os Seus filhos, elas podem falar a cada um de nós de uma forma muito pessoal quando ponderamos sobre elas e aplicamos seus ensinamentos em nossos momentos difíceis. Vivenciei esse princípio há vários anos ao passar por uma dolorosa experiência.
Meu marido e eu estávamos passando por um período muito difícil em nossa vida. Ele perdera o emprego recentemente, por isso estávamos com sérias dificuldades financeiras, tentando sobreviver apenas com meu ínfimo salário. Felizmente, nossos problemas foram suavizados por causa do amor que sentíamos um pelo outro e pelo amor de alguns irmãos maravilhosos que freqüentavam a nossa ala.
Foi então que as coisas começaram a piorar.
Um dia, no trabalho, um colega telefonou-me e pediu-me que fosse até seu escritório. Eu fui, achando que ele queria me ver para falarmos de alguns projetos em que estávamos trabalhando juntos. Para minha surpresa, ele começou a falar, muito aborrecido, a respeito de uma coisa errada que eu havia feito. Embora eu pedisse desculpas, ele continuou a condenar-me, apontando alguns dos meus defeitos que, segundo ele, não conseguia tolerar. Fiquei petrificada. Eu tinha um grande respeito pela capacidade desse homem e achava que tínhamos um relacionamento de trabalho bastante cordial. Além do mais, não entendia porque ele achava que tinha autoridade para me punir quando eu ocupava uma posição pouco abaixo da dele na empresa.
Suas acusações desmedidas continuaram até que desatei a chorar. Quando tudo terminou, eu ainda não conseguia entender o que eu fizera para que ele ficasse tão contrariado. Aparentemente, sua vida estava um desastre total, e eu fui a infeliz em quem ele descarregou sua amargura.
Quando relatei o ocorrido ao meu supervisor, ele não deu muita atenção ao fato. Tudo isso deixou-me desanimada, sozinha e vulnerável. Meu marido e eu ainda estávamos preocupados com o fato de ele estar desempregado, e agora eu pensava comigo o que seria de nós se eu também perdesse meu emprego.
Quando cheguei em casa aquela noite e contei ao meu marido o que acontecera, ele abriu as escrituras e leu Salmos 37, comentando que agora sabia porque se sentira inspirado a ler aquele trecho em seu estudo diário.
“Deixa a ira, e abandona o furor”; dizia o salmo. “Não te indignes de forma alguma para fazer o mal. (…)
Os ímpios puxaram da espada e armaram o arco. (…)
Mas a salvação dos justos vem do Senhor; ele é a sua fortaleza no tempo da angústia.
E o Senhor os ajudará.” (Salmos 37:8, 14, 39–40)
Embora tivesse lido esse salmo muitas outras vezes, fiquei impressionada em ver como ele se aplicava à situação que eu estava passando. Se meu marido não tivesse lido essa passagem para mim, eu provavelmente teria começado a sentir raiva e ódio por causa da experiência que tive no trabalho. No entanto, a mensagem que o Senhor me enviou por intermédio das escrituras curou meu coração, pois ensinou-me que eu deveria manter a calma e não ceder à amargura. Senti uma grande esperança ao perceber quantas bênçãos eu receberia se desse ouvidos àquela mensagem.
No dia seguinte, voltei ao trabalho com alegria e disposição para perdoar e sentindo-me mais preparada para tolerar melhor os defeitos dos meus colegas.
O crescimento espiritual que obtive com essa experiência serviu-me como valiosa fonte de força a qual recorri muitas vezes mais tarde. Como sou grata pela natureza universal e individual das escrituras!
Wanda Jo Cooke é membro da Ala de Hixson, Estaca Chattanooga Tennessee.