Vinde ao Profeta Escutar
Pegadas na Neve
A promessa encontrada no livro de Provérbios dá-nos coragem: “Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas”.1
O Senhor revelou esta garantia: “E quem vos receber, lá estarei também, pois irei adiante de vós. Estarei a vossa direita e a vossa esquerda e meu Espírito estará em vosso coração e meus anjos ao vosso redor para vos suster.”2
É inspirador ver o trabalho missionário realizado por Walter Krause, que mora em Prenzlau, na Alemanha.
Por ter ficado sem onde morar depois da Segunda Guerra Mundial, como muitas outras pessoas na época, o irmão Krause e a família moraram num campo de refugiados em Cottbus e começaram a freqüentar a Igreja ali. Ele foi imediatamente chamado para liderar o ramo de Cottbus da Igreja. Quatro meses depois, em novembro de 1945, o Presidente do Distrito, Richard Ranglack, procurou o irmão Krause e perguntou-lhe o que acharia de servir numa missão. A resposta do irmão Krause demonstra sua dedicação à Igreja. Ele disse: “Não preciso refletir a esse respeito. Se o Senhor precisa de mim, eu irei”.
Ele partiu em 1º de dezembro de 1945, com 20 marcos alemães no bolso e um pedaço de pão seco. Um dos membros do ramo dera-lhe um casaco de frio deixado por um filho que morrera na guerra. Outro membro, que era sapateiro, deu-lhe um par de sapatos. Com isso e duas camisas, dois lenços e dois pares de meias, ele partiu para sua missão.
Certa vez, no meio do inverno, ele caminhou de Prenzlau até Kammin, uma pequena vila em Mecklenberg, onde quarenta e seis pessoas assistiram às reuniões que ele realizou. Chegou depois do anoitecer, após caminhar por seis horas ao longo de estradas, caminhos e, por fim, atravessando campos arados. Pouco antes de chegar à vila, encontrou um amplo espaço plano e branco, onde era mais fácil caminhar, e em pouco tempo chegou à casa de um membro para passar a noite.
Na manhã seguinte, o guarda florestal bateu na porta da casa do membro e perguntou: “Você tem um visitante hospedado aqui?”
“Tenho, sim”, foi a resposta.
O guarda florestal prosseguiu, dizendo: “Então venha dar uma olhada nas pegadas que ele deixou”. A grande área branca e plana por onde o irmão Krause tinha caminhado era na verdade um lago congelado, e algum tempo antes, o guarda tinha aberto um grande buraco no meio do lago para pescar. O vento tinha coberto o buraco com neve, de modo que o irmão Krause não poderia ter visto o perigo que correra. Suas pegadas iam até a beira do buraco e depois seguiam diretamente para a casa do membro, sem que ele soubesse de nada. Levando-se em conta o peso de sua mochila e suas botas de borracha, ele certamente teria se afogado, caso tivesse dado um passo a mais em direção ao buraco que ele não podia ver.
Se algum de nós se sentir incapaz ou tiver dúvidas quanto à sua capacidade de atender a um chamado do sacerdócio para servir, lembremo-nos desta divina verdade: “Com Deus todas as coisa são possíveis”.3
De um discurso da conferência geral de abril de 2002