Uma Nota de Cada Vez
Músicos de Manitoba trouxeram vida ao cântico em sua ala ao começarem a compartilhar seus talentos.
Élindo o som que se ouve quando todos os membros da Ala London, em Winnipeg, Manitoba, no Canadá, cantam os hinos acompanhados pelo órgão da capela. Marvin Cardona, de treze anos, é o organista. Em todo o lugar onde houver música na Ala London, provavelmente haverá um dos jovens da ala fazendo o acompanhamento.
É estranho pensar que há apenas alguns meses os membros dessa ala cantavam, em suas reuniões, sem acompanhamento ou com o acompanhamento de fitas de hinos produzidas pela Igreja.
Todos preferem que os jovens da ala toquem os hinos agora. Andrew Cardona, de 17 anos, diz: “Todos agora cantam no ritmo. Às vezes, ficávamos fora do ritmo [da fita]. Agora sentimos mais o Espírito”. Jackie Famini, de 13 anos, concorda: “É bom ter alguém tocando o piano em vez de ouvir as fitas”.
Quando a Ala London foi dividida a partir de outra ala, não sobrou ninguém que soubesse tocar bem o órgão ou o piano para acompanhar a congregação. Foi aí que entraram em cena o Élder e a Síster Heap. Eles são um casal de missionários que descobriram que, quando saíssem da ala, não haveria ninguém para tocar o piano. Então decidiram ensinar música para quem se interessasse.
Quase todos os jovens da ala entraram no curso. “Ouvi comentários das outras pessoas que estavam assistindo às aulas, e interessei-me porque queria tocar piano”, diz Sherri Cardona, de 15 anos. “Então pedi à Síster Heap e ela disse sim.” Sherri agora reveza com outras moças da ala para tocar o teclado na abertura da reunião das Moças.
Rheygan Famini, de 17 anos, reveza com seu irmão, Jonathan, de 14 anos, para tocar piano nas reuniões do sacerdócio. “Gosto de fazer isso”, diz Rheygan. “Posso tocar quando precisam de mim. Quando eu for para a missão, poderei tocar. Os hinos fortalecem meu testemunho.”
A juventude da ala é grata ao Élder e à Síster Heap por tudo o que eles lhes têm ensinado. Eles dizem que os Heap foram não apenas bons professores de música mas também bons amigos.
Posso Fazer Melhor
Jonathan tinha suas próprias motivações quando assistiu às lições dos Heap. “A princípio eu não estava de fato empolgado com a idéia”, diz ele. “Desde pequeno, sempre quis tocar piano, mas Marvin sempre foi melhor pianista que eu. Então, logo desisti.”
Marvin e Jonathan são ótimos amigos, e têm uma rivalidade saudável em muitas coisas que fazem. Quando Marvin viu que Jonathan não estava muito empolgado com as lições do Élder e da Síster Heap, Marvin o desafiou a ser melhor. “Eu disse: ‘Vamos ver se você consegue ser tão bom quanto eu. Quero ver o quanto você pode melhorar e o quanto pode praticar.’”
Jonathan reagiu ao desafio de Marvin: “Percebi que deveria pelo menos tentar, e depois da primeira vez que tentei tudo deu certo. Adquiri o hábito de tocar e comecei a ficar bom nisso. Agora consigo tocar muito bem, mesmo sem treinar.”
Embora o desafio de Marvin o tenha estimulado, Jonathan diz que o real motivo pelo qual ele adora tocar não tem a ver com a competição. “Sentimos o Espírito quando tocamos essas músicas”, explica ele. “Quero incentivar outros a aprenderem a tocar piano, a trazerem a música para a vida das pessoas e a fazê-las felizes, para que possam sentir alegria e conforto na alma.”
Quanto a Marvin, há uma tarefa reservada para ele. Seu chamado é tocar órgão na reunião sacramental. Ele sabe tocar órgão usando os pedais e sabe até como usar todos os pequenos botões laterais dos teclados para controlar o som do órgão. Toda semana, ele e o diretor de música da ala escolhem os hinos para o próximo domingo. “Preciso praticar todo dia porque quatro músicas é muita coisa”, diz ele. “E se forem difíceis, tenho que praticar ainda mais.”
Marvin adora tocar. Ele concorda com Jonathan que a boa música, especialmente os hinos, torna as pessoas felizes. E acrescenta: “Meu professor da Escola Dominical diz que ela dá longevidade, porque você fica menos estressado quando toca piano”.
Fazendo Sua Parte
A juventude da Ala London está fazendo a diferença em sua ala, e eles também sentem que sua vida está muito melhor devido ao serviço que prestam. Sherri diz: “Acho que é realmente bom porque os jovens se envolveram mais, e eles estão sendo reconhecidos pelos seus talentos e pelo que aprenderam”.
Eles aprenderam muito mais do que tocar piano. “Aprendi a organizar o meu tempo. Aprendi a praticar”, diz Myka Ugto, de 16 anos. E para aqueles que estão aprendendo a tocar piano ou assistindo ao curso básico de música da Igreja, ela incentiva: “Sejam pacientes. Reservem um tempo para praticar, e vocês conseguirão”. Jonathan diz: “É preciso ir juntando tudo aos poucos, uma nota de cada vez”.
Como acontece com qualquer talento, aprender a tocar um instrumento musical requer tempo, esforço e muita devoção. Às vezes, é preciso apenas que coloquemos tudo junto — “uma nota de cada vez”.
Shanna Ghaznavi é membro da Ala BYU 61, Estaca Brigham Young University Second.
Cantem Um Hino
“A música inspiradora é parte essencial de nossas reuniões na Igreja. Os hinos atraem o Espírito do Senhor, criam um clima de reverência, unificam-nos como membros, e nos proporcionam um meio de louvar ao Senhor.
Alguns dos maiores sermões são pregados através do cântico de hinos. Os hinos induzem-nos ao arrependimento e às boas obras, fortalecem o testemunho e a fé, confortam os deprimidos, consolam os que choram e inspiram-nos a perseverar até o fim.
(…) Incentivamos todos os membros, quer tenham inclinações musicais ou não, a juntarem-se a nós no cântico dos hinos.”
A Primeira Presidência, Hinos, página ix.