Uma Obra a Ser Executada por Mim
O Senhor enviou um anjo a Joseph Smith para dizer-lhe que ele tinha uma obra a executar. Essa obra prossegue hoje.
Recordo-me de uma lição da noite familiar, quando era pequena, em que meu pai ensinou-nos a respeito da visita do anjo Morôni ao Profeta Joseph Smith. Ele contou que, depois de uma oração sincera, um anjo aparecera ao lado da cama de Joseph. O anjo era um mensageiro enviado por Deus, seu nome era Morôni, e ele disse a Joseph que Deus tinha uma obra para ele executar. (Ver Joseph Smith — História 1:33.) Meu pai disse: “Joseph não disse, ‘Ah! Não, anjo, eu apenas queria saber que igreja era verdadeira. Eu não sabia que precisava fazer alguma coisa!’” Mas, naturalmente, Joseph precisava fazer algo. Ele recebera um chamado especial do Senhor.
O que Joseph fez, foi notável. Ele começou a vida como um rapaz de fazenda, mas por seu intermédio, o Livro de Mórmon foi trazido à luz e traduzido, o sacerdócio e suas chaves foram restaurados à Terra, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias foi organizada, e os templos sagrados começaram a ser construídos. Por intermédio de Joseph Smith, todas as ordenanças que os filhos de nosso Pai Celestial precisam para sua salvação, estão agora na Terra. Esse era o dia de milagres de que Morôni falou (ver Morôni 7:35–37) e a obra maravilhosa e um assombro predita a Néfi séculos atrás. (Ver 1 Néfi 14:7.)
A obra que Joseph iniciou foi levada adiante pelos primeiros membros da Igreja que tinham fé no Senhor Jesus Cristo e em Seu evangelho restaurado. Através de seus esforços, o evangelho de Jesus Cristo começou a espalhar-se por toda a Terra. Eles verdadeiramente realizaram uma obra maravilhosa.
Mas o dia de milagres não se encerrou e a obra maravilhosa prossegue. Quando fomos batizados, cada um de nós tornou-se parte dessa obra.
Durante este último ano, ao reunir-me com membros da Igreja, vi que por intermédio da fé e do trabalho de pessoas simples, o convênio do Senhor vem sendo estabelecido sobre a Terra. (Ver D&C 1:17–23.)
Há uma jovem, na Coréia, que é o primeiro membro da Igreja em sua família. Ela segurava firme seu livro de Progresso Pessoal e disse que sonhava em ter uma família centralizada no evangelho. Uma presidente das Moças, na Armênia, leva adiante fielmente o programa das Moças, mesmo não tendo um Manual de Instruções da Igreja em seu idioma.
Os membros na Rússia vão ao templo regularmente. Eles economizam seus rublos e viajam durante dias de ônibus, trem e barco para chegar ao templo mais próximo, na Suécia.
Minha sobrinha de nove anos de idade, Kimberly, falou com tanto entusiasmo a respeito da Igreja à sua amiga, que essa amiga disse: “Quero me alistar na sua igreja. Onde eu me alisto?”
Os rapazes e moças de minha própria ala estão desenvolvendo suas habilidades de liderança e talentos. Eles se dispõem a cantar, tocar instrumentos musicais, fazer discursos, participar de projeto de serviços e fazer qualquer tipo de coisa para poderem ser parte dessa obra maravilhosa.
Também houve um rapaz, em Bogotá, que disse: “Falo em nome dos rapazes da Colômbia. Somos dignos e estamos nos preparando para servir!”
Já estive em lugares onde a Igreja é pequena, onde é grande em número e onde é nova e onde já está bem estabelecida, mas a responsabilidade de cada um de nós é a mesma: somos parte do verdadeiro evangelho restaurado de Jesus Cristo. Temos uma obra a fazer. Servimos de forma simples, nosso testemunho cresce e somos parte desse dia de milagres.
Durante toda a minha vida, tenho sido uma testemunha dos milagres do evangelho restaurado. Quando eu era uma garotinha, minha família mudou-se para São Paulo, Brasil, onde meu pai foi chamado para presidir a Missão Brasileira. Foi um período estimulante para mim e um ótimo lugar para se crescer. Um dos jogos favoritos que eu e meus irmãos brincávamos, era o de fingir que éramos missionários. Passávamos horas escrevendo nossos próprios folhetos missionários e “pregando” e nos “transferindo” por todo nosso quintal. Durante cinco anos, nossas conversas à noite em torno da mesa de jantar eram voltadas para a obra missionária e eu escutava atentamente as histórias de fé contadas pelos missionários. Mesmo com aquela idade, eu sabia que era parte de uma grande obra.
Havia apenas cerca de 3.000 membros da Igreja no Brasil quando lá chegamos. Lembro-me de estar na Primária com umas poucas outras crianças, cantando as mesmas cinco músicas todas as semanas, porque eram as únicas músicas traduzidas para o português. Duas das minhas canções favoritas eram “A Luz de Deus” (Hinos, 77) e uma que falava de um coelhinho no meio da floresta. (Ver “The Little Rabbit”, Children’s Friend, junho de 1955, p. 257.)
De muitas maneiras, nossa experiência foi semelhante à dos primeiros pioneiros. Não tinhamos hinários, gravuras nem manuais de aula enviados pela sede da Igreja. Tudo o que era necessário para se ensinar o evangelho em português era escrito e impresso em nossa casa da missão. Todos nós, até mesmo as crianças, tínhamos que trabalhar, ajudando a montar o jornal da missão e as lições. Ninguém enviava material da Igreja para nós. O profeta não nos enviava presidentes de estaca nem bispos. Ele não enviava presidentes da Sociedade de Socorro nem programas para os jovens. A Igreja no Brasil era feita com o mesmo material com que os pioneiros trabalharam.
Durante nossos anos no Brasil vimos o crescimento da Igreja. Milhares de pessoas tornaram-se santos dos últimos dias. A missão logo foi dividida, distritos e ramos foram organizados e novas capelas construídas. Os membros novos tinham grande entusiasmo, sua fé cresceu e tornaram-se mais experientes à maneira do evangelho.
Muitos anos se passaram e então, no ano passado, retornei ao Brasil para participar da rededicação do Templo de São Paulo. Nessa ocasião, fiquei sabendo que havia 187 estacas no Brasil. Existem agora 26 missões, quatro templos e quase um milhão de membros. Imaginem minha surpresa quando entrei em um estádio repleto com 60.000 membros que se reuniram para ouvir o Presidente Gordon B. Hinckley e para comemorar a rededicação do templo. Para mim foi um milagre ver milhares de jovens dançando e cantando juntos. Ao assistir a essa alegre comemoração, dizia para mim mesma: “Isto é admirável! Isto é um milagre! Como esse milagre aconteceu?”
Maravilhei-me durante toda aquela noite pelo que vira. Então, na manhã seguinte durante a rededicação do templo, encontrei-me com a minha professora da Primária, a irmã Glória Silveira. Foi quando percebi como o milagre ocorrera. Como recém-conversa, sem experiência anterior na Igreja, a irmã Silveira fora para a Primária preparada para compartilhar seu testemunho simples e ensinar-me as Regras de Fé em português. Ela e o marido, Humberto, permanecem fiéis. Eles serviram em muitos chamados na Igreja no decorrer dos anos, e ainda servem. Quando vi a irmã Silveira, percebi que a Igreja no Brasil crescera por causa dela e de milhares como ela. Ela e o irmão Silveira representam as pessoas de todas as partes que têm fé no Senhor Jesus Cristo e em Seu evangelho. Eles cresceram em conhecimento e em habilidade e trabalham na Igreja. (Ver D&C 88:80.) Eles compartilham o evangelho com os amigos. (Ver D&C 30:5.) Trabalham no templo. (Ver D&C 138:48.) Ensinaram princípios corretos aos cinco filhos. (Ver D&C 68:28.) De seus 43 descendentes, 15 serviram em uma missão de tempo integral. Os netos estão se casando no templo e seus bisnetos são a quarta geração da família Silveira que são parte da obra iniciada por Joseph Smith. Por causa deles, a fé aumentou na Terra. Eles são um exemplo do milagre do qual o Senhor falou quando disse que Seu evangelho seria proclamado pelos fracos e pelos simples (ver D&C 1:23), e que por meio de pequenos recursos, grandes coisas acontecem. (Ver 1 Néfi 16:29.)
O Senhor enviou um anjo a Joseph Smith para dizer-lhe que ele tinha uma obra a executar. Essa obra prossegue hoje e é dirigida pelo Presidente Gordon B. Hinckley, um profeta vivo, que disse: “Gloriosa é esta obra. Ela abençoará a vida de todo homem, mulher, menino ou menina que a aceitar e viver”. (“Trabalho Missionário”Reunião Mundial de Treinamento de Liderança, 11 de janeiro de 2003, p. 21) “Deus seja louvado pela maravilha de haver concedido o testemunho, autoridade e doutrina relativos à Igreja restaurada de Jesus Cristo”. (“O Alicerce Maravilhoso de Nossa Fé”, A Liahona, novembro de 2002, p. 81). Em nome de Jesus Cristo. Amém.