Perguntas Frequentes sobre o Livro de Mórmon
Seja da parte de amigos, familiares, pessoas realmente interessadas ou meramente hostis, todos nós ouvimos perguntas sobre o Livro de Mórmon. Seguem algumas respostas possíveis.
O que é o Livro de Mórmon e como se compara à Bíblia?
O Livro de Mórmon é um volume de escrituras semelhante à Bíblia. É outro testamento de Jesus Cristo.1 A Bíblia trata principalmente da vida e dos ensinamentos de profetas da antiga Israel. O Livro de Mórmon contém os escritos de vários grupos que saíram de Jerusalém em 600 a.C e foram para o continente americano. Essas pessoas também eram descendentes da casa de Israel. Assim, a Bíblia e o Livro de Mórmon foram escritos por pessoas com a mesma origem, mas em diferentes partes do mundo.
Assim como a Bíblia, o Livro de Mórmon é mais do que um relato histórico. Contém “a plenitude do evangelho de Jesus Cristo” (D&C 20:9): os ensinamentos, as doutrinas e as profecias que testificam de Deus, o Pai, e Seu Filho, Jesus Cristo.
O Profeta Joseph Smith explicou que o Livro de Mórmon nos conta que “nosso Salvador apareceu neste continente [as Américas] após Sua ressurreição; que Ele pregou o Evangelho aqui em sua plenitude, riqueza, poder e bênção; que eles tiveram Apóstolos, Profetas, Pastores, Mestres e Evangelistas, a mesma ordem, o mesmo sacerdócio, as mesmas ordenanças, dons, poderes e bênçãos que foram desfrutados no continente oriental; que as pessoas foram afastadas em consequência de suas transgressões; que o último dos profetas que viveu entre eles foi ordenado a escrever um resumo de suas profecias, histórias, etc., e escondê-lo na terra e que ele seria revelado e se uniria à Bíblia para o cumprimento dos propósitos de Deus nos últimos dias”.2
Os membros da Igreja estudam tanto a Bíblia como o Livro de Mórmon. De fato, dois anos do currículo de quatro anos de nossa Escola Dominical são dedicados ao estudo da Bíblia. (Para mais informações sobre esse assunto, ver as páginas 16, 24 e 52 desta edição.)
Quem escreveu o Livro de Mórmon?
Profetas antigos como Néfi, Jacó, Mórmon e Morôni (filho de Mórmon) foram os principais autores. Mórmon compilou e resumiu os registros mantidos por profetas sobre sua história, suas profecias e seus ensinamentos. Inseriu também algumas de suas próprias experiências. Mórmon gravou esse registro em folhas de metal — de cor dourada — que ficaram conhecidas como placas de ouro.
Após a morte de Mórmon, Morôni terminou o registro e enterrou-o num monte a fim de preservá-lo para nossos dias. Em 1823, Morôni apareceu como anjo a Joseph Smith e mostrou-lhe onde estava enterrado o registro. Quatro anos depois, Joseph recebeu permissão para obter os registros. Traduziu “pelo dom e poder de Deus” para o inglês da língua antiga na qual havia sido escrito.3 Em seguida, publicou e distribuiu o Livro de Mórmon. (Para mais informações sobre o assunto, ver as páginas 22 e 72 desta edição.)
O que aconteceu com o registro original — as placas de ouro?
Joseph Smith obteve as placas em setembro de 1827 e ficou com elas em seu poder até os primeiros meses de 1829. Quando ele escreveu sua história em 1838, explicou o que aconteceu com os registros contidos nas placas: “Quando o mensageiro [Morôni] os reclamou, de acordo com o combinado, entreguei-os a ele, que os tem sob sua guarda até esta data, dois de maio de mil oitocentos e trinta e oito” (Joseph Smith — História 1:60).
Quem mais viu as placas de ouro?
Além de Joseph Smith, vários outros homens e mulheres viram as placas e testificaram de sua existência. Onze homens em particular, conhecidos como as Três Testemunhas e as Oito Testemunhas, registraram seu depoimento. As Três Testemunhas relatam que viram as placas e as Oito Testemunhas contam que também as tocaram. Seus depoimentos foram incluídos no início do Livro de Mórmon.
Esses homens servem de testemunhas eloquentes do Livro de Mórmon, talvez ainda mais porque alguns deles “durante algum tempo foram hostis a Joseph”, afirma o Élder Jeffrey R. Holland, do Quórum dos Doze Apóstolos. Contudo, “testificaram até a morte que tinham visto um anjo e tinham manuseado as placas. ‘Elas nos foram mostradas pelo poder de Deus e não do homem’, declararam eles. ‘Sabemos, portanto, com certeza, que a obra é verdadeira’.4
Há provas materiais da veracidade do Livro de Mórmon?
Embora nossa fé não se baseie em provas materiais, há provas linguísticas, históricas e arqueológicas que confirmam a veracidade do Livro de Mórmon. A ideia de escrever em placas de metal, por exemplo, já foi ridicularizada no passado, mas nos últimos anos foram achados numerosos escritos sagrados em placas de metal — alguns escondidos em caixas de pedra.
Linguistas observaram palavras e frases que soam estranhas em inglês, mas que fazem perfeito sentido em hebraico e em línguas afins que seriam do conhecimento dos povos do Livro de Mórmon — idiomas que o jovem Joseph Smith desconhecia.
Mas esse tipo de evidência não é o que nos convence da veracidade do Livro de Mórmon. É uma questão de fé e revelação pessoal.
Como posso saber que o Livro de Mórmon é verdadeiro?
A única maneira segura de saber por si mesmo é pelo poder do Espírito Santo. O último capítulo do Livro de Mórmon convida todos os que o lerem, refletirem a respeito e desejarem sinceramente saber se ele é verdadeiro a perguntarem ao Pai Celestial em nome de Jesus Cristo. Quem agir dessa forma saberá pelo poder do Espírito Santo que o livro é verdadeiro (ver Morôni 10:3–5). Milhões de membros da Igreja oraram e sabem pelo testemunho do Espírito Santo que o Livro de Mórmon é verdadeiro. (Para mais informações sobre o assunto, ver as páginas 4, 60 e 80 desta edição.)
Estou confuso, pois Apocalipse 22:18–19 diz que não devemos acrescentar nada à palavra de Deus.
Uma de nossas crenças fundamentais é que Deus sempre revelou Sua vontade a Seus filhos na Terra e sempre o fará. Cremos que a Bíblia é a palavra de Deus, mas não cremos que contenha todas as revelações que Deus já concedeu ou concederá a Seus profetas. Ainda hoje Ele continua a manifestar Sua vontade por meio de profetas e apóstolos vivos, o alicerce da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (ver Efésios 2:20).
Quando o apóstolo João redigiu o livro de Apocalipse, este não era o último livro da Bíblia. O Velho e o Novo Testamentos só foram unidos num livro único — hoje conhecido como Bíblia — no Século III d.C.
Da mesma forma, Deuteronômio 4:2 proíbe acréscimos às palavras de Moisés. E é claro que esse versículo do Velho Testamento não invalida o restante da Bíblia. Nem Moisés nem João poderiam ter feito referência à alteração de um volume que nem sequer existia ainda; na verdade, fizeram advertências contra a modificação dos verdadeiros ensinamentos do evangelho.
O Livro de Mórmon, que contém a plenitude do evangelho, não altera a palavra de Deus, mas a corrobora. (Para mais informações sobre o assunto, ver as páginas 24 e 38 desta edição.)
Ouvi dizer que foram feitas modificações no Livro de Mórmon depois da primeira edição. O que foi modificado e por quê?
A resposta a esta pergunta exige certo entendimento sobre o processo de tradução e publicação do Livro de Mórmon.
1. Ao traduzir as placas de ouro pelo poder de Deus, Joseph Smith ditou as palavras a um escrevente. Os escreventes cometeram alguns erros de ortografia e gramática ao anotarem as palavras. Em 1 Néfi 7:20, por exemplo, as palavras inglesas “were sorrowful” (ficaram pesarosos) foram transcritas como “ware sarraful.” Os escreventes não eram iletrados, mas a ortografia ainda não tinha sido padronizada naquela época.
2. Em seguida, o manuscrito original da tradução foi copiado para preparar um novo manuscrito para a gráfica. Nessa fase, alguns erros ortográficos e gramaticais foram corrigidos e acrescentou-se a pontuação. Mas surgiram alguns novos erros, pois certas palavras foram copiadas equivocadamente.
3. O tipógrafo fez o melhor possível para preparar os tipos corretamente. No entanto, acabou por introduzir também alguns outros erros. Em Alma 57:25, por exemplo, ele leu mal a palavra “joy” (alegria) e escreveu “foes” (inimigos).
4. O Profeta Joseph Smith acompanhou de perto as primeiras três edições do Livro de Mórmon e continuou a ajudar a fazer aperfeiçoamentos e ajustes. Mas alguns erros só foram encontrados em edições posteriores. Em 1981, um erro tipográfico em Alma 16:5 foi finalmente corrigido: a palavra “whether” (se) foi alterada para “whither” (onde) — em harmonia com o manuscrito original traduzido das placas de ouro por Joseph Smith.
5. Outras mudanças incluíram novas divisões de capítulos e versículos e notas de rodapé com referências.
Oferecer Exemplares
Sejam quais foram as perguntas que as pessoas fizerem sobre o Livro de Mórmon, o próprio livro é seu melhor defensor. Você pode testificar dele, oferecer exemplares e convidar as pessoas a orarem a respeito por si mesmas. Se as pessoas tiverem o coração sincero e verdadeiramente desejarem saber se o livro é verdadeiro, o Senhor “manifestará a verdade delas pelo poder do Espírito Santo” (Morôni 10:4).