2011
O Perfeito Amor Lança Fora o Temor
Novembro de 2011


O Perfeito Amor Lança Fora o Temor

Se aceitarem o convite de compartilhar suas crenças e seus sentimentos sobre o evangelho restaurado de Jesus Cristo, um espírito de amor e coragem será seu companheiro constante.

Elder L. Tom Perry

Presidente Monson, ficamos felizes com a boa notícia desses novos templos. Em especial, para os muitos, muitos parentes que tenho no Estado do Wyoming.

No mundo inteiro, quando um novo templo é construído, a Igreja faz algo que é uma tradição bastante comum nos Estados Unidos e no Canadá — uma visitação pública. Nas semanas que antecedem a dedicação de um novo templo, abrimos suas portas e convidamos os líderes governamentais e religiosos locais, os membros locais da Igreja e pessoas de outras religiões a virem e visitarem nosso templo recém-construído.

São eventos maravilhosos que ajudam as pessoas que não conhecem a Igreja a saber um pouco mais a respeito dela. Quase todos os que visitam um templo novo se maravilham com sua beleza, tanto por dentro quanto por fora. Ficam impressionados com o esmero e a atenção dados a cada detalhe do templo. Além disso, muitos visitantes sentem algo especial ao visitar um templo antes da dedicação. Essas são reações comuns daqueles que participam da visitação pública, mas não é a mais comum. O que mais impressiona os visitantes, acima de tudo, são os membros da Igreja que eles encontram nessas visitações públicas. Eles saem dali com uma impressão indelével de seus anfitriões, os santos dos últimos dias.

No mundo inteiro, a Igreja está recebendo, hoje, mais atenção do que jamais teve. A mídia escreve ou fala a respeito da Igreja todos os dias, relatando suas muitas atividades. Muitos dos canais de imprensa mais importantes dos Estados Unidos falam regularmente a respeito da Igreja ou de seus membros. Essa atenção se verifica igualmente no mundo inteiro.

A Igreja também atrai a atenção das pessoas na Internet que, como sabem, mudou drasticamente o modo como essas pessoas compartilham informações. A qualquer hora do dia, no mundo inteiro, a Igreja e seus ensinamentos estão sendo discutidos na Internet, em blogs e redes sociais, por pessoas que nunca escreveram para um jornal ou revista. As pessoas fazem vídeos e os compartilham pela Internet. São pessoas comuns — tanto membros da Igreja quanto pessoas de outra religião — que falam sobre a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

A mudança na maneira pela qual nos comunicamos explica em parte por que nós, “mórmons”, estamos mais em destaque do que nunca. Por outro lado, a Igreja está sempre crescendo e progredindo. Um número maior de pessoas tem membros da Igreja como vizinhos e amigos, e há membros preeminentes da Igreja no governo, nos negócios, na indústria de entretenimento, na educação e em tudo o mais, pelo que parece. Até aqueles que não são membros da Igreja notaram isso, e se perguntam o que está acontecendo. É maravilhoso que haja agora tantas pessoas cientes da Igreja e dos santos dos últimos dias.

Embora a Igreja esteja tornando-se mais visível, ainda há muitas pessoas que não a compreendem. Alguns foram ensinados a suspeitar da Igreja e agem com base em estereótipos negativos sobre a Igreja, sem questionar sua fonte ou validade. Também há muita informação falsa e confusão a respeito da Igreja e do que ela prega. Isso tem acontecido desde a época do Profeta Joseph Smith.

Joseph Smith escreveu sua história, em parte, “para elucidar a mente pública e apresentar, aos que buscam a verdade, os fatos tal como sucederam” (Joseph Smith—História 1:1). É verdade que sempre haverá aqueles que distorcem a verdade e deliberadamente deturpam os ensinamentos da Igreja. Mas, a maioria dos que têm perguntas sobre a Igreja simplesmente querem compreender. Essas pessoas de mente aberta têm genuína curiosidade a nosso respeito.

A crescente visibilidade e reputação da Igreja oferecem uma extraordinária oportunidade para nós, membros. Podemos ajudar “a elucidar a mente pública” e corrigir informações incorretas quando somos retratados como algo que não somos. Mais importante, porém, é que podemos partilhar quem somos.

Há uma série de coisas que podemos fazer — que vocês podem fazer — para melhorar o entendimento que as pessoas têm da Igreja. Se fizermos isso com o mesmo espírito e nos comportarmos da mesma forma que fazemos quando trabalhamos em uma visitação pública, nossos amigos e vizinhos vão passar a nos entender melhor. Suas suspeitas se desfarão, os estereótipos negativos desaparecerão, e eles começarão a compreender a Igreja como ela realmente é.

Gostaria de sugerir algumas coisas que todos podemos fazer.

Primeiro, precisamos ser destemidos em nossas declarações a respeito de Jesus Cristo. Queremos que as pessoas saibam que acreditamos que Ele é a figura central de toda a história humana. Sua vida e Seus ensinamentos são o ponto central da Bíblia e de outros livros que consideramos escrituras sagradas. O Velho Testamento prepara o caminho para o ministério mortal de Cristo. O Novo Testamento descreve Seu ministério mortal. O Livro de Mórmon nos dá um segundo testemunho de Seu ministério mortal. Ele veio à Terra para declarar Seu evangelho como um fundamento para toda a humanidade, de modo que todos os filhos de Deus possam aprender a respeito Dele e seguir Seus ensinamentos. Depois, Ele deu a vida para ser nosso Salvador e Redentor. Somente por intermédio de Jesus Cristo é que nossa salvação é possível. É por isso que cremos que Ele é a figura central de toda a história da humanidade. Nosso destino eterno está sempre em Suas mãos. É uma coisa gloriosa acreditar Nele e aceitá-Lo como nosso Salvador, nosso Senhor e nosso Mestre.

Também acreditamos que somente por intermédio de Cristo podemos encontrar a maior felicidade, esperança e alegria — tanto nesta vida quanto nas eternidades. Nossa doutrina, conforme ensinada no Livro de Mórmon, declara enfaticamente: “Deveis, pois, prosseguir com firmeza em Cristo, tendo um perfeito esplendor de esperança e amor a Deus e a todos os homens. Portanto, se assim prosseguirdes, banqueteando-vos com a palavra de Cristo, e perseverardes até o fim, eis que assim diz o Pai: Tereis vida eterna” (2 Néfi 31:20).

Declaramos nossa crença em Jesus Cristo e O aceitamos como nosso Salvador. Ele vai abençoar-nos e guiar-nos em todos os nossos esforços. Em nosso labor aqui na mortalidade, Ele vai fortalecer-nos e dar-nos paz nos momentos de provação. Os membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias vivem pela fé Nele, a Quem esta Igreja pertence.

Segundo, sejam um exemplo justo para as pessoas. Depois de declarar nossas crenças, precisamos seguir o conselho dado em I Timóteo 4:12: “Mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza”.

O Salvador ensinou a respeito da importância de sermos um exemplo de nossa fé ao dizer: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus” (Mateus 5:16).

Nossa vida deve ser um exemplo de bondade e virtude, ao procurarmos imitar Seu exemplo diante do mundo. As boas obras de cada um de nós dão crédito tanto ao Salvador quanto a Sua Igreja. Ao empenhar-nos em fazer o bem, em ser homens e mulheres honrados e íntegros, a Luz de Cristo se refletirá em nossa vida.

Em seguida, falem a respeito da Igreja. No curso de nossa vida cotidiana, somos abençoados com muitas oportunidades de compartilhar nossas crenças com as pessoas. Quando nossos colegas e amigos fazem perguntas sobre nossas crenças religiosas, eles estão nos convidando a compartilhar quem somos e as coisas em que acreditamos. Eles podem ou não estar interessados na Igreja, mas estão interessados em conhecer-nos mais profundamente.

Minha recomendação para vocês é que aceitem seu convite. Seus conhecidos não os estão convidando a ensinar, pregar, expor ou exortar. Dialoguem com eles — compartilhem algo sobre suas crenças religiosas, mas também perguntem a respeito das crenças deles. Avaliem o nível de interesse deles pelas perguntas que fazem. Se fizerem muitas perguntas, concentrem a conversa nas respostas às dúvidas que eles tiverem. Lembrem sempre, é melhor eles perguntarem do que vocês falarem.

Alguns membros parecem que querem manter o fato de serem membros da Igreja em segredo. Eles têm seus motivos. Podem acreditar, por exemplo, que não lhes cabe compartilhar suas crenças. Talvez tenham medo de cometer um erro ou ouvir uma pergunta que não saibam responder. Se esse pensamento já lhes passou pela cabeça, tenho alguns conselhos para vocês. Simplesmente lembrem-se das palavras de João: “No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor” (I João 4:18). Se simplesmente amarmos a Deus e a nossos semelhantes, foi-nos prometido que venceremos nosso temor.

Se vocês visitaram recentemente o site Mormon.org, que é o site da Igreja para pessoas interessadas em conhecer a Igreja, verão membros que publicaram informações sobre eles mesmos. Eles criam perfis na Internet que explicam quem são e por que suas crenças religiosas são importantes para eles. Falam a respeito de sua fé.

Devemos abordar essas conversas com um amor semelhante ao de Cristo. Nosso tom, seja falando ou escrevendo, deve ser respeitoso e educado, independentemente da resposta das pessoas. Devemos ser honestos e abertos e tentar ser claros no que dizemos. Não queremos ficar na defensiva nem ter desentendimentos de qualquer forma.

O Apóstolo Pedro explicou: “Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver” (I Pedro 1:15).

A “maneira de conversar” de hoje parece envolver cada vez mais a Internet. Incentivamos as pessoas, jovens e idosos, a usar a Internet e a mídia social para estender a mão e compartilhar nossas crenças religiosas.

Ao utilizarem a Internet vocês podem deparar-se com trocas de ideias a respeito da Igreja. Quando orientados pelo Espírito, não hesitem em participar dessas conversas.

A mensagem do evangelho de Jesus Cristo é diferente de qualquer outra coisa que você vai compartilhar com as pessoas. Na era da informação, é a mais valiosa de todas as informações do mundo. Não há dúvida quanto a seu valor. É uma pérola de grande valor (ver Mateus 13:46).

Ao falar sobre a Igreja, não procuramos fazê-la parecer melhor do que ela é. Não precisamos fazer propaganda de nossa mensagem. Precisamos comunicar a mensagem de modo honesto e direto. Se abrirmos os canais de comunicação, a mensagem do evangelho restaurado de Jesus Cristo por si só vai ser uma prova para os que estiverem preparados para recebê-la.

Às vezes há uma grande diferença — um vácuo de compreensão — entre o modo como vivenciamos a Igreja estando dentro dela e o modo como as pessoas a veem estando fora dela. Esse é o principal motivo pelo qual realizamos uma visitação pública antes que cada novo templo seja dedicado. Os membros voluntários que trabalham na visitação pública simplesmente procuram ajudar as pessoas a ver a Igreja como eles a veem, estando dentro dela. Eles reconhecem que a Igreja é uma obra maravilhosa, e querem que as pessoas saibam disso também. Peço que cada um de vocês faça o mesmo.

Prometo que se aceitarem o convite de compartilhar suas crenças e seus sentimentos sobre o evangelho restaurado de Jesus Cristo, um espírito de amor e coragem será seu companheiro constante, porque “o perfeito amor lança fora o temor” (I João 4:18).

Esta é uma época de oportunidades cada vez maiores para compartilhar o evangelho de Jesus Cristo com as pessoas. Que nos preparemos para aproveitar as oportunidades que nos são dadas para compartilhar nossas crenças, é minha humilde oração, em nome de Jesus Cristo. Amém.