Espero Que Alguém Vá Amá-la
Brittney Pyne, Utah, EUA
Quando meu filho tinha três anos e minha filha, quatro, eles faziam parte de um grupo pré-escolar do bairro. No mês de dezembro, eu e as pessoas à frente do grupo decidimos fazer um projeto de Natal no qual cada criança doaria um brinquedo a uma família carente.
Nas semanas anteriores, demos muitas aulas sobre a felicidade proporcionada pela gratidão e pela generosidade. Orientei meus filhos a começar a pensar em quais brinquedos gostariam de doar, desejosa de que tivessem a experiência de escolher o que dar. As finanças de nossa família estavam limitadas, e fiquei curiosa para ver de quais de seus poucos brinquedos eles estariam dispostos a despedir-se.
Um sábado de manhã eu disse às crianças que estava na hora de decidir o que doar. Ajudei o Hunter a embrulhar o caminhão que escolhera e depois fui ver como a Mikelle estava se saindo. Ao chegar à porta do quarto dela, a cena que presenciei me trouxe lágrimas aos olhos.
A Mikelle estava segurando sua boneca favorita, Mella, vestida com sua melhor roupinha de boneca, e estava cantando para ela. Em seguida, colocou um cobertorzinho dentro de uma sacola de presente. Sorriu para a boneca, abraçou-a e beijou-a e amorosamente a colocou na sacola. Ao ver-me, disse: “A Mella está prontinha, mãe. Espero que alguém vá amá-la”.
Por saber o quanto minha filha gostava daquela boneca, fiquei surpresa ao ver que decidira doá-la. Minha vontade era quase dizer a Mikelle que não precisava desfazer-se de sua boneca favorita, mas me contive.
“Ela entende o que significa generosidade”, pensei. “Está dando o melhor que tem.”
De repente reconheci que parte de mim estava disposta a doar e compartilhar, desde que não fosse preciso fazer grandes sacrifícios pessoais. Eu pusera limites em minha caridade e sabia que precisava mudar.
Lembrei que o Pai Celestial dera Seu único Filho perfeito e permitira que sofresse e morresse por mim. Imaginei um Pai Celestial amoroso beijando Seu Filho Amado e enviando-O à Terra como bebê, esperando que O amássemos e O seguíssemos.
O próprio Salvador não mediu esforços nem reteve nada para Si, mas doou tudo o que tinha.
Fiquei em dúvida se a Mikelle mudaria de ideia antes do programa de Natal, quando os brinquedos seriam doados, mas ela não o fez. Perguntei-me se depois ela ia se arrepender de sua escolha e sentir tristeza, mas isso não aconteceu.
Ao ver o exemplo cristão de minha filha, decidi que, com pouco ou muito para doar, eu sempre daria alegremente o melhor de mim quando tivesse a oportunidade de compartilhar.