Jovens
A Noite de Natal Perfeita
Durante minha infância e adolescência, um dos pontos altos de cada ano era a noite de Natal. Eu e minha família fazíamos pizza, saíamos cantando músicas natalinas em grupo pelas ruas e depois nos reuníamos para um devocional de Natal. Cantávamos hinos numa harmonia capenga de quatro vozes e fazíamos em alto e bom som o acompanhamento com nosso conjunto inusitado de instrumentos musicais. Meu pai sempre encerrava a noite com um pensamento de Natal que nos trazia lágrimas aos olhos. A noite de Natal era sem dúvidas a melhor parte do ano.
Quando eu estava um pouco mais velha, minha mãe começou a cuidar de Kelly, filha de uma vizinha. Kelly ficava em nossa casa todos os dias depois da escola enquanto sua mãe, Patty, trabalhava. Kelly me seguia por todos os lados, como um bichinho de estimação ruidoso e carente. Era sempre um alívio quando Patty vinha buscar a filha e deixava minha casa e minha família em paz.
Certo domingo, fiquei horrorizada quando minha mãe convidou Patty e Kelly para participar de nossa noite de Natal. A minha noite de Natal. Minha mãe sorriu e me tranquilizou: “Não vai mudar nada”. Mas eu sabia que sim. Elas iam acabar com nossas pizzas. Kelly ia zombar de nós quando cantássemos. Conformei-me com a ideia de passar o pior Natal de minha vida.
Na noite de Natal, Patty e Kelly vieram a nossa casa, e conversamos, rimos e cantamos. Minha mãe tinha razão. Foi perfeito mesmo. À meia-noite elas nos agradeceram e, relutantes, despedimos-nos. Fui dormir com o coração cheio de gratidão. Descobri que os presentes de Natal verdadeiramente preciosos não são diminuídos quando partilhados. Na verdade, tornam-se mais doces e multiplicam-se quando os ofertamos.