Falamos de Cristo
Assombro Me Causa o Amor Que Me Dá Jesus
O autor mora na Cidade do México, México.
Certo domingo, antes da reunião sacramental, o bispo se aproximou de mim e perguntou: “Pode nos ajudar a abençoar o sacramento?” Respondi que certamente o faria.
Fui pegar meu hinário e depois lavei as mãos antes de ocupar meu lugar à mesa do sacramento. Abri o hinário e o primeiro hino que vi foi “Assombro Me Causa” (Hinos, nº 112). A reunião ainda não tinha começado, então comecei a ler a primeira estrofe: “Assombro me causa o amor que me dá Jesus”. Imediatamente um profundo amor encheu-me o coração.
Na noite anterior, eu tinha lido na Bíblia sobre o fim da vida de Jesus Cristo — as partes ligadas à Última Ceia, ao Jardim do Getsêmani e à Sua morte e Ressurreição. Imaginei Jesus sendo torturado, espancado e ridicularizado pelos executores. Também visualizei Jesus realizando Seu Sacrifício Expiatório no Jardim do Getsêmani enquanto Seus discípulos dormiam.
Percebi que eu estava prestes a abençoar o pão e a água que representam Seu corpo e sangue. O sacramento permite-nos renovar o convênio que fizemos quando fomos batizados, que é recordá-Lo sempre, guardar Seus mandamentos e tomar Seu nome sobre nós.
Quando começou a reunião sacramental, todos esses pensamentos estavam em minha mente. Senti profundamente que Jesus sofreu de um modo tão doloroso e incrível que é incompreensível para nós. Em seguida, ocorreu-me o pensamento de que Ele suportou o sofrimento por causa de Seu amor por nós — por mim.
Senti-me tão amado pelo Senhor que não consegui conter as lágrimas. Senti que não era digno do que o Salvador fizera por mim. Mas também senti que Seu amor por mim é perfeito. Um amigo está disposto a dar a vida por seus amigos (ver João 15:13). Quando o hino sacramental começou, eu estava com outro irmão para iniciar a ordenança.
Desdobramos a bela toalha branca que cobria o pão. Ao segurar o pão, eu sabia que tinha a responsabilidade de parti-lo como parte da ordenança, mas hesitei. O pão representa o corpo de Cristo. Pensei nos soldados ferindo o Senhor e não quis partir o pão. Ao partir o primeiro pedaço, pensei na maneira dolorosa e humilhante como Jesus foi tratado antes de Sua morte — a coroa de espinhos, as chicotadas, todo o sofrimento. Lágrimas continuaram a escorrer-me pelo rosto ao preparar o pão.
Em seguida, ocorreu-me o pensamento de que aqueles acontecimentos dolorosos e humilhantes eram necessários. Faziam parte do Sacrifício Expiatório de Jesus Cristo, e Ele fez o sacrifício por causa de Seu amor por mim e cada um de nós.
Comecei a sentir grande paz e alegria. Parti cada pedaço de pão cuidadosa e lentamente, ciente de que o que eu tinha nas mãos estava prestes a ser abençoado e santificado para um propósito especial e representava algo muito precioso, belo e extraordinário. Senti a grande responsabilidade de realizar aquela ordenança a fim de que as pessoas presentes naquela reunião pudessem renovar um convênio com o Senhor e receber as bênçãos da Expiação.
Quando terminamos, vi as bandejas cheias dos pedaços partidos de pão. A visão era maravilhosa e sublime. Meu companheiro proferiu a oração. Eu nunca tinha entendido tão claramente a frase “para que o comam em lembrança do corpo de teu Filho” (D&C 20:77).
Quando comi o pão, senti mais uma vez o amor de meu Salvador. Senti-me protegido, humildemente agradecido e determinado a fazer o que é certo. Tive vontade de examinar minha vida e de me arrepender de tudo o que eu fizera de errado.
Sou grato a Jesus Cristo por Seu amor por mim. Sou grato por podermos receber as bênçãos de Sua Expiação: ser perdoados de nossos pecados e ter a chance de voltar à presença do Pai Celestial.