Até Voltarmos a Nos Encontrar
O Poder do Quando
A autora mora na Colúmbia Britânica, Canadá.
Sabíamos que devíamos estar atentos à mão do Senhor em nossa vida, pois Sua influência não era uma questão de se, mas de quando.
A doença de meu marido foi repentina. Certa manhã, ele estava aparando a grama e, sem mais nem menos, passou mal. No dia seguinte estava entubado. Ao passarmos do pronto-socorro para a sala de cirurgia, um médico comentou se seria possível salvá-lo.
Como a doença era rara, as chances de sobrevivência eram pequenas. Eu mal podia crer naquela trágica reviravolta. O desespero me dominou.
Felizmente, Pierre sobreviveu à primeira cirurgia e foi internado na unidade de terapia intensiva (UTI). O caminho à frente seria longo, mas o prognóstico melhorava a cada hora que passava. A primeira de muitas enfermeiras conversou comigo na manhã após a cirurgia inicial. Ela falou sobre quando Pierre chegaria à etapa seguinte do tratamento. Parei para pensar no impacto dessa palavra. Havia muito mais esperança na palavra quando do que na palavra se — ela transmitia confiança, boas expectativas. Agradeci pela escolha da palavra, e ela sorriu, com conhecimento de causa.
Pierre recebeu muitas bênçãos do sacerdócio, o que trouxe grande incentivo. Sabíamos que devíamos estar atentos à mão do Senhor em nossa vida, pois Sua influência não era uma questão de se, mas de quando. Sempre que a saúde de Pierre ficava perigosamente frágil, eu lembrava-lhe das bênçãos e que precisávamos demonstrar nossa fé no Senhor. Foi uma jornada sagrada, e cada dia era uma dádiva.
A esperança do quando nos ajudava a manter uma perspectiva positiva. No entanto, após 18 dias de jornada, as coisas deram terrivelmente errado. Durante a sétima cirurgia, os médicos constataram que a doença se espalhara demais. Com lágrimas nos olhos, a equipe médica externou tristeza ao me dizer que Pierre não sobreviveria àquela noite.
Pude estar ao lado de meu companheiro eterno quando ele passou para o outro lado do véu. Fomos abençoados por ouvir por telefone o único filho vivo dele, de um casamento anterior, transmitir o amor que sentia pelo pai. Pierre faleceu em paz.
Semanas depois, em sua lápide, as palavras de consolo vieram de Mosias 2:41: “Quisera que considerásseis o estado abençoado e feliz daqueles que guardam os mandamentos de Deus. Pois eis que (…) se eles se conservarem fiéis até o fim, serão recebidos no céu, para que assim possam habitar com Deus em um estado de felicidade sem fim” (grifo da autora).
Pierre e eu sempre tínhamos combinado que o se naquela escritura seria um quando para nós. Sabíamos que, se permanecêssemos comprometidos com nossos convênios, voltaríamos a nos unir — era apenas uma questão de quando. Confiamos no plano do Senhor para as famílias eternas e a vida eterna. É o poder do quando que nos leva adiante.