2015
Um Reencontro Glorioso
Agosto de 2015


Nosso Lar, Nossa Família

Um Reencontro Glorioso

Os autores moram em Utah, EUA, e serviram na Missão Gana Acra.

Décadas de separação e sofrimento chegaram ao fim quando o Senhor reuniu um pai e um filho no templo.

Era uma bela manhã, em abril de 2012, quando John Ekow-Mensah entrou no Templo de Acra Gana. Aquele irmão idoso, hoje com mais de 80 anos, tinha vindo de Nkawkaw, onde morava sozinho, com uma caravana de membros da Igreja. O grupo pretendia pernoitar no alojamento e passar dois dias servindo no templo.

O irmão Ekow-Mensah estava sentado no templo esperando para participar de iniciatórias quando um homem mais novo se sentou ao lado dele. Aquele homem, de 54 anos, planejara passar por uma sessão de investidura naquela manhã com a esposa, mas por ter chegado atrasado para a sessão decidiu fazer iniciatórias.

“De onde você é?” perguntou o irmão Ekow-Mensah.

“Sekondi”, respondeu o homem.

“De que parte de Sekondi?” indagou o irmão Ekow-Mensah.

“Ketan”, respondeu o homem mais novo, “na área onde estão as escolas”. No decorrer da conversa, os dois homens perceberam aonde aquelas perguntas poderiam levar.

Tocado por uma sensação cada vez mais forte de que já conhecia o irmão Ekow-Mensah, o homem olhou para ele. “O senhor é o meu pai”, anunciou. “Qual é o seu nome?”

“John Ekow-Mensah.”

“Esse também é o meu nome”, respondeu o filho.

illustration of a father and son meeting in the temple.

Ilustração de Brian Call; fotografia cedida gentilmente pelos autores

Depois de servirem no templo, os dois homens ficaram sentados um bom tempo na sala celestial, falando sobre a vida de cada um e reavivando seu amor. Embora todas as palavras e atos do irmão Ekow-Mensah Júnior fossem respeitosas e adequadas, ele parecia não aceitar o pai de todo o coração — até saber o motivo pelo qual o pai precisou ir embora e por que não pôde entrar em contato com a família.

Quase 50 anos antes, o irmão Ekow-Mensah Sênior tinha-se casado com uma mulher cuja avó — a matriarca mais velha naquela época — detinha poder soberano sobre a tribo. Infelizmente, a matriarca tinha se oposto ao casamento de John com a neta dela. Por insistência da avó, o casal acabou por separar-se quando o filho mais velho deles, John Júnior, tinha apenas quatro ou cinco anos de idade. John Júnior conhecera sua bisavó como uma mulher forte e trabalhadora, não como a responsável por privá-lo do convívio com seu pai por quase 50 anos.

A expulsão da família cortou praticamente todos os laços. Devido à falta de telefones ou serviços postais, John Sênior não teve como manter contato com a família. Sua busca de trabalho o levou para um local que ficava a muitas horas de distância. Morou em Mankessim de 1963 a 1989 aproximadamente, onde esteve à frente de uma pequena loja de tintas. De lá, mudou-se para Ada, onde a dona de um prédio que ele estava pintando lhe apresentou o evangelho de Jesus Cristo. O irmão Ekow-Mensah Sênior filiou-se à Igreja em 1991.

Como era muito pequeno quando o casamento de seus pais acabou, o irmão Ekow-Mensah Júnior não tinha muito conhecimento da história de sua família. Às vezes sua mãe comentava que ele era uma “fotocópia” do pai, mas era tudo o que ele sabia.

Depois de crescer e se casar, John e a esposa, Deborah, decidiram procurar uma igreja para frequentar. John estava na Universidade de Gana em Acra quando viu a revista Liahona numa estante. Pegou-a e interessou-se por seu conteúdo. John viu quem editava a publicação: A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

Quando John voltou para casa em Sekondi, sua esposa estava ansiosa para falar-lhe de uma igreja que uma amiga lhe indicara. Contou que o nome era A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. John disse a ela que se tratava da igreja sobre a qual ele lera numa revista na universidade.

John e Deborah receberam as lições e foram batizados em 1999. Uma década depois, foram selados no Templo de Acra Gana, e os três filhos mais novos (de um total de cinco) foram selados a eles.

Por fim, em abril de 2012, mais uma vez no templo, houve muitas lágrimas quando pai e filho se reconheceram. Sua alegria aumentou quando se deram conta de que, cada um de seu lado, tinham se filiado à Igreja e ido ao templo naquela bela manhã.