Esperar com Fé
O autor mora no Ceará, Brasil.
A espera durou anos, mas nunca perdi a esperança de ver meus pais entrarem para a Igreja.
Conheci a Igreja por intermédio de minha tia e meu tio, que moravam perto de minha casa. Na época eu tinha apenas 7 anos de idade e adorava ir à Igreja para estar com as outras crianças. Meus pais não eram membros, mas não se importavam por eu ir à Igreja com meus tios todos os domingos. Meus pais diziam que era muito melhor eu participar de uma igreja que ensinasse sobre Jesus Cristo do que ficar na rua aprontando confusão.
Os missionários vinham com frequência à nossa casa para nos ensinar. Meus pais adoravam as lições, mas não queriam aceitar o evangelho. Alegavam não estar prontos, pois entrar nas águas do batismo é um compromisso sério. Os missionários continuavam a vir à nossa casa, mas sempre saíam decepcionados com as respostas de meus pais. Contudo, eu sabia que um dia se batizariam.
Quando fiz 8 anos, sentia-me pronto para fazer o convênio batismal. Minha mãe me perguntou se era mesmo o que eu queria. Alertou-me que, após o batismo, eu não poderia mudar de ideia e que o batismo ia mudar toda a minha vida. Garanti que o batismo era um sonho acalentado desde quando eu começara a frequentar a Primária.
Após o batismo e a confirmação, continuei a ir à igreja, mas meus pais raramente iam a nossas atividades da Primária. Era doloroso para mim ver todas as outras crianças com seus pais. Mas eu esperava que um dia eles fossem batizados e selados no templo. Assim meu maior sonho se realizaria.
Durante minha adolescência, os missionários continuaram a ensinar meus pais, que ainda não queriam ser batizados. Contudo, iam à igreja de vez em quando, o que me dava um pouco de esperança. Eu ainda sonhava que meus pais fossem filiar-se à Igreja, mas comecei a achar que talvez isso nunca viesse a acontecer nesta vida.
Então, numa bela manhã de domingo, quando eu tinha 17 anos, minha mãe foi à igreja comigo de novo. A caminho de casa, disse-me algo que até hoje ecoa em minha mente e em meu coração. Anunciou que decidira ser batizada. Foi um choque! Depois de esperar tanto tempo, eu me perguntei se era mesmo verdade. Em maio de 2010, minha mãe entrou nas águas do batismo. Foi um dia de grande felicidade.
Após o batismo, olhei para meu pai e disse: “Agora só falta o senhor”. Ele respondeu que não ia ser tão cedo, pois não sentia o desejo de ser batizado. Fiquei triste de novo: parte de meu sonho se realizara, mas o restante parecia longínquo. Embora fosse difícil, eu tinha certeza de que as coisas mudariam. Para minha grande felicidade, minhas orações voltaram a ser respondidas dois meses depois quando meu pai entrou nas águas do batismo. Foi a maior alegria de minha vida. Tive a impressão de que os céus estavam cantando.
Depois que meus pais entraram para a Igreja, percebi que outra parte de meu sonho se realizara, mas que precisávamos ser selados para a eternidade na casa do Senhor. Meus pais me disseram que não se sentiam preparados, que não tinham dinheiro para a longa viagem até o Templo de Recife Brasil e que não tinham ninguém para cuidar da casa durante sua ausência. Fiquei triste, mas continuei a orar para receber essa bênção, confiante de que o Senhor responderia a minhas orações.
Com o passar do tempo, minha mãe começou a sentir o forte desejo de ir ao templo embora meu pai continuasse querendo adiar. Após muitas conversas com o bispo, ambos decidiram ir. Senti tanta alegria que mal conseguia me conter!
Em setembro de 2011, minha mãe, meu pai e eu fomos ao templo pela primeira vez na vida. Fui selado a meus pais no dia seguinte, e posso dizer que, após 11 anos de espera, foi o melhor dia de minha vida.
Sou muito grato ao Pai Celestial por tudo que meu deu, sobretudo por responder a minhas orações e realizar meu maior sonho: o de ver minha família inteira na casa do Senhor.