Vozes da Igreja
A Moeda da Viúva nos Tempos Modernos
Stephanie H. Olsen, Utah, EUA
As toalhas de mesa brancas e os enfeites de bonecos de neve emprestados davam um toque festivo ao salão cultural ao serem feitos os últimos preparativos para nossa festa de Natal de família.
Ao aguardarmos os convidados, meu olhar pousou sobre uma mesa onde havia uma jarra vazia, com o rótulo “Contribuições para o Papai Noel”. Orei para que, ao final da noite, a jarra estivesse cheia.
Durante nossos preparativos para a festa, descobrimos que o marido de nossa prima estava desempregado havia mais de um ano e meio. A principal fonte de renda daquela família era a entrega de cinco jornais diferentes, o que os obrigava a levantar-se todos os dias às 3 horas e 30 minutos da madrugada. A maior parte da renda era então gasta na prestação da casa e outras necessidades, deixando pouco dinheiro para as coisas que eles queriam, como presentes de Natal.
A família de minha prima foi uma das primeiras a chegar. Observei-os enquanto se dirigiam às mesas de jantar, passando por nossa jarra de Natal. Ao se aproximarem, o marido de minha prima parou para ler o rótulo da jarra. Sem hesitar, pegou sua carteira surrada, separou alguns dólares e depositou-os na jarra, sem saber quem seria a família “necessitada”.
Engasguei de emoção e imediatamente me lembrei da história do Novo Testamento sobre a viúva e suas duas moedas. Alguns homens ricos estavam exibindo suas grandes doações para a arca do tesouro. “Vindo, porém, uma pobre viúva, deitou duas pequenas moedas” (ver Marcos 12:41–42).
O Salvador disse então a Seus discípulos:
“Esta pobre viúva deitou mais do que todos os que deitaram na arca do tesouro;
Porque todos ali deitaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua pobreza, deitou tudo o que tinha, todo o seu sustento” (Marcos 12:43–44).
Jesus disse que ela doara “tudo o que tinha” e que deitara “todo o seu sustento”. Ela poderia ter doado apenas uma moeda. Isso provavelmente já teria sido suficiente, mas seu coração fiel e sua disposição de sacrificar tudo chamaram a atenção do Filho de Deus.
Ninguém teria culpado o marido de minha prima se ele tivesse passado pela jarra e pensado: “Se [eu] tivesse, daria” (Mosias 4:24). Seu grande exemplo de caridade e amor ao próximo tocou não somente a mim, mas também a outros membros da família que o estavam observando. Eu sabia que sua família ficaria bem porque “a caridade é o puro amor de Cristo e (…) para todos os que a possuírem, no último dia tudo estará bem” (Morôni 7:47).
Tínhamos a esperança de doar algo para a família dele naquela noite, e foi o que fizemos mais tarde, mas, ao doar em sua própria hora de necessidade, ele nos mostrou que, no tocante às coisas que mais importavam, ele já era um homem rico.