A ficha vermelha
A autora mora em Utah, EUA.
Ah, não! Daniel estava perdendo outra ficha.
“Ajudar toda gente, que alegria sem par!” (Músicas para crianças, p. 108).
Mateus olhou para o problema de matemática no quadro e o anotou em seu caderno rapidamente. Matemática era sua matéria preferida, portanto ele queria prestar a máxima atenção. Mas ele mal podia ouvir o que a professora Alice dizia porque seu amigo Daniel estava conversando.
“Psiu! Daniel, não consigo ouvir!”, sussurrou Mateus. Mas Daniel continuou conversando. Por fim, a professora o ouviu.
“Daniel, você está interrompendo novamente”, disse a professora. “Você já recebeu uma advertência. Agora precisa me dar uma ficha.”
Daniel lentamente lhe entregou uma ficha vermelha que estava em sua carteira. Seus ombros caíram e ele olhou para o chão. A professora dava fichas aos alunos que se comportavam bem e seguiam as instruções. Os alunos escreviam o nome nas fichas e colocavam-nas num pote todos os dias, mas tinham que devolver uma ficha caso se comportassem mal. Toda sexta-feira, a professora tirava uma ficha do pote e o vencedor podia escolher um prêmio do baú de tesouros da classe! Daniel teve de devolver muitas fichas por conversar, assim seu nome quase nunca era sorteado. Mateus se sentiu muito mal pelo fato de Daniel perder outra ficha.
Na hora do recreio, Mateus saiu correndo para o pátio para jogar futebol. Viu Daniel sozinho perto dos balanços. Percebeu que Daniel estava chorando. Desejava ajudá-lo a se sentir melhor.
“Quer jogar futebol?”, Mateus perguntou.
Daniel não disse nada. Mateus tentou conversar mais com ele, mas Daniel simplesmente se afastou.
“Bem, vou estar no campo de futebol se você mudar de ideia.”
Ele foi jogar com seus outros amigos, mas continuou a pensar em Daniel. Mateus ia fazer 8 anos e seria batizado em breve. Queria ser como Jesus e ser um bom amigo. Havia algo que pudesse fazer para ajudar Daniel a não se envolver em problemas?
No dia seguinte, a classe estava lendo uma história em pequenos grupos. Mas, em vez de ler, Daniel estava jogando seu livro bem alto no ar.
Mateus tentou detê-lo. “Daniel, precisamos ler o livro, não brincar com ele.”
Daniel jogou o livro novamente. A professora viu o livro quase bater no teto. Ela se aproximou de Daniel e estendeu a mão para pegar uma ficha. Daniel foi até sua carteira. Havia pânico em seu rosto enquanto continuava procurando.
“Ah, não! Ele não deve ter mais fichas!”, Mateus pensou. Sem fichas Daniel teria de ficar dentro da classe no recreio. Mateus começou a pensar muito rápido. O que poderia fazer? Então, teve uma boa ideia.
“Daniel”, disse a professora, “se você não tiver uma ficha para mim, então…”
Mateus respirou fundo. “Posso pagar por ele, professora?”, perguntou ele.
A classe ficou em silêncio. Ninguém nunca havia pedido aquilo antes. Mateus não sabia o que ela ia dizer.
Ela mostrou-se surpresa. Em seguida, sorriu. “Você é um bom amigo. Sim, pode pagar a ficha de Daniel por ele.” Mateus entregou à professora uma de suas fichas.
“Obrigado, Mateus”, disse Daniel.
“De nada!”, respondeu Mateus. “Você quer ler comigo agora?”
Daniel fez que sim e pegou seu livro.
Quando Daniel começou a ler, Mateus sentiu-se tranquilo e feliz por dentro. Aquela boa ideia tinha vindo do Espírito Santo! Mateus sabia que Jesus queria que ele ajudasse Daniel, pois Ele ama Daniel. E Mateus sentiu o amor de Jesus também!