“É assim mesmo!”
Richard J. Anderson
Utah, EUA
Cheguei tarde em casa, numa noite de inverno, depois de realizar muitas entrevistas como bispo. Estava exausto. O forte estresse no trabalho já durava semanas, e as responsabilidades da família e da Igreja me faziam sentir que estava indo além dos meus limites.
Naquela noite, tive que consertar meu carro para conseguir ir trabalhar no dia seguinte. Ao vestir meu macacão, troquei meu papel de bispo pelo de mecânico. Deitei-me no chão frio da garagem, embaixo do carro, e comecei a trabalhar. Por que eu tinha de estar passando frio e cansaço e machucando as mãos depois de já ter trabalhado tanto naquele dia? Estava perdendo a paciência e comecei uma oração lamentando ao Pai Celestial.
“Será que poderia me ajudar um pouquinho?”, supliquei. “Estou tentando ao máximo ser um bom pai, marido e bispo, e guardar os mandamentos. Será que eu não serviria melhor se pudesse descansar um pouco? Por favor, ajude-me a terminar este conserto para que eu possa ir dormir.”
De repente, três palavras claras e distintas me vieram com força à mente: “É assim mesmo!”
“O quê?”, repliquei.
As palavras vieram de novo: “É assim mesmo!”
Senti a mente e o coração compreenderem plenamente quando as palavras vieram pela terceira vez: “É assim mesmo!” Essas palavras transmitiram uma mensagem a meu espírito. Era assim mesmo a vida mortal, e eu estava vivenciando um momento de crescimento que me ajudaria a me tornar o que o Pai Celestial desejava que eu me tornasse. Era como se o Espírito estivesse me dizendo: “Acaso esperava que esta jornada terrena não tivesse dificuldades?” Quando me levantei daquele piso de concreto gelado, eu já não era a mesma pessoa.
Dependendo de como reagimos a elas, as provações podem ser consideradas dádivas de um Pai Celeste amoroso. Ele nos dá a oportunidade de nos deparar com provações a fim de aprendermos a recorrer a Ele. Quando fazemos isso, somos abençoados com aprendizado e crescimento espiritual.
As três palavras que me vieram à mente naquela noite fria, no piso de concreto de minha garagem, abençoaram-me por mais de 35 anos. Procuro me esforçar para que nenhuma provação seja desperdiçada. Considero as provações uma oportunidade de aprender coisas que jamais aprenderia de outra maneira.